MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC)


Uma das caracter�sticas da civiliza��o chinesa � sua capacidade sincr�tica. Contrariamente ao ocidente, na China os novos conceitos n�o anulavam os anteriores e sim, conviviam ao mesmo tempo. N�o havia um processo dial�tico de s�ntese e nem a substitui��o do paradigma antigo por um novo. Isto fez com que conceitos contradit�rios fossem usados ao mesmo tempo para explicar um fen�meno. Desta forma, podemos encontrar os seguintes aspectos no que chamamos medicina chinesa:

A sa�de e a harmonia seriam conseq��ncia de n�o haverem extravag�ncias ou excessos, sejam alimentares, sexuais, clim�ticos ou morais.

A tradi��o atribui a tr�s personagens m�ticos (Fu Hsi, Shen Nong e Huang Di) as origens da filosofia e medicina chinesas.

Fu Hsi (ou Fuxi - 2953 a.C.) teria sido o primeiro dos tr�s imperadores mitol�gicos, teria vindo a terra ensinar os seres humanos a ca�ar, pescar, o cozimento dos alimentos, fazer o calend�rio, estruturar as institui��es sociais e de governo. Teria tamb�m deduzido e ensinado os Guas, ou trigramas, utilizados posteriormente no I Ching, atrav�s da observa��o da Natureza. A primeira refer�ncia a esta figura lend�ria aparece nos coment�rios de Conf�cio ao mesmo I Ching. Nota: Os antigos chineses foram, talvez, o �nico povo do mundo a n�o ter um mito universal de cria��o. Se o tiveram, era t�o pouco importante que n�o fizeram nenhuma men��o a sua exist�ncia. Somente na �poca dos Han � que um mito deste g�nero vir� fazer parte do folclore chin�s, sendo importado provavelmente das �reas que haviam sido recentemente conquistadas no sul do territ�rio; e ainda assim, ser� deslocado da mitologia tradicional e n�o ser� comentado pelos grandes historiadores da �poca. A Hist�ria chinesa j� come�a nos seres humanos.

Shen Nong (2838 a.C.), o Agricultor Divino, segundo dos imperadores mitol�gicos, teria sido o respons�vel por difundir os conhecimentos e segredos da agricultura e tamb�m das plantas que curam e assinalou as t�xicas. Foi, juntamente com Huang Di, um dos precursores da medicina chinesa.

Finalmente, Huang Di, o c�lebre Imperador Amarelo, teria sido o respons�vel pela autonomia da medicina chinesa e pela difus�o da acupuntura. A ele est� relacionado o mais importante cl�ssico da medicina chinesa, o Huang Di Nei Ching, tamb�m conhecido como Tratado de Medicina Interna do Imperador Amarelo, cujo surgimento remonta ao primeiro mil�nio a.C (770 -221 a.C). Huang Di teve dois auxiliares versados nas ci�ncias m�dicas, Chi Po e Lei Gong. O primeiro era h�bil em prescrever, e o segundo, profundo conhecedor de acupuntura e moxabust�o.

Estes tr�s primeiros patriarcas teriam corpos e atributos de animais, o que indica que sua fixa��o teria se dado num est�gio de transi��o da religi�o chinesa das pr�ticas zoom�rficas para o antropozoomorfismo, sendo possivelmente uma sobreviv�ncia xam�nica.

O Huang Di Nei Ching � um texto escrito em forma de di�logos, onde o Imperador Amarelo obt�m informa��es de seu Ministro Chi Po a respeito de todas as quest�es ligadas � sa�de; principalmente � arte de curar. O livro � uma compila��o sistem�tica dos conhecimentos acerca da Medicina Tradicional Chinesa, versando sobre: teorias b�sicas da MTC; elementos de fisiologia e fisiopatologia; princ�pios de diagn�stico; procedimentos terap�uticos; orienta��es sobre a preven��o e tratamento de doen�as. Quase toda MTC se baseia no Nei Jing, o qual desfruta de grande autoridade, pela riqueza de observa��es que cont�m seus ensinamentos sobre preven��o e tratamento de doen�as.

O Nan Ching, conhecido como o Cl�ssico das Dificuldades, � posterior ao Nei Ching, e completa algumas lacunas e defici�ncias deste. Foi escrito por Bian Que, um dos m�dicos mais importantes da antiga China; ali�s, o primeiro a ter sua vida registrada em um livro de hist�ria oficial. Sua biografia est� contida nos Registros Hist�ricos.



