Demolindo o Dogma da Sant�ssima Trindade
Autor: Mike McClellan - Tradu��o: Fernando Silva
Texto original em:
http://www.anzwers.org/free/jesuschrist/index.html

Sempre tive problemas com o conceito e a doutrina da Sant�ssima Trindade. Mesmo depois 20 anos como "crist�o renascido", eu continuava a n�o entender a coisa. Outros crist�os afirmavam que entendiam mas que era muito dif�cil expressar em palavras. Robert Ingersoll fez os seguintes coment�rios em "Ingersoll's Works", vol. 4, p. 266-67:

"Cristo, de acordo com a doutrina, � a segunda pessoa da Sant�ssima Trindade, com o Pai sendo a primeira e o Esp�rito Santo a terceira.

Cada uma dessas pessoas � Deus. Cristo � seu pr�prio pai e seu pr�prio filho. O Esp�rito Santo n�o � nem pai nem filho, mas ambos. O filho foi gerado pelo pai, mas j� existia antes de ser gerado, exatamente o mesmo antes e depois. Cristo � t�o velho quanto seu pai e o pai � t�o jovem quanto seu filho.

O Esp�rito Santo procede do Pai e do Filho, mas j� era igual a eles antes de proceder, ou seja, antes de existir, mas mesmo assim ele tem a mesma idade que os outros dois. Deste modo, se afirma que o Pai � Deus, que o Filho � Deus e que o Esp�rito Santo � Deus e que esses tr�s deuses fazem um s� deus. De acordo com a tabela de multiplica��o celestial, um � tr�s e tr�s vezes um � um, e de acordo com a regra de subtra��o do c�u, se diminuirmos dois de tr�s, sobram tr�s. A regra da adi��o tamb�m � estranha: se somamos dois a um temos apenas um. Cada um � igual a si mesmo e aos outros dois. Nunca houve nem nunca haver� algo mais completamente idiota e absurdo que o dogma da Sant�ssima Trindade".

Os crist�os est�o diante de um dilema. A B�blia diz no Antigo Testamento que "Eu, eu sou Jav�, e fora de mim n�o h� nenhum Salvador" (Isa�as 43:11). "A Salva��o vem de Jav�" (Salmos 3:9), "Pois eu sou o Senhor teu Deus, o Santo de Israel, teu salvador" (Isa�as 43:3). De acordo com o Antigo Testamento, s� Deus pode ser o Salvador. Para que Jesus Cristo possa ser o Salvador, ele tamb�m tem que ser Deus.

Os defensores da Sant�ssima Trindade citam:

"Para que sejam um, como n�s somos um" (Jo�o 17:22);
"No princ�pio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus" (Jo�o 1:1);
"Como tu, Pai, est�s em mim e eu em ti" (Jo�o 17:21);
"Eu e o Pai somos um" (Jo�o 10:30);
"Quem me v�, v� o Pai" (Jo�o 14:9);
"Crede-me: eu estou no Pai e o Pai em mim" (Jo�o 14:11);
"Pai santo, guarda-os em teu nome que me deste, para que sejam um como n�s" (Jo�o 17:11);
"Pois nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade." (Colossenses 2:9).

A B�blia tem muito mais vers�culos negando a Trindade que a confirmando:

"Por que me chamas bom? Ningu�m � bom, sen�o s� Deus" (Lucas 18:19)
"Porque meu Pai � maior do que eu" (Jo�o 14:28)
"Minha doutrina n�o � minha, mas daquele que me enviou" (Jo�o 7:16)
"Meu Pai, se poss�vel, afasta de mim este c�lice; contudo, n�o seja como eu quero, mas como tu queres" (Mateus 26:39)
"Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?" (Mateus 27:46)
"Daquele dia e da hora, ningu�m sabe, nem os anjos no c�u, nem o Filho, somente o Pai" (Marcos 13:32)
"Que, tendo subido aos c�us, est� � direita de Deus" (Pedro 3:22)

E ainda h� outros trechos, mas os que foram citados mostram bem as contradi��es.

