CAPÍTULO 13 - Capítulo Especial - PENÚLTIMO CAPÍTULO

CASA DE PEDRO PAULO E FERNANDA

(ELES estão na cama e mais uma vez fazem amor. ELA está por cima dele e sorri enquanto cavalga em seu amado).

FADE

RESIDÊNCIA DOS SARMENTO – Ext/Noite

(A Noite está chuvosa com relampagos e trovoadas. O carro com GUSTAVO entra na garagem da casa).

INTERIOR DO CASARÃO.

(GUSTAVO entra carregando sua pasta de executivo. É recepcionado por GILMARA que se aproxima e o ajuda a retirar o paletó).

GUSTAVO
Onde estão os empregados?

GILMARA
Hoje é dia de dar folga a eles. Esqueceu?

GUSTAVO
Acho que precisamos contratar mais gente pra cobrir essas folgas...

GILMARA
Pra que isso? Só estamos nós dois agora...

GUSTAVO
Por enquanto. Mas a Deborah vai voltar...

GILMARA
Será?

GUSTAVO
Aqui é o lugar dela...

GILMARA
Quer que eu te prepare o banho?

GUSTAVO
Não precisa. Vou só tomar uma ducha.

(GUSTAVO sobe as escadas e GILMARA o acompanha).

BANHEIRO
(GUSTAVO está tomando sua ducha).

CORREDOR DA CASA

(GILMARA está ligando para alguém no seu celular enquanto percebe o marido tomando banho).

GILMARA
Ele está no banho. Entra logo antes que ele saia do banheiro...

(ELA desliga o celular).

SALA

(A maçaneta da porta se move. PEDRO PAULO entra usando luvas. Percebe que não há ninguém e sobe as escadas).

CORREDOR

(ELE caminha até o escritório e entra nele).

INT.QUARTO DE GUSTAVO

(GUSTAVO de roupão enxuga seus cabelos, enquanto GILMARA na cama começa a ficar tensa. Tenta disfarçar como pode).

GILMARA
Quer que eu te prepare alguma coisa?

GUSTAVO
Não. Tô sem fome. Tive um dia tenso. Perdi 2 fornecedores pro concorrente...

GILMARA
Você não pode se aborrecer. Não sabe disso?

GUSTAVO
Mas eles eram importantes. Só um deles quase cobria a folha de pagamento dos funcionários...

GILMARA
O negócio é você não esquentar sua cabeça...

GUSTAVO
Isso é que parece difícil. Com tudo que tem acontecido na minha vida e agora nos meus negócios...

(GILMARA percebe se a hora de agir).

GILMARA
Tá na hora do teu remédio...
GUSTAVO
Mas voce me marca duro mesmo, heim...

GILMARA
Claro. Você sabe que precisa dele pra se manter bem vivo...

GUSTAVO
Me dá logo, ele, vai...

(ELA abre gaveta da cômoda mas o remédio não está lá.)

GILMARA
Ué! Não tá aqui... será que você deixou no escritório... Eu vou pegar...

(Nesse momento ele segura GILMARA).

GUSTAVO
Não precisa não. Deixa que eu vou buscar...

(GILMARA sente um frio em sua barriga. Um remorso passageiro. Segura GUSTAVO para momentaneamente impedí-lo de ir. ELE estranha)

GUSTAVO
Que foi?

GILMARA (Dividida)
Desculpa se eu não sou a mulher que você idealizou...

GUSTAVO
Que conversa é essa agora?

(GILMARA vai soltando lentamente o braço de GUSTAVO que sai do quarto. ELA começa a expressar desespero).

ESCRITÓRIO DA CASA

(Está escuro, é possível ver os clarões dos relampagos. GUSTAVO entra e acende a luminária próxima a mesa. Se assusta ao perceber ali, a presença de PEDRO PAULO).

GUSTAVO
Como é que você entrou?

PEDRO PAULO (desafiador)
Um pequeno toque de surpresa na sua noite...

GUSTAVO
O que você quer aqui?