Fundamentos da Medicina Tradicional Chinesa


A Medicina Tradicional Chinesa se baseia em conceitos Tao�stas e energ�ticos, os quais enfocam o indiv�duo como um todo e como parte integrante do universo. Para ela, o indiv�duo � constitu�do por um conjunto de energias, provenientes do c�u e da terra, que fluem por todo o corpo, e que devem estar em constante equil�brio; quando isso n�o ocorre, temos ent�o a manifesta��o de Patologias. A terap�utica objetiva restabelecer o fluxo da energia vital pelo organismo.


A Medicina de Correspond�ncia Sistem�tica

Correspond�ncia sistem�tica, no caso da medicina Chinesa, significa o reconhecimento de um sistema no qual os fen�menos se qualificam segundo princ�pios, e fen�menos de igual qualifica��o teriam poder de influ�ncia m�tua. Se A e B s�o classificados como yang, por exemplo, agir sobre A causaria um efeito similar em B, pois pertencem � mesma classifica��o sistem�tica. Na Medicina Chinesa os princ�pios b�sicos s�o "yin yang" e "Cinco Fases" (wu xing).

O caos existente na era "Estados em Guerra" motivou o surgimento da forma de pensar que caracteriza a medicina de correspond�ncia, que tem como pontos principais: a cren�a m�gica na unidade da natureza; o uso dos princ�pios "yin yang" e "cinco fases"; engloba alguns conceitos oriundos da medicina dos dem�nios.

Apesar de encontrarmos em v�rias cita��es o Tao�smo como sendo a base da medicina chinesa, o Confucionismo � o maior contribuinte em rela��o ao modo de pensar da Medicina de Correspond�ncia Sistem�tica. O pr�prio Confucionismo adotou o "yin yang" e as "Cinco Fases" para explicar mudan�as sociais e pol�ticas.

A Medicina Tradicional Chinesa compreende v�rias ci�ncias das quais podemos destacar as seguintes: a Acupuntura, o uso de ervas medicinais (farmacop�ia), os ch�s, a diet�tica, a Moxabust�o, a Auriculopuntura, o uso de ventosas, os exerc�cios de Tai Chi Chuan, o Qi Gong, as massagens do Do In, as massagens do Tui Na e a filosofia do Tao Yin.

Na Rep�blica da China em Taiwan, o governo investiu grandes esfor�os em promover a moderniza��o da Medicina Chinesa. Como resultado, h� atualmente pessoas treinadas tanto em artes m�dicas tradicionais chinesas como na moderna Ocidental, que fez contribui��es recomend�veis para o tratamento de hepatite, press�o alta, c�ncer e outras doen�as que s�o de dif�cil tratamento. Na �rea da farmacologia, pesquisadores avaliaram efetividade, analisaram, testaram e formularam dosagens concentradas de produtos farmac�uticos chineses para venda comercial.

Muitas novas descobertas importantes foram feitas por combina��es sem igual de ci�ncia tradicional e moderna na Rep�blica da China, o casamento da precis�o cient�fica moderna com a arte da tradicional medicina chinesa est� no umbral de abertura para um novo mundo inteiro de diagnose m�dica e tratamento.


Tai Chi Chuan (Tai ji quan)

     

TAI = indicador de superlativo CHI = polaridade CHUAN = luta a m�os livres

As artes marciais chinesas s�o sabidas por seus movimentos circulares do bra�o e da m�o. Os estilos do norte s�o famosos para retrocessos elevados, poderosos. Muitas artes chinesas imitam as t�ticas da luta de animais ferozes ou inteligentes, tais como o drag�o, o tigre, o leopardo, louva-a-deus ou macaco.

Saber da sua origem � retornar ao misterioso cen�rio de luta. Reza a lenda que um monge tao�sta chamada ZHANG SAN FENG, enquanto meditava come�ou a observar a luta entre uma gar�a e uma serpente. A gar�a, apesar de ser maior, mais forte e ter mais recursos, em nada amedrontava a serpente que se defendia muito bem, com seus movimentos circulares. A luta se repetia todos os dias e terminava sem vencedores. A partir da� o monge teria criado os primeiros movimentos do Tai Chi Chuan. Quanto a sua dissemina��o pelo mundo, teria sido por meio de um guerreiro, chamado YANG LUCHAN, que, ap�s ter descoberto ser o Tai Chi Chuan o segredo que garantia � fam�lia CHEN, uma das mais poderosas mil�cias da China, a vit�ria em todas as batalhas, aprendeu sua t�cnica, derrotou o seu ex�rcito e espalhou o conhecimento adquirido al�m da aldeia.

