Prensa. Marinha Grande, Nacional Fábrica de Vidros. Finais Século XIX.

Colecção Museu do Vidro.

 

A PRENSA

A operação de moldagem por pressão realiza-se em aparelhos denominados prensas, com o auxílio de moldes de ferro, formados em geral de duas, três e mais peças, que são unidas por charneiras, fechando-se e abrindo-se por meio de alavancas, e de uma bucha também de ferro, que é o contra-molde.

Interiormente, estes moldes são gravados em baixo-relevo com os mais caprichosos e luxuosos desenhos, tendo também os mais variados formatos e dimensões.

A prensa, como se vê é um grande corpo de ferro assente sobre quatro rodas que permitem colocá-la em qualquer ponto da oficina e o mais próximo possível das bocas do forno. O operário, antes de principiar a operação de fabrico das peças de vidro, coloca o molde B na mesa M, de maneira que fique exactamente por baixo do contra-molde B’, fixando a sua posição com o parafuso H. Depois fixa também o contra-molde B’ ao disco A e às respectivas molas. O conjunto é fixado por sua vez ao parafuso P pelos volantes O e O’, que também servem para fazer baixar ou levantar as molas, e pela anilha b. Depois de tudo bem afinado, o oficial, que se coloca em N, aproxima o molde da mesa. A seguir, o ajudante, que previamente colheu e preparou o vidro necessário, lança o vidro pastoso no molde, sendo o oficial que corta com uma tesoura a quantidade que julga suficiente. Aproxima então o molde do contra-molde, puxando depois para baixo a grande alavanca G: o disco A aproxima-se do molde, fazendo entrar a bucha e afastando o vidro para as paredes lavradas do molde.

Uma vez chegado o disco A contra o molde B, o oficial larga a alavanca, que volta à sua posição primitiva. De seguida, torna a aproximar o molde para a borda da mesa, retira-lhe a anilha b, abre-o com as alavancas D e E, retira a peça moldada, que será transportada rapidamente para as arcas de tempero.

A obra feita por este processo, não necessita em geral de acabamento algum e pode imediatamente ser entregue ao comércio.

 

 

Texto extraído

Campos de Melo, Indústria do vidro, 1948

 

 

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