AKJ: Almeida-1753 compatibilizada com a KJB-1611, com grafia e gramática inspiradas na ACF-1995  

LIVRO DOS PROVÉRBIOS
Capítulos 01-10
 


Capítulo 1
1 Provérbios de Salomão, filho de Davi, rei de Israel;
2 Para se conhecer a sabedoria e o castigo- instrutivo; para se entenderem, as palavras da entendimento.
3 Para se receber o castigo- instrutivo do sábio proceder, a justiça, o juízo e a eqüidade;
4 Para dar aos simples, prudência discernidora, e aos moços, conhecimento e bom siso;
5 O sábio ouvirá e crescerá em conhecimento, e o entendido adquirirá sábios conselhos;
6 Para entender os provérbios e sua interpretação; as palavras dos sábios e as suas palavras obscuras.
7 O temor do SENHOR é o princípio do conhecimento; mas os tolos desprezam a sabedoria e o castigo- instrutivo.
8 Filho meu, ouve o castigo- instrutivo de teu pai, e não deixes o ensinamento de tua mãe,
9 Porque serão como diadema gracioso em tua cabeça, e colares ao teu pescoço.
10 Filho meu, se os pecadores procuram enganosamente- persuadir a ti com agrados, não consintais isso.
11 Se disserem: Vem conosco, ponhamo-nos em emboscada para derramar sangue; espreitemos o inocente sem motivo;
12 Traguemo-los vivos, como a sepultura; e inteiros, como os que descem à cova;
13 Acharemos toda sorte de bens preciosos; encheremos as nossas casas de despojos;
14 Lança a tua sorte conosco; teremos todos uma só bolsa!
15 Filho meu, não te ponhas a caminho com eles; desvia o teu pé das suas veredas;
16 Porque os seus pés correm para o mal, e se apressam a derramar sangue.
17 Na verdade é inútil estender-se a rede ante os olhos de qualquer ave.
18 No entanto estes armam ciladas contra o seu próprio sangue; e espreitam- de- emboscada às suas próprias vidas.
19 São assim as veredas de todo aquele que desonesta- violentamente- ganha ganho- desonesto- violento: ele põe a perder a alma dos que o possuem.
20 A sabedoria canta- retumbando- de- júbilo lá fora; pelas ruas levanta a sua voz.
21  Ela brada nos principais locais de barulho das multidões; nas entradas das portas e nas cidades profere as suas palavras, dizendo:
22 Até quando, ó simples, amareis a simplicidade? E vós escarnecedores, desejareis o escárnio? E vós insensatos, odiareis o conhecimento?
23 Atentai para a minha repreensão; pois eis que vos derramarei abundantemente do meu espírito e vos declararei as minhas palavras.
24 Entretanto, porque eu clamei e recusastes; e estendi a minha mão e não houve quem desse atenção,
25 Antes rejeitastes todo o meu conselho, e não quisestes a minha repreensão,
26 Também de minha parte eu me rirei na vossa perdição e zombarei, em vindo o vosso temor.
27 Vindo o vosso temor como a assolação, e vindo a vossa perdição como uma tormenta, quando vos chegar aperto e angústia.
28 Então clamarão a mim, mas eu não responderei; de madrugada me buscarão, porém não me acharão.
29 Porquanto odiaram o conhecimento; e não preferiram o temor do SENHOR:
30 Não aceitaram o meu conselho, e desprezaram toda a minha repreensão.
31 Portanto, comerão do fruto do seu próprio caminho, e fartar-se-ão dos seus próprios conselhos.
32 Porque o voltar- atrás que é praticado pelos simples os matará, e a soberba prosperidade dos insensatos os destruirá.
33 Mas o que me der ouvidos habitará em segurança, e estará livre do temor do mal.

Capítulo 2
1 Filho meu, se aceitares as minhas palavras, e esconderes contigo os meus mandamentos,
2 Para fazeres o teu ouvido atento à sabedoria; e inclinares o teu coração ao entendimento;
3 Se clamares por conhecimento, e por inteligência para entender alçares a tua voz,
4 Se como a prata a buscares e como a tesouros escondidos a procurares,
5 Então entenderás o temor do SENHOR, e acharás o conhecimento de Deus.
6 Porque o SENHOR dá a sabedoria; da Sua boca é que vem o conhecimento e o entendimento.
7 Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham em inteireza- completude.