Hoje sua pr�tica � terap�utica e tem como princ�pio o 'DAO IN', que � a indu��o da energia vital atrav�s dos meridianos energ�ticos.

O Tai Chi Chuan � uma express�o corporal e uma arte marcial que derivou do pensamento do Tao e tem seu trabalho interior e energ�tico baseado nos conceitos e t�cnicas da alquimia interna Tao�sta - Nei Tan.

Definido modernamente como "a arte da medita��o em movimento", os movimentos flex�veis e lentos do Tai Chi Chuan promovem a harmoniza��o das energias Yin e Yang atrav�s da coordena��o entre a consci�ncia do movimento e a respira��o, libera tens�es corporais, e seu efeito terap�utico se faz sentir sobre a sa�de f�sica e mental.

No Tai Chi Chuan, v�rios movimentos s�o relacionados a natureza - a gar�a abre as asas, montar o tigre, brandir as m�os nas nuvens - que executadas de forma lenta, cont�nua e circular, garantem o fluxo da energia vital pelo corpo, revitalizando-o e equilibrando as fun��es dos �rg�os. Seus movimentos t�m por base o c�rculo e o Yin-Yang por utiliza��o; ou seja, em todo movimento, a altern�ncia do yin e do yang passa a ser um c�rculo. Durante a pr�tica, as m�os s�o a parte do corpo que mais descreve os c�rculos. Essa id�ia tamb�m se encontra no deslocamento dos passos. A �ltima postura da seq��ncia de movimentos vai coincidir com o ponto de partida, simbolizando o retorno � origem. A id�ia de c�rculo est� ligada � de continuidade; os movimentos s�o encadeados e ligados sem interrup��o. O princ�pio de um movimento � o fim do movimento precedente. Originalmente eram praticados 108 movimentos que poderiam ser reduzidos a 60 como m�todo s�ntese. Provavelmente cada movimento objetiva, no f�sico, estimular um ponto de Acupuntura.

Os movimentos circulares e a continuidade favorecem a economia e a mobiliza��o da energia, pois s� assim, aproveita-se a energia de um movimento para se criar um outro sem esfor�o ou desgaste.

Para que estes benef�cios sejam alcan�ados, � fundamental que a respira��o esteja em harmonia com o movimento. Por isto � necess�rio aprender a ouvir o corpo e estar com a aten��o totalmente voltada para o movimento que est� sendo executado.

Para que o movimento alcance a harmonia perfeita � necess�rio seguir tr�s fundamentos:

  1. o eixo que � o alinhamento vertical do corpo.
  2. a base que se localiza nos p�s, que deve oferecer estabilidade para o eixo.
  3. o cheio e o vazio que � a altern�ncia das polaridades que mobiliza o eixo e a base criando o movimento.

Com a mente concentrada, o praticante de Tai Chi Chuan passa da consci�ncia corporal para a emocional. Com o tempo, a pessoa sente-se mais serena, mais tranq�ila, e percebe que no pr�prio dia a dia pode agir com mais calma, com mais equil�brio.

Com a consci�ncia emocional desperta, os adeptos do Tai Chi Chuan abrem portas para o processo de medita��o onde o autoconhecimento � aprofundado e o desenvolvimento espiritual � despertado.

Seus princ�pios s�o:

  1. buscar a uni�o dos opostos.
  2. esvaziar a mente sem pensar em nada.
  3. usar energia em lugar da pura for�a f�sica.
  4. fazer do movimento um meio de transmuta��o.

Quem estiver preocupado com os benef�cios f�sicos da pr�tica vai notar que os m�sculos estar�o mais alongados, as articula��es mais flex�veis, a respira��o mais profunda e seu corpo mais resistente.


