"Folha - 8 de abril de 2003"
Números jogam a favor dos lançamentos
AINDA é cedo para ponderar as
vantagens e desvantagens da nova linha de revistas lançadas pela
editora Abril. De qualquer maneira, "Simpsons", anuncia a editora,
já é um sucesso ainda em seu segundo número: dos 40 mil exemplares
prensados da primeira edição, foram vendidos 25 mil.
Adaptação do desenho animado de Matt
Groening, a série, iniciada há dez anos nos EUA, tem conseguido se
manter nas bancas com uma mistura do bom humor dos personagens da
televisão com referências mais direcionadas para o público dos
quadrinhos, em especial _a capa da número 1 parodiava a capa da
primeira edição americana do "Quarteto Fantástico", título da Marvel.
Cartada um pouco mais duvidosa, mesmo
considerando a boa aceitação dos produtos na França e na Itália, são
as novas revistas da linha Disney: "Donald Super", lançada no final
de março, e "Mickey X", que chega às bancas brasileiras nos próximos
dias.
Mirando no leitor adolescente, mais
familiarizado com o universo dos heróis mascarados e dos seriados de
ficção científica, caem em um paradoxo entre a notável qualidade das
histórias e a imagem infantilóide não raro associada a Mickey e Pato
Donald.
O principal diferencial, entretanto,
reside no próprio conteúdo editorial das publicações, que, além das
HQs, trazem informações extra-Disney para os fãs de outros
personagens. São, dessa forma, revistas em quadrinhos e sobre
quadrinhos.
Exemplo bem sucedido dessa mesma
tendência é "Witch", outra nova aposta da Abril Jovem, desta vez
para o público feminino. Com tiragem de 110 mil exemplares, a
publicação, também da Disney, mas no estilo mangá, vende de 70 mil a
75 mil exemplares por mês e tem dado novo fôlego ao filão das
assinaturas.
Bons personagens, experiências
testadas e aprovadas no exterior e segmentação de mercado. Tudo leva
a crer que a nova série de heróis da Abril pode voltar a engrossar o
mercado nacional. Mas, em se tratando de HQs, o leitor só acredita
mesmo vendo.
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