Na despedida de dois dos maiores atacantes em atividade no Brasil, Vágner Love transformou a sua última partida com a camisa alviverde em uma enorme 'festa no chiqueiro', como a própria torcida palmeirense costuma gritar nos momentos de alegria. O atacante, que vai para o CSKA da Rússia depois de disputar a Copa América, fez os dois gols do Verdão, neste domingo, no Pacaembu e garantiu a vitória (2 a 1) sobre o São Paulo. Cicinho diminuiu para o Tricolor.

Mais do que isso, Vágner Love colaborou para afundar de vez o São Paulo, que perdeu a sua terceira partida consecutiva e mergulhou definitivamente na crise. Luís Fabiano levou a pior no primeiro e último duelo com o atacante palmeirense e, para piorar, ainda perdeu um pênalti no primeiro tempo. O erro deu mais força para os torcedores organizados do Tricolor, que foram vestidos de amarelo e chamaram seus astros de pipoqueiros. Rogério Ceni também falhou gravemente pelo terceiro jogo consecutivo e deu o segundo gol para Vágner Love.

O Verdão chegou a 19 pontos e volta a jogar domingo, contra o Paraná, em Curitiba. No sábado, o São Paulo, que ficou estagnado com 18 pontos, recebe a Ponte Preta no Morumbi.

O jogo

A disputa começou dura. Danilo e Baiano se estranharam no primeiro minuto. Em seguida, Vágner Love reclamou de pênalti, que o árbitro não apitou.

A marcação de ambas as equipes foi forte e ninguém conseguia finalizar as jogadas com tranqüilidade. Vágner Love começou a se destacar mais do que Luís Fabiano. O palmeirense deu uma arrancada e só foi parado com a falta de Fabão, que levou cartão amarelo.

O Palmeiras levava vantagem na articulação das jogadas de ataque. Aos 28 minutos, Vágner Love girou bem na área e novamente reclamou de pênalti. O time de Estevam Soares buscava mais o gol, mas o São Paulo, sem muita organização, surpreendia nos contra-ataques.

Depois de infernizar a defesa são-paulina, finalmente Vágner Love conseguiu colocar alegria no jogo de sua despedida do Palmeiras. Correa pegou rebote pela direita e cruzou na medida para o artilheiro do amor cabecear e abrir o placar, aos 37 minutos do primeiro tempo.

Depois de ter gritado apenas o nome dos jogadores como Zetti, Cafu e Pintado, que participaram da fase de ouro do clube no início da década de 90, a torcida do Tricolor, vestindo camisas amarelas, desceu o tobogã para ficar mais perto de Rogério Ceni e passou a chamar o time de ‘pipoqueiro’.

Aos 45 minutos, no entanto, em uma confusão na área, o árbitro Salvio Spinola marcou pênalti para o Tricolor. Dois dias depois de mostrar despreparo para agüentar as críticas e ameaçar forçar a sua transferência para a Europa, Luís Fabiano foi para a bola.

O goleiro Sérgio, que reclamou muito do pênalti marcado, defendeu a cobrança do camisa 9 com certa tranqüilidade. Cabisbaixo, Luís Fabiano desceu para o vestiário com boa parte do estádio gritando o seu nome. No entanto, desta vez, quem lhe fazia o agrado era a torcida do Palmeiras.

O Verdão voltou com a mesma postura para o segundo tempo e continuou criando chances de gol. Com Fábio Santos e Souza no time, o Tricolor tentava reagir. Em um lance bonito, Grafite quase empatou. A bola passou perto da trave.

Luís Fabiano tentou entrar novamente no duelo com Vágner Love. Ele chutou forte na área, mas Sérgio estava atento. O São Paulo melhorou com as alterações.

Aos 16 minutos, Pedrinho cobrou fraco falta ensaiada. Rogério Ceni, pelo terceiro jogo consecutivo, falhou feio e espalmou para o meio da área. Vágner Love só teve o trabalho de chutar e estufar as redes: 2 a 0.

A torcida palmeirense, que era maioria no estádio, não perdeu a oportunidade de tripudiar. Com muita força, os gritos de ‘frangueiro’ tomaram o Pacaembu.

Desestabilizado, o Tricolor virou presa fácil. Pedrinho quase marcou e a torcida se empolgou de vez, sonhando com mais uma goleada e fazendo a já tradicional 'festa no chiqueiro', como os próprios palmeirenses cantam nos momentos de alegria.

Em um lance muito confuso, Luís Fabiano tentou se aproveitar do bate-rebate na área para fazer pelo menos um gol, mas não conseguiu sucesso.

Aos 37 minutos, Cicinho diminuiu para o Tricolor, fazendo com que a torcida se animasse, pulasse e abrisse o último estoque de fumaça amarela. Os torcedores comuns se revoltaram com a organizada e passaram a apoiar a equipe timidamente. A pressão aconteceu, mas era tarde demais. Nos acréscimos, houve uma grande confusão entre as duas equipes. Souza e Correa foram expulsos.

FICHA TÉCNICA:

PALMEIRAS (SP) 2 X 1 SÃO PAULO (SP)

Estádio:
Pacaembú, em São Paulo (SP)
Data - Hora:
27/06 - 16h:00m
Árbitro:
Salvio Spinola Fagundes Filho (SP)
Auxiliares:
Francisco Rubens Feitosa (SP) e Flávio Lucio Magalhães (SP)
Gols:
Vágner Love aos 37 minutos do primeiro tempo. Vágner Love, aos 16, e Cicinho aos 37 minutos do segundo tempo
Cartões Amarelos:
Pedrinho, Lúcio e Sérgio (Palmeiras); Fábio Simplício, Fabão e Grafite (São Paulo).
Cartões Vermelhos:
Correa (Palmeiras) e Sousa (São Paulo)
Público:
R$ 159.527,00 e 12.523 pagantes

PALMEIRAS:
Sérgio; Baiano, Nen, Gabriel (Leonardo) e Lúcio; Marcinho, Correa, Magrão e Pedrinho (Adãozinho); Muñoz (Daniel Martins) e Vágner. Técnico: Estevam Soares

SÃO PAULO:
Rogério Ceni; Cicinho, Fabão, Rodrigo e Lino (Fábio Santos); Renan (Gabriel), Alexandre, Simplício (Souza) e Danilo; Grafite e Luís Fabiano. Técnico: Cuca