PEDRO PAULO
Responder a sua ameaca. Dizendo que eu não tenho medo do Todo Poderoso Gustavo Sarmento! O fariseu disfarçado de bom moço... Que tem um passado sujo e que fez de tudo pra esconder os fatos e preservar o seu bom nome...Sacrificando a vida da própria mulher pra conseguir isso...

GUSTAVO
Do que você tá falando?

PEDRO PAULO
De um homem que teve a sua reputação ameaçada quando engravidou uma empregada e levou a própria mulher a morte... E Depois resolveu eliminar as pistas quando a mandou pra longe com filho e tudo...

(GUSTAVO se espanta com o que ouve).

GUSTAVO
Você não sabe o que tá dizendo...

PEDRO PAULO
Vai negar?

GUSTAVO
Vai embora daqui!!! Vai embora!!! Gilmara!!!

(PEDRO PAULO começa a rir).

PEDRO PAULO
Ela não vai atender. Como você acha que eu entrei aqui?

GUSTAVO
Por que ela faria isso?

PEDRO PAULO
Não consegue advinhar?

(GUSTAVO começa a sentir seu peito apertar. Chama GILMARA novamente mas é em vão)

PEDRO PAULO
Ela não vai te atender... Ela te odeia!!! Era isso que me dizia todas as vezes que nos encontrávamos no motel...

GUSTAVO (Quase infartando)
É mentira!!! É mentira!!!

(GUSTAVO já não se aguentando, vai até a gaveta e procura seu remédio).

PEDRO PAULO
Por acaso é isso que procura?

(Neste momento PEDRO PAULO lhe mostra o vidro com os comprimidos).

GUSTAVO (Enfraquecido)
Por favor, me dê isso...

PEDRO PAULO
Vem buscar...

GUSTAVO
Por favor... Me dê isso...

(PEDRO PAULO se afasta de GUSTAVO enquanto ele tenta se aproximar mas já não consegue mais se segurar em pé e cai no chão. PEDRO PAULO contempla aquela cena com sarcasmo. Retira um comprimido do frasco e coloca no chão. GUSTAVO já desesperado e totalmente sem forças começa a se arrastar para tentar pegar o comprimido. PEDRO PAULO olha para o lado e o relampago revela para ele a sua imagem MENINO com um olhar maldoso. ELE volta a contemplar GUSTAVO se arrastando).

PEDRO PAULO (Sádico)
Quem diria... O Todo Poderoso Gustavo Sarmento rastejando feito um verme!!!

(GUSTAVO percebe o comprimido cada vez mais longe dele enquanto continua rastejando. Logo perde as forças e quando consegue segurar a pílula, sua mão abre deixando novamente a pílula escapar. Seu corpo está imóvel e seus olhos abertos. PEDRO PAULO percebe que ele não respira mais e que está terminado. Pega o vidro do remédio e coloca em sua outra mão. Antes de sair, olha novamente para corpo e percebe mais uma vez a sua imagem de MENINO que olha para o corpo e depois sorrí malicioso para ELE.)

QUARTO DE GUSTAVO

(GILMARA está tensa. Olhando para a janela enquanto os relampagos continuam acontecendo. Logo ouve baterem na porta. ELA abre e se depara com PEDRO PAULO).

PEDRO PAULO
Está feito... O resto é com você... A gente se encontra em Macaé conforme combinamos.

(PEDRO PAULO vai embora. GILMARA respira fundo, vai caminhando até o Escritório. Mais uma vez respira fundo e abre a porta. Entra e logo vê o corpo de GUSTAVO no chão. Um ralampago forte revela a sua expressão de angústia).

FADE

CEMITÉRIO – Ext/Dia

( O caixão com GUSTAVO é colocado na gaveta. Todos em volta tristes. GILMARA chorando muito – ou fingindo - segurando-se em DEBORAH que expressa muita tristeza ao lado de FERNANDA).

