AKJ: Almeida-1753 compatibilizada com a KJB-1611, com grafia e gramática inspiradas na ACF-1995

LIVRO DO GÊNESIS
Capítulos 31-40


Capítulo 31
1 Então Jacó ouvia as palavras dos filhos de Labão, que diziam: Jacó tem tomado tudo o que era de nosso pai, e do que era de nosso pai fez ele toda esta glória {*}. {* Na sua 1a. referência (portanto, em todas as outras), "glória" significa riqueza}
2 Viu também Jacó o rosto de Labão, e eis que não era para com ele como anteriormente.
3 E disse o SENHOR a Jacó: Torna-te à terra dos teus pais, e à tua parentela, e eu serei contigo.
4 Então Jacó enviou (mensageiros) e chamou a Raquel e a Lia ao campo, para junto do seu rebanho,
5 E disse-lhes: Vejo que o rosto de vosso pai não é para comigo como anteriormente; porém o Deus de meu pai tem estado comigo;
6 E vós mesmas sabeis que com todo o meu esforço tenho servido a vosso pai;
7 Mas vosso pai me enganou e mudou o meu salário dez vezes; porém Deus não lhe permitiu que me fizesse mal.
8 Quando ele dizia assim: Os salpicados serão o teu salário; então todos os rebanhos davam à luz salpicados. E quando ele dizia assim: Os listrados serão o teu salário, então todos os rebanhos davam à luz listrados.
9 Assim Deus tirou o gado de vosso pai, e deu-o a mim.
10 E sucedeu que, ao tempo em que o rebanho concebia, eu levantei os meus olhos e vi em sonhos, e eis que os carneiros, que cobriam as ovelhas, eram listrados, salpicados e malhados.
11 E disse-me o Anjo de Deus em um sonho: Jacó! E eu disse: Eis-me aqui.
12 E disse Ele: Levanta agora os teus olhos e vê todos os carneiros que cobrem o rebanho, que são listrados, salpicados e malhados; porque tenho visto tudo o que Labão te está fazendo.
13 Eu sou o Deus de Betel, onde tens ungido uma coluna, onde Me votaste um voto; levanta-te agora, sai-te desta terra e torna-te à terra da tua parentela.
14 Então responderam Raquel e Lia e disseram-lhe: ainda para nós parte ou herança na casa de nosso pai?
15 Não nos considera ele como estrangeiras? Pois vendeu-nos, e devorou todo o nosso dinheiro.
16 Porque toda a riqueza, que Deus tirou de nosso pai, é nossa e de nossos filhos; agora, pois, faze tudo o que Deus te mandou.
17 Então se levantou Jacó, e pôs os seus filhos e as suas esposas sobre os camelos;
18 E levou todo o seu gado, e todos os seus bens, que havia adquirido, o gado que possuía, que alcançara em Padã-Arã, para ir a Isaque, seu pai, à terra de Canaã.
19 E havendo Labão ido a tosquiar as suas ovelhas, furtou Raquel os ídolos <terafins> {*} que seu pai tinha. {* Jacó desconhecia a presença dos ídolos 31:35-39; depois, condenou-os 35:2-4}
20 E Jacó esquivou-se do conhecimento de Labão, o arameu, porque não lhe declarou que fugia.
21 E fugiu ele com tudo o que tinha, e levantou-se e passou o rio; e colocou o seu rosto em direção à  montanha de Gileade.
22 E no terceiro dia foi anunciado a Labão que Jacó tinha fugido.
23 Então tomou consigo os seus irmãos, e perseguiu atrás dele sete dias de jornada; e alcançou-o na montanha de Gileade.
24 Veio, porém, Deus a Labão, o arameu, em um sonho, de noite, e disse-lhe: Guarda-te, que não fales com Jacó nem bem nem mal.
25 Alcançou, pois, Labão a Jacó, e armara Jacó a sua tenda naquela montanha; armou também Labão com os seus irmãos a sua, na montanha de Gileade.
26 Então disse Labão a Jacó: Que fizeste, que te esquivaste do meu conhecimento e levaste as minhas filhas como cativas tomadas pela espada?
27 Por que fugiste ocultamente, e te esquivaste de mim, e não me declaraste, para que eu te enviasse com alegria, e com cânticos, e com tamboril e com harpa?
28 Também não me permitiste beijar os meus filhos e as minhas filhas. Loucamente agiste, agora, ao fazer assim.
29 Poder havia em minha mão para vos fazer mal, mas o Deus de vosso pai me falou ontem à noite, dizendo: Guarda-te, que não fales com Jacó nem bem nem mal.
30 E agora se querias ir embora, porquanto tinhas saudades de voltar à casa de teu pai, por que furtaste os meus deuses?
31 Então respondeu Jacó, e disse a Labão: Porque temia; pois que dizia comigo, se porventura não me arrebatarias as tuas filhas.
32 Com quem achares os teus deuses, esse não viva; reconhece diante de nossos irmãos o que é teu do que está comigo, e toma-o para ti. Pois Jacó não sabia que Raquel os tinha furtado.
33 Então entrou Labão na tenda de Jacó, e na tenda de Lia, e na tenda de ambas as servas, e não os achou; e, tendo saído da tenda de Lia, entrou na tenda de Raquel.
34 Mas tinha tomado Raquel os ídolos e os tinha posto na albarda {*} de um camelo, e assentara-se sobre eles; e apalpou Labão toda a tenda, e não os achou. {* Albarda é sela rústica, enchumaçada de palha, para bestas de carga}
35 E ela disse a seu pai: Não se acenda a ira aos olhos de meu senhor, que não posso levantar-me diante da tua face; porquanto tenho o costume das mulheres. E ele procurou, mas não achou os ídolos.
36 Então irou-se Jacó e contendeu com Labão; e respondeu Jacó, e disse a Labão: Qual é a minha transgressão? Qual é o meu pecado, que tão furiosamente tens perseguido atrás de mim.?
37 Havendo apalpado todos os meus utensílios, que achaste de todos os utensílios de tua casa? Põe-no aqui diante dos meus irmãos e de teus irmãos; e que julguem entre nós ambos.
