AKJ: Almeida-1753 compatibilizada com a KJB-1611, com grafia e gramática inspiradas na ACF-1995
Capítulo 1
1 Como está
sentada solitária aquela cidade (Jerusalém), antes
com tanto povo! Tornou-se
como viúva, a que era grande entre as nações! A que
era princesa entre as províncias está debaixo de trabalhos forçados!
2 Chora amargamente
de noite, e as suas lágrimas lhe correm pelas faces; não tem
quem a console entre todos os seus amantes; todos os seus amigos se houveram aleivosamente
{*}
com ela, tornaram-se seus inimigos.
{* Enganadora e traiçoeiramente}
3
Da sua aflição e da sua grande servidão, Judá foi para o cativeiro; ela habita entre os gentios, não acha descanso; todos
os seus perseguidores a alcançam entre as suas angústias.
4 Os caminhos
de Sião estão chorando (como em luto), porque não há quem venha à
solene festa anual; todas as suas portas estão desoladas; os seus sacerdotes
suspiram;
as suas virgens estão afligidas, e ela mesma tem amargura.
5 Os seus
adversários têm sido feitos chefes (sobre ela), os seus inimigos prosperam;
porque o SENHOR a afligiu, por causa da multidão das suas transgressões;
os seus filhinhos foram para o cativeiro na frente do adversário.
6 E da filha
de Sião já se foi toda a sua formosura; os seus príncipes
ficaram sendo como corços que não acham pasto e caminham sem
força adiante do perseguidor.
7 Lembra-se
Jerusalém, nos dias da sua aflição e das suas angústias,
de todas as suas mais queridas coisas, que tivera desde os tempos antigos;
quando caía o seu povo na mão do adversário, e não
havia quem a socorresse; os adversários a viram, e fizeram escárnio
dos seus sábados.
8 Jerusalém gravemente pecou, por isso foi removida; todos os que
antes a honravam,
agora a desprezam,
porque viram a sua nudez; ela também suspira e volta atrás.
9 A sua imundícia
está nas suas saias; nunca se lembrou do seu fim; por isso foi
abatida de modo espantoso, não tem consolador; vê, SENHOR, a minha aflição,
porque o inimigo se tem engrandecido.
10 Estendeu
o adversário a sua mão a todas as coisas mais preciosas dela;
pois ela viu entrar no santuário dela os gentios, acerca dos quais
ordenaste que não entrassem na Tua congregação.
11 Todo o
seu povo está suspirando, buscando o pão; deram as suas coisas mais
preciosas a troco de mantimento para restaurarem a alma; vê,
ó SENHOR,
e contempla, que sou desprezível.
12 Não
vos comove isto, ó todos vós que passais pelo caminho?
Atentai, e
vede, se há dor como a minha dor, que foi infligida sobre mim, com que o
SENHOR me afligiu no dia do furor da Sua ira.
13 Desde o
alto Ele enviou fogo para
dentro dos meus ossos, o qual se assenhoreou deles; estendeu uma
rede aos meus pés, fez-me voltar atrás, fez-me assolada
e enferma todo o dia.
14 O jugo
constituído pelas minhas transgressões está atado pela Sua mão; elas
(minhas transgressões)
estão entretecidas, subiram sobre o meu pescoço, e Ele abateu
a minha força; entregou-me o Senhor nas mãos daqueles a quem
não posso resistir.
15 O Senhor
pisou aos pés todos os meus poderosos
varões no meio de mim; convocou contra mim uma
assembléia, para esmagar os meus jovens; o Senhor pisou como num
lagar a virgem filha de Judá.
16 Por estas
coisas eu estou chorando; os meus olhos, os meus olhos
se derramam em água;
porque se afastou de mim o consolador que devia restaurar a minha alma;
os meus filhos estão assolados, porque prevaleceu o inimigo
(contra mim).
17 Sião estende as suas mãos,
e não há quem a console; ordenou
o SENHOR acerca de Jacó que os seus
inimigos estivessem ao seu redor; Jerusalém é entre eles como uma
mulher em sua imundície (menstruação).
18 Justo é
o SENHOR, pois me rebelei contra o Seu mandamento; ouvi, pois, todos os
povos, e vede a minha dor; as minhas virgens e os meus jovens foram levados
para o cativeiro.
19 Chamei
os meus amantes, mas eles me enganaram; os meus sacerdotes e os meus anciãos
expiraram na cidade; enquanto buscavam para si mantimento, para restaurarem
a sua alma.
