AKJ: Almeida-1753 compatibilizada com a KJB-1611, com grafia e gramática inspiradas na ACF-1995

LIVRO DE JUÍZES
Capítulos 12-21
 


Capítulo 12
1 Então os homens de Efraim foram convocados, e passaram para o norte, e disseram a Jefté: Por que atravessaste para combater contra os filhos de Amom, e não nos chamaste para ir contigo? Queimaremos a tua casa sobre ti, com fogo.
2 E Jefté lhes disse: Eu e o meu povo tivemos grande contenda com os filhos de Amom; e chamei-vos, e não me livrastes das suas mãos;
3 E, vendo eu que não me livráveis, pus a minha vida em minhas próprias mãos, e passei contra os filhos de Amom, e o SENHOR mos entregou nas mãos; por que, pois, subistes vós hoje, para combater contra mim?
4 E ajuntou Jefté a todos os homens de Gileade, e combateu contra Efraim; e os homens de Gileade feriram a Efraim; porque este dissera-lhe: Fugitivos sois de Efraim, vós gileaditas que habitais no meio de Efraim e no meio de Manassés,
5 Porque tomaram os gileaditas aos efraimitas os vaus do Jordão; e sucedeu que, quando algum dos fugitivos de Efraim dizia: Deixai-me passar; então os homens de Gileade perguntavam: És tu efraimita? E dizendo ele: Não,
6 Então lhe diziam: Dize, pois, Chibolete; porém ele dizia: Sibolete; porque não o podia pronunciar bem; então pegavam dele, e o matavam nos vaus do Jordão; e caíram de Efraim, naquele tempo, quarenta e dois mil homens.
7 E Jefté julgou a Israel seis anos; e Jefté, o gileadita, faleceu, e foi sepultado em uma das cidades de Gileade.
8 E, depois dele, julgou a Israel Ibzã de Belém.
9 E tinha este trinta filhos, e trinta filhas que enviou para (casar) fora; e trinta filhas trouxe de fora para seus filhos; e julgou a Israel sete anos.
10 Então faleceu Ibzã, e foi sepultado em Belém.
11 E, depois dele, julgou a Israel Elom, o zebulonita; e julgou a Israel dez anos.
12 E faleceu Elom, o zebulonita, e foi sepultado em Aijalom, na terra de Zebulom.
13 E, depois dele, julgou a Israel Abdom, filho de Hilel, o piratonita.
14 E tinha este quarenta filhos, e trinta filhos de filhos, que cavalgavam sobre setenta jumentos; e julgou a Israel oito anos.
15 Então faleceu Abdom, filho de Hilel, o piratonita; e foi sepultado em Piratom, na terra de Efraim, no monte dos amalequitas.

Capítulo 13
1 E os filhos de Israel tornaram a fazer o que era mal aos olhos do SENHOR, e o SENHOR os entregou na mão dos filisteus por quarenta anos.
2 E havia um homem de Zorá, da tribo de Dã, cujo nome era Manoá; e sua esposa, sendo estéril, não dava filhos à luz.
3 E o Anjo do SENHOR apareceu a esta mulher, e disse-lhe: Eis que agora és estéril, e nunca tens dado filhos à luz; porém conceberás, e darás à luz um filho.
4 Agora, pois, guarda-te e não bebas vinho nem bebida forte, ou comer coisa imunda.
5 Porque eis que tu conceberás e darás à luz um filho sobre cuja cabeça não passará navalha; porquanto o menino será nazireu consagrado para Deus desde o ventre (da sua mãe); e ele começará a livrar a Israel da mão dos filisteus.
6 Então a mulher entrou, e falou a seu marido, dizendo: Um homem de Deus veio a mim, cuja aparência era semelhante à aparência do Anjo de Deus, muito aterrorizadora; e não Lhe perguntei donde era, nem Ele me disse o Seu nome.
7 Porém disse-me: Eis que tu conceberás e darás à luz um filho; agora pois, guarda-te e não bebas vinho nem bebida forte, e não comas coisa imunda; porque o menino será nazireu consagrado para Deus, desde o ventre (da sua mãe) até ao dia da sua morte.
8 Então Manoá suplicou ao SENHOR, e disse: Ah! Senhor meu, rogo-Te que o homem de Deus, que enviaste, ainda venha para nós outra vez e nos ensine o que devemos fazer ao menino que há de nascer.
9 E Deus deu ouvidos à voz de Manoá; e o Anjo de Deus veio outra vez à mulher, quando ela estava assentada no campo, porém não estava com ela seu marido, Manoá.
10 Apressou-se, pois, a mulher, e correu, e noticiou-o a seu marido, e disse-lhe: Eis que aquele Homem que veio a mim o outro dia me apareceu.
11 Então Manoá levantou-se, e foi após sua esposa, e foi àquele Homem, e disse-Lhe: És Tu aquele Homem que falou a esta mulher? E disse Ele: Eu sou.
12 Então disse Manoá: Cumpram-se as Tuas palavras; mas qual será o modo de viver e o serviço do menino?
13 E disse o Anjo do SENHOR a Manoá: De tudo quanto Eu disse à mulher se guardará ela.
14 De tudo quanto procede da videira não comerá ela, nem vinho nem bebida forte beberá, nem coisa imunda comerá; tudo quanto Eu lhe tenho ordenado guardará.
15 Então Manoá disse ao Anjo do SENHOR: Ora, deixa que Te detenhamos e te preparemos um cabrito tirado das cabras para pôr diante de Ti.
16 Porém o Anjo do SENHOR disse a Manoá: Ainda que Me detenhas, não comerei de teu pão; e, se fizeres holocausto, o oferecerás ao SENHOR. Porque não sabia Manoá que era o Anjo do SENHOR.
17 E disse Manoá ao Anjo do SENHOR: Qual é o Teu nome, para que, quando se cumprir a Tua palavra, Te honremos?
18 E o Anjo do SENHOR lhe disse: Por que perguntas assim pelo Meu nome, visto que é Maravilhoso?
19 Então Manoá tomou um cabrito tirado das cabras e uma oferta de alimentos, e os ofereceu sobre uma rocha ao SENHOR: e o Anjo fez maravilhas, observando-O Manoá e sua esposa.
20 E sucedeu que, subindo a chama do altar para o céu, o Anjo do SENHOR subiu na chama do altar; o que vendo Manoá e sua esposa, caíram em terra sobre seus rostos.
