Capitulo 1 Ele andava pelas ruas desertas de Ouro Preto. Ia distraído segurando os seus
livros e contemplando as casas do período colonial.
Foi quando um dos livros escorregou de suas mãos e veio de encontro ao chão.
*
Madalena sentia os sapatos apertando seus pés. Ela tentou aumentar os passos
para ver se chegava em casa mais depressa, no entanto, os embrulhos que
carregava consigo, atrapalhava seu movimento.
E ela não viu que tinha alguém agachado à sua frente.
*
APRESENTANDO:
SÍNDROME DE MADALENA
ESCRITO POR: FILIPE GARCIA
*
Alexandre levou um pontapé no traseiro e foi dar com o nariz na rua cheia de
pedras. Em seguida, sentiu a queda de um corpo sobre o seu.
(Madalena) - Céus... o que eu fiz? Moço... me desculpa! Eu não te vi...
Alexandre voltou-se para a direção de onde vinha a voz.
(Alexandre) - Bem... a culpa foi minha.
A moça apenas sorriu para ele, como se tivesse concordado que ele tinha sido
o culpado daquilo tudo. Naquele momento, ela pôs-se a recolher os seus
embrulhos que estavam espalhados pelo chão.
Alexandre levou a mão ao nariz e percebeu que ele sangrava. Com um lenço,
ele tratou de remover o sangue rapidamente. E, quando voltou-se para falar
com a moça, viu que ela já tinha ido embora.
(Alexandre) - Puxa... nem se despediu...
Alexandre tratou de recolher os seus livros. E sentiu a falta de um.
(Alexandre) - Pelos santos que estão nos céus! A moça levou o livro de capa
azul!
Rapidamente, ele tratou de correr para ver se alcançava a mulher que já
estava bem adiante e caminhava apressadamente.
*
Bernardo dirigia seu Vectra verde, quando avistou um singelo corpo de mulher
que caminhava apressada. Ele parou o seu carro perto dela.
(Bernardo) - Oi! A moça aceita uma carona? Essas compras devem estar muito
pesadas, não é mesmo?
(Madalena) - Sim, é verdade!
(Bernardo) - E então? Aceita minha carona?
Madalena sorriu simpaticamente.
(Madalena) - Tudo bem! Você pode me deixar perto do...
(Bernardo, cortando-a) - Faço questão de deixá-la na porta de casa...
Assim, o homem desceu do seu carro, abriu a porta traseira para a moça e
sorriu-lhe. Madalena, então, acomodou seus embrulhos e, logo em seguida,
entrou no carro.
*
Vendo a cena, Alexandre parou de correr e respirou fundo.
(Alexandre) - Eu vou atrás do meu livro, mesmo que precise dar a volta ao
mundo...
Assim, ele pôs-se a correr atrás do carro.
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