38 Estes vinte anos eu estive contigo; as tuas ovelhas e as tuas cabras nunca abortaram, e não comi os carneiros do teu rebanho.
39 Não te trouxe eu o despedaçado pelas feras; eu pagava pela sua perda; o furtado de dia e o furtado de noite da minha mão o requerias.
40 Estava eu assim: De dia me consumia o calor, e de noite a geada; e o meu sono fugiu dos meus olhos.
41 Tenho estado agora vinte anos na tua casa; catorze anos te servi por tuas duas filhas, e seis anos por teu rebanho; mas o meu salário tens mudado dez vezes.
42 Se o Deus de meu pai, o Deus de Abraão e o temor de Isaque não fora comigo, por certo me despedirias agora vazio. Deus atentou à minha aflição, e ao trabalho das minhas mãos, e repreendeu-te ontem à noite.
43 Então respondeu Labão, e disse a Jacó: Estas filhas são minhas filhas, e estes filhos são meus filhos, e este rebanho é o meu rebanho, e tudo o que vês, é meu; e que farei hoje a estas minhas filhas, ou a seus filhos, que deram à luz?
44 Agora pois vem, e façamos aliança eu e tu, que seja por testemunho entre mim e ti.
45 Então tomou Jacó uma pedra, e erigiu-a por coluna.
46 E disse Jacó a seus irmãos: Ajuntai pedras. E tomaram pedras, e fizeram um montão, e comeram ali sobre aquele montão.
47 E chamou-o Labão Jegar-Saaduta <"Montão do Testemunho", em arameano>; porém Jacó chamou-o Galeede <Idem, em hebraico>.
48 Então disse Labão: Este montão seja hoje por testemunha entre mim e ti. Por isso se chamou o seu nome Galeede,
49 E Mispá <Torre de Vigia>, porquanto disse: Atente o SENHOR entre mim e ti, quando nós estivermos apartados um do outro.
50 Se afligires as minhas filhas, e se tomares esposas além das minhas filhas, ninguém está conosco; atenta que Deus é testemunha entre mim e ti.
51 Disse mais Labão a Jacó: Eis aqui este mesmo montão, e eis aqui essa coluna que levantei entre mim e ti.
52 Este montão seja testemunha, e esta coluna seja testemunha, que eu não passarei este montão a ti, e que tu não passarás este montão e esta coluna a mim, para mal.
53 O Deus de Abraão e o Deus de Naor, o Deus do pai deles, julgue entre nós. E jurou Jacó pelo temor de seu pai Isaque.
54 E sacrificou Jacó um sacrifício na montanha, e convidou seus irmãos, para comer pão; e comeram pão e passaram a noite na montanha.
55 E levantou-se Labão ao alvorecer de madrugada, e beijou seus filhos e suas filhas e abençoou-os e Labão partiu; e voltou ao seu lugar.

Capítulo 32
1 Jacó também seguiu o seu caminho, e encontraram-no os anjos de Deus.
2 E Jacó disse, quando os viu: Este é o exército de Deus. E chamou aquele lugar Maanaim <Dois Exércitos, ou Dois Bandos>.
3 E enviou Jacó mensageiros adiante de si a Esaú, seu irmão, à terra de Seir, território de Edom.
4 E ordenou-lhes, dizendo: Assim direis a meu senhor Esaú: Assim diz Jacó, teu servo: Como peregrino morei com Labão, e me detive até agora;
5 E tenho bois e jumentos, ovelhas, e servos e servas; e enviei para o anunciar a meu senhor, para que ache graça em teus olhos.
6 E os mensageiros voltaram a Jacó, dizendo: Fomos a teu irmão Esaú; e também ele vem para encontrar-te, e quatrocentos homens com ele.
7 Então Jacó temeu muito e angustiou-se; e repartiu o povo que com ele estava, e as ovelhas, e as vacas, e os camelos, em dois bandos.
8 Porque dizia: Se Esaú vier a um bando e o ferir, escapará o outro bando que sobrar.
9 Disse mais Jacó: Deus de meu pai Abraão, e Deus de meu pai Isaque, o SENHOR, que me disseste: Torna-te à tua terra, e a tua parentela, e far-te-ei bem;
10 Menor sou eu que todas as beneficências, e que toda a fidelidade que fizeste ao teu servo; porque com meu cajado passei este Jordão, e agora me tornei em dois bandos.
11 Livra-me, peço-Te, da mão de meu irmão, da mão de Esaú; porque eu o temo; porventura não venha, e me fira, e a mãe com os filhos.
12 E Tu o disseste: Certamente te farei bem, e farei a tua semente como a areia do mar, que pela multidão não se pode contar.
13 E passou ali aquela noite; e tomou do que lhe veio à sua mão, um presente para seu irmão Esaú:
14 Duzentas cabras e vinte bodes; duzentas ovelhas e vinte carneiros;
15 Trinta camelas de leite com suas crias, quarenta vacas e dez novilhos; vinte jumentas e dez jumentinhos;
16 E deu-os na mão dos seus servos, cada rebanho à parte, e disse a seus servos: Passai adiante de mim e ponde espaço entre rebanho e rebanho.
17 E ordenou ao primeiro, dizendo: Quando Esaú, meu irmão, te encontrar, e te perguntar, dizendo: De quem és, e para onde vais, e de quem são estes diante de ti?
18 Então dirás: são de teu servo Jacó, presente que envia a meu senhor, a Esaú; e eis que ele mesmo vem também atrás de nós.
19 E assim ordenou também ao segundo, e ao terceiro, e a todos os que vinham atrás dos rebanhos, dizendo: Conforme a esta mesma palavra falareis a Esaú, quando o achardes.
20 E direis também: Eis que o teu servo Jacó vem atrás de nós. Porque dizia: Eu o aplacarei com o presente, que vai adiante de mim, e depois verei a sua face; porventura ele me aceitará.
21 Assim, passou o presente adiante dele; ele, porém, passou aquela noite no acampamento.
22 E levantou-se aquela mesma noite, e tomou as suas duas esposas, e as suas duas servas, e os seus onze filhos, e passou o vau de Jaboque.
