Jorge Palma
À
ESPERA DO FIM
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por
A.N.R.
Re
Vou andando por aí
Sol
Re
Sobrevivendo à bebedeira e ao comprimido
Do
Sol
Vou dizendo sim à engrenagem
La
E ando muito deprimido
Sol
E é difícil encontrar quem o não esteja
Sim
Quando o sistema nos consome e aleija
Sol
Trincamos sempre o caroço
La Re
Mas já não saboreamos a cereja.
Já ouve tempos em que eu tinha tudo
Não tendo quase nada
Quando dormia ao relento
Ouvindo o vento beijar a geada
Fazia o meu manjar com pão e uvas
Fazia o meu caminho ao sol e à chuva
Ao encontro da mão miúda
Que me acentava como uma luva.
Re
La Sim
Se ainda me queres vender
Sol Re
Se ainda me queres negociar
Sol La
Isso já pouco me importa
Perdemos o gosto de viver
Eu a obedecer e tu a mandar
Os dois na mesma triste peça
Re
Os dois à espera do fim.
Tu tens fortuna e eu não
Podes comer salmão e só peixe miúdo
Mas temos em comum o facto
De ambos vermos a vida por um canudo
Invertemos a ordem dos factores
Pusemos números à frente de amores
E vemos sempre a preto e branco
O programa que afinal é a cores.
Refrão...