Refer�ncia para consulta: Sociedade Brasileira de Tai Chi Chuan �
http://www.sbtcc.org.br/novo/ranking.htm



Chi Kun ou Qi Gong

O Chi Kun (ou Qi Gong) � derivado da alquimia tao�sta e foi introduzido em diversas artes marciais e na medicina oriental como pr�tica preventiva e curativa. A pr�tica do Chi Kun vem sendo experimentada h� mais de cinco mil anos e sua origem est� relatada no Nei-Ching que � o primeiro texto sobre Medicina Taoista.

O Chi Kun � um ramo milenar da medicina chinesa, que re�ne mais de 260 combina��es de posi��es para diferentes tratamentos. Lembra o Tai Chi Chuan, com a diferen�a de incluir tamb�m medita��o. O Chi Kun foi criado h� tr�s mil anos, na China, por Hwa-T'o, um cirurgi�o que vivia na corte do imperador Huang-T'i Para o m�dico, o ser humano n�o relaxa tanto quanto os animais porque n�o respira plenamente. Partindo desse princ�pio, ele inventou os primeiros exerc�cios do Chi Kun, que imitam os movimentos dos animais.

Na China, o m�todo se chama Qi Gong (que significa pr�tica de energia). No Ocidente, foi batizado de Chi Kun (respira��o ben�fica da terra). A palavra Chi significa sopro vital, ar, ou ainda energia. Kun significa exerc�cio ou treinamento. Assim, Chi Kun pode ser entendido como exerc�cio respirat�rio e energ�tico, ou seja, exerc�cios respirat�rios que estimulam a estrutura energ�tica. Com tal pr�tica, desenvolve-se os centros, os canais (Jing luo) e o campo energ�tico.

A respira��o ajuda a trazer mais energia, atrav�s do ar, para dentro do nosso corpo. A movimenta��o auxilia no deslocamento dessa energia para os locais onde se necessite. A mentaliza��o, al�m de prover uma maior capta��o da energia externa para dentro do corpo, tamb�m auxilia a sua movimenta��o interna, podendo tanto aumentar a sa�de corporal como desenvolver certas aptid�es marciais, como � o caso da camisa e palma de ferro, e outras t�cnicas que conseguem refor�ar o corpo de tal maneira, que se pode envergar barras de a�o em diversas regi�es do corpo (costelas, bra�os, abd�men e pesco�o) e at� evitar penetra��es de objetos met�licos pontiagudos.

O Chi Kun � uma gin�stica energ�tica hoje em dia praticada por cerca de 20% da popula��o chinesa (como manuten��o di�ria) e pelos convalescentes de grande parte dos hospitais chineses (como complemento terap�utico plenamente integrado pelo corpo m�dico).

Tal como acontece com outras t�cnicas da MTC, o objetivo do Chi Kun � desfazer ou prevenir os bloqueamentos de energia, para que esta flua plenamente e nas dire��es convenientes - com isso evitando a doen�a ou contribuindo para cur�-la.

H� exerc�cios de Chi Kun sentado, em p� ou em movimento. A respira��o controlada desempenha um papel de relevo, bem como a concentra��o num ponto que � considerado o centro da energia: o Tantien, cerca de quatro dedos abaixo do umbigo.

O movimento constante e fluido do Chi Kun estimula os sistemas circulat�rio e respirat�rio, al�m de dar ao corpo grande flexibilidade; beneficia o metabolismo e previne (ou atenua) a maior parte das doen�as t�picas da meia idade, como o endurecimento das art�rias e articula��es.

Pode-se dividir o Chi Kun em 02 tipos: para sa�de e marciais. Os Chi Kun's para sa�de geralmente s�o suaves.

Os Chi Kun's para desenvolvimento de aptid�es marciais s�o executados de uma forma mais forte, exigindo maior reserva energ�tica do praticante. No T'ai Chi o praticante deve desenvolver a energia interna, o que � feito atrav�s do treinamento de Chi Kun.

Por isto que muitos praticantes quando terminam sua pr�tica, mesmo que sejam suaves, sentem-se cansados e esgotados. Sua t�cnica n�o est� correta e n�o est� conseguindo absorver e potencializar o Chi, enquanto outros praticam arduamente durante horas e sentem-se cada vez com mais disposi��o. Esta � uma das diferen�as entre a t�cnica certa e a errada no T'ai Chi.

Um ponto a ser detalhado: o Chi Kun "marcial" tamb�m amplia a sa�de do praticante, inclusive a um n�vel superior do que o espec�fico para sa�de.