8 Ele guarda as veredas do juízo e preserva o caminho dos Seus santos.
9 Então entenderás a justiça, o juízo e a eqüidade, todas as boas veredas.
10 Pois quando a sabedoria entrar no teu coração, e o conhecimento for agradável à tua alma,
11 O bom siso te guardará e a inteligência para entender te conservará;
12 Para te retirar do caminho do homem mau, do homem que fala coisas perversas;
13 Dos que deixam as veredas da retidão, para andarem pelos caminhos da treva;
14 Que se alegram de fazer mal, e brincam com as perversidades dos maus,
15 Cujas veredas são tortuosas e que se desviam nos seus caminhos;
16 Para te livrar da mulher estrangeira (prostituta), sim da estrangeira (prostituta) que lisonjeia com suas palavras;
17 Que deixa o guia da sua mocidade e se esquece da aliança do Deus dela;
18 Porque a sua casa se inclina para a morte, e as suas veredas para os mortos.
19 Todos os que entram a ela não voltarão e não alcançarão as veredas da vida.
20 Para andares pelos caminhos dos bons, e te conservares nas veredas dos justos.
21 Porque os retos habitarão na terra, e os íntegros permanecerão nela.
22 Mas os ímpios serão arrancados da terra, e os aleivosos {*} serão dela arrancados pelas raízes. {* Enganadores e traiçoeiros}

Capítulo 3
1 Filho meu, não te esqueças da minha lei, mas o teu coração guarde os meus mandamentos.
2 Porque eles te aumentarão a longura de dias, e os anos de vida, e a paz
3 Não te desamparem a misericórdia e a fidelidade; ata-as ao teu pescoço; escreve-as sobre a tábua do teu coração.
4 E acharás graça e bom entendimento aos olhos de Deus e do homem.
5 Confia no SENHOR de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento.
6 Reconhece-O em todos os teus caminhos, e Ele endireitará as tuas veredas.
7 Não sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao SENHOR e aparta-te do mal.
8 Isto será saúde para o teu umbigo, e medula para os teus ossos.
9 Honra ao SENHOR com os teus bens, e com a primeira parte de todos os teus lucros- de- colheita;
10 E os teus celeiros serão enchidos com abundância, e transbordarão de mosto os teus lagares.
11 Filho meu, não rejeites o castigo- instrutivo do SENHOR, nem te enojes da Sua repreensão.
12 Porque o SENHOR repreende aquele a quem ama, assim como o pai ao filho em quem se deleita.
13 Bem-aventurado é o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento;
14 Porque é melhor a sua mercadoria do que artigos de prata, e maior o seu lucro que o ouro mais fino.
15 Mais preciosa é do que os rubis, e tudo o que mais possas desejar não se pode comparar a ela.
16 Longura de dias (de vida) está na sua mão direita; e na sua mão esquerda, riquezas e honra.
17 Os seus caminhos são caminhos de delícias, e todas as suas veredas são paz.
18 É árvore de vida para os que a seguram, e são bem-aventurados todos os que a retêm.
