AKJ: Almeida-1753 compatibilizada com a KJB-1611, com grafia e gramática inspiradas na ACF-1995
Capítulo 23
1 Peso (sentença profética) contra Tiro.
Uivai em lamentação, navios de Társis {*}, porque está assolada, a ponto de
não haver nela casa nenhuma, e de ninguém mais entrar nela;
desde a terra de Quitim lhes foi isto revelado.
{* Nota 1Re 10:22}
2 Calai-vos,
habitantes da ilha, vós a quem encheram
(de bens e riquezas) os mercadores de Sidom, navegando
pelo mar.
3 E a sua
provisão era a semente de Sior <canais do Nilo>,
que vinha através das muitas águas,
a ceifa do rio, e ela era a feira das nações.
4 Envergonha-te,
ó Sidom, porque o mar, a fortaleza do mar, fala, dizendo: Eu não
tive dores de parto, nem dei à luz, nem ainda criei jovens
homens, nem
eduquei moças virgens.
5 Como quando
se ouviram as novas concernentes ao Egito,
assim haverá dores quando se ouvirem as
novas
concernentes a Tiro.
6 Passai a
Társis {*}; uivai em lamentação, habitantes da ilha.
7 É
esta, porventura, a vossa cidade exultante, cuja
antiguidade é dos dias
antigos, cujos pés a levaram para longe a peregrinar?
8 Quem formou
este desígnio contra Tiro, distribuidora de coroas, cujos mercadores
são príncipes e cujos negociantes são os mais nobres da
terra?
9 O SENHOR
dos Exércitos formou este desígnio para denegrir a soberba
de toda a glória, e envilecer os mais nobres da terra.
10 Passa como
o rio pela tua terra, ó filha de Társis;
não terás mais forças.
11 Ele estendeu
a Sua mão sobre o mar, e agitou os reinos; o SENHOR deu ordens contra
a cidade dos mercadores, para que se destruíssem as suas fortalezas.
12 E Ele disse:
Nunca mais exultarás de alegria, ó oprimida virgem, filha
de Sidom; levanta-te, atravessa (o mar) para Quitim, e ainda ali não terás
descanso.
13 Vede a
terra dos caldeus, ainda este povo não era povo; a Assíria
a fundou para os que moravam no deserto; levantaram as suas
torres fortes,
e ergueram os seus palácios; porém
Ele a fez passar a ser uma ruína.
14 Uivai em lamentação,
navios de Társis {*}, porque está destruída a vossa fortaleza.
{* Nota 1Re 10:22}
15 Naquele
dia Tiro será posta em esquecimento por setenta anos, conforme os
dias de um rei; porém no fim de setenta anos Tiro cantará
como uma prostituta.
16 Toma a
harpa, rodeia a cidade, ó prostituta entregue ao esquecimento; faça
doces melodias, canta muitas canções, para que haja memória
de ti.
17 Porque
será no fim de setenta anos que o SENHOR visitará
(para trazer punição) a Tiro,
e ela tornará à sua ganância por pagas- de-
prostituta, e fornicará
com todos os reinos
do mundo sobre a face da terra.
18 E o seu
comércio e o seu salário de prostituta serão consagrados
ao SENHOR; não se entesourará, nem se empilhará; mas o
seu comércio será para os que habitam perante o SENHOR, para
que comam até se saciarem, e tenham vestimenta durável.
Capítulo 24
1 Eis que o
SENHOR esvazia a terra, e a desola, e transtorna a sua superfície,
e dispersa os seus
habitantes.
2 E o que
suceder ao povo, assim sucederá ao sacerdote; ao servo, como ao
seu senhor; à serva, como à sua senhora; ao comprador, como
ao vendedor; ao que empresta, como ao que toma emprestado; ao que
empresta por
usura, como ao que paga usura.
3 De todo
será esvaziada a terra, e de todo será saqueada, porque o SENHOR
pronunciou esta palavra.
4 A terra choro- lamentando e se murcha; o mundo enfraquece e se murcha; enfraquecem os mais
altos do povo da terra.
5 Na verdade
a terra está poluída em razão dos seus
habitantes; porquanto
têm transgredido as leis, mudado os estatutos, e quebrado a aliança
eterna.
6 Por isso
a maldição tem consumido a terra; e os que habitam nela são
desolados; por isso são queimados os habitantes da terra, e poucos
homens restam.
7 O mosto chora- lamentando, enfraquece a vide; e suspiram todos os alegres de coração.
8 Cessa o
folguedo dos tamboris, acaba o ruído dos que exultam, e cessa a
alegria da harpa.