21 E nunca mais apareceu o Anjo do SENHOR a Manoá, nem à sua esposa; então compreendeu Manoá que era o Anjo do SENHOR.
22 E disse Manoá à sua esposa: Certamente morreremos, porquanto temos visto a Deus.
23 Porém sua esposa lhe disse: Se o SENHOR nos quisesse matar, não aceitaria da nossa mão o holocausto e a oferta de alimentos, nem nos mostraria tudo isto, nem nos deixaria ouvir tais coisas neste tempo.
24 Depois esta mulher deu à luz um filho, e chamou o seu nome de Sansão; e o menino cresceu, e o SENHOR o abençoou.
25 E o Espírito do SENHOR começou a o impelir de quando em quando para o campo de , entre Zorá e Estaol.

Capítulo 14
1 E desceu Sansão a Timnate, e viu em Timnate uma mulher das filhas dos filisteus.
2 E ele subiu, e declarou isto a seu pai e a sua mãe, e disse: Vi uma mulher em Timnate, das filhas dos filisteus; agora, pois, tomai-ma por esposa.
3 Porém seu pai e sua mãe lhe disseram: Porventura não mulher entre as filhas de teus irmãos, nem entre todo o meu povo, para que tu vás tomar esposa dos filisteus, daqueles incircuncisos? E disse Sansão a seu pai: Toma-me esta, porque ela agrada aos meus olhos.
4 Mas seu pai e sua mãe não sabiam que isto vinha do SENHOR; pois Ele buscava ocasião contra os filisteus; porquanto naquele tempo os filisteus dominavam sobre Israel.
5 Desceu, pois, Sansão, com seu pai e com sua mãe, a Timnate; e, chegando às vinhas de Timnate, eis que um filho de leão, rugindo, lhe saiu- ao- encontro.
6 Então o Espírito do SENHOR se apossou dele (de Sansão) tão poderosamente que ele rasgou (de alto a baixo) o leão, como quem rasga (de alto a baixo) um cabrito, sem ter nada na sua mão; porém nem a seu pai nem a sua mãe deu a saber o que tinha feito.
7 E desceu, e falou àquela mulher, e ela agradou aos olhos de Sansão.
8 E, depois de alguns dias, voltou ele para tomá-la; e, apartando-se do caminho para ver o corpo- morto do leão, eis que no corpo- morto do leão havia um enxame de abelhas, e mel.
9 E tomou-o nas suas mãos, e foi andando e comendo dele; e foi a seu pai e a sua mãe, e deu-lhes do mel, e comeram; porém não lhes deu a saber que tomara o mel do corpo do leão.
10 Portanto, havendo seu pai descido até aquela mulher, fez Sansão ali um banquete; porque assim os moços costumavam fazer.
11 E sucedeu que, como o vissem, trouxeram trinta companheiros para estar com ele.
12 Disse-lhes, pois, Sansão: Eu vos proporei um enigma para decifrar; e, se dentro dos sete dias das bodas mo explanardes a solução dele e a descobrirdes, eu vos darei trinta lençóis e trinta mudas de roupas.
13 E, se não mo puderdes explanar a solução, vós me dareis trinta lençóis e trinta mudas de roupas. E eles lhe disseram: Propõe-nos o teu enigma a explanar a solução, para que o ouçamos.
14 Então ele lhes disse: Do comedor saiu comida, e do forte saiu doçura. E em três dias não puderam explanar a solução do enigma.
15 E sucedeu que, ao sétimo dia, disseram à esposa de Sansão: Enganosamente- persuade a teu marido de modo que nos explane a solução do enigma, para que porventura não queimemos a fogo a ti e à casa de teu pai; chamastes-nos aqui para vos apossardes do que possuímos, não é assim?
16 E a esposa de Sansão chorou diante dele, e disse: Tão-somente me desprezas, e não me amas; pois propuseste aos filhos do meu povo um enigma para explanar a sua solução, e ainda não explanaste a mim a sua solução. E ele lhe disse: Eis que nem a meu pai nem a minha mãe explanei a sua solução, e a explanaria a ti?
17 E ela chorou diante dele os sete dias em que duraram as bodas; sucedeu, pois, que, ao sétimo dia, explanou a ela a sua solução, porquanto ela o importunava; então ela explanou a solução do enigma aos filhos do povo dela.
18 E os homens daquela cidade disseram a ele (a Sansão), ao sétimo dia, antes de se pôr o sol: Que coisa há mais doce do que o mel? E que coisa há mais forte do que o leão? E ele lhes disse: Se vós não tivésseis arado com a minha novilha, nunca teríeis descoberto o meu enigma.
19 Então o Espírito do SENHOR tão poderosamente se apossou dele, que desceu aos ascalonitas, e matou deles trinta homens, e tomou os seus despojos, e deu as mudas de roupas aos que haviam explanado a solução do enigma; porém acendeu-se a sua ira, e subiu à casa de seu pai.
20 E a esposa de Sansão foi dada ao companheiro {*} dele (de Sansão), o qual antes era para ele o amigo especial. {* dentre os trinta filisteus}

Capítulo 15
1 E aconteceu, depois de alguns dias, que, nos dias da ceifa do trigo, Sansão procurou- visitar (para trazer bem) a sua esposa, com um cabrito tirado das cabras, e disse: Entrarei na câmara de minha esposa. Porém o pai dela não o deixou entrar.
2 E disse-lhe o pai dela: Por certo pensava eu que de todo a desprezavas; de modo que a dei ao teu companheiro {*}; porém não é a irmã mais nova dela mais formosa do que ela? Toma-a, pois, em seu lugar. {* dentre os trinta filisteus}
3 Então Sansão disse acerca deles: Inocente sou esta vez para com os filisteus, quando lhes fizer algum mal.
4 E foi Sansão, e capturou trezentas raposas; e, tomando tochas {*}, as virou cauda a cauda, e lhes pôs uma tocha {*} no meio de cada duas caudas. {* apagada}
5 E chegou fogo às tochas, e largou-as na seara dos filisteus; e, assim, totalmente queimou tanto os molhos como o trigo ainda em pé, e as vinhas, e os olivais.