23 E tomou-os e fê-los atravessar o ribeiro; e  fez tudo o que tinha atravessá-lo.
24 Jacó, porém, ficou só; e ali lutou com ele um Varão, até a aurora subir.
25 E, tendo Este visto que não prevalecia contra ele, tocou a juntura de sua coxa, e se deslocou a juntura da coxa de Jacó, ao lutar com Ele.
26 E o Varão disse: Deixa-Me ir, porque já a aurora subiu. Porém ele disse: Não Te deixarei ir, se não me abençoares.
27 E disse-lhe: Qual é o teu nome? E ele disse: Jacó.
28 Então o Varão disse: Teu nome não mais será chamado Jacó, mas Israel <Aquele que luta com Deus>; pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens, e prevaleceste.
29 E Jacó Lhe perguntou, e disse: Dize-me, peço-Te, o Teu nome. E disse: Por que perguntas pelo Meu nome? E abençoou-o ali.
30 E chamou Jacó o nome daquele lugar Peniel <Face de Deus>, porque dizia: Tenho visto a Deus face a face, e a minha vida está preservada.
31 E saiu-lhe o sol, quando atravessava Peniel; e manquejava da sua coxa.
32 Por isso os filhos de Israel não comem o nervo encolhido, que está sobre a juntura da coxa, até este dia de hoje; porquanto o Varão tocara a juntura da coxa de Jacó no nervo encolhido.

Capítulo 33
1 E levantou Jacó os seus olhos, e olhou, e eis que vinha Esaú, e quatrocentos homens com ele. Então repartiu os filhos entre Lia, e Raquel, e as duas servas.
2 E pôs as servas e seus filhos na frente, e a Lia e seus filhos atrás; porém a Raquel e José por últimos.
3 E ele mesmo passou adiante deles e inclinou-se à terra sete vezes, até que chegou a seu irmão.
4 Então Esaú correu a encontrá-lo, e abraçou-o, e lançou-se sobre o seu pescoço, e beijou-o; e choraram.
5 Depois levantou os seus olhos, e viu as mulheres, e os meninos, e disse: Quem são estes contigo? E ele disse: Os filhos que Deus graciosamente tem dado a teu servo.
6 Então chegaram as servas; elas e os seus filhos, e inclinaram-se.
7 E chegou também Lia com seus filhos, e inclinaram-se; e depois chegou José e Raquel e inclinaram-se.
8 E disse Esaú: Que intencionas tu com todo este rebanho que tenho encontrado? E ele disse: Achar graça aos olhos de meu senhor.
9 Mas Esaú disse: Eu tenho bastante, meu irmão; seja para ti o que tens.
10 Então disse Jacó: Não, se agora tenho achado graça em teus olhos, peço-te que tomes o meu presente da minha mão; porquanto tenho visto o teu rosto, como se tivesse visto o rosto de Deus, e tomaste contentamento em mim.
11 Recebe, peço-te, a minha bênção, que te foi trazida; porque Deus tem sido gracioso para comigo; e porque tenho de tudo. E instou com ele, até que a tomou.
12 E Esaú disse: Partamos e caminhemos, e eu irei adiante de ti.
13 Porém Jacó lhe disse: Meu senhor sabe que estes filhos são tenros, e que tenho comigo ovelhas e vacas que amamentam; se as afadigarem somente um dia, todo o rebanho morrerá.
14 Ora passe o meu senhor, rogo-te, adiante de seu servo; e eu irei guiando gentilmente conforme o passo do trabalho do gado que está diante de mim e conforme o passo dos meninos, até que chegue a meu senhor em Seir.
15 E Esaú disse: Permite então que eu deixe contigo alguns da minha gente. E ele disse: Para que é isso? Basta que ache graça aos olhos de meu senhor.
16 Assim voltou Esaú aquele dia pelo seu caminho a Seir.
17 Jacó, porém, partiu para Sucote e edificou para si uma casa; e fez cabanas de ramos para o seu gado; por isso o nome daquele lugar é chamado Sucote <Em Paz>.
18 E chegou Jacó salvo à Salém, cidade de Siquém, que está na terra de Canaã, quando vinha de Padã-Arã; e armou a sua tenda diante da cidade.
19 E comprou uma parte do campo em que estendera a sua tenda, da mão dos filhos de Hamor, pai de Siquém, por cem peças de dinheiro. {* Abraão comprou dois sepulcros, ver nota At 7:15-16}
20 E levantou ali um altar, e chamou-lhe: Deus, o Deus de Israel.

Capítulo 34
1 E saiu Diná, filha de Lia, que esta dera a Jacó, para ver as filhas da terra.
2 E Siquém, filho de Hamor, heveu, príncipe daquela terra, viu-a, e tomou-a, e deitou-se com ela, e humilhou-a.
3 E apegou-se a sua alma a Diná, filha de Jacó, e amou a moça e falou afetuosamente ao coração da moça moça.
4 Falou também Siquém a Hamor, seu pai, dizendo: Toma-me esta moça por esposa.
5 Quando Jacó ouviu que Diná, sua filha, fora contaminada, estavam os seus filhos no campo com o gado; e calou-se Jacó até que viessem.
6 E saiu Hamor, pai de Siquém, a Jacó, para falar com ele.
7 E vieram os filhos de Jacó do campo; e, tendo ouvido isso (que tinha acontecido), entristeceram-se os homens, e iraram-se muito, porquanto Siquém cometera uma vil- loucura em Israel, deitando-se com a filha de Jacó; o que não se devia fazer.
