NOVEMBRO DE 1990 - A NINTENDO FINALMENTE LANÇA
O SUCESSOR DO FAMICOM/NES
Alarmada com a competição e crescente
popularidade do PC Engine no Japão e a entrada da Sega no mercado
com seu novíssimo Mega Drive/Genesis; e visualizando vendas menores
para o Famicom/NES nos próximos anos, a outrora todo-poderosa
Nintendo tratou logo de lançar o sucessor de seu aclamado console de 8 bits
no Japão. Nascia o Super Famicom, que ficaria famoso no ocidente com
o nome de Super Nintendo Entertainment System (SNES).
Exatos 6 anos depois de introduzir o
NES
nos EUA, a Nintendo lançou o poderoso Super Nintendo para
brigar com o cada vez mais ameaçador Sega Genesis (no
ocidente, o grande competidor a ser batido). O console, por ser quase 2 anos
mais novo, possuía gráficos e efeitos sonoros bem mais sofisticados que o
concorrente. O SNES conseguia colocar até 256 cores
simultaneamente na tela, de uma paleta de mais de 32.000 cores; e
movimentava sprites (com efeitos de rotação, zoom e transparência) bem
mais complexos do que o Genesis. O controle também inovou
com os seus 8 botões, apesar de seu design lembrar um "osso" para
cães. O único defeito do console era o processador lento, que rodava a
apenas 3.57 MHZ. Ele foi o calcanhar de aquiles da Nintendo...
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O Super Nintendo
europeu herdou o design do console
japonês (Super Famicom) e apenas manteve o nome.
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O Super Nintendo
mais parecia
uma caixa de sapatos
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O Super Famicom/SNES
caiu no gosto do consumidor e foi um estrondoso sucesso desde o seu lançamento
em Novembro de 1990 no Japão e Setembro de 1991 nos EUA. Também pudera: o
console trouxe a melhor seleção de jogos da história em sua fase inicial.
Foi uma época de ouro para os jogadores. Abaixo, relembre o que o console
de 16 bits teve de melhor:
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Muitos fãs achavam
Mario 3 melhor, mas Super Mario World, o jogo que acompanhava o SNES, foi
pura diversão. Embora o cartucho tivesse apenas 4 MB, ele foi o primeiro a demonstrar o novo controle e
os efeitos especiais do recém lançado console.
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Ah... O
adorável Zelda 3: A Link to the Past nos
traz excelentes lembranças de 1992. Este é um
dos melhores lançamentos de todos os tempos.
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Pilot
Wings, o jogo que ninguém se lembra...
Indicado para quem está cansado de jogos, pois
sua jogabilidade era bastante relaxante. |
F-Zero,
o clássico dos clássicos para o SNES. |
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O
SNES tinha ótimos RPGs, como Final Fantasy da Square |
International
Superstar Soccer. |
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A Capcom
não fez feio, e um dos jogos mais
venerados dos anos 80 aparece em excelente
versão no console da Nintendo. Esta era a versão
caseira do "cavaleiro de cuecas". |
Quem
poderia imaginar que o SNES produziria
gráficos deste nível ? A Rare foi catapultada para a
fama e mostrou em Donkey Kong Country o quanto o
console era capaz. O jogo serviu para o SNES
re tomar a posição de líder de mercado do Genesis. |
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Killer
Instinct apresentava ótimos gráficos efoi um grande sucesso |
E o que
dizer da série Fifa Soccer, que hoje é um
dos maiores franchises da EA? Ela apareceu na
era 16 bits, com versões para SNES, Genesis e PC. |
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Street
Fighter II, lançado em 1992 para o SNES em
um cartucho de 16 Mbits, foi um tremendo sucesso.
