A ocupação e conflitos 
no sertão nordestino
Brasil Indígena - 500 anos de Resistência
Como o governo proibia a criação de gado no litoral para não prejudicar o plantio da cana-de-açúcar, a opção foi a abertura de currais no sertão, próximo aos rios e riachos. Assim, o gado foi atingindo não só o interior da Bahia e do Piauí, mas também o interior de Pernambuco, Paraíba e Ceará.


Sertão Nordestino, que pouco se alterou desde a época da colonização.

Os donos dos currais não respeitavam as terras dos antigos habitantes da região e deixavam o boi solto, o que deu origem a muitos conflitos entre portugueses e indígenas, pois os nativos viam no boi uma caça fácil e proveitosa. Quando atacavam o gado, os vaqueiros reagiam e o conflito muitas vezes terminava desfavorável para os antigos donos do sertão.

Quando os holandeses ocuparam o Nordeste (1630-1654), os indígenas se dividiram: parte dos Potiguara e de grupos do litoral ficaram do lado dos portugueses, e outros povos do interior, entre os quais os Janduí, aliaram-se aos holandeses.

Com a expulsão dos holandeses, grupos indígenas do sertão aceitaram um acordo de paz com os portugueses, como foi o caso dos Janduí. Devido à inabilidade do governador João Fernandes Vieira, que prendeu e enviou para Lisboa dois filhos do cacique, a revolta tomou conta desta nação e os conflitos começaram.

Aos Janduí aliaram-se os Gueguê, os Galache, os Anayó, os Iço, os Piancó e os Kariri, que igualmente viram suas terras sendo concedidas aos portugueses. Essa aliança ficou conhecida como Confederação Kariri.

Na Bahia outros grupos rebelaram-se, como os Amoipira e os Pimenteira, de língua tupi. Para combatê-los, os portugueses conseguiram a adesão de parte dos Kariri, que eram aldeados pelos capuchinhos.

Embora haja poucas informações sobre esses embates, o conflito provavelmente não foi muito favorável para os portugueses pois, em 1677, o governador da Bahia  pediu ajuda aos paulistas para conter os ataques, sobretudo dos Anayó.
 
 


Brasil Indígena: 500 anos de resistência / Benedito Prezia, Eduardo Hoomaert. - São Paulo: FTD, 2000.


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