8 Então falou Hamor com eles, dizendo: A alma de Siquém, meu filho, está enamorada da vossa filha; dai-lha, peço-vos, por esposa;
9 Fazei-vos genros- e- noras nossos, dai-nos as vossas filhas, e tomai as nossas filhas para vós;
10 E habitareis conosco; e a terra estará diante de vós; habitai e negociai nela, e tomai vossas possessões nela.
11 E disse Siquém ao pai dela, e aos irmãos dela: Ache eu graça em vossos olhos, e darei o que me disserdes;
12 Aumentai muito sobre mim o dote e a dádiva e darei o que me disserdes; porém dai-me a moça por esposa.
13 Então os filhos de Jacó responderam a Siquém e a Hamor, seu pai, enganosamente (porquanto havia contaminado a Diná, sua irmã) e falaram
14 E disseram-lhes: Não podemos fazer isso, dar a nossa irmã a um homem não circuncidado; porque isso seria uma vergonha para nós;
15 Nisso, porém, consentiremos a vós: se fordes como nós; que seja circuncidado todo o macho entre vós;
16 Então dar-vos-emos as nossas filhas, e tomaremos nós as vossas filhas, e habitaremos convosco, e seremos um povo;
17 Mas se não nos atenderdes, e não vos circuncidardes, tomaremos a nossa filha e ir-nos-emos.
18 E suas palavras foram boas aos olhos de Hamor, e aos olhos de Siquém, filho de Hamor.
19 E não tardou o jovem em fazer isto; porque a filha de Jacó lhe contentava; e ele era o mais honrado de toda a casa de seu pai.
20 Veio, pois, Hamor e Siquém, seu filho, à porta da sua cidade, e falaram aos homens da sua cidade, dizendo:
21 Estes homens são pacíficos conosco; portanto, habitem nesta terra, e negociem nela; eis que a terra é larga de espaço para eles; tomemos nós as suas filhas por esposas, e lhes demos as nossas filhas.
22 Nisto, porém, consentirão aqueles homens, em habitar conosco, para que sejamos um povo, se todo o macho entre nós for circuncidado, como eles são circuncidados.
23 E seu gado, as suas possessões, e todos os seus animais não serão nossos? Apenas precisamos consentir com eles e habitarão conosco.
24 E deram ouvidos a Hamor e a Siquém, seu filho, todos os que saíam da porta da cidade; e foi circuncidado todo o macho, de todos os que saíam pela porta da sua cidade.
25 E aconteceu que, ao terceiro dia, quando estavam com a mais violenta dor, os dois filhos de Jacó, Simeão e Levi, irmãos de Diná, tomaram cada um a sua espada, e entraram afoitamente na cidade, e mataram todos os machos.
26 Mataram também ao fio da espada a Hamor, e a seu filho Siquém; e tomaram a Diná da casa de Siquém, e saíram.
27 Vieram os filhos de Jacó aos mortos e saquearam a cidade; porquanto haviam contaminado a sua irmã.
28 As suas ovelhas, e as suas vacas, e os seus jumentos, e o que havia na cidade e no campo, tomaram.
29 E todos os seus bens, e todos os seus meninos, e as suas esposas, levaram cativos, e saquearam tudo o que havia em casa.
30 Então disse Jacó a Simeão e a Levi: Tendes-me turbado, fazendo-me cheirar mal entre os habitantes desta terra, entre os cananeus e perizeus; tendo eu pouco povo em número, eles ajuntar-se-ão contra mim e me ferirão, e serei destruído, eu e minha casa.
31 E eles disseram: Devia ele tratar a nossa irmã como a uma prostituta?

Capítulo 35
1 Depois disse Deus a Jacó: Levanta-te, sobe a Betel, e habita ali; e faze ali um altar ao Deus que te apareceu, quando fugiste da face de Esaú teu irmão.
2 Então disse Jacó à sua família, e a todos os que com ele estavam: Tirai os deuses estrangeiros, que no meio de vós, e purificai-vos, e mudai as vossas vestes.
3 E levantemo-nos, e subamos a Betel; e ali farei um altar ao Deus que me respondeu no dia da minha angústia, e que foi comigo no caminho que tenho andado.
4 Então deram a Jacó todos os deuses estrangeiros, que tinham em suas mãos, e todas as suas argolas que estavam em suas orelhas; e Jacó os escondeu debaixo do carvalho que está junto a Siquém.
5 E partiram; e o terror de Deus foi sobre as cidades que estavam ao redor deles, e não perseguiram após os filhos de Jacó.
6 Assim chegou Jacó a Luz, que está na terra de Canaã (esta é Betel), ele e todo o povo que com ele havia.
7 E edificou ali um altar, e chamou aquele lugar El-Betel <o Deus de Betel>; porquanto Deus ali se lhe tinha manifestado, quando fugia da face de seu irmão.
8 E morreu Débora, a ama de Rebeca, e foi sepultada ao pé de Betel, debaixo de um carvalho, e Jacó chamou o seu nome Alom-Bacute <O Carvalho de Pranto>.
9 Ao sair Jacó de Padã-Arã, outra vez lhe apareceu Deus e o abençoou.
10 E disse-lhe Deus: O teu nome é Jacó; o teu nome não mais será chamado Jacó, mas Israel será o teu nome. E chamou o seu nome Israel.
11 Disse-lhe mais Deus: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; frutifica e multiplica-te; uma nação, sim, uma multidão de nações sairá de ti, e reis procederão dos teus lombos;
12 E te darei a terra que tenho dado a Abraão e a Isaque. Sim, à tua semente depois de ti darei a terra.
13 E Deus subiu dele, do lugar onde falara com ele.
14 E Jacó erigiu uma coluna no lugar onde falara com ele, uma coluna de pedra; e derramou sobre ela uma libação, e deitou sobre ela azeite.
15 E chamou Jacó o nome daquele lugar, onde Deus falara com ele, Betel.
16 E partiram de Betel; e havia ainda uma pequena extensão de terra para chegar a Efrata, e deu à luz Raquel, e seu dar à luz lhe foi trabalhoso.
17 E aconteceu que, tendo ela trabalho em dar à luz, lhe disse a parteira: Não temas, porque também este filho terás.
18 E aconteceu que, saindo-se-lhe a alma (porque morreu), ela chamou o seu nome Benoni <Filho de Minha Dor>; mas seu pai chamou-lhe Benjamim <Filho da Mão Direita>.
