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:: Entrevistas ::

Entrevista Kirk, Lars, Jason

Revista Roadie Crew Nº15 Maio/Junho de 1999

Entrevista feita em maio de 1999

Como foi tocar com a Orquestra de São Francisco? 

Kirk Hammett: Maravilhoso. Foi uma das experiências mais impressionantes de minha vida. Não sabíamos como iria ser este show, se iria funcionar, mas tudo ocorreu maravilhosamente e o resultado ultrapassou nossas expectativas. 

Lars Ulrich: Foi demais poder tocar 18 músicas do Metallica de uma maneira diferente, usando violões, celos, violinos e tantos outros instrumentos.Outro ponto fundamente foi a direção de Michael Kamen que conduziu a todos de uma maneira espetacular. 

Vocês tocaram duas músicas novas lá. Fale sobre elas. 

Kirk Hammett: Nós a compusemos especialmente para a apresentação com orquestra. São duas realmente: No Leaf Clover e Human. Elas vão estar no disco que vamos lançar em novembro com a gravação do concerto de São Francisco. 

Lars Ulrich: Nós tentamos criar essas duas músicas novas sem pensar que iríamos usá-las com a orquestra, pois queremos tocar essas novas composições em apresentações normais também. Mesmo assim uma delas caminhou para o estilo sinfônico e a outra apenas ficou uma música Heavy mesmo. 

Vocês sempre tiveram um público excepcional no Brasil. Como é tocar em um país onde o público é totalmente diferente do europeu e norte-americano? 

Kirk Hammett: É um público maravilho. Sempre nos proporcionam horas agradáveis em São Paulo. Sempre nos deram apoio, desde o início da carreira, desde as primeiras turnês. Passar por São Paulo é fundamental. 

Lars Ulrich: O público é bastante emocional e entusiasmado em toda a América do Sul. É legal saber e ver que as pessoas se interessam no que você faz. Gosto muito da recepção que temos em toda a América Latina, pois as pessoas vibram muito. 

Vocês e o Sepultura são consideradas as duas maiores bandas de heavy metal do mundo. Como foi tocar ao lado da banda brasileira pela primeira vez? 

Kirk Hammett: O Sepultura é uma das maiores - se não a maior - banda de metal do mundo. Eles fazem um som totalmente diferente das bandas do gênero. O Andréas, que quase tocou com a gente quando o James sofreu um acidente e teve queimaduras seríssimas, é um excelente guitarrista. 

Ele leva o som do Sepultura como quer. Foi fantástico dividir o palco com eles este ano: na Alemanha e na Inglaterra. Amo o Sepultura. Só ouvi uma música do novo disco com Derrick Green e achei legal. É difícil para alguém tomar o lugar de outro em uma banda. Sei disso porque eu entrei no lugar de Dave Mustaine. 

Lars Ulrich: Já tocamos com tantas bandas antes ou depois, que às vezes nem sei quem está no palco, mas com certeza absoluta o Sepultura é banda brasileira com maior renome mundial. Esse encontro das duas bandas juntas já estava em pauta há muito tempo, mas a hora certa foi essa. 

Quando sai o novo disco de estúdio do Metallica? 

Kirk Hammett: Ainda temos alguns shows este ano. Deveremos parar somente em outubro. Aí começaremos a pensar em um novo trabalho. Só devera ser lançado no segundo semestre do ano que vem. Ainda é muito cedo para falar como será o novo álbum. Os últimos dois discos do Metallica, Load e Reload mostraram uma mudança tanto visual quanto musical do Metallica, mas alguns fãs mais antigos da banda não aceitaram essa proposta mais pop do conjunto. 

Lars Ulrich: Neste momento estamos concentrados apenas na tour. Mas, temos tudo planejado, todos os passos. Sei que irei começar a pensar num novo trabalho somente no dia 1º de outubro, pois tudo que fazemos são coisas pré-estabelecidas, práticas e quando paramos para criar, as coisas tem que ser espontâneas, por isso temos nossa agenda totalmente demarcada para o que vamos fazer. 

(N. R.:Nesse momento o baixista Jason Newsted senta-se a mesa e Kirk Hammett deixa a entrevista para poder atender a outros jornalistas) 

Jason como você analisa o Metallica em Load e Reload? 

Jason Newsted: Gosto muito destes dois discos. Apesar de em Load termos usado instrumentos como hurdy-gurdy e violinos, o álbum continua sendo pesado. Reload é mais Heavy Metal ainda. O Metallica nunca mudará seu estilo. Se hoje há garotos tocando guitarras pesadas e rápidas, com certeza temos nossa parcela de responsabilidade por isso. O que acontece é que fomos amadurecendo, tivemos mais tempo de estúdio, melhoramos musicalmente, passamos a ouvir outros estilos. Tudo isso acabou influenciando nossa forma de trabalhar. 

Mas por que, então, alguns fãs não aceitaram esta “novas forma de trabalhar” de vocês? 

Jason Newsted: Não temos de provar nada a ninguém e continuaremos fazendo aquilo que estivermos com intenção de fazer no momento. Quando o Metallica lançou o primeiro álbum, Kill ‘em All, eles criaram o chamado Thrash Metal. O "álbum negro", de 1991, foi uma mudança em nosso som. Load e Reload também já seguem outro estilo. Mas tudo dentro do rock pesado. 

Não é uma crítica, mas o Metallica não é uma banda do tipo AC/DC ou Motörhead que seguem a mesma linha durante toda a carreira. Você disse que perdemos alguns fãs. Isso é verdade. Inclusive em um show nos Estados Unidos um garoto veio me pedir um autógrafo e tentou cuspir na minha cara. Mas, em compensação, ganhamos milhares de fãs em todo o mundo com estes dois trabalhos. 

Lars Ulrich: A gente não pode pensar só no que os fãs querem, pois senão teremos de compor de uma maneira diferente, uma maneira que não seria a partir de nossos sentimentos. De repente no próximo trabalho talvez possamos gravar o álbum mais pesado do Metallica, o mais heavy de todos e isso só acontecerá se estivermos a fim de fazer isso e não porque alguns fãs não aceitam as mudanças na banda. 

Por que lançar um disco só de covers se vocês já haviam feito isso anteriormente? 

Jason: Começamos a pensar neste CD um dia depois de nossa última turnê acabou. Algumas destas canções já havíamos lançado em singles ou no Garage Days. Mas muitos fãs não tiveram como comprá-los. Por isso, resolvemos incluir esses covers em um CD duplo. Mesmo assim, ficaram umas 20 músicas de fora que pretendemos lançar em um projeto parecido com esse daqui a uns cinco anos. Antes dos ensaios a gente tocava essas músicas. Também uma homenagem a nossos ídolos. Queremos mostrar a nossos fãs quem o Metallica admira. Cada canção foi escolhida em conjunto. Só não abri mão de Sabbra Cadabra, do Black Sabbath. 

Lars Ulrich: Fizemos a seleção de músicas que iriam ser incluídas todos juntos, mas no fundo cada um tinha a sua preferida. Acho que o resultado final foi bem satisfatório.

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