O jogo era a maior febre da época, e teve uma
conversão mais do que perfeita para o console. |
Mortal
Kombat era outro popular jogo que surgiu
durante a febre Street Fighter. A versão do SNES
era muito boa, mas a falta de sangue espantou os
jogadores, que compraram MK para Genesis. |
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E o que
dizer do revolucionário Another
World (Out of This World no SNES)? |
Star Fox
também revolucionou com seus gráficos
poligonais propiciados pelo chip Super FX. |
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Mario
Kart é um dos melhores jogos do SNES, e uma
evolução do clássico F-Zero. |
Juntamente
com Mario RPG, uma parceria mais do
que perfeita da Nintendo com a Square |
Em 1993, entretanto, o Genesis já
abocanhara boa parte das produtoras antes exclusivas da Nintendo, e
continuava na liderança do mercado. Disposta a virar a mesa, foi lançado o
Super FX, a grande estrela (além de Donkey Kong, de 1994) do SNES
para competir com o Genesis (que possuía processador bem mais veloz)
e a salada de periféricos lançados para ele pela Sega (32X, Sega
CD). Star Fox, o primeiro jogo a utilizar a tecnologia, mostrou bem
acanhadamente, que um console de 16 bits podia fazer gráficos poligonais.
Depois foram lançados Dirt Trax F/X e Doom (em conversão razoável),
e o Super FX sucumbiu às novas tecnologias e aos concorrentes mais
potentes.
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Dirt Trax F/X e
seus gráficos poligonais |
Doom (em conversão
razoável) |
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Mas, famoso mesmo ficou Yoshi's Island, a
continuação oficial de Super Mario World, que utilizava uma versão mais
poderosa do chip Super FX para produzir efeitos especiais em 3D. O jogo foi
lançado em 1995, quando o Playstation já estava disponível para
consumidores de todo o mundo. Mesmo assim, Yoshi's Island foi um sucesso,
pela originalidade da jogabilidade.
O Super Nintendo foi
recheado de periféricos interessantes, como a bazuca Super Scope 6 e o
adaptador para rodar jogos do GameBoy. Mas, dentre os diversos periféricos
anunciados para o SNES, o mais curioso foi o SNES
CD, protótipo que iria chegar ao mercado em 1993 para competir com
o Turbografx 16 CD e Sega CD; mas que
nunca viu a luz do dia... Por ironia do destino, a Nintendo, que
contratou a Sony para desenvolver o periférico; rompeu o contrato e deixou
para a "ex-parceira" a tecnologia já desenvolvida. No final de
1994 surgia o Playstation, primeiro videogame da Sony,
fruto do projeto não acabado com a Nintendo.
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A pistola do SNES, na verdade, era
uma Bazuca. Bonito design
é otima construção não foram suficientes para alavancar o
desenvolvimento de jogos para o periférico. Tornou-se um
"elefante cinza" para os proprietários...
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O Super Game Boy
também foi um periférico
interessante, pois permitia jogar títulos do
Game Boy no SNES, e ainda lhe dava a
possibilidade de adicionar cores. Mas,
obviamente, os gráficos dos jogos do
Game Boy não eram lá essas coisas.
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Na foto escaneada, dá
para vermos o protótipo do SNES CD ROM publicado pela revista
Electronic Gaming Monthly. Este "vaporware", anunciado
diversas vezes pela Nintendo, veio a se transformar no concorrente Sony Playstation que,
ironicamente, dominou o mercado que antes pertencia apenas à Sega e à Nintendo.
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O SNES já vendeu mais de 50
milhões de unidades por todo o mundo e foi um sucesso absoluto de crítica
e público. Muitos também o consideram o melhor console da história;
título devido principalmente à qualidade (e não quantidade) dos jogos
desenvolvidos para ele. O SNES foi oficialmente
descontinuado em outubro de 1997, depois de render bilhões de dólares
a Nintendo e fazer o mercado doméstico de videogames ainda mais atrativo.
No Brasil, ele chegou oficialmente
em 1993 pela
Playtronic, formada pela Estrela e Gradiente. Mais tarde a Estrela deixou a
parceria. Em 2001 a Gradiente parou de representar a Nintendo no Brasil e
encerrou a produção do SNES.
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