9 Com canções
não beberão vinho; a bebida forte será amarga para os
que a beberem.
10 Demolida
está a cidade vazia, todas as casas fecharam, ninguém pode
entrar.
11 Há
lastimoso clamor nas ruas por falta do vinho; toda a alegria se escureceu,
desterrou-se o gozo da terra.
12 Na cidade
só ficou a desolação, a porta foi esmagada até virar ruínas.
13 Porque
assim será no interior da terra, e no meio destes povos, como a
sacudidura da oliveira, e como o rebuscar quando está acabada
a vindima.
14 Estes alçarão
a sua voz, e cantarão- retumbando- de- júbilo; e por causa da glória do
SENHOR gritarão alto desde o mar.
15 Por isso
glorificai ao SENHOR nas regiões da luz, e nas ilhas do mar, ao nome do SENHOR
Deus de Israel.
16 Dos confins
da terra ouvimos salmos: Glória ao justo. Mas eu disse:
Magreza para mim,
magreza para mim, ai de mim! Os pérfidos têm tratado perfidamente;
sim, os pérfidos têm tratado muito perfidamente.
{* Salmo = louvor com voz e dedilhar cordas, uma de
cada vez, com os dedos}
17 O temor,
e a cova, e o laço vêm sobre ti, ó habitante da terra.
18 E será
que aquele que fugir da voz de temor cairá na cova, e o que subir
do meio da cova o laço o prenderá; porque as janelas do alto estão
abertas, e os fundamentos da terra tremem.
19 De todo está quebrantada a terra, de todo está rompida a terra, e
de todo é movida a terra.
20 De todo
a terra balança de um para outro lado, como o ébrio, e será movida e removida
como a choça de passar uma só noite; e a sua transgressão se agravará
sobre ela, e cairá, e nunca mais se levantará.
21 E será
que naquele dia o SENHOR castigará os exércitos dos altos,
que estão nas
alturas, e os reis da terra sobre a terra.
22 E serão
ajuntados como prisioneiros numa masmorra, e serão encerrados num cárcere;
e outra vez serão castigados depois de muitos dias.
23 E a lua
será envergonhada, e o sol
será confundido quando o SENHOR dos
Exércitos reinar no monte Sião e em Jerusalém, e perante
os Seus anciãos gloriosamente.
Capítulo 25
1 Ó SENHOR,
Tu és o meu Deus; exaltar-Te-ei, e louvarei o Teu nome, porque fizeste
maravilhas; os Teus conselhos antigos são
fiéis e verdadeiros.
2 Porque da
cidade fizeste um montão de pedras, e da cidade fortificada uma ruína,
e do paço dos estrangeiros, que não seja mais cidade, e jamais
se torne a edificar.
3 Por isso
Te glorificará um povo poderoso, e a cidade das nações
terríveis Te temerá.
4 Porque foste
a fortaleza do pobre, e a fortaleza do necessitado, na sua angústia;
refúgio contra a tempestade, e sombra contra o calor; porque o sopro
dos terríveis é como a tempestade contra o muro.
5 Como o calor
em lugar seco, assim abaterás o ruidoso ímpeto dos estrangeiros;
como se abranda o calor pela sombra da espessa nuvem, assim o
triunfal cântico dos
terrificadores será humilhado.
6 E o SENHOR
dos Exércitos dará neste monte a todos os povos uma festa
com animais gordos, uma festa de vinhos já
com sedimentos, de coisas gordas cheias de tutano,
e de vinhos já com sedimentos, bem purificados.
7 E destruirá
neste monte a face da cobertura, com que todos os povos andam cobertos,
e o véu com que todas as nações se cobrem.
8 Tragará
a morte em vitória, e assim
o Senhor DEUS enxugará as lágrimas
de todos os rostos, e tirará o opróbrio do Seu povo, desde toda
a terra; porque o SENHOR disse isto.
9 E naquele
dia se dirá: Eis que Este é o nosso Deus, a Quem aguardávamos,
e Ele nos salvará; Este é o SENHOR, a Quem aguardávamos;
na Sua salvação exultaremos e nos alegraremos.
10 Porque
a mão do SENHOR descansará neste monte; mas Moabe será
pisado debaixo dEle, como se trilha a palha no monturo.
11 E estenderá
as Suas mãos no meio deles, como as estende o nadador para nadar;
e abaterá a altivez deles com a
perícia das mãos dEle.