19 Assim morreu Raquel, e foi sepultada no caminho de Efrata; a qual é Belém.
20 E Jacó pôs uma coluna sobre a sua sepultura; esta é a coluna da sepultura de Raquel até este dia de hoje.
21 Então partiu Israel, e estendeu a sua tenda além da torre de Eder.
22 E aconteceu que, habitando Israel naquela terra, foi Rúben e deitou-se com Bila, concubina de seu pai; e isto chegou aos ouvidos de Israel. E eram doze os filhos de Jacó.
23 Os filhos de Lia: Rúben, o primogênito de Jacó, depois Simeão e Levi, e Judá, e Issacar e Zebulom;
24 Os filhos de Raquel: José e Benjamim;
25 E os filhos de Bila, serva de Raquel: Dã e Naftali;
26 E os filhos de Zilpa, serva de Lia: Gade e Aser. Estes são os filhos de Jacó, que lhe nasceram em Padã-Arã.
27 E Jacó veio a seu pai Isaque, a Manre, à cidade de Arba (que é Hebrom), onde peregrinaram Abraão e Isaque.
28 E foram os dias de Isaque cento e oitenta anos.
29 E Isaque expirou, e morreu, e foi recolhido ao seu povo, velho e pleno- satisfeito de dias; e Esaú e Jacó, seus filhos, o sepultaram.

Capítulo 36
1 E estas são as gerações de Esaú (que é Edom).
2 Esaú tomou suas esposas dentre as filhas de Canaã: a Ada, filha de Elom, heteu, e a Aolibama, filha de Aná, filha de Zibeão, heveu.
3 E a Basemate, filha de Ismael, irmã de Nebaiote.
4 E Ada deu á luz, de Esaú, a Elifaz; e Basemate deu à luz a Reuel;
5 E Aolibama deu à luz Jeús, Jalão e Coré; estes são os filhos de Esaú, que lhe nasceram na terra de Canaã.
6 E Esaú tomou suas esposas, e seus filhos, e suas filhas, e todas as almas de sua casa, e seu gado, e todos os seus animais, e todos os seus bens, que havia adquirido na terra de Canaã; e foi para outra terra apartando-se de Jacó, seu irmão;
7 Porque os bens deles eram muitos para habitarem juntos; e a terra de suas peregrinações não os podia sustentar por causa do gado deles.
8 Portanto, Esaú habitou na montanha de Seir; Esaú é Edom.
9 Estas, pois, são as gerações de Esaú, o pai dos edomeus, na montanha de Seir.
10 Estes são os nomes dos filhos de Esaú: Elifaz, filho de Ada, esposa de Esaú; Reuel, filho de Basemate, esposa de Esaú.
11 E os filhos de Elifaz foram: Temã, Omar, Zefó, Gaetã e Quenaz.
12 E Timna era concubina de Elifaz, filho de Esaú, e ela deu à luz, de Elifaz, a Amaleque. Estes são os filhos de Ada, esposa de Esaú.
13 E estes foram os filhos de Reuel: Naate, Zerá, Samá e Mizá; estes foram os filhos de Basemate, esposa de Esaú.
14 E estes foram os filhos de Aolibama, esposa de Esaú e filha de Aná, filha de Zibeão; ela teve de Esaú: Jeús, Jalão e Coré.
15 Estes são os príncipes dos filhos de Esaú: os filhos de Elifaz, o primogênito de Esaú: o príncipe Temã, o príncipe Omar, o príncipe Zefó, o príncipe Quenaz.
16 O príncipe Coré, o príncipe Gaetã, o príncipe Amaleque; estes são os príncipes de Elifaz na terra de Edom; estes são os filhos de Ada.
17 E estes são os filhos de Reuel, filho de Esaú: o príncipe Naate, o príncipe Zerá, o príncipe Samá, o príncipe Mizá; estes são os príncipes de Reuel, na terra de Edom; estes são os filhos de Basemate, esposa de Esaú.
18 E estes são os filhos de Aolibama, esposa de Esaú: o príncipe Jeús, o príncipe Jalão, o príncipe Coré; estes são os príncipes de Aolibama, filha de Aná e esposa de Esaú.
19 Estes são os filhos de Esaú, e estes são seus príncipes: Ele é Edom.
20 Estes são os filhos de Seir, o horeu, que habitavam naquela terra: Lotã, Sobal, Zibeão {*} e Aná, {* Este Zibeão, horeu, é diferente daquele de vs.2, 14}
21 Disom, Eser e Disã; estes são os príncipes dos horeus, filhos de Seir, na terra de Edom.
22 E os filhos de Lotã foram Hori e Homã; e a irmã de Lotã era Timna.
23 Estes são os filhos de Sobal: Alvã, Manaate, Ebal, Sefó e Onã.
24 E estes são os filhos de Zibeão: Aiá e Aná; este é o Aná {*} que achou as mulas no deserto, quando apascentava os jumentos de Zibeão, seu pai. {* Este Aná, horeu, é diferente da Aná de vs. 2, 14,18}
25 E estes são os filhos de Aná: Disom e Aolibama, a filha de Aná.
26 E estes são os filhos de Disã: Hendã, Esbã, Itrã e Querã.
27 Estes são os filhos de Eser: Bilã, Zaavã e Acã.
28 Estes são os filhos de Disã: Uz e Arã.
29 Estes são os príncipes dos horeus: o príncipe Lotã, o príncipe Sobal, o príncipe Zibeão, o príncipe Aná.
30 O príncipe Disom, o príncipe Eser, o príncipe Disã: estes são os príncipes dos horeus segundo os seus principados na terra de Seir.
31 E estes são os reis que reinaram na terra de Edom, antes que reinasse rei algum sobre os filhos de Israel.
32 Em Edom reinou Belá, filho de Beor, e o nome da sua cidade foi Dinabá.
33 E morreu Belá; e Jobabe, filho de Zerá, de Bozra, reinou em seu lugar.
34 E morreu Jobabe; e Husão, da terra dos temanitas, reinou em seu lugar.
35 E morreu Husão, e em seu lugar reinou Hadade, filho de Bedade, o que feriu a Midiã, no campo de Moabe; e o nome da sua cidade foi Avite.