Outros efeitos do Chi Kun, quando praticado regularmente:

  1. Melhora o autoconhecimento do corpo.
  2. Corrige a postura.
  3. Produz um progressivo relaxamento das zonas em tens�o.
  4. Beneficia o sistema nervoso central.
  5. Desenvolve a capacidade de concentra��o.
  6. Regulariza o apetite.
  7. Torna a pele mais macia.
  8. Aumenta a energia e reduz o n�mero de horas de sono necess�rias.
  9. Torna a mente mais perspicaz e acalma o esp�rito.
  10. Reduz significativamente o stress.


Diet�tica

� uma das especialidades m�dicas das mais antigas na China, a qual classifica os alimentos como Yin ou Yang, segundo sua cor, forma e teor de �gua. Os tao�stas consideravam o regime alimentar muito importante para manuten��o da sa�de.

Os alimentos e a forma de os cozinhar s�o no fundo uma forma de Fitoterapia, muitas vezes decisiva na acelera��o do processo de cura.

Quando o diagn�stico pede uma dieta particular, o Especialista de MTC considera os alimentos de forma semelhante � que olha para as plantas (ali�s, grande parte dos alimentos s�o plantas). E, em complemento da Acupuntura e da Fitoterapia, prescreve uma dieta espec�fica.

H� alimentos considerados Quentes: a manteiga, o caf�, a cebola, por exemplo; H� alimentos considerados Mornos: como a carne de vaca, o a��car amarelo, ou o nabo; H� alimentos considerados Neutros: como a beterraba, a couve, o leite; H� alimentos considerados Frescos: ma��, peixe, cogumelos; H� alimentos considerados Frios: como a banana, o pato, ou o tomate. Numa dieta comum estes alimentos devem ter entre si um certo equil�brio, mas um diagn�stico apurado pode recomendar incidir mais num ou noutro, conforme os meridianos e �rg�os sobre que conv�m incidir.

Gengibre e pimenta s�o Yang, quentes. Tratam a depress�o e a sonol�ncia. Melancia � Yin, fira, e acalma.

Um bom princ�pio geral � preferir os cozinhados aos crus e evitar temperaturas extremas, sobretudo o muito frio, pelo esfor�o que exigem ao est�mago e ao Ba�o-P�ncreas. Tamb�m ao n�vel dos sabores uma classifica��o se encontra:

O sabor Amargo relaciona-se, sobretudo, com o Cora��o e o Intestino Delgado (espargos, cerveja, alface...); O sabor Doce relaciona-se, sobretudo, com o Est�mago e o Ba�o (ma��, cevada, queijo...); O sabor Acre est� ligado ao Pulm�o e Intestino Grosso (cominhos, pimentos verdes, agri�o...); O sabor Salgado associa-se ao Rim e � Bexiga (caranguejo, pato, carne de porco...); O sabor �cido relaciona-se com o F�gado e a Ves�cula Biliar (queijo, uvas, azeitona...).

Se um sabor � ingerido na quantidade certa vai alimentar a forma e a fun��o do �rg�o; se pelo contr�rio a dose for excessiva vai les�-lo. � em particular pela escolha e ordem de introdu��o dos sabores, das consist�ncias, das temperaturas, e at� das cores, que s�o determinadas uma s�rie de rea��es psico-fisiol�gicas cujo efeito pode ser tonificante, dispersante ou ainda reequilibrante das diferentes fun��es org�nicas. Um regime equilibrado � aquele que garante uma parte igual para cada sabor.

Um grande erro cometido pela maioria das pessoas ao se alimentar � o h�bito de tomar l�quidos, principalmente gelados, durante ou logo ap�s as refei��es. Observe o que acontece quando se comete esse erro. A princ�pio ocorre uma rea��o chamada choque t�rmico, que � o esfriamento do organismo de forma brusca. Nesse caso, ser� necess�ria muito mais energia para reaquec�-lo. Isso faz com que os �rg�os passem por um processo de "febre gastrintestinal". Esse calor febril chega ao cora��o, acelera seu ritmo e, assim, aumenta a freq��ncia da onda sang��nea para os pulm�es. Dessa forma se congestionam progressivamente seus tecidos, o espa�o destinado ao ar neles contido se estreita e, como decorr�ncia, diminui a capacidade de trabalho dos �rg�os respirat�rios. A pele, que funciona como segundo pulm�o e rim, tamb�m fica incapacitada de desempenhar suas fun��es por falta de uma irriga��o sang��nea na superf�cie do corpo, devido � congest�o das v�sceras febris.