SAÍDA DO CEMITÉRIO

(GILMARA, DEBORAH e FERNANDA ainda cabisbaixas saem do local. Logo DEBORAH percebe que do outro lado dentro do carro está PEDRO PAULO que observa tudo. GILMARA também percebe mas finge que não está vendo nada.Logo ele dá a saída e vai embora).

GILMARA
Que foi, Deborah?

DEBORAH (Disfarçando)
Nada... Pensei Ter visto alguém...

FERNANDA
Eu vou indo...

(FERNANDA abraça DEBORAH fortemente).

DEBORAH
Ele te considerava uma filha... Me disse isso uma vez...

FERNANDA
Eu tô muito triste com tudo isso...

DEBORAH
Quer ir lá pra casa? Você tá sabendo que amanhã mesmo eu volto pra Paris? Ainda não tá no momento de voltar definitivamente pra cá.

FERNANDA
Não vai dar... Disse pros meus tios que voltaria ainda pro almoço...

DEBORAH
Me liga antes d’eu viajar...

FERNANDA
Tá bem... Tchau, dona Gilmara...

GILMARA
Vai com Deus, minha filha...

(FERNANDA se afasta e ao avistar um taxi, faz sinal e entra nele. Distante dali, está o carro com PEDRO PAULO encostado. ELE parece aguardar alguém. Logo avista um táxi do outro lado da calçada. FERNANDA salta dele e atravessa a rua entrando no carro de PEDRO PAULO. Os dois se beijam antes dele arrancar).

FADE

(Um som de coração é ouvido ao fundo. Logo a imagem surge mostrando PEDRO PAULO e FERNANDA no chuveiro. Os dois se beijam e logo ele desce pelo corpo dela beijando-a inteira. Fecha na Expressão de FERNANDA extasiada e revirando seus olhos enquanto se apoia na parede do box e sente PEDRO PAULO invadir seu sexo. Logo o clarão brusco mostra mais uma vez sangue escorrendo em lugar da água do chuveiro).

FADE

QUARTO DA CASA DE PEDRO PAULO E FERNANDA

(Os dois mais uma vez estão na cama, deitados e abraçados).

FERNANDA
Macaé?

PEDRO PAULO
Volto amanhã mesmo. Sem falta...

FERNANDA
Vai se encontrar com ela no aeroporto, não é?

PEDRO PAULO
Nào é nada disso...

FERNANDA
Voc6e tá mentindo pra mim...

(PEDRO PAULO mais uma vez faz com que ELA o encare).

PEDRO PAULO
Te pedí pra confiar em mim... É só isso que preciso. Tô providenciando as coisas da melhor maneira...

(FERNANDA se agarra no peito dele).

FERNANDA
Do que realmente o Dr Gustavo morreu?

PEDRO PAULO
Não entendi a pergunta...

FERNANDA (Com o olhar maquiavélico)
Você teve alguma coisa a ver com isso?

PEDRO PAULO
Sem perguntas. Já te falei...

(FERNANDA ajeita a cabeça no peito dele).

FERNANDA
A sua volta amanhà é uma promessa?

(PEDRO PAULO acaricia FERNANDA ).

PEDRO PAULO
Uma promessa de quem te quer cada dia mais...

(ELES voltam a se beijar).

FADE

CASA DE PRAIA EM MACAÉ – Ext/Dia

( O carro com GILMARA pára em frente a casa. ELA sai de óculos escuros e sorrí ao ver o carro de PEDRO PAULO estacionado ali. Caminha e entra na casa).

INTERIOR DA CASA

(GILMARA entra e percebe na mesa champagne e duas taças. Ouve barulho de chuveiro e percebe que PEDRO PAULO está no banho).

PEDRO PAULO (Voz pelo banheiro)
Gilmara?!!

(ELA mais uma vez sorrí e se aproxima da porta que está aberta. ELA percebe pela silhueta do box ele se enxugando. Vai até lá e o surpreende com um beijo.).

GILMARA
Finalmente...

PEDRO PAULO
Serve a champagne...

GILMARA
Boa idéia...

