É evidente para
qualquer pessoa de bom senso, seja ela um sul-rio-grandense ou um outro
brasileiro, que o mundo do Sul, mesmo hoje em dia, continua sendo profundamente
distinto dos demais mundos brasileiros, e muito mais do que eles o são
entre si. No entanto, a maior parte dos intelectuais gaúchos formados
nas escolas do “centro”1 - assim como, é claro, a própria
intelectualidade das universidades do “centro”- decidiu que não
é assim. Eles resolveram que o Rio Grande do Sul deveria ser igual
ao resto do País. Para esses intelectuais, obviamente, o seu exercício
lhes parece ser o de ir além das aparências. No entanto não
vão. O que fazem é repetir o modelo interpretativo ensinado
no “centro”. E é por isso que as interpretações se
calcam, monótona e empobrecedoramente, no esquema analítico
de centro-periferia2. Ocorra, ou tenha ocorrrido, não importa o
que de diverso no Sul, ele é sempre interpretado ou como o fruto
do atraso desta sociedade, ou como não possuindo nenhum significado3.(Targa,
1998: 9).
O resultado de toda
esta valentia intelectual é o de borrar a fisionomia da História
do Sul, o de esmaecer seus traços característicos. No fundo,
o que a maioria precisa negar é a autonomia e a individuação
da formação histórica do Sul. Esta é uma hipótese
que a esmagadora maioria dos pesquisadores em ciências sociais do
Brasil (em História, Economia, Sociologia ou Política) se
recusam terminantemente a aceitar. Entretanto ela possuiria pelo menos
o mérito de mostrar que a sua contrapartida, formulada pelos interesses
do “centro”, não passa, ela também, de uma hipótese:
a da unidade da formação histórica do Brasil (Targa,
1998: 10).
No entanto, nosso ponto
de vista diferenciador também o é por uma simples questão
de bom senso, pois, se na visão “deles”, a sociedade sul-rio-grandense
foi desde sempre periférica, como é possível que tenha
fabricado o homem que deu o passo mais importante da modernização
brasileira? Se aqui se ter formado Getúlio Vargas não tiver
sido fruto do mero acaso e se o Rio Grande do Sul não foi jamais
o epicentro político ou econômico do País, essa gestação
poderia indicar que de fato algo de raro se passara na sociedade gaúcha.
E, de fato, passou-se. Desvencilhar-se, no entanto, dos vícios do
modelo interpretativo “centro-periferia” não é nem simples
nem imediato. Este modelo generalizadamente aceito, inclusive pela maioria
dos cientistas sociais sul-rio-grandenses, é veículo da hegemonia
intelectual paulista.
Nós podemos
afirmar, então, que a Universidade de São Paulo (a USP e,
por extensão, também a UNICAMP) cumpriu o objetivo para o
qual foi criada. Esta afirmação parte da seguinte constatação:
quando a economia cafeeira entrou em crise com a
débâcle
de 1929, seus políticos foram militarmente derrotados, em 1930,
por Getúlio Vargas. Este era, então, Presidente do Estado
do Rio Grande do Sul e havia perdido as eleições para a Presidência
do Brasil para o candidato de São Paulo. Pouco depois, em 1932,
os paulistas levantaram-se em armas contra Vargas e foram novamente derrotados.
A elite paulista derrotada postulou, então, a necessidade de criar
uma universidade que a parelhasse intelectualmente e que permitisse, com
o tempo, que ela recuperasse a hegemonia sobre o País4. A USP foi,
assim, criada em 1934, para fazer face à derrota paulista infligida
pelos gaúchos (Cunha, 1980: 213-241)5. Não é à
toa que Vargas nunca tenha sido figura benquista entre os paulistas (intelectuais
ou não).
O paradigma centro-periferia
realizou uma lavagem cerebral na formação dos cientistas
sociais meridionais. Em assim sendo, seguidamente, ele volta a infiltrar-se
nos interstícios do raciocínio. Ele ainda deforma em profundidade
a compreensão de muitos fatos e fenômenos da sociedade meridional6.
Nós examinaremos
três formas de negar (ou de anular) evidências em favor da
caracterização de uma identidade sul-rio-grandense: pela
indiferenciação, pela desvalorização e pela
aplicação (implícita ou explícita) do paradigma
“centro-periferia”.
1. A Negação
pela Indiferenciação
No Brasil, os analistas
sociais costumam apresentar fenômenos, processos e quejandos que
se desenrolaram nas sociedades regionais de São Paulo e do Rio de
Janeiro como sendo a encarnação mesma do nacional. Deste
modo, a história destas duas regiões esgota a história
nacional. As outras são histórias regionais. Neste tipo de
conduta, por exemplo, apresentam a história econômica de SP
como sendo a do capitalismo nacional e, com isso, suprimem todas as outras
histórias regionais porque só se conta, como nacional,
a história daquela região e, em assim sendo, ela ocupa todo
o espaço nacional e elimina as histórias das demais regiões.
