DUDU
MAROTE, o produtor
O convite: A gente já se
conhecia e se admirava há alguns anos. Fizemos uma experiência em
Abril/97 e eu adorei todos eles. A impressão minha é que o
entusiasmo foi mútuo e isso resultou na convocação para produzir o
disco novo.
Primeiras impressões: Conheci no 2o álbum, só conhecendo o 1o um
pouco depois. A banda é brilhante , as pessoas são muito
inteligentes.
Conhecendo-os um pouco mais profundamente, fiquei surpreso o quanto
carinhosos eles são na relação com as pessoas.
Sobre o trabalho - Dudu Marote: O disco não é meu. Portanto, vai
ser o que o Pato Fu quer. O Dudu Marote é instrumento para que banda
consiga chegar melhor e mais fácil aos seus objetivos. E qual é o
objetivo? Mostrar que o Pato Fu quer dizer para o maior número de
pessoas que eles quiserem atingir. Mas o Pato Fu não é e nunca será
o Skank, o Kid Abelha, o Racionais MC's . O Pato Fu é e sempre será
o Pato Fu, com muita identidade, e, se Deus quiser, muito sucesso,
quem sabe, inclusive na mídia. E se a gente gosta mesmo de cada uma
das pessoas que compõe a banda, a gente tem que torcer para que eles
façam muito sucesso. A gente tá trabalhando muito para que eles
cheguem as pessoa sem deixar de ser Pato Fu.
Trabalhar com a banda - Dudu Marote: Finalmente consegui chegar
a um resultado que fiquei bem contente ao produzir um disco. Como
eles são muito espertos, cada idéia foi se multiplicando muito. Além
disso, a evolução da Fernanda como cantora foi inacreditável.
Método de Gravação - Dudu Marote: Um quase inédito no país.
Música por música. Normalmente não é assim: grava-se todas as
baterias, depois todos os baixos, as guitarras e assim por diante...
Novidade tecnológicas - Dudu Marote: Gravamos num computador
Power Mac 9600/300 em vez de se usar a fita. Isso facilitou muito as
idéias. Estamos mixando numa mesa de som de um milhão de dólares,
aliás, inaugurando-a. A primeira do hemisfério Sul .
Minha preferida? Difícil. Vou citar três: Boa Noite, O Mundo não
mudou, Morro. TV de cachorro
Influências: Ativação e objetividade das idéias. O John chegou a
me dar aula sobre algumas coisas de funcionamento da guitarra.
Gravamos takes de bateria mais ousados do que qualquer coisa que
fizemos antes.
O que há de mais forte no Pato Fu: A inteligência e o tema das
letras, a atitude e o timbre lindo de voz da Fernanda.
Relação de Amizade: Muito carinho. Vamos ver se se mantém depois
de terminarmos o trabalho. Afinal, estamos juntos todo dia há dois
meses.
JOHN sobre DUDU: "Tudo que sei aprendi com Dudu Marote!"
Sobre o aumento
do número de músicas cantadas pela Fernanda:
John: Bem, eu sempre faço músicas pensando na Fernanda cantar...
Quando não fica legal com ela é que eu tento cantar. Como ela está
cada vez melhor e mais versátil, ela está cantando mais músicas, o
que é uma coisa que todos nos queríamos faz tempo...
Fernanda: É, no começo até era o contrário, né? Eu cantava duas
músicas, o John cantava sete e o Ricardo três. Neste disco eu canto
dez, o John canta duas e o Ricardo uma. É uma coisa que aconteceu
gradualmente na nossa carreira, no Gol de Quem? eu vim cantando seis
músicas, no Tem mas acabou eu cantei sete ou oito, não me lembro
bem, e isso é um reflexo do show. No show eu já cantava mais. E os
nossos shows eram o que fazia mais sucesso. A gente sempre fez mais
shows, do que vendeu discos, então a gente adotou a fórmula dos
shows. Usamos o repertório em que eu cantava mais até porque o John
está no auge como compositor, as canções que ele tem feito me dizem
mais respeito. Eu sempre fui muito exigente com o que eu canto,
então às vezes tinha música que ele fazia pra eu cantar nos outros
discos que eu recusava, dizia: "ah, essa eu não quero...". Mas agora
ele está muito bem, tanto que eu estou cantando sete músicas dele.
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