logo.gif (6109 bytes)

MINHA FESTA DE DEBUTANTE

Quando tinha meus 14 anos às pessoas me confundiam com minha irmã, éramos gêmeos. Em julho desse ano meus pais e ela estavam viajando para Porto Alegre e estariam de volta em duas semanas. Eu adorava ficar sozinha adivinha pra que né? Vale uma explicação. Dês de meus cinco ou seis anos que secretamente vestia as roupas de minha irmã, no começo curiosidade pelo fato de sermos gêmeas, mais depois se tornou um prazer e me taxia muitas emoções estranhas. Eles tinham viajado na sexta feira eu ainda teria duas semanas inteiras pra me divertir como menininha, estava de férias e eu poderia ficar as duas semanas vestido como menina dento de casa e era o que mais eu gostava de fazer nessa época Por isso nunca viajava com meus pais. Era um sábado a tarde estava eu com um vestidinho vendo TV quando o telefone tocou. Atendi ao telefone normalmente, e a menina do outro lado me confundiu com minha irmã. Nossas vozes eram muito parecidas ainda. Oi Patrícia, nome de minha irmã, e eu respondi oi. Essa menina estudou há dois anos atrás com ela, e não tinha mais contacto com a gente. Nem sei por que ela me telefonou, bem talvez falta de Campânia. Ou era o destino que começava a agir por conta própria. Continuamos batendo papo falando de coisinhas de meninas e até de namoradinhos, pois eu sabia muitas coisas de minha irmã e tinha base do que falava. Ela me fez um convite pra irmos a uma festa de Debutante de uma prima dela. Eu louquinha disse que sim! É louquinha mesmo. Ela falou então que nos encontrássemos na casa dela às oito horas e que eu devesse ir com vestido de Debutante, pois faltavam meninas pra dançar a Valsa. Eu disse que tudo bem. Desliguei o fone e continuei com minha fantasia, é claro que não iria levar adiante mais tarde eu ligaria pra ela e diria que minha mãe não tinha deixado eu ir ou coisa parecida. Bem mais pra continuar minha tarde de menininha adolescente eu fingi que levaria a serio, fui pro quarto de minha irmã e escolhi um lindo vestido rosa com manguinhas fofas babadinhos com uma saia abaixo do joelho bem rodada e armada com muitas saias de tule. Escolhi uma bota branca (adoro botas de cano longo) e uma meia calça rendada branca, umas calcinhas cor de rosas e um sitiem rosa tbm, um arranjo de cabelo com uma tiara de strass e perolas linda. Não podia usar anéis e nem pulseiras, pois o vestido tinha luvas de renda, escolhi uns brincos de pressão com perolas tbm. Fui tomar banho, com sabonete especial que minha mãe tinha. Eu comecei a me olhar pelada e ver se dava pra enganar eu não tinha ainda pelos nem nas pernas nem nos braços o que infelizmente hoje não acontece snif E estava lembrando do papo que tive com a Andréia, elas não se viam há quase dois anos e nem eram mais amigas. Isso poderia dar certo. Uma grande excitação tomava conta de mim e uma estranha química começou a borbulhar eu meu corpo. Estava tomando banho e me sentia como uma menina em sua primeira festa. Enxuguei-me passei creme na pele braços e rosto e pernas, nem sabia o que estava fazendo era como por instinto Meu cabelo estava um pouco abaixo do ombro era um corte bem unisex daria pra fazer algum penteado feminino mais eu não sabia muito disso não. Tratei o cabelo como sabia coloquei a roupa intima calcinha e sitiem e me sentia mais menina ainda, eram umas seis e meia, queria curtir isso até umas oito ai ligaria a menina e desmarcaria tudo isso. Perfumei-me, procurei uma espuma na caixa de costura de minha mãe achei um pedaço de espuma de sofá, cortei arredondada mente e fiz dois peitinhos, com o sitiem apertado modelou lindamente e eu tinha era que conter minha excitação, que aliais nem cabia dentro das calcinhas. Sabe nunca tinha feito isso antes e nem tinha onde e com quem aprender é o instinto feminino sei lá. Coloquei o vestido cuidadosamente e me senti uma princesinha. Estava tão fora de mim que já admitia a possibilidade de ir a tal festa. Com um sacrifício sobre humano e cuidado pra não estragar a roupa abotoei um punhado de botãozinhos de perolas na parte de trás do vestido. Tudo abotoadinho, o vestido era rosa mangas bem fofas decote princesa e fechado com tule até o pescoço com rendas francesas, atrás era fechado até o pescoço com uma