19 O SENHOR, com sabedoria fundou a terra; com entendimento estabeleceu os céus.
20 Pelo Seu conhecimento se fenderam os abismos, e as nuvens gotejam o orvalho.
21 Filho meu, não se apartem estas coisas dos teus olhos: guarda a verdadeira sabedoria e o bom siso;
22 Porque serão vida para a tua alma, e adorno ao teu pescoço.
23 Então andarás seguro pelo teu caminho, e o teu pé não tropeçará.
24 Quando te deitares, não temerás; ao contrário, deitar-te-ás, e o teu sono será docemente agradável.
25 Não temas o pavor repentino, nem a assolação pelos perversos, quando ela vier.
26 Porque o SENHOR será a tua confiança; guardará os teus pés de serem capturados.
27 Não deixes de fazer bem a quem ele é devido, estando em tuas mãos a capacidade de fazê-lo.
28 Não digas ao teu próximo: Vai, e volta amanhã que to darei, se já o tens contigo.
29 Não maquines o mal contra o teu próximo, pois que habita contigo confiadamente.
30 Não contendas com alguém sem causa, se ele não te fez nenhum mal.
31 Não tenhas inveja do homem violento, nem escolhas nenhum dos seus caminhos.
32 Porque o perverso é abominável ao SENHOR, mas com os sinceros está o Seu segredo.
33 A maldição do SENHOR habita na casa do ímpio, mas a habitação dos justos abençoará.
34 Certamente Ele escarnecerá dos escarnecedores, mas Ele dá graça aos mansos.
35 Os sábios herdarão honra, mas vergonha será a elevação dos  tolos.

Capítulo 4
1 Ouvi, ó filhos, o castigo- instrutivo do pai, e estai atentos para conhecerdes o entendimento.
2 Pois dou-vos boa doutrina; não deixeis a minha lei.
3 Porque eu era um filho para o meu pai, tenro e o único amado aos olhos de minha mãe.
4 E ele me ensinava e me dizia: Retenha o teu coração as minhas palavras; guarda os meus mandamentos, e vive.
5 Adquire sabedoria, adquire entendimento, e não te esqueças disto nem te apartes das palavras da minha boca.
6 Não a abandones e ela te guardará; ama-a, e ela te protegerá.
7 A sabedoria é a coisa principal; adquire pois a sabedoria, emprega tudo o que possues na aquisição de entendimento.
8 Exalta-a, e ela te exaltará; e, abraçando-a tu, ela te honrará.
9 Dará à tua cabeça um diadema de graça e uma coroa de glória te entregará.
10 Ouve, ó filho meu, e aceita as minhas palavras, e se multiplicarão os anos da tua vida.
11 No caminho da sabedoria te ensinei, e por veredas de retidão te fiz andar.
12 Por elas andando, não se embaraçarão os teus passos; e se correres não tropeçarás.
13 Apega-te ao castigo- instrutivo e não o largues; guarda-o, porque ele é a tua vida.
14 Não entres na vereda dos ímpios, nem andes no caminho dos homens maus.
15 Evita-o; não passes por ele; desvia-te dele e passa de largo.
16 Pois não dormem, se não tiverem feito mal, e foge deles o sono se não fizerem alguém tropeçar.
17 Porque comem o pão da impiedade, e bebem o vinho da violência.
18 Mas a vereda dos justos é como a brilhante luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.
19 O caminho dos ímpios é como a escuridão; eles nem sabem em que tropeçam.
20 Filho meu, atenta para as minhas palavras; às minhas palavras ditas inclina o teu ouvido.
21 Não as deixes apartar-se dos teus olhos; guarda-as no mais íntimo do teu coração.
22 Porque são vida para os que as acham, e saúde para todo o seu corpo.
23 Sobre tudo o que se deve guardar {*}, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida. {* "sobre ... guardar" = "com toda a diligente vigilância"}
24 Desvia de ti a falsidade da boca, e afasta de ti a perversidade dos lábios.
25 Os teus olhos olhem para a frente, e as tuas pálpebras olhem direto diante de ti.
26 Pondera a vereda de teus pés, e todos os teus caminhos sejam bem ordenados!
27 Não declines nem para a direita nem para a esquerda; retira o teu pé do mal.