(GILMARA volta para a sala e serve a champagne nas taças. PEDRO PAULO aparece apenas enrolado na toalha. ELA passa a contemplá-lo. Quando vai abraçá-lo, ele se esquiva).

PEDRO PAULO
Primeiro o brinde...

GILMARA
Voc6e como sempre ritualistico...

PEDRO PAULO
A vida é feita de rituais...
GILMARA
Esse merece mesmo... Depois de tanto tempo...

(ELA entrega a taça de PEDRO PAULO. Os dois se olham com ar de satisfação. GILMARA é pura felicidade)

GILMARA
A nós dois...

(PEDRO PAULO apenas sorrí enquanto GILMARA bebe um considerável gole. PEDRO PAULO antes de beber, se lembra de algo).

PEDRO PAULO
Espera... Isso pede música...

(ELE vai até o som e coloca um cd de música francesa. Bem ao clima, enquanto GILMARA bebe outro gole da champagne)

GILMARA
Essa música tava tocando naquele hotel que nós fomos na primeira vez. Lembra?

PEDRO PAULO
E você logo me pediu o disco...

GILMARA (sorrindo)
Eu já tava muito apaixonada...

(PEDRO PAULO apenas a observa).

GILMARA
Você nem bebeu ainda o gole da sua champagne...

(GILMARA começa a se sentir estranha. A cabeça roda, seu corpo estremeçe).

GILMARA
Que é isso?! O que é que tá acontecendo? Não tô me sentindo bem...

(PEDRO PAULO começa a sorrir enquanto GILMARA senta no sofá. Não se senta nada bem).

PEDRO PAULO
Você achava mesmo que um dia a gente fosse ficar juntos?

GILMARA (Tonta)
Tá falando do quê? Ai!! Me ajuda!!! Eu não tô me sentindo bem...

PEDRO PAULO
Já pensou que interessante? A esposa de Gustavo Sarmento é encontrada morta na casa de praia do casal em Macaé dois dias após a morte do marido. A causa da morte fica diagnosticada como ingestão de alta dose do mesmo remédio que seu marido tomava para manter seu coração ritmado. O que será que aconteceu? Teria ela se arrependido de Ter matado o marido e depois deu cabo da sua vida com o mesmo remédio?

GILMARA (desesperada)
Não!!! Você não fez isso!! Não colocou remédio nessa champagne pra me matar desse jeito!!!

(GILMARA não se aguenta sentada e cai no chão quase agonizando. PEDRO PAULO apenas contempla a cena. GILMARA já com a visão embassada olha para PEDRO PAULO. Mas em lugar do Homem, acaba vendo PEDRO PAULO MENINO com um sorriso macabro enquanto a vê agonizar. Logo GILMARA perde a fala e seus olhos se fecham. PEDRO PAULO mais uma vez percebe seu feito e mais que depressa coloca sua roupa. Em seguida, derrama a champagne de seu copo na pua do banheiro e lava a taça. Depois com a própria toalha, trata de tirar suas digitais de tudo que ele tocou na casa).

CASA DE PRAIA – Ext/ Dia

(PEDRO PAULO sai da casa e maminha até seu carro. Entra nele e vai embora).

FADE

CASA DE PEDRO PAULO E FERNANDA

(ELE entra e percebe barulho de chuveiro. Dá um sorriso aliviado. Vai até a porta do banheiro que está entreaberta e percebe a calcinha de FERNANDA pendurada na porta. Mais uma vez ele sorrí enquanto segura a calcinha da amada e não reistindo aproxima do nariz para sentir o cheiro do seu sexo).

PEDRO PAULO
Livres!!!Estamos Livres!!!

(PEDRO PAULO entra no banheiro mas não vê a silhueta de FERNANDA. Vai até lá e percebe o box vazio Corre para o quarto e abre o guarda-roupa. Todos os pertences de FERNANDA não estão mais lá. Seu olhar é de puro desespero).

ESCRITO POR:
Marco Souza
&
Tina Welch

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