20 Olha, ó SENHOR,
porque estou angustiada; turbadas estão as minhas entranhas; o meu
coração está transtornado dentro de mim, porque gravemente
me rebelei; fora me desfilhou a espada, em casa está a morte.
21 Ouviram
que eu suspiro, mas não tenho quem me console; todos os meus inimigos
que ouviram a respeito do meu mal regozijam, porque Tu o fizeste; mas, em trazendo
Tu
o dia que apregoaste, serão como eu.
22 Venha toda
a sua maldade para diante de Ti, e faze-lhes como
infligiste a mim por causa
de todas as minhas transgressões; porque os meus suspiros são
muitos, e o meu coração está desfalecido.
Capítulo 2
1 Como cobriu
o Senhor de nuvens a filha de Sião, na ira dEle! Derrubou do céu
à terra a glória de Israel, e não se lembrou do estrado
de Seus pés, no dia da Sua ira.
2 Devorou
o Senhor todas as moradas de Jacó, e não se apiedou
(dele); derrubou, na sua ira, as fortalezas da filha de Judá, e abateu-as até
à terra; poluiu o reino e os seus príncipes.
3 No furor
da sua ira cortou fora toda a força {*} de Israel; retirou para trás
a Sua destra de diante do inimigo; e ardeu contra Jacó, como labareda
de fogo que consome em redor. {* Literalmente, o chifre}
4
Encurvou- armou o
Seu arco como um inimigo,
postou-Se de pé com a Sua destra como
um adversário, e matou
tudo o que era formoso à vista; derramou a Sua indignação
como fogo na tenda da filha de Sião.
5 Tornou-se
o Senhor como um inimigo; devorou a Israel, devorou a todos os seus palácios,
destruiu as suas fortalezas; e multiplicou na filha de Judá a lamentação
e a tristeza.
6 E arrancou
o Seu tabernáculo com violência, como se fosse o
(tabernáculo) de uma horta;
destruiu o lugar da sua congregação; o SENHOR, em Sião,
pôs em esquecimento a solenes festas anuais e os sábados, e na indignação
da Sua ira rejeitou com desprezo o rei e o sacerdote.
7 Rejeitou
o Senhor o Seu altar, detestou o Seu santuário; entregou na mão
do inimigo os muros dos palácios dela; deram gritos
(de vitória) na casa do SENHOR,
como em dia de festa solene.
8 O SENHOR formou o propósito de destruir o muro da filha de Sião; estendeu o cordel -de- medir sobre
ele, não retirou a Sua mão para destruir; fez chorar-
lamentando o antemuro
e o muro; estão eles juntamente enfraquecidos.
9 As portas dela afundaram na terra; Ele destruiu e quebrou os ferrolhos
dela (de Jerusalém);
o rei dela e os seus príncipes estão entre os gentios, onde
não há lei, nem os seus profetas acham visão alguma do
SENHOR.
10 Estão
sentados sobre a terra,
guardando silêncio, os anciãos da filha de Sião;
lançam pó sobre as suas cabeças, cingiram-se de
pano de sacos; as
virgens de Jerusalém abaixam as suas cabeças até à
terra.
11 Já
se consumiram os meus olhos com lágrimas, turbadas estão as
minhas entranhas, o meu fígado se derramou sobre a terra por causa
da destruição da filha do meu povo; pois desfalecem o menino e a criança
de peito pelas ruas da cidade.
12 Ao desfalecerem,
como feridos, pelas ruas da cidade, ao exalarem as suas almas no regaço
de suas mães, dizem-lhes: Onde está o trigo e o vinho?
13 Que testemunho
te trarei? A quem te compararei, ó filha de Jerusalém? A
quem te assemelharei, para te consolar, ó virgem filha de Sião?
Porque grande como o mar é a tua quebradura; quem te sarará?
14 Os teus
profetas têm visto, para ti, coisas
vãs e loucas, e não manifestaram a tua
maldade, para fazerem se desviar o teu cativeiro; mas viram para ti cargas
falsas
e seduções que são motivos de expulsão
(para o cativeiro).
15 Todos os
que passam pelo caminho batem as suas palmas (em
desagrado), assobiam de escárnio e meneiam as suas cabeças
sobre a filha de Jerusalém, dizendo: É esta a cidade que
denominavam: 'perfeita em formosura, alegria de toda a terra'?
16 Todos os
teus inimigos abrem as suas bocas contra ti, assobiam
de escárnio, e rangem os dentes;
dizem: Devoramo-la; certamente este é o dia que esperávamos;
achamo-lo, vimo-lo.