36 E morreu Hadade; e Samlá de Masreca reinou em seu lugar.
37 E morreu Samlá; e Saul de Reobote, junto ao rio, reinou em seu lugar.
38 E morreu Saul; e Baal-Hanã, filho de Acbor, reinou em seu lugar.
39 E morreu Baal-Hanã, filho de Acbor; e Hadar reinou em seu lugar, e o nome de sua cidade foi Pau; e o nome de sua esposa foi Meetabel, filha de Matrede, filha de Me-Zaabe.
40 E estes são os nomes dos príncipes de Esaú, segundo as suas famílias, segundo os seus lugares, com os seus nomes: o príncipe Timna, o príncipe Alva, o príncipe Jetete,
41 O príncipe Aolibama, o príncipe Ela, o príncipe Pinom,
42 O príncipe Quenaz, o príncipe Temã, o príncipe Mibzar,
43 O príncipe Magdiel, o príncipe Irã: estes são os príncipes de Edom, segundo as suas habitações, na terra da possessão deles. Este é Esaú, pai dos edomeus.

Capítulo 37
1 E Jacó habitou na terra das peregrinações de seu pai, na terra de Canaã.
2 Estas são as gerações de Jacó. José, um filho de dezessete anos, apascentava as ovelhas com seus irmãos; e este jovem, andava com os filhos de Bila, e com os filhos de Zilpa, esposas de seu pai; e José trazia más notícias deles a seu pai.
3 E Israel amava a José mais do que a todos os seus filhos, porque era o filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de muitas cores.
4 Vendo, pois, seus irmãos que o pai deles o amava mais do que a todos os irmãos dele, odiaram-no, e não podiam falar com ele pacificamente.
5 Sonhou José um sonho, que contou a seus irmãos; por isso o odiaram ainda mais.
6 E disse-lhes: Ouvi, peço-vos, este sonho, que tenho sonhado:
7 Eis que estávamos atando molhos no meio do campo, e eis que o meu molho se levantava, e também ficava em pé, e eis que os vossos molhos o rodeavam, e se prostravam- em- reverência ao meu molho.
8 Então lhe disseram seus irmãos: Tu, pois, deveras reinarás sobre nós? Tu deveras terás domínio sobre nós? Por isso ainda mais o odiavam por seus sonhos e por suas palavras.
9 E sonhou José outro sonho, e o contou a seus irmãos, e disse: Eis que sonhei ainda outro sonho; e eis que o sol, e a lua, e onze estrelas se prostravam- em- reverência a mim.
10 E, enquanto ele contava isto a seu pai e a seus irmãos, repreendeu-o seu pai, e disse-lhe: Que sonho é este que sonhaste? Porventura viremos, eu e tua mãe, e teus irmãos, a inclinar-nos perante ti em terra?
11 Seus irmãos, pois, tinham ciúmes dele; seu pai porém guardava esta palavra no seu coração.
12 E seus irmãos foram apascentar o rebanho do pai deles, junto de Siquém.
13 Disse, pois, Israel a José: Não apascentam os teus irmãos junto de Siquém? Vem, e enviar-te-ei a eles. E ele respondeu: Eis-me aqui.
14 E ele lhe disse: Ora vai, vê se vão bem teus irmãos, e bem os rebanho, e retorna-me palavra. Assim o enviou do vale de Hebrom, e ele foi a Siquém.
15 E achou-o um homem, porque eis que andava errante pelo campo, e perguntou-lhe o homem, dizendo: Que procuras?
16 E ele disse: Procuro meus irmãos; dize-me, peço-te, onde eles apascentam.
17 E disse aquele homem: Foram-se daqui; porque ouvi-os dizer: Vamos a Dotã. José, pois, seguiu atrás de seus irmãos, e achou-os em Dotã.
18 E viram-no de longe e, antes que chegasse a eles, conspiraram contra ele para o matarem.
19 E disseram um ao outro: Eis lá vem o sonhador-mor!
20 Vinde, pois, agora, e matemo-lo, e lancemo-lo numa destas covas, e diremos: Um animal maligno o comeu; e veremos que será dos seus sonhos.
21 E Rúben, em ouvindo isto, livrou-o das mãos deles. Ele disse: Não lhe tiremos a vida.
22 Também lhes disse Rúben: Não derrameis sangue; lançai-o nesta cova, que está no deserto, e não lanceis mãos sobre ele; isto disse para livrá-lo das mãos deles e para o restituir ao seu pai.
23 E aconteceu que, tendo José chegado a seus irmãos, despiram José da sua túnica, a túnica de várias cores, que trazia.
24 E tomaram-no, e lançaram-no na cova; porém a cova estava vazia, não havia água nela.
25 Depois, assentaram-se a comer pão; e levantaram os seus olhos, e olharam, e eis que uma companhia de ismaelitas vinha de Gileade; e seus camelos traziam especiarias e bálsamo e mirra, e iam levá-los ao Egito.
26 Então Judá disse aos seus irmãos: Que proveito haverá que matemos a nosso irmão e escondamos o seu sangue?
27 Vinde e vendamo-lo a estes ismaelitas, e não seja nossa mão sobre ele; porque ele é nosso irmão, nossa carne. E seus irmãos o atenderam.
28 Passando, pois, os mercadores midianitas, puxaram e alçaram a José da cova, e venderam José por vinte moedas de prata, aos ismaelitas, os quais levaram José ao Egito.
29 Voltando, pois, Rúben à cova, eis que José não estava na cova; então rasgou as suas vestes.
30 E voltou a seus irmãos e disse: O menino não está; e eu aonde irei?
31 Então tomaram a túnica de José, e mataram um cabrito tirado das cabras, e imergiram a túnica no sangue.
32 E enviaram a túnica de várias cores, e fizeram levá-la a seu pai, e disseram: Temos achado esta túnica; conhece agora se esta será ou não a túnica de teu filho.