12 E abaixará a fortaleza da alta torre (de defesa e
refúgio) dos teus muros, abatê-la-á e derrubá-la-á
por terra até ao pó.
Capítulo 26
1 Naquele dia
se cantará este cântico na terra de Judá: Temos uma
cidade forte, a que Deus pôs a salvação por muros e
antemuros.
2 Abri as
portas, para que entre nelas a nação justa, que guarda a verdade.
3 Tu conservarás
em perfeita paz aquele cuja mente está firme em
Ti; porque ele confia em
Ti.
4 Confiai no SENHOR perpetuamente; porque o SENHOR
JEOVÁ é uma rocha eterna.
5 Porque Ele
abate os que habitam em lugares altos, na cidade elevada; humilha-a, humilha-a até
ao chão, e derruba-a até ao pó.
6 O pé
pisá-la-á; os pés dos aflitos, e os passos dos
necessitados.
7 O caminho
do justo é todo plano; Tu, ó Retíssimo, pesas o
caminho do justo.
8 Também
no caminho dos Teus juízos, ó SENHOR, Te esperamos; no Teu nome e
na Tua memória está o desejo da nossa alma.
9 Com minha
alma Te desejei de noite, e com o meu espírito, que está
dentro de mim, madrugarei a buscar-Te; porque, havendo os Teus juízos
na terra, os habitantes do mundo aprendem justiça.
10 Ainda que
se mostre favor ao ímpio, nem por isso ele aprende a justiça;
até na terra da retidão ele pratica a iniqüidade, e não
atenta para a majestade do SENHOR.
11 SENHOR,
a Tua mão está exaltada, mas nem por isso a vêem; vê-la-ão,
porém, e serão envergonhados por causa do zelo
que tens do Teu
povo; e o fogo dos Teus adversários
os consumirá .
12 SENHOR,
Tu nos concedes a paz, porque Tu és o que fizeste em nós
todas as nossas obras.
13 Ó SENHOR
Deus nosso, já outros senhores além de Ti têm tido domínio sobre
nós; porém, por Ti só, nos lembramos de Teu nome.
14 Morrendo
eles, não tornarão a viver; falecendo, não ressuscitarão;
por isso os visitaste (para trazer punição) e destruíste, e apagaste toda a sua memória.
15 Tu, ó SENHOR,
aumentaste a esta nação, Tu aumentaste a esta nação,
fizeste-Te glorioso; alargaste todos os confins da terra.
16 Ó SENHOR, na angústia Te buscaram; vindo sobre eles o Teu
castigo- instrutivo,
derramaram a sua oração secreta.
17 Como a mulher grávida, quando está próxima a sua hora
de trabalho de parto, tem
dores de parto, e dá gritos nas suas dores, assim fomos nós
diante de Ti, ó SENHOR!
18 Bem concebemos
nós e tivemos dores de parto, porém demos à luz o
vento; livramento não trouxemos à terra, nem caíram
os habitantes do mundo.
19 Os Teus
mortos e também o meu cadáver viverão e ressuscitarão;
despertai e cantai- retumbando- de- júbilo, os que habitais no pó, porque o teu orvalho
será como o orvalho das ervas, e a terra lançará de
si os mortos.
20 Vai, pois,
povo Meu, entra nos teus quartos, e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te
só por um momento, até que passe a ira.
21 Porque
eis que o SENHOR sairá do Seu lugar, para castigar os habitantes
da terra, por causa da iniqüidade deles, e a terra descobrirá
o sangue dela, e não encobrirá mais os seus mortos.
Capítulo 27
1 Naquele dia
o SENHOR castigará com a Sua dura espada, grande e forte, o leviatã,
que é o serpente veloz,
a saber, o leviatã, que é
o serpente tortuoso; e matará
o dragão, que está no mar.
2 Naquele
dia cantai- respondendo- vos (uns aos outros) a ela (à terra): "Uma vinha de vinho
fermentado!"
3 Eu, o SENHOR,
a guardo, e cada momento a regarei; para que ninguém lhe faça
dano, de noite e de dia a guardarei.
4 Não
há indignação em Mim. Quem Me poria sarças e
espinheiros diante de Mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os
queimaria.
5 Ou que se
apodere da Minha força, e faça paz coMigo; sim, que faça
paz coMigo.
6 Àqueles que vêm a Jacó, o SENHOR fará
que tomem raízes; e florescerá
e brotará Israel, e encherão de fruto a face do mundo.