Capítulo 5
1 Filho meu, atende à minha sabedoria; à minha inteligência para entender inclina o teu ouvido;
2 Para que conserves a discrição, e os teus lábios guardem o conhecimento.
3 Porque os lábios da mulher estrangeira (prostituta) destilam favos de mel, e a sua boca é mais suave do que o azeite.
4 Mas o seu fim é amargoso como o absinto, agudo como a espada de dois gumes.
5 Os seus pés descem para a morte; os seus passos sustentam o inferno.
6 Para que não ponderes os caminhos da vida, as suas andanças são errantes: jamais os conhecerás.
7 Agora, pois, filhos, dai-me ouvidos, e não vos desvieis das palavras da minha boca.
8 Longe dela seja o teu caminho, e não te chegues à porta da sua casa;
9 Para que não dês a outrem a tua honra, e não entregues a cruéis os teus anos de vida;
10 Para que não farte a estranhos o teu esforço, e todo o fruto do teu trabalho vá parar em casa alheia;
11 E no fim venhas a gemer, no consumir-se da tua carne e do teu corpo.
12 E então digas: Como odiei o castigo- instrutivo! e o meu coração desprezou a repreensão!
13 E não dei ouvidos (obedecendo) à voz dos que me ensinavam, nem inclinei o meu ouvido àqueles que me instruíam!
14 No meio da congregação e da assembléia foi que eu me achei em quase todo o mal.
15 Bebe água da tua própria fonte, e das correntes do teu próprio poço.
16 Derramar-se-iam as tuas fontes por fora, e pelas ruas os ribeiros de tuas águas?
17 Sejam para ti só, e não para os estranhos contigo.
18 Seja bendito a tua fonte- jorrante, e alegra-te com a esposa da tua mocidade.
19 Como cerva amorosa, e gazela graciosa, os seus seios te saciem todo o tempo; e pelo seu amor sejas atraído perpetuamente.
20 E porque, filho meu, te deixarias atrair por mulher estrangeira (prostituta), e te abraçarias ao peito de uma estrangeira (prostituta)?
21 Eis que os caminhos do homem estão perante os olhos do SENHOR, e Ele pesa todas as suas veredas.
22 Quanto ao ímpio, as suas próprias iniqüidades o prenderão, e com as cordas do seu pecado será detido.
23 Ele morrerá (porque andou) sem castigo- instrutivo, e, pelo excesso da sua loucura, andará errado.

Capítulo 6
1 Filho meu, se ficaste por fiador do teu companheiro, se bateste a tua mão {*} com um estranho, {* Bater ou apertar ou unir a mão com a de outra pessoa, como sinal de firmar contrato}
2 E te deixaste enredar pelas palavras da tua própria boca; e te prendeste com as palavras da tua boca;
3 Faze pois isto agora, filho meu, e livra-te, já que caíste nas mãos do teu companheiro: vai, humilha-te, e insiste contra o teu companheiro.
4 Não dês sono aos teus olhos, nem sonolência às tuas pálpebras.
5 Livra-te, como a gazela da mão do caçador, e como a ave da mão do passarinheiro.
6 Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; considera os seus caminhos, e sábio.
7 Pois ela, não tendo chefe, nem guarda, nem dominador,
8 Prepara no verão o seu pão; na ceifa ajunta o seu mantimento.
9 Ó preguiçoso, até quando ficarás deitado? Quando te levantarás do teu sono?
10 Um pouco a dormir, um pouco a tosquenejar; um pouco encruzando as mãos, para estar deitado;
11 Assim sobrevirá a tua pobreza como o assaltante viajante, e a tua necessidade como um homem armado.
12 O homem mau, o homem iníquo anda com a boca pervertida.
13 Acena com os seus olhos, fala com os seus pés, e faz sinais de instrução com os seus dedos.
14 no seu coração perversidade, todo o tempo maquina mal; anda semeando contendas.
15 Por isso a sua destruição virá repentinamente; subitamente será quebrantado, sem que haja cura.
16 Estas seis coisas o SENHOR odeia, e a sétima a sua alma abomina:
17 Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente,
18 O coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal,
19 A testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos.
20 Filho meu, guarda o mandamento de teu pai, e não deixes a lei da tua mãe;
21 Ata-os perpetuamente ao teu coração, e amarra-os ao teu pescoço.
22 Quando caminhares, te guiará; quando dormires, te guardará; quando acordares, falará contigo.
23 Porque o mandamento é lâmpada, e a lei é luz; e as repreensões do castigo- instrutivo são o caminho da vida,
24 Para te guardarem da mulher vil, e das lisonjas da mulher estrangeira (prostituta).
25 Não cobices no teu coração a sua formosura, nem te deixes prender pelos seus olhos.
26 Porque por causa de uma mulher prostituta um homem chega a pedir um bocado de pão; e a adúltera anda à caça da alma preciosa.
