O
JARDIM |
"Nosso Jardim"
Texto retirado de
"O Centenário" - Março / 1990
c h i n h o
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"(...)Nosso jardim... ali se cultivavam e se cultivam flores e plantas ornamentais. Em outros tempos ele era circundado por ciprestes, árvores resinosas sempre verdes, com um perfume original. Havia portões para se nele entrar. No centro, o coreto, onde a nossa sempre lembrada banda apresentava vibrantes retretas. Também o repuxo, por onde a água se elevava às alturas em jacto contínuo." |
À esquerda e ao centro, duas
fotos do jardim tiradas do alto da torre da Igreja. (Década de 50 e atual). |
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"Não era permitida a presença de menores de dezoito anos nas ruas, depois das vinte e duas horas. Havia um soldado negro, alto, magro, sempre sorridente, de nome Tobias, vindo de Caxambu, que fazia cumprir, da maneira mais simpática possível, as ordens do juizado. (Na época, o juiz era Antônio Geraldo de Almeida e o promotor, Francisco Barbosa de Rezende). Dadas as dez badaladas na igreja matriz, vinha ele diante de cada grupo de rapazes e dizia amigavelmente: “Olá, já tomou seu toddy?”. Isto porque, à noite, antes de irem para as respectivas casas, era costume de quase todos os jovens passarem pelo Bar Quitandinha e tomar o seu saboroso toddy. Esse “Olá, já tomou seu toddy?” era um convite ou uma intimação diplomática para que os menores se recolhessem." |
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"Em nosso jardim suspenso, o ponto de encontro dos casais de namorados. Pelas ruas laterais vinham de um lado, os rapazes. Do outro, as moças. Encontravam por duas vezes a cada volta completa, dirigindo uns aos outros olhares arrebatados. Namorar, nos velhos tempos, consistia em apenas olhar timidamente, à distância, a pessoa amada. Conversar lado a lado só acontecia quando o jovem casal já assumira um compromisso mais sério um com o outro. Assentarem juntos, no mesmo banco, era sinal de que ambos estavam com firmes propósitos matrimoniais. Dois postes havia para iluminar o recinto. O último banco era, por isso, bem escuro e, assim sendo, um convite para os namorados mais ousados que lá iam tirar as suas casquinhas. Atrás dos arbustos, muita sujeira acontecia, quer de ordem fisiológica e - pasmem! - também de ordem moral. Uma vez ou outra, fato raro, acontecia um escândalo atrás dos ciprestes. Por essa razão foi que Dona Marianinha pediu ao Prefeito da época, Gaspar de Paiva Magalhães, de saudosa memória, que cortasse os ciprestes. Foi prontamente atendida. Pediu, também, que iluminasse as escuras escadas de uma das entradas do jardim suspenso. As lâmpadas foram colocadas. Ali as moças pararam de se sentar nos colos de seus namorados. O jardim hoje é tão outro...
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PROJETO DE REFORMA DO NOSSO JARDIM |
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