Pombal e a Amazônia
Brasil Indígena - 500 anos de Resistência
Ilustração: Alexandre Rodrigues Pereira
Ilustração: Alexandre Rodrigues Pereira
Ilustração: Alexandre Rodrigues Pereira
Homem Jurupixuna com manto 
de jaguar.
Ilustrações: Alexandre Rodrigues
Pereira em Viagem Philosophica
(1783-1793)
Os Omagua eram inconfundíveis,
em decorrência da deformação
artificial do crânio, que, aliás,
originou a outra designição desse
povo: Cambeta (Akanga-peta,
"cabeça chata").
Jovem Mura aspirando paricá,
um alucinógeno usado por vários
grupos da região Amazônica,
inclusive os Omagua e os
Mawé.
Em 1750, a Espanha ficou com a região do rio da Prata, recuperando a Colônia de Sacramento, e Portugal ficou com a Amazônia e a região que hoje é o Rio Grande do Sul, a área dos Sete Povos das Missões.

A política centralizadora adotada pelo rei D. José I, tendo à frente o marquês de Pombal, visava sobretudo a Amazônia, já que a Coroa portuguesa pretendia consolidar a posse dessa região. Para isso determinou a criação da Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão, que passava a ter o monopólio das drogas do sertão, até então nas mãos dos missionários. Outro ponto de atrito foi a questão indígena, regulamentada com a publicação do Diretório dos Índios. Esta legislação, promulgada em 1758, impunha normas que visavam acabar com as diferenças culturais desses povos. Era uma tentativa de impor a língua e a cultura portuguesa e acabar de vez com o trabalho missionário, que foi substituído pelos diretores leigos, nomeados pelo governador.

Para os indígenas aldeados essa mudança foi catastrófica, pois houve um aumento da exploração da mão-de-obra indígena, as terras indígenas foram reduzidas e a identidade étnica do grupo foi abalada. Para não conservar a lembrança das antigas culturas, as aldeias receberam nomes de cidades portuguesas, como Santarém, Barcelos, Bragança, Ourém, Alenquer. As línguas indígenas foram proibidas e o português tornou-se língua oficial. A língua geral ou nheengatu, muito usada na Amazônia e no Sul do Brasil, foi proibida e considerada língua de selvagens e de povos atrasados.

Em 1798, o Diretório foi abolido em decorrência da corrupção e dos abusos cometidos pelas autoridades.
 



Brasil Indígena: 500 anos de resistência / Benedito Prezia, Eduardo Hoomaert. - São Paulo: FTD, 2000.
Terra BrasileiraVoltaVolta ao TopoSegue
Hosted by www.Geocities.ws

1