Sala de Física

Leituras de Física

SUPERFUSÃO


É possível, resfriando certos líquidos ao abrigo de qualquer agitação, mantê-los em temperaturas inferiores à do ponto de solidificação, sem que esta se realize. A água, o enxofre e o fósforo são corpos que apresentam, com maior freqüência, este fenômeno a que se denomina superfusão. Submetendo, porém, o líquido a leve abalo, ou deixando cair nele partícula do corpo solidificado, produz-se subitamente a solidificação em toda a massa, elevando-se imediatamente a temperatura ao ponto de solidificação.
Gay-Lussac, resfriando água com certas precauções, conseguiu mantê-la líquida à temperatura inferior a -12ºC, tendo bastado um leve abalo para congelar o líquido e elevar-se subitamente a temperatura a 0ºC. O enxofre, com certos cuidados, pode ser submetido a 15ºC de temperatura sem passar para o estado sólido, embora seu ponto de fusão seja igual a 115ºC. Do mesmo modo, o fósforo, cujo ponto de fusão é 44ºC, pode ser mantido no estado líquido numa temperatura de -5ºC.
O fenômeno da superfusão pode ser aproveitado na determinação do ponto de fusão dos corpos. Depois de introduzir um termômetro no líquido, resfriando-o cuidadosamente a uma temperatura mais baixa do que a que representa o seu provável ponto de fusão. Colocando, em seguida, uma partícula sólida do mesmo material no líquido superfundido, cessa bruscamente a superfusão, o líquido solidifica-se e o termômetro sobe imediatamente, indicando a temperatura que é o ponto de solidificação do material.

A cerveja que congela
Um exemplo de superfusão que pode ser encontrado no cotidiano é o da cerveja que ao ser tirada do congelador ainda líquida, se congela ao contato com a mão.
A cerveja recebe em sua fabricação a adição de gás carbônico (CO2), que aumenta a pressão dentro da garrafa. A pressão e as baixas temperaturas fazem com que uma quantidade maior de gás carbônico permaneça no líquido. Em certas temperaturas pouco abaixo de zero graus Celsius, essa mistura em estado bastante instável (em sobrefusão), em que uma pequena alteração na temperatura basta para congelá-la.
Quando seguramos a garrafa pelo bojo, causamos um desiquilíbrio em seu interior, O calor de nossas mãos faz com que mais gás carbônico dissolvido na cerveja passe do estado líquido para o estado gasoso, sendo liberado. Isso reduz ainda mais a temperatura do líquido que acaba congelando.
Quando, porém, seguramos a garrafa pelo gargalo, a alteração é mínima e a cerveja permanece líquida.
(Texto adaptado de: Física, Hipérides Zanello, C.E.N e Revista Super Interessante, Editora Abril)

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