projecto museu do vidro

 

VIDRAÇA

 

 

 

A necessidade de fechar as janelas com materiais transparentes foi um dos primeiros motivos que impulsionaram a produção de folhas de vidro desde a época romana, mas o maior impulso deveu-se provavelmente à difusão dos vitrais policromos por volta dos séculos XII e XIII. Com o progresso dos métodos de produção, o vidro plano foi-se utilizando cada vez mais na construção, até chegar até às actuais obras de arquitectura urbana de paredes cobertas de vidro, que já fazem parte da morfologia arquitectónica comum.

Um outro grande impulso do vidro plano foi, a partir do século XV, a indústria dos espelhos.

Para a produção de vidro plano, ao longo da história foram-se empregando diversos sistemas. Desde o mais rudimentar, utilizado na época romana, de verter vidro em moldes de paredes quadradas, onde era estendido e moldado por pressão, aos mais elaborados sistemas do cilindro, da coroa, até ao moderno sistema de float-glass.

 

O processo do cilindro (a que Teophilus parece fazer referência, na sua obra De diversis artibus, provavelmente do século XII), consistia em, mediante o sopro e a rotação, fazer com que a bola de vidro incandescente adoptasse uma forma alargada até se conseguir um cilindro com as extremidades arredondadas, com a forma de uma ampola gigante ou manga. Uma vez frio, através de certos sistemas de corte, eliminavam-se as extremidades, conseguindo uma manga de "cristal", a qual por sua vez era cortada ao alto e, após se terem introduzido umas cunhas dentro do corte para manter o cilindro aberto, entrava num forno de aquecimento lento. O cilindro tendia naturalmente a distender-se e ao abrir formava uma folha que, aplanada completamente, era então submetida a um lento arrefecimento até endurecer por completo.

Este sistema, utilizado na Alemanha e na França a partir de princípios do século XIX, foi introduzido em Inglaterra em 1832, tendo começado a mecanizar-se em meados do século, com variantes (como o estirado entre cilindros).

A técnica da manga, permitia obter cilindros com um diâmetro médio entre 30 e 50 centímetros e uma altura que variava entre 125 e 18 0 centímetros, embora por vezes, se atingissem proporções maiores. A soflagem mecânica veio permitir fazer mangas muito maiores.

 

O Outro sistema tradicional de produzir vidro plano, era o de coroa (ou crown). Técnica muito complexa, exigia a participação de pelo menos dez pessoas no seu fabrico.

Tendo a massa vítrea alcançado uma consistencia suficientemente viscosa, dava-se à bola uma forma ligeiramente cónica fazendo-se rodar sobre uma chapa. Seguidamente, começava-se a soprar, fazendo girar a bola em torno da cana, que se ia alargando, mantendo sempre as condições que permitiam trabalhá-la, ou seja, expondo-a continuamente ao calor do forno. De seguida, fixava-se ao extremo oposto da cana um pontel, utilizando para isso um pequeno pedaço de massa vítrea. Então, despegava.-se a cana, que deixava na forma soprada uma abertura e fazia-se rodar a bola com o pontel. A abertura deixada pela cana dilatava-se e a forma inicial cónica da bola, pela força centrífuga tendia a ganhar a forma de um disco plano, fixado pelo centro ao pontel. Depois procedia-se ao seu esfriamento. No local onde se fixara o pontel ficava uma espécie de protuberância chamado Olho-de-boi (em Inglaterra, crown, que deu nome à técnica). Desta maneira não se conseguiam discos muito grandes, com um máximo de 1,5 metros de diâmetro. A sua dimensão era depois reduzida, visto que geralmente era necessário fazer paineis quadrados.

Utilizado em toda a Europa, este sistema foi abandonado em princípios do século XIX e substituído pelo de mangas, que permitia obter superfícies mais amplas, por um sistema de elaboração mais prático.

Extracção de textos

Corrado Maltese, Las técnicas artísticas, 1997

 

 

Home  Letterings do Piso 2

 

Hosted by www.Geocities.ws

1