Eis o dilema. Os crist�os sabem que, para Jesus ser o salvador da humanidade, ele tem que ser Deus tamb�m. � a B�blia que diz. Se ele n�o � Deus, ent�o ele n�o pode ser o salvador. Sua morte n�o teria sentido. Portanto, os crist�os inventaram a Sant�ssima Trindade para explicar a divindade de Cristo. Ele � homem. Ele � Deus. Ele � ambos. Ele tem que ser, para poder ser o salvador. Infelizmente, ele �, no melhor dos casos, indeciso. �s vezes ele diz que ele e Deus s�o um s�. �s vezes ele admite que Deus sabe de coisas que ele ignora e faz coisas que ele n�o pode fazer. Os crist�os apelam para as coisas mais estranhas para provar o dogma da Sant�ssima Trindade, inclusive declarar que ele � um "mist�rio" e que "n�s somos muito limitados para entender". A B�blia � a palavra perfeita e infal�vel de Deus? A doutrina da Sant�ssima Trindade que os crist�os criaram e as contradi��es em que ela implica gritam que "N�o" ! Mas ent�o como foi que o dogma veio a existir?

As origens da doutrina da Sant�ssima Trindade s�o chocantes. Como no caso da maioria das quest�es hist�ricas relativas � cristandade, houve muita fraude e derramamento de sangue. Muitas vidas foram perdidas antes que o Trinitarianismo fosse enfim adotado. Como muitos crist�os sabem, a palavra "trindade" n�o aparece na B�blia. E n�o aparece porque � uma doutrina que evoluiu aos poucos no in�cio do cristianismo. Foi um processo manipulado, sangrento e mortal at� que finalmente se tornou uma doutrina "aceita" da Igreja.

CONSTANTINO - COME�A A CRIA��O DA TRINDADE

Flavius Valerius Constantius (c. 285-337 AD), Constantino o Grande, era filho do imperador Const�ncio I. Quando seu pai morreu em 306 AD, Constantino tornou-se imperador da Bretanha, G�lia (atual Fran�a) e Espanha. Aos poucos, foi assumindo o controle de todo o imp�rio romano. Diverg�ncias teol�gicas relativas a Jesus Cristo come�aram a se manifestar no imp�rio de Constantino quando dois oponentes principais se destacaram dos outros e discutiram sobre se Cristo era um ser criado (doutrina de Arius) ou n�o criado, e sim igual e eterno como Deus seu pai (doutrina de Atan�sio). A guerra teol�gica entre os adeptos de Arius e Atan�sio tornou-se acirrada. Constantino percebeu que seu imp�rio estava sendo amea�ado por esta divis�o doutrinal. Constantino come�ou a pressionar a Igreja para que as partes chegassem a um acordo antes que a unidade de seu imp�rio ficasse amea�ada. Finalmente, o imperador convocou um conc�lio em Nic�ia, em 325 AD, para resolver a disputa.

Apenas 318 bispos compareceram, o que equivalia a apenas uns 18% de todos os bispos do imp�rio. Dos 318, apenas uns 10% eram da parte ocidental do imp�rio de Constantino, tornando a vota��o tendenciosa, no m�nimo. O imperador manipulou, pressionou e amea�ou o conc�lio para garantir que votariam no que ele acreditava, n�o em algum consenso a que os bispos chegassem.

As igrejas crist�es hoje em dia dizem que Constantino foi o primeiro imperador crist�o, mas seu "cristianismo" tinha motiva��o apenas politica. � altamente duvidoso que ele realmente aceitasse a doutrina crist�. Ele mandou matar um de seus filhos, al�m de um sobrinho, seu cunhado e possivelmente uma de suas esposas. Ele manteve seu t�tulo de alto sacerdote de uma religi�o pag� at� o fim da vida e s� foi batizado em seu leito de morte.

OS DOIS PRIMEIROS TER�OS DA TRINDADE - O CONC�LIO DE NIC�IA

A maioria dos bispos, pressionada por Constantino, votou a favor da doutrina de Atan�sio. Foi adotado um credo que favorecia a teologia de Atan�sio. Arius foi condenado e exilado. V�rios bispos foram embora antes da vota��o para evitar a controv�rsia. Jesus Cristo foi aprovado como sendo "uma �nica subst�ncia" com Deus Pai. � significativo que at� hoje as igrejas ortodoxas do leste e do oeste discordem entre si quanto a esta doutrina, ainda consequ�ncia de as igrejas do oeste n�o terem tido nenhuma influ�ncia na "vota��o".

