Superaquecimento
Verão,
sol, calor... Se o seu computador vive travando, o problema pode ser
superaquecimento, principalmente nesta época do ano. Mas por que o micro
superaquece? Existem diversas causas e hoje iremos mostrar como detectar e
resolver os problemas mais comuns.
Problemas com a
ventoinha do processador
Todos
os processadores modernos necessitam de uma ventoinha (um pequeno ventilador)
para dissipar o calor que é produzido durante o seu funcionamento. O problema
é que muitos micros são montados com ventoinhas subdimensionadas, isto é, que
não conseguem refrigerar o processador corretamente. Com isso, ele se aquece
demais e acaba "travando".
As
maiores vítimas desse problema são os processadores montados em soquete, como
o Pentium clássico, Pentium MMX, K6, K6-2, K6-III e Celeron PPGA, pois as
ventoinhas antigas não conseguem resfriar corretamente processadores mais
novos, apesar de elas se encaixarem perfeitamente sobre o processador. Em outras
palavras, uma ventoinha criada na época do primeiro Pentium não serve para um
moderno K6-III: mesmo encaixando nele, a ventoinha não conseguirá dissipar o
calor emanado e acabará fazendo com que o micro trave por superaquecimento.
Figura 1: Três tipos de ventoinhas. As duas da esquerda são as melhores
e a da direita, a pior.
Quanto
maior o tamanho do dissipador de calor que vem acoplado à ventoinha, melhor. As
melhores ventoinhas para esses processadores são as que tem uma presilha em
forma de clipe metálico, que as prende firmemente ao soquete do processador
através de dois ganchos, como você pode ver nas duas ventoinhas da esquerda da
Figura 1.
Processadores
como o Pentium II, o Pentium III e o Athlon não costumam apresentar muito esse
problema, já que são montados em um cartucho, o que cria uma grande área de
dissipação térmica. Além disso, muitos modelos desses processadores
(chamados "in-a-box") já vêm de fábrica com uma ventoinha
integrada, presa ao corpo do processador, como você pode ver na Figura 2.
Figura 2: No processador Pentium II in-a-box a ventoinha já vem
integrada ao corpo do processador.
Uma
solução usada por muitos técnicos é o uso da pasta térmica. Essa pasta, que
é facilmente encontrada em casas de material eletrônico, é aplicada entre o
processador e o dissipador para melhorar a transferência térmica, evitando o
problema do superaquecimento - se você usar uma boa ventoinha, é claro. Na
hora de aplicar a pasta térmica, use uma espátula, pois essa pasta é bastante
viscosa.
Uma
dica importante é manter sempre a ventoinha limpa. Muitas vezes, ao abrir o
gabinete, você verá que a ventoinha está repleta de poeira grudada,
impossibilitando o seu perfeito funcionamento. Nesse caso, retire a ventoinha do
micro e limpe-a com o auxílio de um pincel e/ou uma escova de dentes velha.
Problemas com a
ventoinha da fonte
A
ventoinha existente dentro da fonte de alimentação do micro (aquela que você
vê na parte de trás de seu PC) serve para ventilar a parte interna do micro e
não só a fonte de alimentação, ao contrário do que muitos pensam. Como o ar
quente sobe, a ventoinha "puxa" esse ar quente para fora do gabinete.
Como conseqüência, ar frio entra através das ranhuras existentes na parte da
frente do gabinete. É por esse motivo que a ventoinha do gabinete sopra o ar
para fora do gabinete, e não o contrário. Você confere como funciona a
circulação de ar em um gabinete na Figura 3.
Figura 3: Correta circulação de ar em um gabinete.
Infelizmente,
algumas fontes de alimentação são montadas de forma errada, com a ventoinha
invertida, jogando ar frio para dentro do gabinete. Quando isso acontece, há
retenção de calor e o micro superaquece, pois o ar quente existente dentro
dele não consegue sair (veja o esquema da Figura 4). Se o seu micro possui a
ventoinha invertida, você deve corrigir o problema, abrindo a fonte e
invertendo a posição dela. Se o micro ainda estiver na garantia, peça ao
vendedor para fazer essa correção para você, pois caso contrário você
perderá a garantia do micro.
Figura 4: Circulação de ar em um gabinete com a ventoinha invertida.
Instalando mais uma
ventoinha
Se
você quiser, pode instalar mais uma ventoinha em seu gabinete. A maioria dos
gabinetes existente no mercado possui local apropriado para a instalação dessa
ventoinha. Na maioria dos gabinetes esse espaço fica na parte frontal inferior
do gabinete (abaixo das baias do disco rígido), como você pode ver na Figura
5. Em alguns, esse espaço fica na parte traseira, à meia altura, ver Figura 6.
Figura 5: Local para a instalação de uma segunda ventoinha (parte
frontal do gabinete).
Figura 6: Outro local para a instalação de uma segunda ventoinha (parte
traseira do gabinete).
Seja
qual for o local de instalação da ventoinha, você deverá posicioná-la de
modo que o ar entre no gabinete, para fazer a correta circulação de ar. Essa
ventoinha servirá para jogar ar frio para dentro do gabinete, enquanto a
ventoinha da fonte estará "puxando" o ar quente para fora, fazendo o
ar circular corretamente.