7 Feriu Ele a Israel como Ele feriu aos
(outros povos) que O feriram? Ou matou-o, assim como matou aos
(outros povos) que foram
mortos por Ele?
8 Com medida
Tu contendeste com ela, quando a rejeitaste, quando
Ele a removeu com o Seu vento
forte, no tempo do vento leste.
9 Por isso
será expiada a iniqüidade de Jacó, e este será
todo o fruto de se haver tirado seu pecado; quando ele fizer a todas as pedras
do altar como pedras de cal feitas em pedaços, então os
bosques- com- postes- ídolos- a- Astarote e as imagens
(para adoração do sol)
não poderão ficar em pé.
10 Porque
a cidade fortificada ficará solitária, será uma habitação
rejeitada e abandonada como um deserto; ali pastarão os bezerros,
e ali se deitarão, e devorarão os seus ramos.
11 Quando
os seus ramos se secarem, serão quebrados fora, e vindo as mulheres, os
acenderão, porque este povo não é povo de entendimento,
assim Aquele que o fez não se compadecerá dele, e Aquele que
o formou não lhe mostrará nenhum favor.
12 E será
naquele dia que o SENHOR debulhará seus cereais desde as correntes
do rio, até ao rio do Egito; e vós, ó filhos de Israel, sereis colhidos um a um.
13 E será
naquele dia que se tocará uma grande trombeta, e os que andavam
prestes a perecer pela terra da Assíria, e os que foram desterrados para
a terra do Egito, tornarão a vir, e adorarão ao SENHOR no monte
santo em Jerusalém.
Capítulo 28
1 Ai da coroa
de soberba dos bêbados de Efraim, cujo glorioso ornamento é
como a flor que cai, que está sobre a cabeça do fértil
vale dos vencidos do vinho.
2 Eis que
o Senhor envia um forte e poderoso
homem {*}; o qual
(como tempestade de saraiva, tormenta
destruidora, e como tempestade de impetuosas águas que transbordam), com a mão, derrubará por terra.
{* Shalmaneser, rei da Assíria?}
3 A coroa
de soberba dos bêbados de Efraim será pisada aos pés.
4 E o glorioso ornamento, que está sobre a cabeça
do fértil vale, será uma flor caída, e será como o fruto temporão {*} antes do
verão, que, quando aquele que procura por ele o vê, e
mal o apanha na sua mão, o
engole. {* Temporão: primeiro, ou antes do tempo
devido}
5 Naquele
dia o SENHOR dos Exércitos será por coroa gloriosa, e por
diadema formosa, para os restantes de Seu povo.
6 E por espírito
de juízo, para o que se assenta a julgar, e por fortaleza para os
que fazem recuar a peleja até à porta.
7 Mas também
estes erram por causa do vinho, e com a bebida forte se desencaminham;
até o sacerdote e o profeta erram por causa da bebida forte; são
engolidos pelo vinho; desencaminham-se por causa da bebida forte; andam
errados na visão e tropeçam no juízo.
8 Porque todas
as suas mesas estão cheias de vômitos e imundícia, e
não há lugar limpo.
9 A quem,
pois, Ele ensinaria o conhecimento? E a quem daria a entender doutrina?
Ao desmamado do leite, e ao arrancado dos seios?
10 Porque
é preceito sobre
preceito, preceito sobre
preceito, regra
sobre regra, regra sobre regra, um pouco aqui, um pouco ali.
11 Assim por
lábios gaguejantes, e por outra língua, falará a este
povo.
12 Ao qual
Ele disse: Este é o descanso, dai descanso ao cansado; e este é
o refrigério; porém não quiseram ouvir.
13 Assim,
pois, a palavra do SENHOR lhes será preceito sobre
preceito,
preceito sobre preceito, regra sobre regra, regra sobre regra, um pouco
aqui, um pouco ali; para que vão, e caiam para trás, e se quebrantem
e se enlacem, e sejam presos.
14 Ouvi, pois,
a palavra do SENHOR, ó homens escarnecedores, que dominais este povo que
está em Jerusalém.
15 Porquanto
dizeis: Fizemos aliança com a morte, e com o inferno fizemos acordo;
quando passar o dilúvio do açoite, não chegará
a nós, porque pusemos a mentira por nosso refúgio, e debaixo
da falsidade nos escondemos.
16 Portanto,
assim diz o Senhor DEUS: Eis que Eu assentei em Sião uma pedra
por fundação, uma
pedra já provada, pedra preciosa de esquina, que está bem
firme e fundada; aquele que crer não se apresse
(a fugir).