27 Porventura um homem tomará fogo no seu seio, sem que suas vestes se queimem?
28 Ou andará alguém sobre brasas, sem que se queimem os seus pés?
29 Assim ficará o que entrar à esposa do seu próximo; não será inocente todo aquele que a tocar.
30 Não se injuria o ladrão, quando furta para saciar a sua alma, tendo fome;
31 Mas, se for achado, pagará o tanto sete vezes; terá de dar todos os bens da sua casa.
32 Assim, o que adultera com uma mulher é falto de entendimento; aquele que faz isso destrói a sua própria alma.
33 Achará castigo e vilipêndio {*}, e o seu opróbrio nunca será apagado. {* "vilipêndio" é infâmia, desprezo, desonra, ignomínia}
34 Porque o ciúme excita a fúria do marido; de maneira nenhuma poupará no dia da vingança.
35 Não aceitará nenhum resgate, nem se conformará por mais que aumentes os presentes.

Capítulo 7
1 Filho meu, guarda as minhas palavras, e entesoura dentro de ti os meus mandamentos.
2 Guarda os meus mandamentos e vive; e a minha lei, como a pupila dos teus olhos.
3 Ata-os aos teus dedos, escreve-os sobre a tábua do teu coração.
4 Dize à sabedoria: Tu és minha irmã; e ao entendimento chama de teu parente,
5 Para que elas te guardem da mulher estrangeira (prostituta), da mulher estrangeira (prostituta) que lisonjeia com as suas palavras.
6 Porque da janela da minha casa, olhando eu através das minhas grades venezianas,
7 Vi entre os simples, percebi entre os moços, um moço falto de juízo,
8 Que passava pela rua junto à sua esquina, e seguia o caminho para a casa dela;
9 Na pouquíssima luz do crepúsculo, ao anoitecer do dia, na tenebrosa noite e na escuridão.
10 E eis que uma mulher lhe saiu ao encontro com vestes de prostituta, e astúcia de coração.
11 (Ela é alvoroçada e sem freios; os seus pés não param em sua casa;
12 Ora está nas ruas, ora está nas praças, espreitando (de emboscada)
por todos os cantos.)
13 E o pegou e o beijou. Com face impudente lhe disse:
14 Sacrifícios pacíficos tenho comigo; hoje paguei os meus votos.
15 Por isto saí ao teu encontro a buscar diligentemente a tua face, e te achei.
16 Já cobri a minha cama com cobertas de tapeçaria, com obras lavradas, com linho fino do Egito.
17 Já perfumei o meu leito com mirra, aloés e canela.
18 Vem, saciemo-nos de amores até à manhã; exultemos- de- deleite com amores.
19 Porque o meu marido não está em casa; está a caminho em uma longa viagem;
20 Levou na sua mão um saquitel de dinheiro; voltará para casa só no dia marcado.
21 Assim, o fez desviar para ela com a multidão de suas palavras suaves, e o arrastou com as lisonjas dos seus lábios.
22 E ele logo a segue atrás, como o boi que vai para o matadouro, e como vai o insensato para o castigo- instrutivo dos grilhões;
23 Até que a flecha lhe atravesse o fígado; ou como a ave que se apressa para o laço, e não sabe que está armado contra a sua vida.
24 Agora pois, filhos, dai-me ouvidos, e estai atentos às palavras da minha boca.
25 Não se desvie para os caminhos dela o teu coração, e não andes perdido, nas suas veredas.
26 Porque a muitos feridos derrubou; sim, muitos homens fortes foram mortos por ela.
27 A sua casa é caminho do inferno, descendo para as câmaras da morte.

