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QUANDO CHEGAVA O FIM DE ANO

 

Quando eu tinha entre oito e 14 anos, a época do ano que mais eu gostava era o mês de dezembro. Eu e minhas irmãs estudávamos musica em um conservatório e sempre no final de ano nos apresentávamos em um teatro. Éramos em muitos alunos. Já nessa época o que eu mais gostava eram das roupas que eram feitas para essas apresentações, sempre lindos vestidos que mexiam muito comigo. Minha mãe se esmerava para que minhas irmãs estivessem o mais bonitas e mais bem vestidas possíveis. Esse clima juntamente com nossas espetativas pelo natal formavam dias lindos e que faziam do mês de dezembro muito especial. Foi nessa época não me recordo agora o ano. Íamos fazer um recital no teatro no dia 14 de dezembro e minha mãe quase um mês antes já estava preparando as roupas conforme solicitado pela escola para nossa apresentação. Nessa época meus pais saiam muito de casa, sabem os preparativos para o natal, compra de presentes, e eu sempre ficava em casa, já pensando no lindo vestido que havia chegado da costureira. Alguns dias antes da apresentação, estava sozinha em casa e minha ansiedade era muito grande pra me vestir com aquela linda roupinha. Era um vestido azul do tipo Cinderela cheio de rendas e babados, comprido e com mangas fofas nos ombros e justas até o punho. Todo fechadinho com um zíper atrás até o pescoço, muitos bordados e brilhos. E ainda uma linda saia armada. Todos haviam saído de casa pra fazer compras, e eu sabia que iriam voltar so em umas 4 horas. Fui rapidamente ao banheiro, tomei um banho rapidinho, entrei no quarto de minha irmã e abrindo seu guarda roupas peguei uma calcinha e tambem uma meia calça olhei dentro e o lindo vestido não estava lá. Fiquei frustradíssima. Foi ai que me deu um estalo, quem sabe no quarto de minha mãe? Corri e abri o guarda roupas e lá estava ele brilhando novinho uma gracinha. Vesti rapidamente as calcinhas e a meia calça, minha irmã ainda não usava sutiem, e delicadamente tirei o vestido do cabide onde estava pendurado, estava quase explodindo de excitação. Vesti um saiote de tule que estava junto ao cabide e por cima de minha cabeça coloquei o vestido. Estava meio justo, e estranhei, pois minha irmã e eu éramos gêmeas, e, portanto tínhamos o mesmo tamanho. Com muita dificuldade coloquei meus braços dentro das mangas, quanto mais difícil era pra me vestir mais prazerosa era a experiência. Senti uma sensação deliciosa com o contato do tafetá do vestido com minha pele só quem já usou uma roupa assim é que sabe o quanto é gostoso. Arrumei a saia que ficou bem armada e agitei as mangas que estavam bem justas com muita dificuldade mais nem notava isso tamanho o contentamento de estar vestidinha assim. Fui pro espelho e quase morri de alegria quando vi uma linda menininha em minha frente. Achei os sapatos que eram forrados na mesma cor do vestido e os calcei, ficaram bem apertados e eu estranhei de novo, pois era o mesmo numero que eu calçava. Mais faltava algo eu ainda não estava satisfeita. Arrumei meu cabelo e coloquei o arranjo de cabeça que tinha uma coroinha de brilhos e umas florzinhas azuis. Prendi com grampos e ajeitei uma franjinha no cabelo estava uma gracinha. Mais ainda não estava como eu queria, ah o zíper eu havia esquecido de fechar. Com uma dificuldade consegui fechar até mais da metade das costas já estava até suando de tanta excitação e pelo esforço, fui até a penteadeira de minha mãe e peguei um batonzinho cor de rosa bem fraquinho e o pó compacto e passei em meu rosto como vi minha mãe fazer com minhas irmãs e fiz isso meio sem pratica. Bem ainda sim faltava algo, eu não havia conseguido fechar o zíper das costas completamente e estava frustrada com isso queria me vestir completamente. Torce dali estica daqui com cuidado, pois o vestido estava bem agarrado em mim e para não rasgar nada. Como num passe de mágica, até hoje não sei como essas coisas acontecem comigo, em um desses puxões, o zíper subiu e consegui fechar até o pescoço, aonde tinha uma espécie de gola com rendinhas e babadinhos. Pronto agora sim estava completamente vestida. Fui até o quarto de minha irmã e peguei alguns anéis e pulseiras e os coloquei, e também um colarzinho com uma linda pedra. Estava eu uma menininha perfeita passeando pelos espelhos da casa rodando minha saia andando sentando fazendo pose em fim era demais estava muito feliz. Passados mais ou menos 2 horas que eu já estava vestida e sem muita vontade de tirar aquela roupa, mais pensei devo ter demorado uma hora pra me vestir e mais 2 vestidas o pessoal deve estar aqui em mais ou menos uma hora. Eu estava sentindo muito calor e fiquei com medo de estragar o vestido com meu suor, senti também que aquela roupa estava muito apertada em mim, bem como os sapatos, e eu achei estranho. Ainda fiquei mais uns 10 minutos quando me veio a idéia preciso tirar isso e tomar um banho e ainda guardar tudo. Foi ai que começo meu apuro! Tentei abrir o zíper e ele emperrou, bem no meu pescoço, e eu não podia nem fazer muito esforço, pois as costuras das mangas começavam a estalar. Comecei a soar frio, o que faria, precisaria de alguém pra me ajudar a tirar aquela roupa e não podia contar com ninguém, pois minhas irmãs estavam com meus pais iam chegar todos juntos. Fui ao quarto de minha irmã tentar algo quando ao abrir uma outra porta do seu guarda roupas vi o vestido dela pendurado bem como os sapatos no chão. Eu vesti o vestido de minha irmã mais nova que era menor, estava explicado o por que aquela roupa estava apertada em mim. Entrei em pânico mais isso alem de me assustar parecia me excitar também. Já estava molhando a roupa com meu suor, numa tentativa de abrir a roupa o zíper quebrou. Pude então tirar a roupa que já estava meio molhada, e guardei tudo rapidinho, ao terminar estaca indo pro banheiro tomar um banho e tirar o pouco de maquiagem que tinha em meu rosto, quando meus pais chegaram em casa, foi por uma questão de minutos. Eu estava apavorada, pois minha irmã menor já havia feito a prova do vestido e só o vestiria de novo no dia da apresentação. Será que ficaria manchado de suor, passei dias de angustia, e quase nem dormi na véspera. Mais chegou no dia ninguém falou nada e deu tudo certo. Até hoje nem sei como minha mãe descobriu o vestido com o zíper quebrado e nem como ela arrumou tudo a tempo. Mais sei que foi um apuro delicioso!

Por Patrícia Danyelle

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