17 E farei justiça pela linha, e
retidão pelo prumo, e a saraiva varrerá
o refúgio da mentira, e as águas cobrirão o esconderijo.
18 E a vossa
aliança com a morte será anulada; e o vosso acordo com o inferno
não subsistirá; e, quando o dilúvio do açoite
passar, então sereis por ele pisados.
19 Desde que
comece a passar, vos arrebatará, porque manhã após manhã
passará, de dia e de noite; e será que somente o
entender tal
notícia causará grande turbação.
20 Porque
a cama será tão curta que ninguém se poderá estender
nela; e o cobertor tão estreito que ninguém se poderá
cobrir com ele.
21 Porque
o SENHOR Se levantará como no monte Perazim, e Se irará,
como no vale de Gibeão, para fazer a Sua obra, a Sua estranha obra,
e para executar o Seu ato, o Seu estranho ato.
22 Agora,
pois, não mais escarneçais, para que vossos grilhões não
se façam mais fortes; porque já ao Senhor DEUS dos Exércitos
ouvi falar de uma destruição, e essa já está
determinada sobre toda a terra.
23 Inclinai
os ouvidos, e ouvi a Minha voz; atendei bem e ouvi a Minha
palavra.
24 Porventura
lavra todo o dia o lavrador, para semear? Ou abre e desterroa todo o dia
a sua terra?
25 Não
é antes assim: quando já tem nivelado a sua superfície,
então espalha nela ervilhaca, e semeia cominho; ou lança nela
do melhor trigo, ou cevada escolhida, ou centeio, cada qual no seu lugar?
26 O seu Deus
o ensina, e o instrui acerca do que há de fazer.
27 Porque
a ervilhaca não se trilha com um instrumento de trilhar, nem sobre o cominho passa roda
de carro; mas com um bordão se sacode a ervilhaca, e o cominho com uma
vara.
28 O trigo para pão
é esmiuçado, mas não se trilha continuamente, nem se esmiúça com as rodas do seu carro, nem se quebra com os seus cavaleiros.
29 Até
isto procede do SENHOR dos Exércitos; porque é maravilhoso
em conselho e grande em sábia obra.
Capítulo 29
1 Ai de Ariel,
Ariel, a cidade onde Davi acampou! Acrescentai ano a ano,
que as festas sacrificiais completem seu círculo.
2 Contudo
porei a Ariel em aperto, e haverá pranto e tristeza; e ela
(a cidade) será
para Mim como Ariel.
3 Porque acamparei em círculo contra ti, e te sitiarei com baluartes, e levantarei
barreiras (de terra amontoada)
contra ti.
4 Então serás abatida, falarás desde a terra, e a tua fala
desde o pó sairá fraca, e será a tua voz debaixo da
terra, como a de um que tem espírito familiar, e a tua fala assobiará
desde o pó.
5 E a multidão
dos teus estrangeiros inimigos será como o pó miúdo, e a multidão
dos terrificadores será como a pragana {*} que passa, e num momento repentino isso acontecerá.
{* "Pragana" = barba das espigas de cereais,
particularmente quando está solta como pó, depois deles serem trilhados}
6 Do SENHOR
dos Exércitos serás visitada (para trazer
punição) com trovões, e com terremotos,
e grande ruído com tufão de vento, e tempestade, e labareda
de fogo consumidor.
7 E como o
sonho e uma visão de noite será a multidão de todas as
nações que hão de pelejar contra Ariel, como também
todos os que pelejarem contra ela e contra a sua fortaleza, e a puserem
em aperto.
8 Será
também como o faminto que sonha, que está a comer, porém,
acordando, sua alma está vazia; ou como o sedento que sonha que está
a beber, porém, acordando, eis que ainda desfalecido se acha, e a sua alma
tem sede; assim será a multidão
de todas as nações,
que pelejarem contra o monte Sião.
9 Tardai,
e maravilhai-vos, brincai, e clamai; bêbados estão, mas não
de vinho, andam titubeando, mas não de bebida forte.
10 Porque
o SENHOR derramou sobre vós um espírito de profundo sono,
e fechou os vossos olhos, vendou os profetas, e os vossos principais videntes.
11 Por isso
toda a visão vos é como as palavras de um livro selado que
se dá ao que sabe ler, dizendo: Lê isto, peço-te; e
ele dirá: Não posso, porque está selado.