6 Então perguntaram os filisteus: Quem fez isto? E responderam: Sansão, o genro do timnita, porque este tomou a esposa dele, e a deu ao companheiro {*} dele. Então subiram os filisteus, e queimaram a fogo a ela e ao pai dela. {* dentre os trinta filisteus}
7 Então lhes disse Sansão: É assim que fazeis? Pois, (somente depois de) havendo-me vingado eu de vós, então cessarei.
8 E feriu-os com grande matança, quadril juntamente com coxa; e desceu, e habitou no topo da rocha de Etã.
9 Então os filisteus subiram, e acamparam-se em Judá, e estenderam-se por Leí.
10 E perguntaram-lhes os homens de Judá: Por que subistes contra nós? E eles responderam: Subimos para amarrar a Sansão, para fazer a ele como ele fez a nós.
11 Então três mil homens de Judá foram até o topo da rocha de Etã, e disseram a Sansão: Não sabias tu que os filisteus dominam sobre nós? Por que, pois, nos fizeste isto? E ele lhes disse: Assim como eles fizeram a mim, eu fiz a eles.
12 E disseram-lhe: Descemos para te amarrar, de modo a te entregar nas mãos dos filisteus. Então Sansão lhes disse: Jurai-me que vós mesmos não me acometereis.
13 E eles lhe falaram, dizendo: Não, mas fortemente te amarraremos, e te entregaremos nas mãos deles; porém de maneira nenhuma te mataremos. E amarraram-no com duas cordas novas e fizeram-no subir da rocha.
14 E, depois que ele chegou a Leí, os filisteus lhe saíram ao encontro, gritando (de alegria e triunfo); porém o Espírito do SENHOR poderosamente se apossou dele, e as cordas que ele tinha nos braços se tornaram como fios de fibra de linho que foram queimados no fogo, e as suas amarraduras se desfizeram das suas mãos.
15 E achou uma queixada fresca de um jumento, e estendeu a sua mão, e tomou-a, e feriu com ela mil homens.
16 Então disse Sansão: Com uma queixada de jumento, um montão sobre dois montões; com uma queixada de jumento feri a mil homens.
17 E aconteceu que, acabando ele de falar, lançou da sua mão a queixada; e chamou aquele lugar Ramate-Leí <O Alto da Queixada>.
18 E, como tivesse ele grande sede, clamou ao SENHOR, e disse: Pela mão do teu servo Tu deste esta grande salvação; morrerei eu pois agora de sede, e cairei na mão destes incircuncisos?
19 Então Deus fendeu uma cavidade que estava em Leí <Queixada>; e saiu dela água; e, havendo Sansão bebido, seu espírito voltou, e ele permaneceu em vida; por isso ele chamou o nome daquele lugar En-Hacoré <A Fonte Do Que Clama (em Oração)>, o qual (lugar) está em Leí <Queixada> até este dia de hoje.
20 E ele julgou a Israel, nos dias dos filisteus, por vinte anos.

Capítulo 16
1 E foi Sansão a Gaza, e viu ali uma mulher prostituta, e entrou a ela.
2 E foi dito aos gazitas, dizendo-se: Sansão entrou aqui. Cercaram-no, pois, e toda a noite lhe puseram espias à porta da cidade; porém toda a noite estiveram quietos, dizendo: Até à luz da manhã esperaremos; então o mataremos.
3 Porém Sansão deitou-se até à meia noite, e à meia noite se levantou, e agarrou as duas folhas da porta da entrada da cidade, juntamente com ambas as suas umbreiras e, juntamente com a barra- de- trancar, as arrancou fora, pondo-as sobre os ombros; e levou-as para cima até ao cume do monte que está defronte de Hebrom.
4 E, depois disto, aconteceu que se afeiçoou a uma mulher do vale de Soreque, cujo nome era Dalila.
5 Então os príncipes dos filisteus subiram a ela, e lhe disseram: Enganosamente- persuade-o, e vê em que consiste a sua grande força, e como poderíamos assenhorear-nos dele e amarrá-lo, para assim o afligirmos; e te daremos, cada um de nós, mil e cem moedas de prata.
6 Disse, pois, Dalila a Sansão: Declara-me, peço-te, em que consiste a tua grande força, e com que poderias ser amarrado para te poderem afligir.
7 Disse-lhe Sansão: Se me amarrassem com sete vergas de vimes frescos, que ainda não estivessem secos, então me enfraqueceria, e seria como qualquer outro homem.
8 Então os príncipes dos filisteus trouxeram a ela sete vergas de vimes frescos, que ainda não estavam secos; e ela o amarrou com elas.
9 E ela tinha homens espreitando em emboscada, escondidos numa câmara interior. Então ela lhe disse: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão. Então ele quebrou as vergas de vime, como se quebra o fio da estopa ao cheiro do fogo; assim não se soube em que consistia a sua força.
10 Então disse Dalila a Sansão: Eis que zombaste de mim, e me disseste mentiras; ora, declara-me agora com que poderias ser amarrado.
11 E ele lhe disse: Se me amarrassem fortemente com cordas novas, que ainda não houvessem sido usadas para trabalho nenhum, então eu me enfraqueceria, e seria como qualquer outro homem.
12 Então Dalila tomou cordas novas, e o amarrou com elas, e disse-lhe: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão. E ela tinha homens espreitando em emboscada, escondidos numa câmara interior. Então ele rebentou elas (as cordas) para longe de seus braços, como a um único fio torcido.
13 E disse Dalila a Sansão: Até agora zombaste de mim, e me disseste mentiras; declara-me pois, agora, com que poderias ser amarrado? E ele lhe disse: Se teceres as sete tranças dos cabelos da minha cabeça juntamente com a urdidura da teia.
14 E ela as fixou com o torno do tear, e disse-lhe: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão: Então ele despertou do seu sono e {*} arrancou- fora o torno, o tear, e a teia. {* somente usando seus cabelos?}
15 Então ela lhe disse: Como dirás: Tenho-te amor, não estando comigo o teu coração? Já três vezes zombaste de mim, e ainda não me declaraste em que consiste a tua grande força.
16 E sucedeu que, importunando-o ela todos os dias com as suas palavras, e molestando-o, a alma dele se angustiou até a morte.
17 E descobriu-lhe todo o seu coração, e disse-lhe: Nunca subiu navalha à minha cabeça, porque tenho sido nazireu para com Deus desde o ventre de minha mãe; se viesse a ser rapado, ir-se-ia de mim a minha força, e me enfraqueceria, e seria como qualquer outro homem.
