Capítulo 10

Marta chega em casa, sorrindo e se jogando no sofá. Não acredita que esteja se interessando por um outro homem novamente. Ela fecha os olhos e começa a imaginar.
Beatriz, entra em casa e encontra sua mãe com um ar de felicidade.
Beatriz: Mamãe, o que aconteceu?
Marta ( se assustando ): Beatriz? ( rindo ) Que susto, minha filha.
Beatriz: Estava onde?
Marta: Nada... estava só... pensando.
Beatriz: Pensando... Isso tudo foi por causa do almoço com aquele cara?
Marta ( se levantando ): Imagina, minha filha. Eu mal o conheço. Acontece que hoje amanheci... de bem com a vida.
Bom... eu vou me trocar.
Marta ( subindo as escadas ): Ah! Hoje teremos convidado para o jantar.
Beatriz: Convidado? Quem?
Marta: Esse tal, que se diz amigo do seu pai, insistiu num convite para um jantar. Quer conhecer você e eu.
Beatriz: Me conhecer? Pra quê? Mãe... eu não estou gostando dessa história.
Marta volta a descer as escadas.
Marta: Sabe, por um momento cheguei a pensar que esse cara fosse o assassino do seu pai.
Beatriz ( olhando espantada para sua mãe ): E... o que levou você a pensar isso?
Marta: O nome. Marcelo. Mas era bobagem minha.
Marta volta a subir as escadas.
Beatriz: E se for?
Marta pára e se vira para sua filha.
Beatriz: E se esse cara for mesmo o assassino do papai, como você mesma diz?
Marta: Não pode ser. Ele é distinto, culto.
Beatriz: Eu não acredito no que estou ouvindo!
Marta: O que foi?
Beatriz: Mamãe, você está se apaixonando por esse cara!
Marta: Ora, de onde você tirou um absurdo desses?
Beatriz: Olhe pra você! Cheguei aqui você estava vendo estrelas no teto da sala. Sorrindo de orelha a orelha. Agora que levantei uma hipótese, que você mesma chegou a levantar, você o defende? Isso não é estar apaixonada.
Marta: Não diga bobagens!
Beatriz: Sabe... me passou uma coisa pela cabeça... Deixe pra lá! Vou esperar esse “Marcelo”, chegar. Agora eu estou bastante curiosa para conhece-lo.
Marta continua subindo as escadas.
Beatriz: Mamãe!
Marta pára.
Marta: O que foi?
Beatriz: Tem certeza de que nunca viu esse homem na sua vida?
Marta desce as escadas, nervosa e fica face a face com
Beatriz.
Marta: O que está insinuando?
Beatriz: Nada... Vá se trocar... Eu vou tomar um chá.
Marta não se conforma e sobe as escadas e vai para seu quarto.

Na casa dos Lourenço, Laura está no telefone.
Laura: Isso está ficando arriscado... Nessa ilha todo mundo sabe da vida de todo mundo, eu não posso me arriscar tanto assim... Eu sei... Eu também te amo...
Ela escuta o barulho da porta.
Laura: Preciso desligar... Até logo.
Edgar entra na sala, se joga no sofá e liga a televisão.
Laura o observa e se levanta até seu filho.
Laura: Filho... o que está acontecendo com você?
Edgar: Por que essa pergunta agora? Nunca se interessou por mim... E pelo visto você tem com quem se preocupar.
Laura: Do que você está falando?
Edgar: O papai você pode enganar, mas não a mim.
Laura: Escute aqui rapaz, eu exijo respeito.
Edgar: Sim, dona Laura... Não se preocupe. Não vou contar nada para o papai... Eu não tenho nada a ver com a vida de vocês!
Edgar se levanta e vai para seu quarto. Laura fica apavorada.
O rapaz está em seu quarto, liga o som no último volume e se deita na cama. Ele começa a pensar em Beatriz. Edgar começa a imaginar os dois juntos, numa cama, se amando.
Edgar: Seu estúpido! Isso nunca vai acontecer... Nunca!

Anoitece. Marta e Beatriz estão na sala a espera de Marcelo. Elas não se falam. Alguns minutos em silêncio até que Beatriz resolve quebrar o silêncio.
Beatriz: Me desculpe... Acho que exagerei um pouco.
Marta a olha bem.
Marta: Um pouco? Você se superou, minha filha!
Beatriz: Não vai acontecer de novo. Me desculpe.
Marta: Tudo bem... Espero mesmo que não aconteça.
A campanhia toca. Carla vem atender a porta. Beatriz e Marta se levantam para recepcionar o convidado. Marcelo
entra.
Marta ( sorrindo ): Como vai, Marcelo. Essa é minha filha, Beatriz.
Marcelo ( se aproximando e beijando a mão de Beatriz, olhando fixamente para seus olhos ): É um prazer.
Beatriz: O prazer é todo seu...
Marta: Beatriz...
Beatriz ( irônica ): Desculpe... Sente-se, Marcelo. Vamos conversar um pouco.
Eles se sentam.
Beatriz: Muito bem... onde conheceu meu pai?
Marcelo: Sua mãe deve ter lhe contado... Conheci seu pai num happy hour.
Beatriz: Que interessante... Num bar?
Marta: Sim, minha filha... Nos últimos anos, todos os dias, depois do expediente, seu pai batia o ponto num bar.
Beatriz: E o que o trouxe até aqui? Talvez você ficou sabendo da grana que a minha mãe herdou e veio conhecer, não é?
Marcelo: Acho que está com uma impressão errada de mim?
Beatriz: Por quê? Estou dizendo alguma mentira.
Marta ( nervosa ): Por favor, Beatriz! Você está agindo como uma criança!
Beatriz: Tudo bem, tudo bem... Vou me controlar. Um pouco...

Hosted by www.Geocities.ws

1