12 Ou dá-se
o livro ao que não sabe ler, dizendo: Lê isto, peço-te;
e ele dirá: Não sei ler.
13 Porque
o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de Mim, e com a sua boca,
e com os seus lábios Me honra, mas o seu coração se
afasta para longe de Mim e o seu temor para coMigo consiste só em
mandamentos de homens, em que foi treinado;
14 Portanto,
eis que continuarei a fazer uma obra maravilhosa no meio deste povo, uma
obra maravilhosa e um assombro; porque a sabedoria dos seus sábios
perecerá, e o entendimento dos seus prudentes será
escondido.
15 Ai dos
que querem esconder profundamente o seu propósito do SENHOR, e fazem
as suas obras às escuras, e dizem: Quem nos vê? E quem nos
conhece?
16 Certamente, vosso perverter todas as coisas ao
contrário será contado como o barro do oleiro: Porque dirá a obra a respeito do
seu artífice "Ele não me fez"? E o vaso formado dirá a respeito do seu oleiro
"Ele nada sabe"?
17 Porventura
não será transformado o Líbano, num breve momento, em campo
fértil? E o campo fértil não se reputará por
um bosque?
18 E naquele
dia os surdos ouvirão as palavras do livro, e dentre a escuridão
e dentre as trevas os olhos dos cegos as verão.
19 E os mansos
aumentarão seu regozijo no SENHOR; e os necessitados entre os homens
se alegrarão no Santo de Israel.
20 Porque o terrificador é reduzido a nada, e
é consumido o escarnecedor, e todos
os que ficam acordados de noite para a iniqüidade são desarraigados;
21 Os que
fazem culpado ao homem por uma palavra, e armam laços ao que
repreendia
na porta, e os que sem motivo põem de parte o justo.
22 Portanto,
assim diz o SENHOR, que redimiu a Abraão, acerca da casa de Jacó:
Jacó não será agora envergonhado, nem agora empalidecerá
a sua face.
23 Mas quando
ele vir seus filhos, obra das Minhas mãos no meio dele, santificarão
o Meu nome; sim, santificarão ao Santo de Jacó, e temerão
ao Deus de Israel.
24 E os errados
de espírito virão a ter entendimento, e os murmuradores aprenderão
doutrina.
Capítulo 30
1 Ai dos filhos
rebeldes, diz o SENHOR, que tomam conselho, mas não de Mim; e que
se cobrem, com uma cobertura, mas não do Meu espírito, para
acrescentarem pecado sobre pecado;
2 Que
caminham para
descer
ao Egito, e não perguntaram à Minha boca; para se fortificarem com a força
de Faraó, e para confiarem na sombra do Egito.
3 Porque a
força de Faraó se vos tornará em vergonha, e a confiança
na sombra do Egito em vossa confusão.
4 Porque os
seus príncipes já estão em Zoã, e os seus embaixadores
já chegaram a Hanes.
5 Todos se
envergonharão de um povo que de nada lhes servirá nem de ajuda,
nem de proveito, porém de vergonha, e de opróbrio.
6 Peso (sentença profética) dos
animais do sul. Para a terra de aflição e de angústia
(de onde vêm o leão jovem e o leão velho, a víbora, e a serpente
ardente, voadora) levarão às costas de jumentinhos as suas
riquezas, e sobre as corcovas de camelos os seus tesouros, a um povo que
de nada lhes aproveitará.
7 Porque o
Egito os ajudará em vão, e para nenhum propósito; por isso clamei
acerca disto: No estarem quietos será a sua força.
8 Vai, pois,
agora, escreve isto numa tábua perante eles e registra-o num livro;
para que fique até ao último dia, para sempre e perpetuamente.
9 Porque este
é um povo rebelde, filhos mentirosos, filhos que não querem
ouvir a lei do SENHOR.
10 Que dizem
aos videntes: Não tenhais visões; e aos profetas: Não profetizeis para
nós o que é reto; dizei-nos coisas aprazíveis, e
tende para nós uma visão de aprazível engano
.
11 Desviai-vos
do caminho, apartai-vos da vereda; fazei que o Santo de Israel cesse de
estar perante nós.
12 Por isso,
assim diz o Santo de Israel: porquanto rejeitais esta palavra, e confiais
na opressão e perversidade, e sobre isso vos estribais,
13 Por isso
esta iniqüidade vos será como a brecha de um alto muro que, formando
uma barriga, está prestes a cair e cuja quebra virá subitamente.