18 Vendo, pois, Dalila que ele já lhe tinha declarado todo o seu coração, ela enviou (mensageiros) a chamar os príncipes dos filisteus, dizendo: Subi esta vez, porque agora me descobriu ele todo o seu coração. E os príncipes dos filisteus subiram a ter com ela, trazendo o dinheiro na mão deles.
19 Então ela o fez dormir sobre os joelhos dela, e chamou a um homem, e fez com que rapasse as sete tranças do cabelo da cabeça dele (de Sansão), e ela começou a afligi-lo. E retirou-se dele a força dele.
20 E disse ela: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão. E despertou ele do seu sono, e disse: Sairei ainda esta vez como dantes, e me sacudirei (libertando-me). Porque ele não sabia que já o SENHOR se tinha retirado dele.
21 Então os filisteus o agarraram, e arrancaram-lhe os olhos, e fizeram-no descer a Gaza, e amarraram-no com duas cadeias de bronze, e girava ele um moinho na casa de encarceramento.
22 E o cabelo da sua cabeça começou a crescer de novo, depois que ele (Sansão) foi rapado.
23 Então os príncipes dos filisteus se ajuntaram para sacrificar um grande sacrifício ao seu deus Dagom, e para se alegrarem, e diziam: Nosso deus entregou a Sansão, nosso inimigo, nas nossas mãos.
24 Semelhantemente, vendo-o o povo, louvava ao deus deles; porque eles diziam: Nosso deus nos entregou nas mãos o nosso inimigo, o que destruía a nossa terra, e o que multiplicava os nossos mortos.
25 E sucedeu que, quando o coração deles já estava alegre, disseram: Chamai a Sansão, para que façamos dele diversão. E chamaram a Sansão para fora da casa de encarceramento, fizeram dele diversão, e fizeram-no estar em pé entre as colunas.
26 Então disse Sansão ao moço que o firmava segurando-lhe pela mão: Deixa-me, para que eu apalpe as colunas sobre as quais se sustém a casa, para que eu me encoste a elas.
27 Ora, estava a casa cheia de homens e mulheres; e também ali estavam todos os príncipes dos filisteus; e sobre o teto havia uns três mil homens e mulheres, que estavam vendo Sansão ser feito diversão.
28 Então Sansão clamou ao SENHOR, e disse: ó Senhor DEUS, peço-te que te lembres de mim, e fortalece-me agora só esta vez, ó Deus, para que de uma vez me vingue eu dos filisteus, pelos meus dois olhos.
29 Assim, abraçou-se Sansão com as duas colunas do meio, sobre as quais se sustinha a casa, e arrimou-se sobre elas, com a sua mão direita numa, e com a sua mão esquerda na outra.
30 E disse Sansão: Morra eu com os filisteus. E inclinou-se com força, e a casa caiu sobre os príncipes e sobre todo o povo que nela havia; e foram mais os mortos que ele (Sansão) matou na sua morte do que os que matara em sua vida.
31 Então seus irmãos desceram, e toda a casa de seu pai, e tomaram-no, e subiram com ele, e sepultaram-no entre Zorá e Estaol, no sepulcro de Manoá, seu pai. Ele (Sansão) julgou a Israel por vinte anos.

Capítulo 17
1 E havia um homem da montanha de Efraim, cujo nome era Mica.
2 O qual disse à sua mãe: As mil e cem moedas de prata que te foram tiradas, razão porque lançaste maldições, e de que também falaste aos meus ouvidos, eis que esse dinheiro está comigo; eu o tinha tomado. Então lhe disse sua mãe: Bendito do SENHOR seja meu filho.
3 Assim ,ele restituiu as mil e cem moedas de prata à sua mãe; porém sua mãe disse: Inteiramente tenho dedicado este dinheiro da minha mão ao SENHOR, para meu filho fazer uma imagem esculpida e uma imagem de fundição; de modo que agora to tornarei a dar.
4 Porém ele restituiu aquele dinheiro à sua mãe; e sua mãe tomou duzentas moedas de prata, e as deu ao ourives, o qual fez delas uma imagem de escultura e uma imagem de fundição, que ficaram em casa de Mica.
5 E teve este homem, Mica, uma casa de deuses; e fez um éfode e terafim, e consagrou um de seus filhos, para que lhe fosse por sacerdote.
6 Naqueles dias não havia rei em Israel; cada homem fazia o que parecia reto aos seus próprios olhos.
7 E havia um moço de Belém de Judá, da tribo de Judá, que era levita, e peregrinava ali.
8 E este homem partiu da cidade de Belém de Judá para peregrinar onde quer que achasse lugar para isso. Chegando ele, pois, à montanha de Efraim, até à casa de Mica, seguindo o seu caminho,
9 Disse-lhe Mica: Donde vens? E ele lhe disse: Sou um levita de Belém de Judá, e vou peregrinar onde quer que achar lugar para isso.
10 Então lhe disse Mica: Habita comigo, e -me por pai e sacerdote; e cada ano te darei dez moedas de prata, e um conjunto de vestes, e teu sustento. E o levita entrou.
11 E aqiesceu o levita em habitar com aquele homem; e o moço lhe foi como um de seus filhos.
12 E Mica consagrou o levita, e aquele moço lhe foi por sacerdote; e esteve em casa de Mica.
13 Então disse Mica: Agora sei que o SENHOR me fará bem; porquanto tenho um levita para me ser por sacerdote.

Capítulo 18
1 Naqueles dias não havia rei em Israel; e, nos mesmos dias, uma tribo dos danitas {*} buscava para si herança para habitar; porquanto até àquele dia entre as tribos de Israel não lhe havia caído por sorte toda a sua herança. {* uma família (também chamada tribo) deles, não todos os  danitas, pois v.2 mostra que a tribo, considerada como um todo, já tinha confins de território}
2 E enviaram os filhos de Dã, da sua tribo, cinco homens provenientes de seus confins, homens valorosos, de Zorá e de Estaol, a espiar e investigar toda a terra, e lhes disseram: Ide, investigai a terra. E chegaram à montanha de Efraim, até à casa de Mica, e passaram ali a noite.
3 E quando eles estavam junto da casa de Mica, reconheceram a voz do moço, do levita; e dirigindo-se para lá, lhe disseram: Quem te trouxe aqui? Que fazes aqui? E que é que tens aqui?