transparência nas costas em formato de coração com perolas em volta, a saia era tripla cada uma terminando com babados e renda gripure. Era cintura baixa. Eu estava simplesmente fora de meu juízo, arrumei o cabelo, e deixei alguns fios de cabelo caídos na testa tipo uma franjinha rala e prendi com a tiara de strass e perolas ficou bem menininha fiz o que eu já tinha visto minha irmã fazer. Fui à caixa de maquiagem de minha mãe e vasculhando encontrei algumas coisas que eu nem sabia o que era apenas passei um batom rosinha que ela deixava minha irmã usar e um ruge bem leve nas bochechas, era o que eu sabia fazer. Passei ainda uma sobra rosinha bem fraquinha no olho, achei um vidrinho com uma espécie de escovinha dentro com um liquido preto eu instintivamente achei que era pra pentear os silios, e era isso mesmo. Eu juro que não entendo isso eu nunca vi isso antes mais sabia o que era pra ser feito e como fazer. Não encontro uma explicação em mim mesmo pra isso. Bem meus silios ficaram duros e mais pretinhos estava pronta com certeza pra mais uma noite em casa. Fui a um espelho eu era bem mais magrinha que hoje pesava uns 55 kilos e já tinha 1,70 na época. O vestido me caiu como uma luva e a espuma fazia uns peitos pequenos mais bonitos. A saia bem rodada me dava uma espécie de cintura era uma princesinha, estava muito excitada e louca, fora de mim, nem me apercebi do horário, olhei no relógio era hora de desmarcar a festa apesar de querer muito ir, o pouco de razão que me restava me dizia que não era prudente. Cheguei ao telefone quando lembrei não sabia o numero da menina. Ela iria ficar me esperando, mas, não podia fazer nada sentei no sofá e comecei a ver televisão. Oito e vinte, toca o interfone, eu atendi normalmente podia ser qualquer um, eu tinha amigos que moravam perto, se fosse um deles eu dizia que estaria no banho e que sairia mais tarde. Era a Andréia, como é Patrícia estamos abrasadas, e eu ainda ouvi barulho de gente perto do interfone. Morávamos numa casa com muros altos e não dava pra ver nada de dentro da casa. Eu rapidamente disse: Entre e abri o portão eletrônico, nem pensei no que eu era ou o que estava vestindo, mais me apavorei, pois pensei que atrás dela estava alguém conhecido e poderia saber que minha irmã tinha viajado. O portão destravou e ela entrou. Ai me veio o pânico e a excitação maior! O que faço agora ela Vera que estou arrumada e se ela notar algo? Se ela insistir que eu vá? O que faço? Livrei-me da conversa na porta mais estava entrando numa fria. Ela entrou pelo quintal e eu tremula abri a porta da sala ela entrou e me deu um beijinho no rosto. Nossa Patrícia seu vestido é muito lindo! Eu fiquei vermelhinha por completo a excitação sumiu o medo veio mais à satisfação de ser reconhecida como menina e ser elogiada foi muito forte pra mim. Ela tbm estava com um lindo vestido cor de rosas bem rodado com mangas fofas ela era loira um cabelo bem comprido liso com franja na testa uma princesa tbm, Estava uma gracinha, eu a elogiei e disse que eu não poderia ir, pois eu não conhecia ninguém e ficaria isolada e tinha vergonha de furar a festa. Foi à única desculpa que me veio à cabeça. Ela disse que nada você vai, esta uma fofura e disse pêra ai eu te arrumo direitinho. Pediu que eu a levasse ao banheiro dizendo que minha maquiagem estava errada, ela fez uns retoques, usou um lápis em meu olho reforçou a sombra dos olhos e refez meu cabelo dando um ar cada vez mais feminino. Olhei-me no espelho e num sopro de loucura, disse vamos então. Esse papo deve ter durado uns cinco minutos mais ou menos. Tranquei a casa e saímos, o irmão dela estava nos esperando na porta dentro do carro, se não me engano um gol, entramos no carro e eu estava tremendo de medo e nervoso. Ela me apresentou ao seu irmão. Eu o cumprimentei. Ele nos deixou na festa e saiu para buscar a mãe dela que também era convidada. Chegamos, era um salão grande com muita gente, ainda bem que a maioria meninas desconhecidas. Afinal a festa era da prima dela. Ficamos papeando, fui apresentada a umas meninas e ficamos falando sobre coisas bobas, eu falava pouco e ouvia mais. Perguntaram-me se eu sabia dançar valsa e eu disse que não, e nunca havia dançado, pelo menos como menina. Apressei-me