14 E Ele o
quebrará como se quebra o vaso do oleiro e, quebrando-o, não
se compadecerá; de modo que não se achará entre os seus
pedaços um caco para tomar fogo do lar, ou tirar água
do
poço.
15 Porque
assim diz o Senhor DEUS, o Santo de Israel: Voltando e descansando sereis
salvos; no sossego e na confiança estaria a vossa força,
mas não quisestes.
16 Mas dizeis:
Não; antes sobre cavalos fugiremos; portanto, fugireis; e, sobre cavalos
ligeiros cavalgaremos; por isso os vossos perseguidores também serão
ligeiros.
17 Um milhar de homens fugirá
ao grito ameaçador de um, e ao
grito ameaçador de cinco todos vós fugireis,
até que sejais deixados como o mastro no cume do monte, e como a
bandeira no outeiro.
18 Por isso,
o SENHOR esperará, para ter misericórdia de vós; e
por isso Se levantará, para Se compadecer de vós, porque
o SENHOR é um Deus de justiça; bem-aventurados todos os que
nEle esperam.
19 Porque
o povo habitará em Sião, em Jerusalém; não chorarás
mais; certamente Se compadecerá de ti, à voz do teu clamor
e, ouvindo-a, te responderá.
20 Bem vos
dará o Senhor pão de angústia e água de aflição,
mas os teus mestres nunca mais se esconderão de ti;
antes os teus olhos verão a todos os teus mestres.
21 E os teus
ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de
ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, quando
vos tornardes para a direita, e quando vos tornardes para a esquerda.
22 E tereis
por contaminadas as coberturas de tuas esculturas de prata, e o revestimento
das tuas esculturas fundidas de ouro; e as lançarás fora
como um pano menstrual, e dirás a cada uma delas: Fora daqui.
23 Então Ele dará chuva sobre a tua semente, com que semeares a terra, como
também pão do lucro- de- colheita da terra; e esta será fértil
e abundante; naquele dia o teu gado pastará em largos pastos.
24 E os bois e os jumentinhos, que lavram a terra, comerão grão puro, que
for padejado {*} com o garfo- de- padejar, e cirandado com a ciranda. {* "Padejar" é repetidamente jogar para cima e aparar, de modo que o vento leve embora a palha, a poeira, e a sujeira}
25 E em todo
o monte alto, e em todo o outeiro levantado, haverá ribeiros e correntes
de águas, no dia da grande matança, quando caírem
as torres.
26 E a luz
da lua será como a luz do sol, e a luz do sol sete vezes maior,
como a luz de sete dias, no dia em que o SENHOR atar a quebradura do
Seu
povo, e curar a chaga da Sua ferida.
27 Eis que
o nome do SENHOR vem de longe, ardendo a Sua ira, sendo pesada a Sua carga;
os Seus lábios estão cheios de indignação, e a
Sua língua é como um fogo devorador.
28 E a Sua
respiração como o ribeiro transbordante, que chega até
ao meio do pescoço, para peneirar as nações com peneira de
vanidade,
e um freio nas queixadas dos povos, fazendo-os
errar.
29 Um cântico haverá entre vós, como na noite em que se celebra uma festa
santa; e alegria de coração, como a daquele que vai com flauta,
para entrar no monte do SENHOR, à Rocha de Israel.
30 E o SENHOR
fará ouvir a Sua voz majestosa e fará ver o abaixamento do
Seu braço, com indignação de Sua ira, e labareda de fogo
consumidor, estourar de nuvens, e dilúvio, e pedras de saraiva.
31 Porque
com a voz do SENHOR será desfeita em pedaços a Assíria,
que Ele feriu com a vara.
32 E a cada
pancada do bordão do juízo que o SENHOR lhe der, haverá
tamboris e harpas; e com combates de agitação Ele combaterá
contra eles.
33 Porque
Tofete já há muito está ordenadamente preparada; sim, está
preparada para o rei; Ele a fez profunda e larga; a sua
pilha de lenha é de
fogo, e tem muita lenha; o assopro do SENHOR como torrente de enxofre a
acenderá.
Capítulo 31
1 Ai dos que
descem ao Egito a buscar socorro, e se estribam em cavalos; e têm
confiança em carros, porque são muitos; e nos cavaleiros, porque
são excedentemente fortes;
mas não olham para o Santo de Israel,
e não buscam ao SENHOR.
2 Todavia Ele também é sábio, e fará vir o mal, e não
retirará as Suas palavras; e levantar-Se-á contra a casa
dos malfeitores, e contra a ajuda dos que praticam a iniqüidade.