4 E ele lhes disse: Assim e assim me tem feito Mica; pois me tem contratado, e eu lhe sirvo de sacerdote.
5 Então lhe disseram: Consulta a Deus, para que possamos saber se prosperará o caminho em que vamos.
6 E disse-lhes o sacerdote: Ide em paz; o caminho em que vais está perante o SENHOR.
7 Então foram-se aqueles cinco homens, e chegaram a Laís; e viram que o povo que havia no meio dela habitava confiantemente, conforme ao costume dos sidônios, quieto e confiado;  não havia ninguém possuindo autoridade de restringir e que por qualquer coisa pudesse pôr em vergonha a alguém naquela terra; também estavam longe dos sidônios, e não tinham palavra com nenhum homem.
8 Então voltaram a seus irmãos, a Zorá e a Estaol, e seus irmãos lhes disseram: Que dizeis vós?
9 E eles disseram: Levantai-vos, e subamos contra eles; porque examinamos a terra, e eis que é muitíssimo boa. E vós estareis aqui inativos? Não sejais preguiçosos em irdes para entrar a possuir esta terra.
10 Quando fordes chegareis a um povo confiado, e a uma terra larga de extensão; porque Deus vo-la entregou nas mãos; lugar em que não falta de coisa alguma que na terra.
11 Então partiram dali, da tribo dos danitas, de Zorá e de Estaol, seiscentos homens cingidos com suas armas de guerra.
12 E subiram, e acamparam-se em Quiriate-Jearim, em Judá; então chamaram a este lugar Maané-Dã <Acampamento de Dan>, até este dia de hoje; eis que está por detrás de Quiriate-Jearim.
13 E dali passaram à montanha de Efraim; e chegaram até a casa de Mica.
14 Então responderam os cinco homens, que foram espiar a terra de Laís, e disseram a seus irmãos: Sabeis vós também que naquelas casas há um éfode, e terafim, e uma imagem esculpida e uma imagem de fundição? Considerai, pois, agora o que haveis de fazer.
15 Então partiram para lá, e chegaram à casa do moço, o levita, em casa de Mica, e perguntaram por seu bem-estar.
16 E os seiscentos homens, que eram dos filhos de Dã, cingidos com suas armas de guerra, postaram-se à entrada da porta.
17 Porém, subindo os cinco homens que haviam ido para espiar a terra, entraram ali, e tomaram a imagem esculpida, o éfode, e o terafim, e a imagem de fundição, ficando o sacerdote em pé à entrada da porta, com os seiscentos homens que estavam cingidos com as suas armas de guerra.
18 Entrando eles, pois, em casa de Mica, e tomando a imagem esculpida, e o éfode, e o terafim, e a imagem de fundição, disse-lhes o sacerdote: Que estais fazendo?
19 E eles lhe disseram: Cala-te, põe a tua mão sobre tua boca, e vem conosco, e -nos por pai e sacerdote. Porventura te é melhor ser sacerdote da casa de um só homem, do que ser sacerdote de uma tribo e de uma família em Israel?
20 Então alegrou-se o coração do sacerdote, e tomou o éfode, e o terafim, e a imagem esculpida; e entrou no meio do povo.
21 Assim eles se viraram, e partiram; e os meninos, e o gado, e a bagagem puseram adiante deles mesmos.
22 E, estando eles já longe da casa de Mica, os homens que estavam nas casas junto à casa de Mica, reuniram-se, e alcançaram os filhos de Dã.
23 E clamaram após os filhos de Dã, os quais viraram os seus rostos, e disseram a Mica: Que tens, que tanta gente convocaste?
24 Então ele disse: Os meus deuses, que eu fiz, me tomastes, juntamente com o sacerdote, e partistes; que mais me resta agora? Como, pois, me dizeis: Que é que tens?
25 Porém os filhos de Dã lhe disseram: Não nos faças ouvir a tua voz, para que porventura homens de ânimo mau não se lancem sobre vós, e tu percas a tua vida, e a vida dos da tua casa.
26 Assim seguiram o seu caminho os filhos de Dã; e Mica, vendo que eram mais fortes do que ele, virou-se, e voltou à sua casa.
27 Eles, pois, tomaram o que Mica tinha feito, e o sacerdote que ele tivera, e chegaram a Laís, a um povo quieto e confiado, e os feriram ao fio da espada, e queimaram a cidade a fogo.
28 E ninguém houve que os livrasse, porquanto estavam longe de Sidom, e não tinham palavra com ninguém, e a cidade estava no vale que está junto de Bete-Reobe; depois, eles (os danitas) reedificaram a cidade e habitaram nela.
29 E chamaram o nome da cidade Dã, conforme ao nome de Dã, pai deles, que nascera a Israel; porém, antes, o nome desta cidade era Laís.
30 E os filhos de Dã levantaram para si aquela imagem esculpida; e Jônatas, filho de Gérson, o filho de Manassés, ele e seus filhos foram sacerdotes da tribo dos danitas, até ao dia do cativeiro da terra.
31 Assim, pois, estabeleceram para si a imagem esculpida, que fizera Mica, por todos os dias em que a casa de Deus esteve em Siló.

Capítulo 19
1 Aconteceu também naqueles dias, em que não havia rei em Israel, que houve um homem levita, que, peregrinando aos lados da montanha de Efraim, tomou para si uma mulher concubina, de Belém de Judá.
2 Porém a sua concubina adulterou contra ele, e deixando-o, foi para a casa do pai dela, em Belém de Judá, e esteve ali alguns dias, a saber, quatro meses.
3 E seu marido se levantou, e foi atrás dela, para lhe falar conforme o coração dele, e para tornar a trazê-la; e o jovem- servo dele e um par de jumentos iam com ele; e ela o levou à casa do pai dela, e, vendo-o o pai da moça, alegrou-se ao encontrar-se com ele.
4 E seu sogro, o pai da moça, o deteve, e hospedou-se com ele três dias; e comeram e beberam, e passaram ali a noite.
5 E sucedeu que, ao quarto dia, ao alvorecer, de madrugada, ele levantou-se cedo para partir; então o pai da moça disse a seu genro: Fortalece o teu coração com um bocado de pão, e depois partireis.
6 Assentaram-se, pois, e comeram ambos juntos, e beberam; e disse o pai da moça ao homem: Peço-te que ainda esta noite te agrades de passá-la aqui, e alegre-se o teu coração.
