Capítulo 8

Amanhece, Beatriz se levanta e toma um demorado banho.
Ela desce as escadas e vê a porta da sala aberta. Lá fora, Neide conversa com Edgar.
Neide: Ela me paga... Me senti um nada na frente dela.
Edgar: Não ligue para isso! Ela é sua patroa.
Beatriz se aproxima dos dois.
Beatriz: Edgar... Edgar... Você cresceu, não?
Edgar sorri.
Beatriz: Bom dia, Neide. Eu queria me desculpar com você.
Neide ( espantada ): Se desculpar?
Beatriz: Fui muito grosseira com você ontem... Me desculpe. Eu vou te ajudar sim.
Neide: A senhora jura?
Beatriz: Sim... Só que depois que eu voltar das minhas férias, combinado?
Neide: Claro, combinado!
Beatriz: Ótimo. Agora me dêem licença.
Beatriz sai encarando Edgar com um sorriso.
Edgar: Ela está uma gata!
Neide: Ela vai me ajudar, você ouviu isso?!
Edgar: Ouvi sim...
Neide: Retiro tudo o que eu disse dela... Tudo!
Edgar e Neide notam um carro preto, luxuoso passando bem devagar em frente a casa. Eles não conseguem ver quem está dentro. O veículo vai embora.
Edgar: Gente nova?
Neide: Deve ser... Estou tão feliz!
Edgar: Agora tome cuidado para não pisar na bola com ela, hein?
Neide: Faço tudo o que ela me pedir. Agora, vamos tratar daquele negócio. Você trouxe?
Edgar: Claro que sim... ( o rapaz tira um pacote do bolso e entrega para Neide ) Você acha que eu iria esquecer. Cadê a grana?
Neide: Tome. ( Neide tira algumas notas do bolso )
Edgar: Agora eu preciso ir... Tenho que levar essa grana.
Neide: A noite... Você passa aqui para me buscar?
Edgar: Pode deixar...
¨¨¨
Mais tarde, Edgar chega a favela de Santos.
Leco: A grana?
Edgar: Está aqui.
Leco: Beleza, mano! Você está trabalhando muito bem. Muito bem mesmo.
Edgar: Preciso de mais alguns...
Leco: A ilha tem gente boa mesmo, hein?
Edgar: Tem sim...
Leco: O engraçado é que você não prova, não é?
Edgar: Dessa estou fora, amigo. Meu negócio é só vender.
Leco: O que já está bom.
¨¨¨
Anoitece. Marta e Beatriz estão na sala esperando a janta.
Beatriz: Descobriu alguma coisa do anel?
Marta: Ainda não... Isso está me deixando muito preocupada.
Beatriz: Preocupada por quê?
Marta: Digamos que esse anel... é do assassino do seu pai.
Beatriz ( espantada ): Assassino?! Você está achando que o papai foi assassinado?
Marta: Calma, minha filha... É apenas uma suspeita minha...
As duas escutam um motor de carro estacionando em frente da casa.
Beatriz: Está esperando alguém?
Marta: Não...
A campanhia toca. Marta se levanta e abre a porta. Ela fica surpresa. É o mesmo homem que a encarava durante o enterro de Jonas.
Marta: O que o senhor quer aqui?
Beatriz: Quem é mãe? ( se levantando e indo até a porta ) Quem é o senhor?
Marcelo: Meu nome é Marcelo. Sou um grande amigo do seu marido.
Marta ( desconfiada ): Sei... E?
Marcelo: E... eu gostaria de lhe dar meus pêsames.
Marta: Ok...
Marcelo: ... Será que eu posso entrar um pouco?
Marta: Me desculpe, senhor...
Marcelo: Marcelo.
Marta: Sim, Marcelo. Me desculpe... Mas como vou deixar você entrar na minha casa se eu nem lhe conheço?
Marcelo: Eu entendo, senhora Marta. Mas peço que confie em mim.
Marta: Escute. Já está tarde e os vizinhos adoram falar da vida dos outros. Volte aqui amanhã... Ou melhor. Vamos marcar um almoço, tudo bem?
Marcelo: Combinado.
Eles trocam endereço do restaurante.
Marta: Amanhã ao meio-dia em ponto. Não costumo atrasar e detesto quando atrasam.
Marcelo: Pode deixar. Amanhã ao meio-dia estarei lá. Uma boa noite.
Marta fecha a porta.
Beatriz: Você o conhece?
Marta: Nunca o vi na minha vida. Mas vou nesse almoço... vamos ver o que ele tem a dizer do seu pai.

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