projecto museu do vidro

 

 

 

Fabricação

 

«Sigamos a fabricação de uma garrafa.

O aprendiz colhe com a cana uma pequena massa de vidro, e passa-a ao operário. Este sopra na cana, e fazendo-a girar entre as mãos, produz uma bola à qual dá uma forma de pêra. Recolhe então a peça e coloca-a num molde em terra cercada de bandas em ferro, soprando na sua cana para que a pêra ganhe exactamente a forma do molde. Trabalha em seguida o fundo da garrafa com uma placa rectangular em ferro fundido, onde ele cava um ângulo ao centro enquanto faz girar rapidamente a cana.

Um ajudante solda então um pontel ao fundo da garrafa, e logo a cana é separada. É segurando na garrafa com a ajuda deste pontel que o operário arredonda o orifício do gargalo. Seguidamente, tirando do pote uma gota de vidro que ele estira, cerca o gargalo; o cordão é simples para as garrafas propriamente ditas e duplo para os litros. Por vezes, o fabricante manda pôr no bojo um pontel em vidro sobre o qual está gravado o cachet da sua casa.

A garrafa está então terminada; destaca-se então da cana por um safanão, após o que é levada para a arca onde esfria lentamente»

 

O acabamento da garrafa passava pela operação de fazer o gargalo, que era executada pelo oficial vidreiro, requerendo bastante destreza. Além do processo acima descrito, um outro «mais perfeito para fazer o gargalo é empregando uma pinça especial, chamada ferro de tornear, movida à mão, aquecendo-se para isso a parte da garrafa onde fica o gargalo. Esta operação consiste em enrolar no gargalo um bocadinho de vidro, chamando-se-lhe marisar, e à porção de vidro que se emprega para isso chama-se marisa, nomes que se dão em qualquer obra de vidro assim feita»

 

 

Em França, em meados do século XIX, certas fábricas tinham aumentado a sua produtividade com a introdução de um invento tecnológico que permitia soprar peças de um forte calibre sem esgotar o soprador: a bomba Robinet, inventada por um operário de Saint Gobain, por cujo nome ficou conhecida. Era o início da soflagem mecânica, que logo se aplicou à garrafaria, sector que, a par da vidraça, requeria cada vez maiores produções em menos tempo.

Eis a descrição que M. Péligot [cit. Por Magny] nos dá da bomba Robinet:

«É um pequeno cilindro em latão no interior do qual se acha uma mola em espiral de ferro; na sua parte inferior está uma espécie de piston em madeira com a abertura guarnecida de couro, retido por uma tampa com um buraco. A embocadura da cana, segurada na vertical, é posta em contacto com o piston. Comprime-se por um movimento brusco, que se dá à mola, o ar contido no cilindro e injecta-se este ar na peça que se quer fabricar».

Texto extraido

Jules Magny, Histoire d’un morceu de verre, Paris, 1869

 

 

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