em dizer que não poderia dançar, tinha de ir cedo, mais nem me deram muita atenção. Eu estava em duas situações difíceis de entender: Estava me sentindo uma menina perfeita sendo admirada a distancia pelos meninos, estava ao lado de muitas meninas o que eu sempre gostei de estar, por outro lado não parava de admirar minha amiga Andréia e seu jeito sua roupa sua beleza. Eu a comia com os olhos, estranho, eu mesmo não entendia esses sentimentos, estava preocupada que ninguém notasse e procurei pensar em outra coisa. Achei isso estranho, não me interessei em nenhum menino mais sim nela e em outras meninas. Fiquei calada a maioria do tempo, e por vezes ficava em pânico, quando caia na real e via a situação que eu me encontrava. Vestida como menina numa festa de Debutante lotada de pessoas desconhecidas. Nesse momento vinha um pensamento bem estranho que me dizia! Você é uma linda menina, esta muito bem vestida e sendo admirada por todos, meninos e meninas, aproveite e divirta-se. Eu voltava ao mundo dos sonhos e arriscava umas palavras no meio do papo que rolava. Tomei uma meia de seda, batida de coco, e não acostumada a beber fiquei meio tontinha. Veio a vontade de ir ao banheiro e ai o que fazer. Claro entrei no bainheiro das meninas me sentia um alien mais tudo bem. Procurei um Box fechado encostei a porta e foi um sacrifício abaixar a meia calça levantar as saias todas e fazer o que devia. Não podia pedir ajuda a ninguém, pois se me vissem estava perdida. Deu tudo certo. Arrumei-me demorei uns 15 minutos, agora entendo por que as meninas demoravam tanto no banheiro. Quando estava saindo cruzei com a Andréia que estava entrando e disse para que eu a acompanhasse, pois ela iria retocar minha maquiagem, assim o fizemos e ela tbm retocou a dela. Nisso era quase onze e meia, com medo de me chamarem para dançar a valsa, queria ir embora mais esqueci de pegar dinheiro em casa. Só tinha um problema, a Andréia tinha que ficar. Dez pra meia noite estavam formando casais e todas as meninas foram correndo pra ver com quem dançaria, eu fiquei sozinha sentadinha numa cadeira na mesa onde estava a maioria das meninas e torcendo pra que ninguém me visse e esquecessem de mim. Isso durou uns 5 minutos a Adreia me chamou e eu disse que não sabia dançar e que tinha receio de estragar a cerimônia. Ela por fim desistiu de me convencer e voltou ao grupinho. Uns dois minutos depois uma senhora muito bem vestida e muito gentil se aproximou de mim dizendo - Patrícia você não vai dançar a valsa? Respondi que não poderia, tinha medo de estragar a festa, não sabia o que fazer estava com medo. Ela insistiu, eu disse, por favor, me perdoe mais não estou vestida adequadamente. Sabe sei lá da onde tirava essas sacadas, coisas geralmente ditas por meninas mimadas instinto, até hoje eu não compreendo. Ela então me disse que eu estava linda. Isso me tocou. Claro que como menina queria dançar aquela valsa mais do que nunca, mais estava com medo e afinal eu não era a menina que parecia ser. Eu que já estava meio altinha e lutando com meus conflitos internos, deixei cair uma lagrima, não era bem um choro mais talvez uma tristeza de estar querendo viver por inteiro esse momento, na realidade queria ser uma menina de verdade e sabia que não era. Dançar aquela valsa mesmo como debutante era como se fosse à realização de um sonho dês de minha infância. Mais ao mesmo tempo eu não podia, pois sabia que eu não era uma garota. A senhora notou a lagrima e veio junto a mim me abraçou, eu senti muito medo e muita tristeza em estar naquela situação. Ao me confortar a senhora me dizia coisas como você é bonita você esta linda e coisas que hoje já não me lembro. Ai deixei sair todas aquelas emoções, desandei a chorar. Soluçava e a senhora me abraçava forte, isso chamou a atenção e mais duas meninas vieram para ver o que havia. Eu estava vermelha, efeito da batida, e tbm do choro, Andréia veio tbm, o que houve Patrícia? Ela perguntou a mim, Eu chorava e soluçava e não conseguia responder. Ninguém que estava a minha volta sequer podia imaginar o porquê daquele choro sentido Nisso juntou um povinho em volta e eu notei que estava dado um vexame daqueles. Ninguém imaginava a torrente de emoções que estavam dentro de mim naquele