Capítulo 7

Marta, sentada no sofá, analisa o anel. Beatriz desce as escadas com uma roupa mais confortável.
Beatriz ( se sentando no sofá ): O que é isso, mãe?
Marta: Um anel. Veio nas coisas do seu pai que o detetive acabou de deixar aqui.
Beatriz: Posso ver? ( ela pega o anel )
Beatriz olha atentamente.
Beatriz: Letra ‘M’? Seria um presente?
Marta: Para quem?
Beatriz: Para você. ‘M’, de Marta.
Marta: Você acha que isso é um anel feminino. E outra, seu pai nunca que me daria um presente. Esse anel é de um homem.
Beatriz: Um homem? E o que esse anel estaria fazendo nas coisas do papai?
Marta: Isso é o que vou tentar descobrir agora.
Marta pega o telefone e o cartão que Tiago havia lhe entregado. Enquanto espera ser atendida, Beatriz anda de um lado para outro, incomodada.
¨¨¨
Edgar está na sala de sua casa assistindo televisão.
Fernando se aproxima.
Fernando: Filho... Queria conversar com você.
Edgar: Pai, não estou afim. Estou vendo televisão agora.
Fernando se levanta e desliga a televisão.
Fernando: Qual o seu problema? O que está acontecendo com você? Não faz nada o dia inteiro. Fica nessas saídas misteriosas para o continente quase todas as semanas. O que você está aprontando.
Edgar ( irritado se levanta ): Não estou aprontando nada, pai! Vê se me deixa!
Fernando: Não vou deixar não! Quem é essa garota com quem você está saindo?
Edgar: Não estou saindo com ninguém. Não posso ir para o continente ver uns amigos?
Fernando: Amigos? Sei... Tome cuidado, senhor Edgar. Se eu descobrir que você está aprontando alguma coisa... Você vai se arrepender.
Edgar ( saindo de casa ): Que saco! Que saco!
Edgar bate a porta.
Fernando suspira e vai até a cozinha. Laura está no telefone e o desliga rapidamente.
Laura ( indo até a pia ): Oi, amor. Você estava aí?
Fernando: Estava falando com Edgar. Não estou gostando da atitude desse moleque.
Laura: Ele está namorando.
Fernando: Não foi o que ele me disse.
Laura: Como assim?
Fernando: Ele disse que não está namorando. Disse que vai até o continente para ver uns “amigos”. Não sei porque, mas não acredito nele.
Laura: E por quê?
Fernando: O olhar dele me diz que é mentira.
Laura: É a adolescência.
Fernando: Com quem você estava falando?
Laura: Uma amiga.
Fernando: Marta?
Laura ( titubeando ): Sim... Sabe que ainda estou chocada com o que aconteceu?
Fernando: Realmente... Jonas era um grande homem. Não sei o que o levou a cometer suicídio. Isso não tem cabimento.
¨¨¨
Marta ( no telefone ): Detetive, esse anel que veio com as coisas do meu marido, o senhor sabe me dizer onde estava?
Tiago: Foi encontrado no chão do carro, perto do acelerador. Por quê?
Marta: Acontece que suspeito que esse anel não seja do meu marido.
Tiago: Como assim?
Marta: Meu marido se chamava Jonas e o anel tem um ‘M’.
Tiago: Não seria em homenagem...
Marta: Detetive, eu e Jonas estávamos em crise há alguns anos. Nunca que ele faria uma “homenagem” ainda mais para mim.
Tiago: Não poderia ser para uma amante? Me desculpe a pergunta.
Marta: É uma possibilidade... É provável que ele tenha alguma amante.
Tiago: Bom, senhora Marta, se ele teve ou tem uma amante, nós vamos descobrir.
Beatriz continua andando de um lado para outro roendo as unhas.
Marta: Obrigada, detetive. Estarei esperando por alguma novidade.
Marta desliga o telefone.
Beatriz ( afoita ): Então?! O que ele disse?
Marta: Pode ser uma amante.
Beatriz: Uma amante? Usando um anel daqueles?
Marta: Uma homenagem que ele, provavelmente, tenha feito para ela.
Beatriz: Será?
Marta: Eu não duvido. Seu pai com essas saídas misteriosas, não é de se duvidar.
Beatriz: Bom... agora eu vou dormir... estou morta de cansada.
Marta ( dando um beijo em Beatriz ): Vai minha filha. Descanse.
Beatriz chega no quarto e encontra Neide arrumando sua cama.
Beatriz ( grosseira ): Ok, menina! Pode sair. Eu já vou dormir.
Neide: Dona Beatriz, será que a senhora não poderia me ajudar?
Beatriz: Ajudar? Mas ajudar em quê?
Neide: Eu gostaria de ser modelo.
Beatriz olha Neide de cima a baixo e cai na gargalhada. A empregada fica constrangida.
Beatriz: Menina, vai procurar o que fazer, vai! ( rindo ) Estou cansada.
Neide é praticamente expulsa do quarto e Beatriz ainda bate a porta.
Neide ( consigo ): Vagabunda. Ninguém dá risada da minha cara.
Neide entra na cozinha bufando de tanta raiva.
Carla: O que foi, Neide?
Neide(com raiva): Essa vagabunda! Essa vagabunda!
Carla: O que é isso?
Neide: Essa Beatriz!
Carla (sussurrando): Quieta! Elas podem ouvir!
Neide: Pois que ouçam! Ninguém ri na minha cara!



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