33 E ele a reconheceu, e disse: É a túnica de meu filho; uma animal maligno o comeu; certamente José foi despedaçado.
34 Então Jacó rasgou as suas vestes, pôs pano de saco sobre os seus lombos e chorou- lamentando a seu filho muitos dias.
35 E levantaram-se todos os seus filhos e todas as suas filhas, para o consolarem; recusou porém ser consolado, e disse: Porquanto com choro (como em luto) hei de descer ao meu filho até à sepultura. Assim o chorou seu pai.
36 E os midianitas venderam-no no Egito a Potifar, oficial de Faraó, capitão da guarda.

Capítulo 38
1 E aconteceu no mesmo tempo que Judá desceu de entre seus irmãos e virou-se para a casa de um homem de Adulão, cujo nome era Hira,
2 E viu Judá ali a filha de um homem cananeu, cujo nome era Sua; e tomou-a por esposa, e entrou a ela.
3 E ela concebeu e deu à luz um filho, e Judá chamou o seu nome Er.
4 E tornou a conceber e deu à luz um filho, e ela chamou o seu nome Onã.
5 E ela concebeu novamente e deu à luz um filho, e chamou o seu nome Selá; e Judá estava em Quezibe, quando ela o deu à luz.
6 Judá, pois, tomou uma esposa para Er, o seu primogênito, e o seu nome era Tamar.
7 Er, porém, o primogênito de Judá, era mau aos olhos do SENHOR, por isso o SENHOR o fez morrer.
8 Então disse Judá a Onã: Entra à esposa do teu irmão, e casa-te com ela, e suscita semente a teu irmão.
9 Onã, porém, sabia que esta semente não havia de ser para ele; e aconteceu que, quando entrava à esposa de seu irmão, derramava o sêmen sobre a terra, para não dar semente a seu irmão.
10 E o que fazia era mau aos olhos do SENHOR, pelo que também o fez morrer.
11 Então disse Judá a Tamar sua nora: Permanece viúva na casa de teu pai, até que Selá, meu filho, seja grande. Porquanto disse: Para que porventura não morra também este, como seus irmãos. Assim se foi Tamar e habitou na casa de seu pai.
12 Passando-se pois muitos dias, morreu a filha de Sua, esposa de Judá; e depois de consolado Judá subiu aos tosquiadores das suas ovelhas em Timna, ele e Hira, seu amigo, o adulamita.
13 E deram aviso a Tamar, dizendo: Eis que o teu sogro sobe a Timna, a tosquiar as suas ovelhas.
14 Então ela tirou de sobre si os vestidos da sua viuvez e cobriu-se com o véu, e envolveu-se, e assentou-se num lugar aberto que está no caminho de Timna, porque via que Selá já era grande, e ela não lhe fora dada por esposa.
15 E vendo-a Judá, teve-a por uma prostituta, porque ela tinha coberto o seu rosto.
16 E dirigiu-se a ela no caminho, e disse: Vem, peço-te, deixa-me entrar a ti. Porquanto não sabia que era sua nora. E ela disse: Que me darás, para que entres a mim?
17 E ele disse: Eu te enviarei um cabrito do rebanho. E ela disse: Dar-me-ás penhor até que o envies?
18 Então ele disse: Que penhor é que te darei? E ela disse: O teu selo, e os teus braceletes, e o cajado que está em tua mão. O que ele lhe deu, e entrou a ela, e ela concebeu dele.
19 E ela se levantou, e se foi e tirou de sobre si o seu véu, e vestiu os vestidos da sua viuvez.
20 E Judá enviou o cabrito por mão do seu amigo, o adulamita, para receber o seu penhor da mão da mulher; porém este não a achou.
21 E perguntou aos homens daquele lugar, dizendo: Onde está a prostituta que estava abertamente junto ao caminho? E disseram: Aqui não esteve prostituta alguma.
22 E voltou a Judá e disse: Não a achei; e também disseram os homens daquele lugar: Aqui não esteve prostituta alguma.
23 Então disse Judá: Deixa-a ficar com o penhor, para que porventura não caiamos em opróbrio; eis que tenho enviado este cabrito; mas tu não a achaste.
24 E aconteceu que, quase três meses depois, deram aviso a Judá, dizendo: Tamar, tua nora, se prostituiu, e eis que está grávida da prostituição. Então disse Judá: Tirai-a fora para que seja queimada.
25 Quando ela foi tirada fora, ela mandou dizer a seu sogro: Do homem de quem são estas coisas eu concebi. E ela disse mais: Conhece, peço-te, de quem é este selo, e estes braceletes, e este cajado.
26 E reconheceu-os Judá e disse: Mais justa é ela do que eu, porquanto não a tenho dado a Selá meu filho. E nunca mais a conheceu.
27 E aconteceu ao tempo de seu trabalho de parto, que havia gêmeos em seu ventre;
28 E sucedeu que, estando ela em trabalho de parto, um pôs fora a sua mão, e a parteira tomou-a, e atou em sua mão um fio de escarlata, dizendo: Este saiu primeiro.
29 Mas aconteceu que, tornando ele a recolher a sua mão, eis que saiu o seu irmão, e ela disse: Como tu tens rompido, sobre ti seja esta rotura. E chamaram o seu nome Perez.
30 E depois saiu o seu irmão, em cuja mão estava o fio de escarlata; e chamaram o seu nome Zerá.

Capítulo 39
1 E José foi levado ao Egito, e Potifar, um oficial de Faraó, capitão da guarda, homem egípcio, comprou-o da mão dos ismaelitas que o tinham levado lá.
2 E o SENHOR estava com José, e foi homem próspero; e estava na casa de seu senhor egípcio.
3 Vendo, pois, o seu senhor que o SENHOR estava com ele, e tudo o que fazia o SENHOR prosperava em sua mão,
4 José achou graça em seus olhos, e servia-o; e ele o pôs por supervisor sobre a sua casa, e entregou na sua mão tudo o que tinha.
5 E aconteceu que, desde que o pusera por supervisor sobre a sua casa e sobre tudo o que tinha, o SENHOR abençoou a casa do egípcio por amor de José; e a bênção do SENHOR foi sobre tudo o que tinha, na casa e no campo.
