Overclock com Duron e
Athlon - Parte 1
Agora
que nós já vimos toda a parte mais teórica sobre o overclock, chegou a hora
de colocarmos a mão na massa e vermos alguns macetes para fazer com que o
overclock funcione com os processadores Duron e Athlon da AMD.
O
Duron e o novo Athlon (Athlon soquete A, também conhecido pelo seu nome-código
Thuderbird) têm uma característica muito interessante. Quando montamos um
micro com esses processadores, a placa-mãe é capaz de detectá-los
automaticamente, isto é, os valores da freqüência de operação externa,
multiplicador de clock e tensão de alimentação são configurados
automaticamente pela placa-mãe. Quem já montou um micro com um desses
processadores já percebeu que não é preciso fazer nenhuma configuração na
placa-mãe ou no setup para colocar o micro para funcionar.
Esse
recurso é conseguido porque o processador informa esses valores à placa-mãe.
Essas informações estão "escritas" no próprio processador. Após o
processador ter sido fabricado, a AMD queima pequenos fusíveis existentes no
processador (que atuam como se fossem minúsculos jumpers), de forma a fixar a
sua configuração de fábrica. A placa-mãe, portanto, simplesmente lê o
estado desses pequenos jumpers existentes no próprio processador. Por causa
desse recurso, grande parte das placas-mãe soquete A não permite que você
altere a tensão de alimentação do processador nem sua multiplicação de
clock. Como fazer, então, para alterarmos esses parâmetros?
Por
incrível que pareça, esses fusíveis não estão dentro do processador, mas
sim fora dele, no próprio corpo do processador. Olhando atentamente o
processador você conseguirá vê-los sem a menor dificuldade. Eles são
divididos em grupos e rotulados de L1 a L7, como você pode ver na Figura 1.
Figura 1: Processador Duron. Repare os minúsculos fusíveis existentes
no corpo do processador, rotulados de L1 a L7.
Cada
grupo de fusíveis é responsável por alguma configuração do processador.
O
primeiro conjunto, L1, habilita o recurso de proteção contra overclock e
autoconfiguração, que permite que a placa-mãe leia as configurações
presentes nos demais grupos de fusíveis. Há duas opções para alterar as
configurações dos fusíveis do processador. Se a sua placa-mãe possuir
jumpers para a configuração da multiplicação de clock, basta você abrir os
fusíveis marcados com L1 no corpo do processador (peça auxílio a um
relojoerio). Fazendo isso, você "quebrará" a proteção contra
overclock do processador, permitindo que você configure o processador
manualmente, através dos jumpers da placa-mãe.
No
caso de sua placa-mãe não ter jumpers para a configuração do fator de
multiplicação do processador, então a solução é a apresentada no restante
dessa dica e na dica da semana que vem. Note que os procedimentos descritos a
seguir e na próxima coluna só são necessários caso a sua placa-mãe não
tenha os jumpers para a configuração da multiplicação de clock.
O
conjunto L7, por exemplo, configura a tensão de alimentação do processador.
Como dissemos anteriormente, aumentando a tensão de alimentação do
processador aumentamos as chances de o overclock funcionar. Na Figura 2 nós
vemos o detalhe do conjunto L7 e, na Figura 3, uma tabela contendo todas as
configurações possíveis de tensão de alimentação para os processadores
Duron e Athlon.
Figura 2: Detalhe do conjunto L7, que configura a tensão de alimentação.
Figura 3: Tabela para a configuração do conjunto L7.
Então,
o que fazer de posse dessas informações? O processador Duron tem uma tensão
de alimentação padrão de 1,5 V. Se você quiser aumentar a tensão de
alimentação desse processador, você deverá fechar alguns contatos do
conjunto L7, como vemos na tabela. Para fechar algum contato, você deverá usar
um lápis comum (isto mesmo, um lápis do tipo 2B). O grafite é um excelente
condutor e fechará os contatos corretamente. O mais legal de se usar lápis é
que, para desfazer a configuração, basta passar uma borracha. Esse fechamento
de contatos deve ser feito com o máximo de cuidado, para que você não feche
contatos errados por engano.