Capítulo 8
1 Não clama porventura a sabedoria, e a inteligência para entender não faz ouvir a sua voz?
2 No cume dos lugares altos, junto ao caminho, no encontro das veredas, ela se posta.
3 Do lado das portas da cidade, à entrada da cidade, e à entrada das portas está cantando- retumbando- de- júbilo:
4 A vós, ó homens, clamo; e a minha voz se dirige aos filhos dos homens.
5 Entendei, ó simples, a prudência; e vós, insensatos, entendei de coração.
6 Ouvi, porque falarei de coisas excelentes; o abrir dos meus lábios proferirá coisas retas.
7 Porque a minha boca proferirá a verdade, e a impiedade é abominação para os meus lábios.
8 São justas todas as palavras da minha boca: não nelas nenhuma coisa tortuosa nem pervertida.
9 Todas elas são claras- e- retas para aquele que bem entende, e justas para os que acham o conhecimento.
10 Aceitai o meu castigo- instrutivo, e não a prata; e o conhecimento, mais do que o ouro fino escolhido.
11 Porque melhor é a sabedoria do que os rubis; e tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela.
12 Eu, a sabedoria, habito com a prudência, e acho o conhecimento dos conselhos.
13 O temor do SENHOR é odiar o mal; a soberba e a arrogância, o mau caminho e a boca perversa, eu odeio.
14 Meu é o conselho e a verdadeira sabedoria; eu sou o entendimento; minha é a fortaleza.
15 Por mim reinam os reis e os príncipes decretam justiça.
16 Por mim governam príncipes e nobres; sim, todos os juízes da terra.
17 Eu amo aos que me amam, e os que cedo me buscarem, me acharão.
18 Riquezas e honra estão comigo; assim como os bens duráveis e a justiça.
19 Melhor é o meu fruto do que o ouro, do que o ouro refinado, e os meus ganhos mais do que a prata escolhida.
20 Faço andar pelo caminho da justiça, no meio das veredas do juízo.
21 Para que faça herdar bens permanentes aos que me amam, e eu encha os seus tesouros.
22 O SENHOR me possuiu no princípio de Seus caminhos, antes de Suas obras mais antigas.
23 Desde a eternidade fui ungida, desde o princípio, antes do começo da terra.
24 Quando ainda não havia abismos, fui gerada, quando ainda não havia fontes carregadas de águas.
25 Antes que os montes fossem firmados, antes dos outeiros, eu fui gerada.
26 Ainda Ele não tinha feito a terra, nem os campos, nem o mais alto topo do pó do mundo.
27 Quando Ele preparava os céus, aí estava eu, quando Ele entalhava uma circunferência sobre a face do abismo {*}; {* Em mar alto, o horizonte parece uma circunferência}
28 Quando firmava as nuvens acima, quando fortificava as fontes do abismo,
29 Quando fixava ao mar o seu limite, para que as águas não traspassassem o Seu mando, ao decretar Ele quais seriam os fundamentos da terra.
30 Então eu estava ao lado dEle, e era Seu obreiro- instruído- por- Ele; era cada dia as Suas delícias, alegrando-me perante Ele em todo o tempo;
31 Regozijando-me no Seu mundo habitável e enchendo-me de prazer com os filhos dos homens.
32 Agora, pois, ó filhos, dai-me ouvidos, porque bem-aventurados serão os que guardarem os meus caminhos.
33 Dai ouvidos ao castigo- instrutivo, e sede sábios, não o rejeiteis.
34 Bem-aventurado o homem que me dá ouvidos, velando às minhas portas cada dia, esperando às ombreiras das minhas portas de entrada.
35 Porque quemquer que me achar, achará a vida, e alcançará favor do SENHOR.
36 Mas quemquer que pecar contra mim violentará a sua própria alma; todos os que me odeiam amam a morte.

Capítulo 9
1 A sabedoria já edificou a sua casa, já lavrou as suas sete colunas.
2 Já matou os seus animais- vítima e misturou o seu vinho {*}, e já ordenadamente preparou a sua mesa. {* <03196 yayin> pode ser qualquer líquido direta ou indiretamente derivado de uvas. O contexto de toda a Bíblia, e contexto local, e a santidade do verdadeiro autor das Escrituras, o Espírito Santo de Deus, aqui exige que o sentido seja o de suco puro recém espremido (como em Gn 40:11}, ou o de suco não fermentado e conservado por qualquer um de vários processos conhecidos ("pasteurização", fumos de enxofre, fervura e evaporação até se tornar grosso xarope, etc., com envasilhamento estéril e hermético), mas não o sentido de vinagre, nem o de vinho alcoólico. De qualquer modo, quer alcoólico ou não, o líquido proveniente da uva somente devia ser usado misturado em 3 a 20 partes de água. Ler o livro "Bible Wines: or, The Laws of Fermentation and Wine of the Ancients" - William Patton}
3 Já enviou as suas criadas, (através delas) está convidando desde as alturas da cidade, clamando:
4 "Quemquer que seja simples, volte-se para cá." Aos faltos de senso diz:
5 "Vinde, comei do meu pão, e bebei do vinho {*} que tenho misturado. {* Ver nota 9:2}
