Capítulo 9

No dia seguinte, Marta se prepara para o encontro com o misterioso Marcelo. Ela escolhe um vestido e se maquia.
Beatriz entra no quarto.
Beatriz: Mãe, você não acha arriscado?
Marta: Acho... Mas acho que a resposta está nesse cara...
Beatriz: Resposta?
Marta: Para a morte do seu pai.
Beatriz: Você é quem sabe. Preciso sair agora.
Marta: Onde você vai?
Beatriz: Vou até o continente... Vou passear um pouco.
Marta: Bom passeio.
Marta vai até a garagem, entra no carro e vai até o restaurante combinado. Ela chega no lugar e encontra
Marcelo sentado numa mesa que, ao vê-la, abre um sorriso.
Marta se aproxima e estende sua mão para cumprimenta-lo.
Marta: Estou bastante curiosa para saber o que levou você a me procurar.
Ela se senta.
Marcelo: Eu era um amigo do Jonas, mas nunca conheci sua família. Ele estava sempre falando da senhora...
Marta: Senhora, não, por favor...
Marcelo: Desculpe... Jonas sempre falava de você, da sua filha...
Marta: E o que ele falava... Acho que nada bem.
Marcelo: Da senhora... quer dizer, de você, ele realmente não falava bem. Como sua filha, pelo que ele me contou, mora em São Paulo, ele nunca quis me apresentar à você.
Marta: Era de se esperar. Jonas e eu não estávamos num casamento, digamos que, feliz. Confesso que estava para mata-lo... Mas a vida foi generosa, fez isso por mim ou...
Marcelo: Ou?
Marta: Ou alguém fez isso por mim.
Marcelo: Por que acha isso?
Marta: Nada demais... Onde conheceu meu marido?
Marcelo: Na empresa que trabalho, em Santos, sempre fazemos happy hour, e sempre o encontrava no bar que ele e eu freqüentávamos.
Marta: Amigo de bar... Isso é típico dele. Me desculpe, não quis ofende-lo.
Marcelo: Tudo bem.
Marta: Então, você saiu do continente até essa ilha só para me conhecer?
Marcelo: E para conhecer a ilha também... Sempre ouvi falar desse lugar, mas nunca tive oportunidade de vir aqui.
Marta: Sei... Me desculpe, Marcelo... Mas não está me convencendo.O garçom se aproxima e oferece o menu. Marta o deixa em cima da mesa e espera uma resposta.
Marta: Teria outro argumento? Sinceramente, se eu estivesse em seu lugar, não sairia para pegar uma balsa, atravessar alguns quilômetros de mar, para vir a essa ilha para conhecer a mulher de um amigo de bar.
Marcelo: Eu... entendo seu raciocínio...
Marta: Marcelo... Marcelo... Começa com letra “M”.
Marcelo: Isso mesmo...
Marta observa as mãos de Marcelo, para verificar se havia marca de anel. Mas não consegue notar.
Marta: Gosta de usar anéis?
Marcelo ( mostrando suas mãos sem nenhum anel ou pulseira nos pulsos ): Como pode ver, não. O que está havendo?
Marta: Nada demais... Eu tenho que ir.
Marcelo: Mas, e o almoço?
Marta: Estou sem apetite. Obrigada pelo convite.
Marta se levanta.
Marcelo: Posso ir até sua casa hoje a noite?
Marta: E o que quer fazer na minha casa hoje a noite?
Marcelo: Uma visita. Quem sabe não crio coragem para dizer o que realmente me trouxe até essa ilha.
Marta: Coragem? Está sem coragem de dizer o motivo que o trouxe até mim?
Marcelo: Parece infantil, mas é isso.
Marta ( sorrindo ): Tudo bem... Estarei esperando você para o jantar.
Marta deixa o restaurante. Marcelo pega o celular e disca.
Marcelo: Sou eu... Acho que vai dar tudo certo... Ela está entrando na jogada... Logo vou manda-la junto para o maridinho dela... Vou jantarcom ela hoje a noite... Está saindo tudo como o planejado... Te ligo mais tarde.
Marcelo desliga o telefone e pede um prato.

 

Hosted by www.Geocities.ws

1