6 E deixou tudo o que tinha na mão de José, de maneira que nada sabia do que estava com ele, a não ser do pão que comia. E José era formoso de porte, e de semblante.
7 E aconteceu depois destas coisas que a esposa do seu senhor pôs os seus olhos em José, e disse: Deita-te comigo.
8 Porém ele recusou, e disse à esposa do seu senhor: Eis que o meu senhor não sabe do que há em casa comigo, e entregou em minha mão tudo o que tem;
9 Ninguém maior do que eu nesta casa, e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porquanto tu és sua esposa; como pois faria eu tamanha maldade, e pecaria contra Deus?
10 E aconteceu que, ao falar ela dia a dia a José, e não lhe tendo ele dado ouvidos, para deitar-se com ela, ou estar com ela,
11 Sucedeu num certo dia que José entrou na casa para fazer seu serviço; e nenhum dos homens da casa estava ali;
12 E ela lhe pegou pela roupa dele, dizendo: Deita-te comigo. E ele deixou a sua roupa na mão dela, e fugiu, e saiu para fora.
13 E aconteceu que, ao ver ela que ele deixara a sua roupa na mão dela, e fugira para fora,
14 Chamou os homens de sua casa, e falou-lhes, dizendo: Vede, meu marido trouxe-nos um homem hebreu para escarnecer de nós; veio a mim para deitar-se comigo, e eu gritei com grande voz;
15 E aconteceu que, ao ouvir ele que eu levantava a minha voz e gritava, deixou a sua roupa comigo, e fugiu, e saiu para fora.
16 E ela pôs a roupa dele perto de si, até que o seu senhor voltou à sua casa.
17 Então falou-lhe conforme as mesmas palavras, dizendo: O servo hebreu, que nos trouxeste, veio a mim para escarnecer de mim;
18 E aconteceu que, ao levantar eu a minha voz e gritar, ele deixou a sua roupa comigo, e fugiu para fora.
19 E aconteceu que, tendo o senhor dele ouvido as palavras de sua esposa, que lhe falava, dizendo: Conforme a estas mesmas palavras me fez teu servo, a ira dele se acendeu.
20 E o senhor de José o tomou, e o entregou na casa do cárcere, no lugar onde os presos do rei estavam encarcerados; assim esteve ali na casa do cárcere.
21 O SENHOR, porém, estava com José, e estendeu sobre ele a Sua benignidade, e deu-lhe graça aos olhos do carcereiro-mor da prisão.
22 E o carcereiro-mor da prisão entregou na mão de José todos os presos que estavam na casa do cárcere, e ele ordenava tudo o que se fazia ali.
23 E o carcereiro-mor da prisão não teve cuidado de nenhuma coisa que estava debaixo da mão dele, porquanto o SENHOR estava com ele, e o SENHOR fazia prosperar tudo o que ele fazia .

Capítulo 40
1 E aconteceu, depois destas coisas, que o copeiro do rei do Egito, e o seu padeiro, ofenderam o seu senhor, o rei do Egito.
2 E indignou-se Faraó muito contra os seus dois oficiais, contra o copeiro-mor e contra o padeiro-mor.
3 E entregou-os à prisão, na casa do capitão da guarda, na casa do cárcere, no lugar onde José estava preso.
4 E o capitão da guarda pô-los a cargo de José, para que ele os servisse; e estiveram muitos dias na prisão.
5 E ambos sonharam um sonho, cada um seu sonho, na mesma noite, cada um conforme a interpretação do seu sonho, o copeiro e o padeiro do rei do Egito, que estavam presos na casa do cárcere.
6 E veio José a eles ao alvorecer, e olhou para eles, e viu que estavam perturbados.
7 Então perguntou aos oficiais de Faraó, que com ele estavam no cárcere da casa de seu senhor, dizendo: Por que estão hoje tristes os vossos semblantes?
8 E eles lhe disseram: Sonhamos um sonho, e ninguém que o interprete. E José disse-lhes: Não pertencem a Deus as interpretações? Contai-me os sonhos, peço-vos.
9 Então contou o copeiro-mor o seu sonho a José, e disse-lhe: Eis que em meu sonho havia uma videira diante da minha face.
10 E na videira havia três ramos de videira, e ao brotar ela, as suas flores saíam, e os seus cachos amadureciam em uvas;
11 E o copo de Faraó estava na minha mão, e eu tomava as uvas, e as espremia no copo de Faraó, e dava o copo na mão de Faraó.
12 Então disse-lhe José: Esta é a interpretação disto: Os três ramos de videira são três dias;
13 Dentro ainda de três dias Faraó levantará a tua cabeça, e te restaurará ao teu lugar, e darás o copo de Faraó na mão dele, conforme o costume antigo, quando eras seu copeiro.
14 Porém lembra-te de mim, quando te for bem; e rogo-te que uses comigo de compaixão, e que faças menção de mim a Faraó, e faze-me sair desta casa;
15 Porque, de fato, fui roubado da terra dos hebreus; e tampouco aqui nada tenho feito para que me pusessem nesta masmorra.
16 Quando o padeiro-mor viu que José tinha interpretado bem, disse a José: Eu também vi em meu sonho, e eis que três cestos brancos estavam sobre a minha cabeça;
17 E no cesto mais alto havia de todos os tipos de manjares, arte de padeiro, para Faraó; e as aves os comiam do cesto, de sobre a minha cabeça.
18 Então respondeu José, e disse: Esta é a interpretação disto: Os três cestos são três dias;
19 Dentro ainda de três dias Faraó tirará fora a tua cabeça e te pendurará num madeiro, e as aves comerão a tua carne de sobre ti.
20 E aconteceu ao terceiro dia, o dia do aniversário de nascimento de Faraó, que fez um banquete a todos os seus servos; e levantou a cabeça do copeiro-mor, e a cabeça do padeiro-mor, no meio dos seus servos.
21 E fez tornar o copeiro-mor ao seu ofício de copeiro, e este deu o copo na mão de Faraó.
22 Mas ao padeiro-mor enforcou, como José havia interpretado para eles.
23 O copeiro-mor, porém, não se lembrou de José, antes se esqueceu dele.

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