Dois dos bispos que votaram a favor de Arius tamb�m foram exilados e os escritos de Arius foram destru�dos. Constantino decretou que qualquer um que fosse apanhado com documentos arianistas estaria sujeito � pena de morte.

O credo de Nic�ia declara:

Creio em Um s� Deus, Pai Onipotente, Criador do c�u e da terra e de todas as coisas vis�veis e invis�veis. E em Um s� Senhor, Jesus Cristo, o Filho unig�nito de Deus, gerado do Pai antes de todas as coisas. Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, n�o criado, consubstancial ao Pai, por quem todas as coisas foram feitas ...

Mesmo com a ado��o do Credo de Nic�ia, os problemas continuaram e, em poucos anos, a fac��o arianista come�ou a recuperar o controle. Tornaram-se t�o poderosos que Constantino os reabilitou e denunciou o grupo de Atan�sio. Arius e os bispos que o apoiavam voltaram do ex�lio. Agora, Atan�sio � que foi banido. Quando Constantino morreu (depois de ser batizado por um bispo arianista), seu filho restaurou a filosofia arianista e seus bispos e condenou o grupo de Atan�sio.

Nos anos seguintes, a disputa pol�tica continuou, at� que os arianistas abusaram de seu poder e foram derrubados. A controv�rsia pol�tico/religiosa causou viol�ncia e morte generalizadas. Em 381 AD, o imperador Teod�sio (um trinitarista) convocou um conc�lio em Constantinopla. Apenas os bispos trinitaristas foram convidados a participar. 150 bispos compareceram e votaram uma altera��o no Credo de Nic�ia para incluir o Esp�rito Santo como parte da divindade. A doutrina da Trindade era agora oficial para a Igreja e tamb�m para o Estado.

Os bispos dissidentes foram expulsos da Igreja e excomungados.

O CREDO DE ATAN�SIO COMPLETA A DIVINDADE TRINA

O Credo (trinit�rio) de Atan�sio foi finalmente estabelecido (provavelmente) no s�culo V. N�o foi escrito por Atan�sio mas recebeu seu nome. Este � um trecho:

"Adoramos um s� Deus em Trindade ... O Pai � Deus, o Filho � Deus, e o Esp�rito Santo � Deus; e contudo eles n�o s�o tr�s deuses, mas um s� Deus"

Por volta do s�culo IX, o credo j� estava estabelecido na Espanha, Fran�a e Alemanha. Tinha levado s�culos desde o tempo de Cristo para que a doutrina da Trindade "pegasse". A pol�tica do governo e da Igreja foram as raz�es que levaram a Trindade a existir e se tornar a doutrina oficial da Igreja. Como voc�s viram, a doutrina trinit�ria resultou da mistura de fraude, pol�tica, um imperador pag�o e fac��es em guerra que causaram mortes e derramamento de sangue.

A TRINDADE CRIST� - MAIS UMA NO DESFILE DE TRINDADES

Por que surgiu esse clamor para elevar Jesus e o Esp�rito Santo a posi��es iguais � do deus judeu/crist�o? Simplesmente porque o mundo pag�o estava habituado a ter "tr�s deuses" ou "trindades" como divindades. A trindade satisfazia � maioria de crist�os que tinha vindo de culturas pag�s. O cristianismo n�o se livrou das trindades pag�s, ele as adotou assim como adotou tantas outras tradi��es pag�s.

OUTRAS TRINDADES

O hindu�smo abra�ou a divindade trina de Brahma, deus da cria��o; Vishnu, deus da manuten��o, e Siva, deus da destrui��o. Uma das muitas trindades do Egito era H�rus, �sis e Os�ris.

Os fundadores da primitiva igreja crist� n�o tinham id�ia de que o conceito de Trindade iria surgir, ser votado por pol�ticos, imposto por imperadores e um dia se tornaria parte integral do cristianismo moderno. N�o � nenhuma surpresa que tal conceito seja "dif�cil" de explicar.

H� um deus crist�o ou tr�s em um? A maioria das igrejas crist�s ap�ia a doutrina da Trindade mas ainda h� algumas que rejeitam o ensinamento. Hoje em dia, temos a liberdade de acreditar em uma possibibilidade ou outra, mas corremos o risco de sermos ridicularizados se negarmos a cren�a na Trindade.

Como num supermercado, voc� escolhe a sua religi�o

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