6 Deixai os insensatos e vivei; e andai pelo caminho do entendimento."
7 O que reprova o escarnecedor, toma afronta para si; e o que repreende o ímpio recebe a sua mancha.
8 Não repreendas o escarnecedor, para que não te odeie; repreende o sábio, e ele te amará.
9 Dá instrução ao sábio, e ele se fará mais sábio; ensina o justo e ele aumentará em doutrina.
10 O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo  é o entendimento.
11 Porque por meu intermédio são multiplicados os teus dias, e anos de vida te são acrescentados.
12 Se fores sábio, para ti serás sábio; e, se fores escarnecedor, só tu suportarás isto.
13 A mulher caracterizada como de loucura é alvoroçadora; é simples e nada sabe.
14 Assenta-se à porta da sua casa, ou numa cadeira nas alturas da cidade,
15 E põe-se a chamar aos que vão pelo caminho, e que passam reto pelas suas veredas, dizendo:
16 Quem é simples, volte-se para cá. E aos faltos de entendimento ela diz:
17 As águas roubadas são doces, e o pão comido às escondidas é agradável.
18 Mas eles não sabem que ali estão os mortos; os convidados dela estão nas profundezas do inferno.

Capítulo 10
1 Provérbios de Salomão: O filho sábio alegra a seu pai, mas o filho insensato é a tristeza de sua mãe.
2 Os tesouros da impiedade de nada aproveitam; mas a justiça livra da morte.
3 O SENHOR não deixa a alma do justo passar fome, mas lança fora a aspiração dos perversos.
4 O que trabalha com mão displicente empobrece, mas a mão dos diligentes faz enriquecer.
5 O que ajunta no verão é filho ajuizado, mas o que dorme na ceifa é filho que envergonha.
6 Bênçãos sobre a cabeça do justo, mas a violência cobre a boca dos perversos.
7 A memória do justo é abençoada, mas o nome dos perversos apodrecerá.
8 O sábio de coração aceita os mandamentos, mas o insensato de lábios será lançado para baixo.
9 Quem anda em inteireza- completude, anda seguro; mas o que perverte os seus caminhos será conhecido.
10 O que acena com os olhos causa dores, e o tolo de lábios será lançado para baixo.
11 A boca do justo é fonte- jorrante de vida, mas a violência cobre a boca dos perversos.
12 O ódio excita contendas, mas o amor cobre todos os pecados.
13 Nos lábios do entendido se acha a sabedoria, mas a vara é para as costas do falto de entendimento.
14 Os sábios entesouram o conhecimento; mas a boca do tolo está próxima da destruição.
15 (Aos olhos) do rico, as suas riquezas são a sua cidade forte; (aos olhos) do pobre, a sua ruína é a pobreza dele.
16 A obra do justo conduz à vida, o fruto do perverso, ao pecado.
17 O caminho para a vida é daquele que guarda o castigo- instrutivo, mas o que recusa- e- abandona a repreensão comete erro.
18 O que encobre o ódio com lábios falsos, e o que faz andar uma difamação é um insensato.
19 Na multidão de palavras não falta pecado, mas o que refreia os seus lábios é sábio.
20 Como prata escolhida é a língua do justo; o coração dos perversos é de nenhum valor.
21 Os lábios do justo apascentam a muitos, mas os tolos morrem por falta de entendimento.
22 A bênção do SENHOR é que enriquece; e Ele não traz conSigo dores.
23 Para o tolo, o cometer coisas más é divertimento; mas para o homem entendido é o ter sabedoria.
24 Aquilo que o ímpio teme sobrevirá a ele, mas o desejo dos justos será concedido.
25 Como passa a tempestade, assim desaparece o ímpio, mas o justo tem fundamento perpétuo.
26 Como vinagre para os dentes, como fumaça para os olhos, assim é o preguiçoso para aqueles que o mandam.
27 O temor do SENHOR prolonga os dias, mas os ímpios terão os anos da vida abreviados.
28 A esperança dos justos será alegria, mas a expectação dos ímpios perecerá.
29 O caminho do SENHOR é fortaleza para os inteiros- completos, mas ruína para os que praticam a iniqüidade.
30 O justo nunca jamais será abalado, mas os ímpios não habitarão a terra.
31 A boca do justo jorra sabedoria, mas a língua da perversidade será cortada fora.
32 Os lábios do justo sabem o que agrada, mas a boca dos ímpios só fala perversidades.

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