7 Porém o homem levantou-se para partir; mas seu sogro o constrangeu a tornar a passar ali a noite.
8 E, havendo-se levantado cedo ao alvorecer daquela madrugada, para partir, disse o pai da moça: Ora, conforta o teu coração. E detiveram-se até já declinar o dia; e ambos juntos comeram.
9 Então o homem levantou-se para partir, ele, e a sua concubina, e o jovem- servo dele; e disse-lhe seu sogro, o pai da moça: Eis que já o dia declina e o anoitecer vem chegando; peço-te que aqui passes a noite; eis que o dia vai acabando, passa aqui a noite, e que o teu coração se alegre; e amanhã de madrugada levanta-te cedo e põe-te a caminho, e irás para a tua tenda.
10 Porém o homem não quis ali passar a noite, mas levantou-se, e partiu, e chegou até defronte de Jebus (que é Jerusalém), e com ele o par de jumentos albardados {*}, e sua concubina também estava com ele. {* Albarda é sela rústica, enchumaçada de palha, para bestas de carga}
11 Estando, pois, já perto de Jebus, e tendo-se declinado muito o dia, disse o jovem- servo a seu senhor: Vamos agora, e retiremo-nos a esta cidade dos jebuseus, e passemos ali a noite.
12 Porém disse-lhe seu senhor: Não nos retiraremos a nenhuma cidade estrangeira, que não seja dos filhos de Israel; mas passaremos até Gibeá.
13 Disse mais a seu jovem- servo: Vamos, e cheguemo-nos a um daqueles lugares, e passemos a noite em Gibeá ou em Ramá.
14 Passaram, pois, adiante, e caminharam, e o sol se lhes pôs junto a Gibeá, que é cidade de Benjamim.
15 E retiraram-se para lá, para entrar e passar a noite em Gibeá; e, entrando ele, assentou-se na praça da cidade, porque não houve nenhum homem que os recolhesse em casa para ali passarem a noite.
16 E eis que um velho homem vinha ao pôr do sol do seu trabalho do campo; e era este homem da montanha de Efraim, mas peregrinava em Gibeá; eram porém os homens deste lugar filhos de Benjamim.
17 Levantando ele, pois, os olhos, viu a este homem viajante na praça da cidade, e disse o homem ancião: Para onde vais, e donde vens?
18 E ele lhe disse: Estamos viajando de Belém de Judá até aos lados da montanha de Efraim, de onde sou; porquanto fui a Belém de Judá, porém agora vou à casa do SENHOR; e nenhum homem que me recolha em casa.
19 Todavia temos palha e pasto para os nossos jumentos, e também pão e vinho {*} há para mim, e para a tua serva, e para o moço que vem com os teus servos; de coisa nenhuma falta. {* <03196 yayin> pode ser qualquer líquido direta ou indiretamente derivado de uvas. O contexto de toda a Bíblia, e contexto local, e a santidade do verdadeiro autor das Escrituras, o Espírito Santo de Deus, aqui exige que o sentido seja o de suco puro recém espremido (como em Gn 40:11}, ou o de suco não fermentado e conservado por qualquer um de vários processos conhecidos ("pasteurização", fumos de enxofre, fervura e evaporação até se tornar grosso xarope, etc., com envasilhamento estéril e hermético), mas não o sentido de vinagre, nem o de vinho alcoólico. De qualquer modo, quer alcoólico ou não, o líquido proveniente da uva somente devia ser usado misturado em 3 a 20 partes de água. Ler o livro "Bible Wines: or, The Laws of Fermentation and Wine of the Ancients" - William Patton}
20 Então disse o homem ancião: Paz seja contigo; tudo quanto te faltar fique ao meu cargo; tão-somente não passes a noite na praça.
21 E levou-o à sua casa, e deu pasto aos jumentos; e, havendo eles lavado os seus pés, comeram e beberam.
22 Estando eles alegrando o seu coração, eis que os homens daquela cidade (homens que eram filhos de Belial) cercaram a casa, batendo à porta; e falaram ao homem ancião, senhor da casa, dizendo: Tira para fora o homem que entrou em tua casa, para que o conheçamos.
23 E o homem, dono da casa, saiu a eles e disse-lhes: Não, irmãos meus, ora não façais semelhante mal; já que este homem entrou em minha casa, não façais tal vil- loucura.
24 Eis que a minha filha virgem e a concubina dele vo-las tirarei fora; humilhai-as a elas, e fazei delas o que bom- parecer aos vossos olhos; porém a este homem não façais essa coisa que é tão vil- loucura.
25 Porém aqueles homens não lhe quiseram dar ouvidos; então aquele homem pegou da sua concubina, e lha tirou para fora; e eles a conheceram e abusaram dela toda a noite até ao alvorecer, e, subindo o alvorecer, a deixaram. 
26 E ao romper da manhã veio a mulher, e caiu à porta da casa daquele homem, onde estava seu senhor, e ficou ali até que se fez claro.
27 E, levantando-se seu senhor ao alvorecer, e abrindo as portas da casa, e saindo a seguir o seu caminho, eis que a mulher, sua concubina, jazia à porta da casa, com as mãos sobre o limiar.
28 E ele lhe disse: Levanta-te, e vamo-nos, porém ela não respondeu {*}; então o homem levantou-se e o homem a pôs sobre um jumento, e foi para o lugar dele. {* ela já havia morrido}
29 Chegando, pois, à sua casa, tomou um cutelo, e agarrou a sua concubina, e a despedaçou com os seus ossos em doze partes; e enviou-as por todos os limites de Israel.
30 E sucedeu que cada um que via aquilo dizia: Nunca tal se fez, nem se viu desde o dia em que os filhos de Israel subiram da terra do Egito, até ao dia de hoje; ponderai isto no coração, tomai conselho juntamente, e falai.

Capítulo 20
1 Então todos os filhos de Israel saíram, e a congregação se ajuntou perante o SENHOR em Mizpá, como se fora um só homem, desde Dã até Berseba, como também a terra de Gileade.
2 E os principais de todo o povo, de todas as tribos de Israel, se apresentaram na congregação do povo de Deus; quatrocentos mil homens de pé que sacavam da espada
3 (Ouviram, pois, os filhos de Benjamim que os filhos de Israel haviam subido a Mizpá). E disseram os filhos de Israel: Falai, como sucedeu esta maldade?
4 Então respondeu o homem levita, marido da mulher que fora morta, e disse: Cheguei com a minha concubina a Gibeá, cidade de Benjamim, para passar a noite.
