JERUSALÉM (III)
As Portas da Cidade Antiga


" Os nossos pés estão dentro das tuas portas, ó Jerusalém. "
(Salmos 122:2)

Jerusalém é uma das mais antigas cidades continuamente habitadas do mundo; os arqueólogos estimam sua idade em 4.500 anos. O forte contraste entre o antigo e o novo é um marco de sua história. A Cidade Velha ocupa uma área de apenas 1 km2, delimitada por muralhas construídas pelo Sultão Suleiman, o Magnífico, no século XVI;  elas seguem, aproximadamente, o traçado das muralhas construidas pelos romanos, no séc. II d.C.

A verdadeira imponência e esplendor das muralhas de Jerusalém somente puderam ser reveladas depois que o entulho acumulado pelos séculos foi removido. Foi construida uma passarela entre elas, de onde se descortina uma vista incomparável da Cidade Santa; em seu entorno, há belos jardins, parques arqueológicos e canteiros.

Oito portas foram construidas nas muralhas da Cidade. Sete estão abertas e uma permanece fechada. As quatro mais famosas (Porta de Jafa, Porta de Damasco, Portas dos Leões e Porta de Sião) seguem a orientação das quatro direções da rosa-dos-ventos e conduziam às principais cidades do País.
 

A Porta de Jafa (ou Jope): 
Em Ne 3.6, é chamada de "porta velha"; em árabe, chama-se Bab el Jalil (Porta do Amigo); abre-se para oeste, em direção ao porto da Cidade de Jafa. É a mais conhecida e movimentada de todas.  
Atualmente, ostenta uma inscrição do Sultão Suleiman, que ordenou a sua construção, em 1538/9 (correspondente ao ano de 945, no calendário muçulmano). 
Teologicamente, significa "doutrina" ou "comunicação"!
A Porta de Damasco: Em Ne 3.3, é chamada de "porta dos peixes"; em hebr., Sha'ar Shjem; em árabe, Bab el Amud (Porta da Coluna); situa-se ao norte, na direção de Nablus (Shjem), mais remotamente a Damasco da Síria. 
A abertura e a ponte de madeira, muito estreitas, foram substituídas por uma praça em forma de anfi-teatro e uma sólida ponte de pedra. É a entrada principal do quarteirão muçulmano.  
Teologicamente, significa "salvação"!
A Porta Nova (Hasha'ar Hajadash): 
Na verdade, é uma brecha na muralha norte, aberta em 1889, para que houvesse um acesso direto à Igreja do Santo Sepulcro, através do quarteirão cristão.
A Porta de Herodes
Localizada na muralha setentrional, também é chamada "Porta das Flores" (Sha'ar Haprajim); os nomes provém da proximidade da residência de Herodes Antipas e dos desenhos florais gravados na sua fachada.
A Porta de Santo Estevão
Localizada na muralha oriental, também é conhecida como Porta dos Leões (Sha'ar Haaraiot). Os árabes chamam-na Bab el Asbat (Porta das Tribos); abre-se para o leste, na direção de Jericó. Ante essa porta, segundo a tradição Estevão foi apedrejado. 
Foi adornada por leões do tempo de Herodes, nos dois lados do portal. Sua restauração, com a inscrição que ostenta, deve-se aos otomanos, em 1538/9.
A Porta do Esterco: Em Ne 3.14, é chamada de "porta do monturo" (em hebr., Sha'ar Haashfot; em árabe, Bab el Magharibeh); localiza-se ao sul, na muralha meridional, e é mais uma porta de serviço do que um portão monumental; é o pedaço remanescente do segundo Templo e a porta mais próxima do Muro das Lamentações (ou Muro Ocidental).
Teologicamente, significa "purificação"!
A Porta de Sião (Sha'ar Tzión): 
Localizada na muralha meridional. Os árabes chamam-na Bab en Nebi Daud (Porta do Profeta Davi); situa-se no Monte Sião e abre-se para o sul, na direção de Hebron. Foi construída para o Sultão Suleiman em 1540, numa área em que as antigas muralhas dos períodos hasmoneu e herodiano foram desenterradas. Atualmente, ostenta marcas da luta entre israelitas e jordanianos.
A Porta de Ouro: Também chamada "Porta da Misericórdia" (Sha'ar Harrajamim, em hebr., e Bab el Daríehem, em árabe); é uma belíssima construção bizantina, em dois arcos, provavelmente do séc. VII. Encontra-se onde esteve a antiga Porta Oriental do Templo (Ne 3.29). Segundo a tradição cristã, por esta porta Jesus entrou na Cidade com os seus discípulos (Mt 21; Mc 11; Jo 12).
Desde o séc. IX está fechada; durante a ocupação cruzada, era aberta duas vezes ao ano: no "Domingo de Ramos" e na Festa da Elevação da Cruz. Teologicamente, significa "realeza"!
De acordo com a tradição judaica, é por essa porta que o "Messias", vai entrar em Jerusalém. A fim de impossibilitar a entrada do Messias, os árabes a selaram por vários séculos.

Sobre Jerusalém, veja, ainda: [A Cidade Santa] [Três mil anos de História] [Descobertas Arqueológicas] [Album de Fotos]

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