instante. A senhora e Andréia me levaram para o banheiro, me deram água com açúcar e ainda chorei mais uns minutos, eu não conseguia me controlar acho que juntou a tristeza de não poder ser o que eu estava parecendo naquele momento, emoções guardadas há anos dentro de mim, e isso veio à tona. Passado o choro a senhora me perguntou por que do choro, eu expliquei que tinha medo de estragar a festa, não sabia dançar e que sempre quis ter uma festa dessas e nunca tive chance de ter. A mulher me abraçou fortemente e carinhosamente. Começou a retocar minha maquiagem, e depois me levou pro salão onde estavam muitas meninas me esperando. A senhora era a avo da aniversariante. Quando chegamos, foi formado um grupinho a minha volta, todas as meninas 14 ao todo estavam me explicando ao mesmo tempo o que fazer como agir como dançar. Todas ficaram solidárias, minha historia já tinha corrido o salão. A menina pobre que sempre sonhou em dançar uma valsa e nunca teve chance. Isso comoveu a todos, e eu que queria passar despercebida, tornei me centro das atenções. A aniversariante veio ao meu encontro e carinhosamente falou que queria muito que eu dançasse aquela valsa e eu disse que sim. Sem saber o que fazer fui conduzida ao hall do salão com as outras meninas que iam dançar. Senti que apesar do meu medo, queria muito ser uma debutante e que essa poderia ser a única chance da minha vida. Bem chegaram os Cadetes da Base aérea, eles seriam nossos pares no cerimonial. Foram formados casais, anotados os nomes e a cerimônia que já estava atrasada por minha causa começou. Eu quase morri de vergonha, pois estava de mãos dadas com um rapaz, ta certo que nem conhecia, mais quando chamaram meu nome ele me conduziu ao salão. As meninas numa fileira e os rapazes em outra por ultimo a aniversariante com seu pai passou no meio desse corredor que formamos. Houve um cerimonial a troca de bonecas por flores e sapato branco por pretos, coisas comuns a essas festas. Fomos cortejadas por nossos pares e encaminhadas ao centro do salão formando um circulo pra dançar a valsa. Senti-me a própria Cinderela sei lá como aprendi a dançar tão direitinho, sei que depois fui muito elogiada por todas as meninas. Foram momentos mágicos me senti uma adolescente adorei essa sensação. Meu par ficava me olhando e por vazes disse coisas bonitas a mim com referencia a minha beleza. Fiquei na minha e retribuía com sorrisos. Foi apenas uma dança com muito respeito, pois eles fazem parte do cerimonial da base aérea tem uma ética a zelar, foram muito educados e corteses, e não podiam passar disso. Acabado todo cerimonial os rapazes ainda permaneceram por algum tempo na festa meu par veio falar comigo queria conversa, mais eu me afastei com receio que ele desconfiasse de algo. Foi a noite mais inesquecível da minha vida. Ao terminar a festa vários meninos queriam me levar pra casa, e eu claro recusei, dizendo que estava com Andréia e sua família, e que se minha mão me visse chegar com estranhos em casa teria problemas. Andréia, entretanto, foi embora com um namoradinho, e eu fiquei na mão. Para minha salvação encontrei o irmão dela e pedi que me levasse em casa. Confesso que ele tentou algo comigo, mais me esquivei e ele só conseguiu um beijinho no rosto. Estava muito assustada com tantas emoções e já preocupada, pois se Andréia encontrasse com minha irmã e comentasse algo sobre a festa, o que eu diria. Cheguei em casa me despedi dele com um beijinho no rosto. Ele tentou agarrar-me mais sai do carro rapidamente agradecendo a carona. Ele foi embora, e ainda bem, pois ele queria mais rsrsrsrs. Entrei e deitei na cama de minha irmã, nem tirei a roupa e comecei a lembrar de tão linda noite. Novamente chorei muito sem nem saber por que. Não sei se era alegria ou tristeza. Adormeci envolta em lagrimas e tive sonhos lindos de menininha. Nunca mais vi Andréia, e minha irmã nunca tocou nesse assunto, acho que ela não soube de nada. Essa noite eu nunca vou esquecer, foi uma noite mágica. Essa foi na verdade minha Festa De Debutante, não posso reclamar quantas pessoas como eu podem dizer que tiveram uma oportunidade dessas na vida!!!!! Por Patrícia Danyelle

flwbr.gif (13943 bytes)

seta01.gif (185 bytes)

Hosted by www.Geocities.ws

1