3 Porque os
egípcios são homens, e não Deus; e os seus cavalos
são carne,
e não espírito; e quando o SENHOR estender a Sua mão,
tanto tropeçará o auxiliador, como cairá o ajudado,
e todos juntamente serão consumidos.
4 Porque assim
me disse o SENHOR: Como o leão e o leão jovem rugem sobre a sua
presa, ainda que se convoque contra ele uma multidão de pastores,
não se atemorizam com as suas vozes, nem se abatem pelo barulho
da sua multidão,
assim o SENHOR dos Exércitos descerá, para pelejar sobre
o monte Sião, e sobre o seu outeiro.
5 Como as
aves que voam, assim o SENHOR dos Exércitos
defenderá a Jerusalém;
Ele a defenderá, a livrará e, passando, a salvará.
6 Retornai,
pois, Àquele contra Quem os filhos de Israel se rebelaram tão
profundamente.
7 Porque naquele
dia cada homem lançará fora as suas inutilidades (ídolos) de prata,
e as suas inutilidades (ídolos) de ouro, que vos fabricaram as vossas mãos
como pecado,
8 E a Assíria
cairá pela espada, não de poderoso homem; e a espada, não
de homem desprezível, a consumirá; e fugirá perante
a espada, e os seus jovens estarão debaixo de trabalhos forçados.
9 E de medo
passará a sua rocha de refúgio, e os seus príncipes terão pavor
da bandeira, diz o SENHOR, cujo fogo está em Sião e a Sua fornalha
em Jerusalém.
Capítulo 32
1 Eis que reinará
um rei com justiça, e dominarão os príncipes segundo
o juízo.
2 E será
aquele homem como um esconderijo contra o vento, e um refúgio contra
a tempestade, como ribeiros de águas em lugares secos, e como a
sombra de uma grande rocha em terra sedenta.
3 E os olhos
dos que vêem não se escurecerão; e os ouvidos
dos que ouvem estarão atentos.
4 E o coração
dos imprudentes entenderá o conhecimento; e a língua dos
gagos estará pronta para falar distintamente.
5 Ao vil nunca
mais se chamará nobremente generoso; e do avarento nunca mais se dirá
que é generoso.
6 Porque o
vil fala vil- loucura, e o seu coração pratica a iniqüidade,
para praticar hipocrisia, e para proferir
erros contra o SENHOR, para deixar
vazia a alma do faminto, e fazer com que o sedento venha a ter falta de
bebida.
7 Também
todos os instrumentos do avarento são
maus; ele maquina invenções
malignas, para destruir os pobres com palavras falsas, mesmo quando o
necessitado
chega a falar retamente.
8 Mas o nobremente generoso projeta coisas
nobremente generosas, e pela sua
nobre generosidade está em pé.
9 Levantai-vos,
mulheres, que estais sossegadas, e ouvi a minha voz; e vós, filhas,
que estais tão seguras, inclinai os ouvidos às minhas palavras.
10 Porque
num ano e dias vireis a ser turbadas, ó mulheres que estais tão
seguras; porque a vindima se acabará, e a colheita não virá.
11 Tremei,
mulheres que estais sossegadas, e turbai-vos vós, que estais tão
seguras; despi-vos, e ponde-vos nuas, e cingi com pano de saco os vossos lombos.
12 Lamentarão
por causa das tetas, por causa dos campos desejáveis, e por causa das vinhas frutíferas.
13 Sobre a
terra do Meu povo virão espinheiros e sarças, como também
sobre todas as casas onde há alegria, na cidade jubilosa.
14 Porque
os palácios serão abandonados, a multidão da cidade cessará;
e as fortificações e as torres servirão de cavernas para
sempre, para alegria dos jumentos monteses, e para pasto dos rebanhos;
15 Até
que seja derramado sobre nós o Espírito lá do alto; então
o deserto se tornará em campo fértil, e o campo fértil será reputado por um bosque.
16 E o juízo
habitará no deserto, e a justiça morará no campo fértil.
17 E o efeito
da justiça será paz, e
o efeito da operação da justiça,
será repouso e segurança para sempre.
18 E o Meu
povo habitará em morada de paz, e em moradas bem seguras, e em lugares
quietos de descanso.
19 Mas, descendo
ao bosque, cairá saraiva e a cidade será abatida em
um lugar baixo.
20 Bem-aventurados
vós os que semeais junto a todas as águas; e deixais livres
os pés do boi e do jumento.