17 Fez o SENHOR
o que planejara; cumpriu a Sua palavra, que ordenou desde os dias da antiguidade;
derrubou, e não Se apiedou; fez com que o
teu inimigo se alegrasse
sobre ti, exaltou o poder {*} dos teus adversários. {*
Literalmente, o chifre}
18 O coração
deles clamou ao Senhor: Ó muralha da filha de Sião, escorram as tuas
lágrimas como um ribeiro, de dia e de noite; não te dês
descanso, nem parem as meninas de teus olhos.
19 Levanta-te,
canta- retumbando de noite no princípio das vigias; derrama o teu coração
como águas diante da face do Senhor; levanta
em Sua direção as
tuas mãos, pela vida de teus filhinhos, que desfalecem de fome à entrada de todas as ruas.
20 Vê,
ó SENHOR, e considera a quem infligiste assim! Hão de comer as
mulheres o fruto de si mesmas, as crianças que trazem nos braços?
Ou matar-se-á (no santuário do Senhor) o sacerdote e o profeta?
21 Jazem sobre a terra pelas ruas o
homem moço e o velho, as minhas virgens e os
meus homens jovens vieram a cair à espada;
tu os mataste no dia da tua ira; mataste e não te apiedaste
deles.
22 Convocaste
os meus temores em redor como num dia de solenidade; não houve no
dia da ira do SENHOR quem escapasse, ou permanecesse; aqueles que eu
trouxe
nas mãos e sustentei, o meu inimigo os consumiu.
Capítulo 3
1 Eu sou aquele
homem que viu a aflição pela vara do Seu furor.
2 Ele me guiou
e me fez andar em trevas {*} e não na luz {**}. {*
Calamidade}
{** Prosperidade}
3 Deveras
fez virar e revirar a Sua mão contra mim o dia todo.
4 Fez envelhecer
a minha carne e a minha pele, quebrou os meus ossos.
5 Edificou
{*} contra mim, e me cercou de fel e trabalho.
{* Barricadas}
6 Assentou-me
em lugares tenebrosos, como os que estavam mortos há muito.
7 Cercou-me
de uma sebe, e não posso sair; tornou pesados os meus grilhões.
8 Ainda quando
clamo e grito, Ele exclui a minha oração.
9 Fechou os
meus caminhos com muros de pedras lavradas, fez tortuosas as minhas veredas.
10 Fez-se para mim
como um urso que está
emboscando,
como um leão em esconderijos.
11 Desviou
os meus caminhos, e fez-me em pedaços; deixou-me assolado.
12 Encurvou- armou o
Seu arco, e me pôs como alvo à flecha.
13 Fez entrar
nos meus rins as flechas da Sua aljava.
14 Fui feito
um objeto de escárnio para todo o meu povo e a canção
deles,
todo o dia.
15 Fartou-me
de amarguras, embriagou-me de absinto {*}. {* Absinto
ou alosna, planta muito amargosa}
16 Quebrou
com pedras de cascalho os meus dentes, abaixou-me na cinza.
17 E Tu afastaste da paz a minha alma;
esqueci-me das coisas boas.
18 Então
disse eu: Já pereceu a minha força, como também a
minha esperança no SENHOR.
19 Lembra-Te
da minha aflição e da minha miséria, do absinto {*} e do fel.
{* Absinto ou alosna, planta muito amargosa}
20 Minha alma
certamente disto se lembra, e se inclina de
humildade dentro de mim.
21 Disto me
recordarei na minha mente; por isso esperarei.
22 As misericórdias
do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as Suas
misericórdias não têm fim;
23 Novas são
cada manhã; grande é a Tua fidelidade.
24 A minha
porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto, esperarei
nEle.
25 Bom é
o SENHOR para os que esperam por Ele, para a alma que O busca.
26 Bom é
ter esperança, e aguardar em silêncio a salvação
do SENHOR.
27 Bom é
para o homem suportar o jugo na sua mocidade.
28 Assente-se
solitário e fique em silêncio; porquanto Deus pôs
isto (o jugo) sobre ele.
29 Ponha a
sua boca no pó; talvez ainda haja esperança.
30 Dê
a sua face a Quem o fere; farte-se de afronta.
31 Pois o
Senhor não rejeitará para sempre.
32 Pois, ainda
que entristeça a alguém, usará de compaixão,
segundo a grandeza das Suas misericórdias.
33 Porque
não aflige nem entristece de bom grado aos filhos dos homens.
34 Esmagar debaixo
dos Seus pés a todos os presos da terra,
35 Perverter
o direito do homem perante a face do Altíssimo;
36 Subverter
ao homem no seu pleito, não o veria o Senhor?