Outra conseq��ncia causada pela ingest�o de l�quidos durante e logo ap�s as refei��es � que o bolo alimentar se torna macio demais, o que dificulta seu trajeto e pode provocar pris�o de ventre, que resulta em mais toxinas para o organismo. As frutas tamb�m devem ser evitadas, pois causam os mesmos transtornos que os l�quidos. O ideal � ingerir frutas ou l�quidos no m�ximo quinze minutos antes e no m�nimo duas horas depois de cada refei��o.


A Farmacop�ia Chinesa

Visitar uma farm�cia na Rep�blica Chinesa � como estar dentro de um museu em miniatura de ci�ncia natural. Comprimidos em filas em gavetas limpas est�o produtos animais, vegetais e minerais, cada um com prop�sito particular. Entre o sortimento de curiosidades est� o �mbar, para relaxar os nervos, p�ssego descaro�ado e flores para melhorar a circula��o de sangue, efedra chinesa (mahuang) para induzir a transpira��o, e ginseng para fortalecer a fun��o card�aca.

O pa�s com mais longa e ininterrupta tradi��o nas ervas � a China. Um dos trabalhos m�dicos chineses mais conhecidos � a "Mat�ria M�dica" (Pen Ts'ao Kang Mu), copiado na Dinastia Ming (1368-1644 d.C.) por Li Shih-chen. Este trabalho enciclop�dico anunciou uma nova era na hist�ria mundial da farmacologia, inclui descri��es de 1.892 tipos diferentes de medicamentos. Nessa obra, foram descritas as plantas mais importantes para os chineses. Dentre elas, o arroz, o trigo, a cevada, o milheto e a soja eram considerados "os cinco gr�os sagrados", por serem essenciais � estabilidade da civiliza��o chinesa.

Quando morreu em 2698 a.C., o lend�rio imperador Shen Nung j� provara 100 ervas ; menciona em seu "C�none das Ervas" 252 plantas, muitas ainda em uso. Cem anos mais tarde, o Imperador Amarelo, Huang Ti, formalizou a Teoria M�dica no Nei Ching. No s�culo VII, o governo da dinastia Tang imprimiu e distribuiu pela China uma Revis�o do C�none de Ervas. Em 1578, Li Shizhen completou seu "Comp�ndio de Mat�ria M�dica", onde listou 1800 subst�ncias medicinais e 11.000 receitas de compostos. Seu Comp�ndio Geral da Mat�ria M�dica compreende 56 cap�tulos dos quais um � �ndice dos rem�dios e 3 est�o reservados �s ilustra��es em n�mero de 1.100. Cerca de 12 mil receitas e f�rmulas est�o consignadas nesta obra e muitas foram recolhidas ao longo de suas andan�as pelo Imp�rio. Mil e setenta e quatro subst�ncias vegetais, 443 animais e 354 minerais s�o especialmente estudadas tendo sido tirado o restante de tratados semelhantes.

Segundo a tradi��o, SHEN NUNG era considerado o pai da Medicina e da Agricultura, o que o destacou, posteriormente, no pante�o dos deuses populares. Como o povo era n�made, ensinou-lhes as t�cnicas mais adequadas para a se arar e a semeadura. Dava o exemplo a seus s�ditos, semeando o arroz com suas pr�prias m�os, como parte do programa de importante solenidade. Aos pr�ncipes da casa real cabia a honra de cultivar as outras quatro esp�cies sagradas.

De acordo com a lenda chinesa, Shen Nung, testou em si mesmo, uma por uma, centenas de plantas diferentes para descobrir suas propriedades nutricionais e medicinais. Muitas destas revelaram-se venenosas aos humanos. Por mil�nios, os chineses se fizeram de cobaias para continuar testando plantas por suas propriedades de induzir frio (han), calor (jeh), quentura (wen), e frieza (liang).

H� milhares de ervas medicinais, algumas com efici�ncia comprovada, como a ma huang (Ephedra sinica), de onde vem a efedrina, que combate a asma, e a qian ceng ta (Huperzia serrata), base da droga Huperzina A, usada contra o mal de Alzheimer.