5 E os homens de Gibeá se levantaram contra mim, e cercaram a casa de noite; tencionaram matar-me, e violaram a minha concubina, de maneira que morreu.
6 Então peguei a minha concubina, e a cortei em pedaços, e a enviei através de toda a terra da herança de Israel; porquanto fizeram tal hedionda- depravidade e vil- loucura em Israel.
7 Eis que todos sois filhos de Israel; dai aqui a vossa palavra e conselho.
8 Então todo o povo se levantou como um só homem, dizendo: Nenhum de nós irá à sua tenda nem nenhum de nós voltará à sua casa.
9 Porém isto é a coisa que faremos a Gibeá: procederemos contra ela por sorte.
10 E, de todas as tribos de Israel, tomaremos dez homens de cada cem, e cem de cada mil, e mil de cada dez mil, para receberem mantimento para o povo; para que, vindo ele (o povo) a Gibeá de Benjamim, lhe faça conforme a toda a vil- loucura que tem feito em Israel.
11 Assim, ajuntaram-se contra esta cidade todos os homens de Israel, unidos como um só homem.
12 E as tribos de Israel enviaram homens através de toda a tribo de Benjamim, dizendo: Que maldade é esta que se fez entre vós?
13 Dai-nos, pois, agora aqueles homens, filhos de Belial, que estão em Gibeá, para que os matemos, e tiremos de Israel o mal. Porém os filhos de Benjamim não quiseram dar ouvidos à voz de seus irmãos, os filhos de Israel.
14 Antes os filhos de Benjamim se ajuntaram das cidades para Gibeá, para saírem a pelejar contra os filhos de Israel.
15 E contaram-se naquele dia os filhos de Benjamim, das cidades, vinte e seis mil homens que sacavam da espada, afora os habitantes de Gibeá, de que se contaram setecentos homens escolhidos.
16 Entre todo este povo havia setecentos homens escolhidos, canhotos, os quais atiravam com a funda uma pedra em um cabelo, e não erravam.
17 E contaram-se dos homens de Israel, afora os de Benjamim, quatrocentos mil homens que sacavam da espada, e todos eles homens de guerra.
18 E levantaram-se os filhos de Israel, e subiram à casa de Deus; e consultaram a Deus, dizendo: Quem dentre nós subirá primeiro a pelejar contra os filhos de Benjamim? E disse o SENHOR: Judá subirá primeiro.
19 Levantaram-se, pois, os filhos de Israel ao alvorecer, e acamparam-se contra Gibeá.
20 E os homens de Israel saíram à peleja contra Benjamim; e os homens de Israel se dispuseram em ordenada linha para a batalha contra eles, ao pé de Gibeá.
21 Então os filhos de Benjamim saíram de Gibeá, e derrubaram por terra, naquele dia, vinte e dois mil homens de Israel.
22 Porém o povo (isto é, os homens de Israel) fortaleceu a si mesmo e tornou a se dispor em ordenada linha para a peleja no lugar onde no primeiro dia a tinha disposto em ordenada linha de batalha.
23 E subiram os filhos de Israel, e choraram diante do SENHOR até ao pôr do sol, e perguntaram ao SENHOR, dizendo: Tornar-me-ei a chegar à peleja contra os filhos de Benjamim, meu irmão? E disse o SENHOR: Subi contra ele.
24 Chegaram-se, pois, os filhos de Israel contra os filhos de Benjamim, no dia seguinte.
25 Também os de Benjamim no dia seguinte lhes saíram ao encontro fora de Gibeá, e derrubaram ainda por terra dos filhos de Israel mais dezoito mil homens; todos estes sacavam da espada.
26 Então todos os filhos de Israel, e todo o povo, subiram, e vieram à casa de Deus, e choraram, e permaneceram ali diante do SENHOR, e jejuaram aquele dia até ao anoitecer; e ofereceram holocaustos e ofertas pacíficas perante o SENHOR.
27 E os filhos de Israel perguntaram ao SENHOR (porquanto a arca da aliança de Deus estava ali naqueles dias;
28 E Finéias, filho de Eleazar, filho de Aarão, estava perante dela naqueles dias), dizendo: Tornarei ainda a sair para pelejar contra os filhos de Benjamim, meu irmão, ou pararei? E disse o SENHOR: Subi, que amanhã eu to entregarei na mão.
29 Então Israel pôs emboscadas em redor de Gibeá.
30 E subiram os filhos de Israel ao terceiro dia contra os filhos de Benjamim, e dispuseram-se em ordenada linha de batalha contra Gibeá, como das outras vezes.
31 Então os filhos de Benjamim saíram ao encontro do povo, e desviaram-se da cidade; e começaram a ferir alguns do povo, atravessando-os, como das outras vezes, pelas estradas elevadas (uma das quais sobe para a casa de Deus, e a outra para Gibeá pelo campo), cerca de trinta dos homens de Israel.
32 Então os filhos de Benjamim disseram: Estão derrotados diante de nós como dantes. Porém os filhos de Israel disseram: Fujamos, e desviemo-los da cidade para as estradas elevadas.
33 Então todos os homens de Israel se levantaram do seu lugar, e dispuseram-se em ordenada linha de batalha em Baal-Tamar; e a emboscada de Israel saiu do seu lugar, das campinas de Gibeá.
34 E dez mil homens escolhidos de todo o Israel vieram contra Gibeá, e a peleja se agravou; porém eles não sabiam o mal que lhes tocaria.
35 Então feriu o SENHOR a Benjamim diante de Israel; e os filhos de Israel destruíram, naquele dia, vinte e cinco mil e cem homens de Benjamim; todos estes sacavam da espada.
36 E viram os filhos de Benjamim que estavam feridos; porque os homens de Israel cederam lugar aos benjamitas, porquanto estavam confiados na emboscada que haviam posto ao lado de Gibeá.
37 E a emboscada se apressou, e acometeu a Gibeá; e a emboscada arremeteu contra ela, e feriu ao fio da espada toda a cidade.
38 E os homens de Israel tinham um sinal determinado com a emboscada, que era fazer levantar da cidade uma grande nuvem de fumaça.
39 Viraram-se, pois, os homens de Israel na peleja; e já Benjamim começava a ferir, dos homens de Israel, quase trinta homens, atravessando-os, pois diziam: Já infalivelmente estão derrotados diante de nós, como na peleja passada.