37 Quem é
aquele que diz, e assim acontece, quando o Senhor não
ordena isto?
38 Porventura
da boca do Altíssimo não sai tanto o mal {*} como o bem {**}?
{* Calamidade}
{** Prosperidade}
39 De que
se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada
homem dos seus próprios pecados.
40 Esquadrinhemos
os nossos caminhos, e provemo-los, e voltemos para o SENHOR.
41 Levantemos
os nossos corações, juntamente com as
nossas mãos, para Deus nos céus,
dizendo:
42 Nós
transgredimos, e fomos rebeldes; por isso Tu não
nos perdoaste.
43 Cobriste-Te
de ira, e nos perseguiste; mataste, não perdoaste.
44 Cobriste-Te
de nuvens, para que não passe a nossa oração
(através dela).
45 Como escória
e refugo nos puseste no meio dos povos.
46 Todos os
nossos inimigos abriram contra nós as suas bocas.
47 Temor e
laço vieram sobre nós, assolação e destruição.
48 Torrentes
de água derramaram os meus olhos, por causa da destruição
da filha do meu povo.
49 Os meus
olhos choram, e não cessam, porque não há descanso,
50 Até
que o SENHOR olhe para baixo e veja desde o céU.
51 Os meus
olhos infligem a minha alma, por causa de todas as filhas da minha cidade.
52 Como a uma ave
intensamente me caçam os que, sem causa, são meus inimigos.
53 Cortaram-me
fora a vida na masmorra, e lançaram pedras sobre mim.
54 Águas correram
sobre a minha cabeça; eu disse: Estou cortado fora.
55 Invoquei
o Teu nome, SENHOR, desde a mais profunda masmorra.
56 Ouviste
a minha voz; não escondas o Teu ouvido ao meu suspiro, ao meu clamor.
57 Tu Te aproximaste
no dia em que Te invoquei; disseste: Não temas.
58 Pleiteaste,
Senhor, os pleitos da minha alma, redimiste a minha vida.
59 Viste,
SENHOR, a injustiça que me fizeram; julga a minha causa.
60 Viste toda
a vingança deles, todas as
suas maquinações contra mim.
61 Ouviste
a afronta deles, SENHOR, todas
as suas maquinações contra mim,
62 Os lábios
dos que se levantam contra mim e as suas tramas me são contrárias
todo o dia.
63 Observa-os
ao assentarem-se e ao levantarem-se; eu sou a sua música
zombeteira.
64 Tu lhes
darás recompensa, SENHOR, conforme a obra das suas mãos.
65 Tu lhes
darás um coração encoberto {*}, maldição
Tua sobre eles. {* Portanto, em dores, sem ver, cego}
66 Na
Tua
ira os perseguirás, e os destruirás de debaixo dos céus
do SENHOR.
Capítulo 4
Como se escureceu
o ouro! Como se mudou o ouro puro e bom! Como estão espalhadas as
pedras do santuário no começo de cada rua!
2 Os preciosos
filhos de Sião, comparáveis a puro ouro, como são agora reputados
como vasos de barro, obra das mãos do oleiro!
3 Até as baleias entregam o peito, dão de mamar aos seus filhos; mas a filha
do meu povo tornou-se cruel como os avestruzes no deserto.
4 A língua
da criança que mama fica, pela sede, achegada- e- aderida ao seu
palato; os meninos pedem pão,
e ninguém o parte para eles.
5 Os que comiam
comidas finas agora desfalecem nas ruas; os que se criaram em carmesim abraçam
montão de esterco.
6 Porque maior
é a punição da iniqüidade da filha do meu povo do que
a punição do pecado de Sodoma,
a qual foi subvertida como num momento, sem que mãos
fossem violentamente postas sobre ela.
7 Os seus nazireus
<consagrados> eram mais puros do que a neve, mais brancos do que o leite, mais
vermelhos de corpo do que os rubis, e mais polidos do que a safira.
8 Mas agora
escureceu-se o seu aspecto mais do que o negrume; não são conhecidos
nas ruas; a sua pele se lhes achegou- e- aderiu aos
seus ossos, secou-se, tornou-se como
um pau.
9 Os mortos
à espada foram mais ditosos do que os mortos à fome; porque
estes morreram lentamente,
como
traspassados, por falta dos frutos dos campos.
10 As mãos
das mulheres compassivas cozeram seus próprios filhos;
estes lhes serviram
de alimento na destruição da filha do meu povo.