Essa
ventoinha é vendida em lojas de componentes eletrônicos e é alimentada com 12
V. Seu fio vermelho deve ser ligado a um dos fios amarelos da fonte, e o fio
preto deve ser conectado a qualquer fio preto da fonte. Placas-mãe mais
modernas (especialmente as ATX) possuem um conector para essa ventoinha, chamado
"Chassis Fan" ou "Case Fan" e, nesse caso, você pode ligar
a ventoinha à placa-mãe em vez de ligá-la diretamente à fonte. Veja no
manual da placa-mãe a polaridade correta desse conector. Você deve conectar o
fio vermelho ao pino +12V e o fio preto, ao pino GND.
Micros mal montados
Alguns
técnicos montam micros de forma errada, colocando uma espuma antiestática
entre a placa-mãe e o chassi metálico do gabinete (essa espuma é normalmente
cor de rosa, ver Figura 7). Ela impede que o ar circule na parte inferior da
placa-mãe, e o micro acaba travando por superaquecimento. Se o seu micro tem
essa espuma embaixo da placa-mãe, remova imediatamente.
Figura 7: Espuma antiestática não deve ser instalada embaixo da placa-mãe!
Outro
fator que colabora para o superaquecimento é o excesso de fios e cabos
espalhados dentro do gabinete. Muitas vezes, os fios que ficam soltos acabam
prendendo a ventoinha, fazendo com que o micro trave. Por isso, organize os fios
que passam no interior do gabinete e prenda-os com presilhas ao gabinete (você
pode usar aqueles arames coloridos que vêm nos sacos de pão de forma), para
que não fiquem soltos. Uma dica para quem tem gabinetes AT é passar o cabo que
liga a fonte de alimentação à chave liga-desliga do painel frontal pelo lado
superior direito do gabinete, como mostra a Figura 8, em vez de deixá-lo
completamente solto.
Figura 8: Forma correta de se passar o cabo da chave liga-desliga em
gabinetes AT.
Abaixo de zero
As
dicas acima devem ser suficientes para evitar o superaquecimento, mas existem
micreiros que não se contentam com o básico. Nos Estados Unidos, apesar do
clima mais ameno, é possível encontrar produtos de resfriamento inimagináveis,
usados principalmente para os adeptos do overclock (utilização do processador
a velocidades acima da recomendada), que tende a aumentar consideravelmente a
temperatura do micro.
As
soluções vão desde enormes dissipadores de calor equipados com duas ou três
ventoinhas (ver Figuras 9 e 10) até sistemas de refrigeração a água. Nesses
últimos, uma bomba localizada fora do gabinete faz o líquido circular por
pequenas mangueiras que conduzem o calor do processador para um dissipador
externo, como acontece no radiador dos automóveis.
Figura 9: Dissipador com duas ventoinhas, para Pentium II, Pentium III e
Athlon.
Figura 10: Outro dissipador "turbinado", com quatro ventoinhas.
Como
o processador não é o único componente “esquentadinho” do PC, é possível
encontrar também dissipadores de calor para discos rígidos e placas de vídeo.
Aliás, algumas placas 3D esquentam tanto que já vêm, de fábrica, com
dissipador e, às vezes, até ventoinha. E se o problema for no gabinete como um
todo, é só apelar para ventiladores que podem ser instalados nas aberturas
traseiras localizadas sobre os slots da placa mãe.
Para
quem quiser que a temperatura do processador caia abaixo da temperatura
ambiente, a saída está na termoelétrica, através dos chamados elementos
peltier. Compostos de duas placas de cerâmica que transferem calor de uma para
a outra quando recebem corrente elétrica entre si, esses elementos podem
reduzir a temperatura em até 60 graus.
O
problema é que, além de consumirem muita energia e esquentarem demais o resto
do sistema, os peltier podem provocar condensação dentro do micro, o que
danificaria os componentes. Para utilizá-los, só se estiverem totalmente
isolados do ar externo e se a sua fonte de alimentação puder fornecer uns 60W
a mais.
Mas
o supra-sumo da refrigeração micreira são os gabinetes da Kryotech, que
ficaram famosos ao permitirem que um Athlon, da AMD, rompesse a barreira de 1
GHz. Os tais gabinetes, que custam algo em torno de 2.500 dólares, são
praticamente um congelador para PCs: a temperatura interna chega a 40 graus
negativos.
Para saber mais
http://www.computernerd.com:
Vende diversos tipos de ventoinhas para todas as aplicações.
http://www.kryotech.com:
Fabricante do gabinete-geladeira que atinge os 40 graus abaixo de zero.
http://www.justcooler.net:
Produtos para resfriar processadores, HDs, gabinetes e monitores.
http://www.2coolpc.com:
Oferece um duto para conduzir o fluxo de ar dentro do gabinete.
http://www.tennmax.com:
Outro site que vende soluções de resfriamento para PCs.
http://www.coolermaster.com:
Ventoinhas diversas e gabinetes com dutos de refrigeração.
http://www.heatsink-guide.com: Fonte de informações sobre ventilação e refrigeração de PCs.