Uma prescri��o fitoter�pica na maioria das vezes engloba 6 ou mais componentes, sendo um ou dois deles os agentes principais contra a causa do mal mas tendo os restantes pap�is n�o menos essenciais, como de impedir um efeito colateral indesejado ou "encaminhar" o agente principal ao locus da doen�a. As prescri��es levam em conta a preponder�ncia do Yin e do Yang e, atrav�s da a��o de cada produto sobre os meridianos, a circula��o de energia em rela��o �s esta��es.

A Fitoterapia chinesa classifica as plantas em:

5 sabores

4 naturezas

Al�m de conhecer estas caracter�sticas energ�ticas da planta, cumpre ainda ao Especialista de MTC ter o conhecimento dos meridianos onde cada planta (ou f�rmula) atua, bem como a dire��o energ�tica com que o faz.

� ainda necess�rio ter em conta a toxicidade de algumas plantas e a dosagem, bem como a eventual necessidade de aplicar f�rmulas.

No que respeita � toxicidade, a farmacologia chinesa apresenta a vantagem de ter efeitos secund�rios extremamente reduzidos (algumas plantas de efeito ligeiramente t�xico t�m o seu efeito controlado por outras, que o anulam).

A Fitoterapia � complemento ideal da Acupunctura.


Massagem Tui Na

A massagem Tuina � uma das mais antigas que se conhecem, com cerca de 4000 anos de exist�ncia, sendo considerada a "m�e" da maioria dos tipos de massagem orientais que s�o conhecidos. O termo "Tuina" significa "empurrar e agarrar". A massagem Tuina � uma t�cnica espec�fica da MTC, e n�o se confunde com a massagem comum: S� � executada depois de um diagn�stico. Visa restabelecer desequil�brios energ�ticos e n�o apenas um relaxamento muscular (ou seja, visa curar, ou contribuir para curar doen�as). Inclui t�cnicas de manipula��o capazes de corrigir quadros patol�gicos caracterizados por incorreta posi��o articular.

A massagem Tuina � aplicada nos mesmos pontos e ao longo dos mesmos meridianos da Acupunctura, embora o terapeuta possa tamb�m julgar conveniente massagear toda uma zona do corpo.

H� tamb�m uma longa tradi��o de massagem Tuina espec�fica para crian�as - o que � bastante �til como substituto da Acupunctura. Como a energia das crian�as � particularmente forte e vibrante, elas costumam reagir ao tratamento mais rapidamente que os adultos. Os efeitos s�o especialmente ben�ficos com crian�as at� aos cinco anos. Nas crian�as a Tuina pode tratar mesmo doen�as como asma ou diarreia. Depois de uma pequena aprendizagem, os pr�prios pais podem aplicar a massagem em casa.


Tao Yin (Yoga Taoista)

Tao Yin � uma forma sutil de exerc�cios de alongamento e fortalecimento do corpo praticado na China por milhares de anos. � uma combina��o do que h� de melhor na Yoga Indiana e no Chi Kun taoista. Tao Yin � um m�todo poderoso de medita��o com movimento que abre os canais de energia do corpo, revitaliza e energiza os meridianos, e � tamb�m uma forma excelente de controle do stress e libera��o das tens�es. Esta t�cnica � uma combina��o dos movimentos forte do Chi Kun com posturas Yoguis, respira��o profunda e exerc�cios de fortalecimento da musculatura abdominal.



Observando estas regras simples, tomando refei��es nas horas certas, dormindo o n�mero de horas exigido por seu corpo, fazendo exerc�cios regularmente, evitando bebidas alco�licas e fumo e trabalhando n�o mais do que manda o bom senso, as chances de voc� ter boa sa�de ser�o enormes. Na eventualidade de um desequil�brio, por�m, o tratamento com certeza ser� bem mais simples e r�pido. O lugar em que vivemos, o tipo de alimento que ingerimos, a qualidade do ar e at� a forma de respirar influenciam diretamente na qualidade de nossas energias. Viver da forma mais natural poss�vel e praticar exerc�cios que ajudem a melhorar a circula��o f�sica e energ�tica, como o Tai Chi Chuan ou o Chi Kun, pode melhorar em muito nossa qualidade de vida. Lembre-se de que a energia que voc� produz hoje vir� a ser a energia vital de seu filho.
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