11 Deu o SENHOR
cumprimento ao Seu furor; derramou o ardor da Sua ira, e acendeu fogo em
Sião, que consumiu os seus fundamentos.
12 Não
creram os reis da terra, nem todos os habitantes do mundo, que entrasse
o adversário e o inimigo pelas portas de Jerusalém.
13 Foi por
causa dos pecados dos profetas dela, das maldades dos seus sacerdotes, que derramaram
o sangue dos justos no meio dela.
14 Vagueiam
como cegos nas ruas, contaminaram-se de sangue; de tal modo que ninguém
pode tocar nas suas roupas.
15 Apartai-vos,
imundos! gritavam-lhes; apartai-vos,
apartai-vos, não toqueis! quando
fugiram e também andaram errantes, dizia-se entre os gentios: Nunca
mais peregrinarão aqui.
16 A face
indignada do SENHOR os espalhou, Ele nunca mais tornará a olhar
para eles; não respeitaram a pessoa dos sacerdotes, nem se compadeceram
dos velhos.
17 Os nossos
olhos desfaleciam, esperando o nosso vão socorro; olhávamos
atentamente para uma nação que não nos podia livrar.
18 (Os caldeus) caçaram
os nossos passos, de maneira que não podíamos andar pelas nossas
ruas; está chegado o nosso fim, estão cumpridos os nossos dias,
porque é vindo o nosso fim.
19 Os nossos
perseguidores foram mais ligeiros do que as águias do céU;
sobre os montes nos perseguiram, no deserto nos armaram ciladas.
20 O fôlego das nossas narinas {*}, o ungido do SENHOR, foi preso nas suas covas; dele
dizíamos: Debaixo da Sua sombra viveremos entre os gentios.
{* Nosso rei}
21 Regozija-te
e alegra-te, ó filha de Edom, que habitas na terra de Uz; o cálice
passará também para ti; embebedar-te-ás, e te desnudarás.
22 O castigo
da tua maldade está consumado, ó filha de Sião; Ele
nunca mais te levará para cativeiro- em- exílio
{*}; Ele visitará
(para trazer punição) a tua
maldade, ó filha de Edom, descobrirá os teus pecados.
{* Pelos caldeus}
Capítulo 5
1 Lembra-te,
ó SENHOR, do que nos tem sucedido; considera, e olha o nosso opróbrio.
2 A nossa
herança passou a estrangeiros, e as nossas casas a forasteiros.
3 Órfãos somos sem pai, nossas mães são como viúvas.
4 A nossa
água por dinheiro a bebemos, e por preço vem a nossa lenha.
5 Os nossos pescoços estão sendo perseguidos;
laboramos,
e não temos descanso.
6 Aos egípcios
e aos assírios entregamos as mãos, para nos fartarem de pão.
7 Nossos pais
pecaram, e já não existem; e nós levamos a carga das suas maldades.
8 Servos dominam
sobre nós; ninguém há que nos livre da mão
deles.
9 Com perigo
de nossas vidas trazemos o nosso pão, por causa da espada do deserto.
10 Nossa pele
se queimou como um forno, por causa do ardor da fome.
11 Forçaram
as mulheres em Sião, as virgens nas cidades de Judá.
12 Os príncipes
foram enforcados pelas mãos deles; as faces dos velhos não foram
reverenciadas.
13 Levaram os homens
jovens
para moer, e os meninos caíram debaixo das cargas de lenha.
14 Os velhos
cessaram de ir às portas
(da cidade), os
homens jovens cessaram a sua música.
15 Cessou o gozo de nosso coração; o nosso
coro
que responde em
eco {*} foi transformado em
choro- lamentação- de- luto. {* "04234
mâchôwl" pode ser traduzido como "alegre girar numa roda",
ou como "flauta volteante", ou como "coral que responde em
eco"; esta última tradução é melhor, pois o contexto é de expressão
vocal em emoção: música, gozo de coração, lamentação, etc.}
16 Caiu a
coroa da nossa cabeça; ai de nós! porque pecamos.
17 Por isso
desmaiou o nosso coração; por isso se escureceram os nossos
olhos.
18 Pelo monte
de Sião, que está assolado, andam as raposas.
19 Tu, ó SENHOR,
permaneces eternamente, e o Teu trono subsiste de geração em
geração.
20 Por que
Te esquecerias de nós para sempre? Por que nos desampararias por
tanto tempo?
21 Faz-nos retornar
a Ti, ó SENHOR, e seremos
retornados; renova os nossos dias como dantes.
22 Mas Tu
nos rejeitaste totalmente. Tu estás muito enfurecido contra nós.