40 Então a nuvem de fumaça começou a se levantar da cidade, como uma coluna; e, virando-se Benjamim a olhar para trás de si, eis que a fumaça da cidade subia ao céu.
41 E os homens de Israel viraram os rostos, e os homens de Benjamim pasmaram; porque viram que o mal lhes tocaria.
42 E viraram as costas diante dos homens de Israel, para o caminho do deserto; porém a peleja os apertou; e os que saíam das cidades os destruíram no meio deles.
43 E cercaram os Benjamitas, e os perseguiram, e à vontade os pisaram, até diante de Gibeá, para o nascente do sol.
44 E caíram de Benjamim dezoito mil homens, todos estes sendo homens valentes.
45 Então viraram as costas, e fugiram para o deserto, à penha de Rimom; respigaram ainda deles pelas estradas elevadas uns cinco mil homens; e de perto os seguiram até Gidom, e feriram deles dois mil homens.
46 E, todos os que caíram de Benjamim, naquele dia, foram vinte e cinco mil homens que sacavam da espada, todos eles homens valentes.
47 Porém seiscentos homens viraram as costas, e fugiram para o deserto, à penha de Rimom; e permaneceram na penha de Rimom quatro meses.
48 E os homens de Israel voltaram para os filhos de Benjamim, e os feriram ao fio da espada, desde os homens da cidade até aos animais, até a tudo quanto se achava, como também a todas as cidades, quantas acharam, puseram fogo.

Capítulo 21
1 Ora, tinham jurado os homens de Israel em Mizpá, dizendo: Nenhum de nós dará sua filha por esposa aos benjamitas.
2 Veio, pois, o povo à casa de Deus, e ali permaneceu diante de Deus até ao pôr do sol; e todos levantaram a sua voz, e prantearam com grande pranto,
3 E disseram: Ah! SENHOR Deus de Israel, por que sucedeu isto em Israel, que hoje falte uma tribo em Israel?
4 E sucedeu que, no dia seguinte, o povo se levantou ao alvorecer, e edificou ali um altar; e ofereceu holocaustos e ofertas pacíficas.
5 E disseram os filhos de Israel: Quem de todas as tribos de Israel não subiu à assembléia (ajuntada) diante do SENHOR? Porque se tinha feito um grande juramento acerca dos que não subisse ao SENHOR em Mizpá, dizendo: Será morto certamente.
6 E arrependeram-se os filhos de Israel acerca de Benjamim, seu irmão, e disseram: Cortada fora é hoje de Israel uma tribo.
7 Que faremos para conseguir esposas para os que restaram deles, pois nós temos jurado pelo SENHOR que nenhuma de nossas filhas lhes daríamos por esposa?
8 E disseram: Qual é a uma das tribos de Israel que não subiu ao SENHOR a Mizpá? E eis que ninguém de Jabes-Gileade viera ao arraial, à assembléia.
9 Porquanto, quando se contou o povo, eis que nenhum dos habitantes de Jabes-Gileade se achou ali.
10 Então a assembléia enviou para lá doze mil homens dos mais valentes, e lhes ordenou, dizendo: Ide, e ao fio da espada feri aos habitantes de Jabes-Gileade, e às mulheres, e aos meninos.
11 Porém esta é a coisa que haveis de fazer: A todo o macho, e a toda a mulher conhecendo o se deitar com um homem, totalmente destruireis.
12 E acharam entre os habitantes de Jabes-Gileade quatrocentas moças virgens, que não tinham conhecido homem pelo se deitar com um macho; e as trouxeram ao arraial, a Siló, que está na terra de Canaã.
13 Então toda a assembléia enviou mensageiros e falou aos filhos de Benjamim, que estavam na penha de Rimom, e lhes proclamou a paz.
14 E, naquele tempo, voltaram os benjamitas; e deram-lhes esposas que haviam guardado com vida, das mulheres de Jabes-Gileade; porém estas ainda não lhes bastaram.
15 Então o povo se arrependeu por causa de Benjamim; porquanto o SENHOR tinha feito brecha nas tribos de Israel.
16 E disseram os anciãos da assembléia: Que faremos para obter esposas para os que restaram, pois foram destruídas as mulheres de Benjamim?
17 Disseram mais: Haja uma herança para os que restaram de Benjamim , e não seja destruída nenhuma tribo de Israel.
18 Porém nós não lhes poderemos dar esposas de nossas filhas, porque os filhos de Israel juraram, dizendo: Maldito aquele que der esposa aos benjamitas.
19 Então disseram: Eis que de ano em ano uma festa do SENHOR em Siló, em um local que está para o norte de Betel, do lado do nascente- do- sol da estrada elevada que sobe de Betel a Siquém, e ao sul de Lebona.
20 E ordenaram aos filhos de Benjamim, dizendo: Ide, e emboscai-vos nas vinhas.
21 E olhai, e eis que, se as filhas de Siló saírem a rodopiar em alegres girar numa roda {*}, então saí vós das vinhas, e arrebatai cada homem sua esposa dentre as filhas de Siló, e ide-vos à terra de Benjamim. {* Note que este "rodopiar em alegres girar numa roda" foi somente com a presença e participação feminina, não de toda uma igreja; foi em festa folclórica (não em culto, culto direto a Deus); foi nos campos (não no Tabernáculo, muito menos em igreja neotestamentária); foi na dispensação de Israel (não em igreja neotestamentária). Além disso, a Bíblia simplesmente o cita (como à poligamia, etc....), sem nem de longe recomendar que crentes e igrejas do N.T o imitem.}
22 E será que, quando seus pais ou seus irmãos vierem a conosco litigar em juízo, nós lhes diremos: Por amor de nós, tende compaixão deles, pois nesta guerra não reservamos (de lado) para cada homem (entre eles) a sua esposa; porque não lhas destes vós (voluntariamente), de modo que agora ficásseis culpados.
23 E os filhos de Benjamim fizeram assim, e levaram esposas conforme ao número deles, daquelas que rodopiavam numa roda {*}, as quais arrebataram; e foram-se, e voltaram à sua herança, e reedificaram as cidades, e habitaram nelas. {* Vide nota v. 21}
24 Também os filhos de Israel partiram dali naquele tempo, cada homem para a sua tribo e para a sua família; e saíram dali, cada homem para a sua herança.
25 Naqueles dias não havia rei em Israel; porém cada homem fazia o que parecia reto aos seus próprios olhos.

Hosted by www.Geocities.ws

1