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Leituras de Física

O RADAR DOS GOLFINHOS


A graça e a inteligência dos golfinhos têm intrigado os homens desde a antigüidade. A capacidade que têm os golfinhos de emitir sons era bem conhecida pelos cientistas antigos. Entretanto, durante séculos, ninguém teve consciência dos tremendos problemas de orientação que os golfinhos e as baleias têm de enfrentar. Nadam todos muito rapidamente - o golfinho já foi cronometrado a uma velocidade de 32 quilômetros por hora sob a água - e são muito grandes. O golfinho chamado de roaz pesa cerca de 140 quilos; a baleia-azul, que às vezes atinge 30 m de comprimento e pesa até 100 toneladas, é a maior criatura que já viveu na Terra. Um choque com uma pedra submersa ou com uma montanha do fundo do mar seria desastroso. Não podem enxergar na turva escuridão do oceano. O seu sentido do olfato é fraco ou totalmente inexistente. Outro sentido que não a vista e o olfato deve servir para "ver" ao longe. Resultados experimentais mostram que os golfinhos e as baleias usam a audição como esse substituto.


Winthrop. N. Kellogg, professor na Universidade da Flórida, diz: "Os sons submarinos que os golfinhos mais freqüentemente produzem são séries sucessivas de estalos ou silvos rapidamente repetidos. Apurou-se que há neles larga faixa de freqüências sônicas e ultra-sônicas que chegam a 170.000 ciclos por segundo. Tem-se demonstrado que o ouvido e o cérebro do animal são de desenvolvimento muito avançado. Possuem importante adaptação para a percepção e a análise dos sons submarinos. Os sons excepcionais que eles emitem e o excelente receptor que possuem constituem sensível mecanismo transmissor-receptor."
Quase todas as experiências concebíveis foram tentadas por Kellogg e outros cientistas para testar o golfinho. Os resultados dessas experiências mostraram que os golfinhos têm um sistema de localização pelo eco altamente complexo e eficiente.
O sistema de localização dos golfinhos tem a mesma finalidade do sistema dos morcegos, mas é muito mais notável. Na sua maioria, os mamíferos são animais de vida terrestre, mas os golfinhos são mamíferos que abandonaram a terra pelo mar há milhões de anos. Os órgãos de emissão e recepção do som do golfinho evoluíram primitivamente para uma existência no ar e depois se adaptaram às condições na água.

O golfinho não tem orelhas ou orifícios audíveis visíveis. Entretanto eles existem. As orelhas estão completamente submersas em gordura sob a pele e o conduto auditivo é fino como um furo feito por alfinete. O conduto, sempre cheio de água, é fechado na sua extremidade interna. Contudo, é o principal caminho para a entrada do som. Os sons vindos da água provocam vibrações no revestimento do conduto, que por sua vez impulsionam o tímpano. O tímpano do golfinho não é como uma pele de tambor. É mais um ligamento que puxa - ou, mais precisamente, aciona - os três pequenos ossos do ouvido médio.

Ainda não se sabe exatamente de onde vêm os estalos e silvos do golfinho. Não vêm da boca, pois o golfinho pode orientar-se com a boca fechada. Pode assobiar audivelmente pelo orifício de alta freqüência para a localização pelo eco. Por fim - para complicar ainda mais - os golfinhos não têm cordas vocais.
Alguns pesquisadores têm imaginado que uma série de sacos de ar e estruturas ósseas perto do respiradouro que podem vibrar para produzir sinais ultra-sônicos, os quais seriam então concentrados e projetados pelo respiradouro.

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