Uma brilhante variante
deste tipo de análise foi assimilar as categorias sociais da história
brasileira, responsáveis pela transição do sistema
escravista para o capitalista, a atores sociais que só pertenceram
à história da sociedade paulista, como fez Florestan Fernandes
n’A Revolução Burguesa no Brasil (1987). Ignoram-se,
deste modo, processos e atores que realizaram a transição
em outras regiões do Brasil. Esta operação estabelece,
implicitamente, que a transição não ocorreu alhures.
Afirma que o processo só existiu naquela em São Paulo. Ou
seja, somente aquela região fez história.
Uma outra vertente,
mais insidiosa e difícil de discernir, é quando as histórias
das outras regiões são escritas em função da
história da região-centro. Em outras palavras, só
fazem sentido os fenômenos que estiverem em relação
com a história da região-centro. Tudo o que não possa
reiterar essa relação (aliás, de subordinação)
é ignorado. É evidente que esta é uma operação
de violenta deformação da história das outras regiões
e de afirmação da hegemonia histórica da região-centro.
Uma variante deste
último caso é aquele em que o sentido dos fenômenos
ocorridos na região não-central é buscado através
de uma analogia implícita com os fenômenos da região-centro
que modela e dirige a interpretação. É um caso desta
última natureza que vamos examinar em primeiro lugar.
O trabalho de Fernando
Henrique Cardoso (1977) sobre a sociedade escravista do Rio Grande do Sul
ilustra bem o etnocentrismo paulista7. Neste trabalho, a sociedade meridional
é interpretada como sendo uma forma inacabada ou de realização
imperfeita da sociedade escravista clássica do Brasil: a das plantations
de
açúcar e de café.
A comparação
é realizada de modo implícito, nunca é verdadeiramente
explicitada nem assumida como método. E, no entanto, ela está
sempre lá, presidindo a interpretação. Isso permitiu
a infiltração do viés regionalista paulista na análise
de Cardoso. E, malgrado, seu trabalho seja uma fonte maravilhosa de informações
sobre o RGS escravista, este viés impediu-o de compreender que ele
estava analisando uma economia e uma sociedade escravista que eram totalmente
diversas do caso paulista. Neste caso, então, o escravismo gaúcho
não poderia ser um momento da tendência a realizar-se como
escravismo paulista. Esta diversidade, que indica a não redutibilidade
da sociedade meridional à paulista como faz Cardoso em sua análise,
será examinada a seguir, depois de caracterizarmos a economia escravista
paulista.
Em SP (como de resto
nas regiões importantes de agricultura de exportação
do Brasil) três características se sobrepuseram sempre até
1888: latifúndio, escravismo e monocultura de exportação
para o mercado internacional. O café, no caso, (tal como anteriormente
o açúcar do Nordeste) gozou de uma posição
monopolística no mercado internacional. O setor cafeeiro não
possuía relação com outros setores econômicos
em SP, pois estes não eram produtores de mercadorias, uma vez que
a plantation, firma típica da produção cafeeira,
era uma autarquia econômica e sufocava o desenvolvimento da divisão
social do trabalho na região. Esta economia cafeeira engendrou as
duas classes fundamentais da sociedade paulista: a classe dos senhores
rurais de escravos e a classe dos escravos rurais. Vejamos então
as diferenças com a sociedade e a economia escravistas do Sul.
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1. Rio
de Janeiro e São Paulo.
2. O
modelo “centro-periferia” clássico no Brasil foi formulado por Celso
Furtado e buscava demonstrar através do comércio do Nordeste
brasileiro com o exterior (superavitário) e com o Sudeste do Brasil
(deficitário) a vigência do “colonialismo interno”(Love, 1998:
381 a 383). Entretanto, não é neste sentido original que
utilizamos esta nomeação aqui, e por isso chamamo-la de paradigma,
mas um tipo de interpretação dos fenômenos que ocorrem
nas regiões que não constituem o “centro” do País
e que conclui, sistematicamente, pela desvalorização relativa
dos mesmos. Vamos apresentar, neste texto, três destes exemplos.
3. É
claro que afora o fascínio provinciano de pensar como os do “centro”,
essas criaturas ainda arrostam a questão de fazer passar suas teses
no território intelectual “deles”. A partir do século passado,
os europeus já vieram fazendo isso com os latino-americanos, com
os indianos e com os africanos. Os norte-americanos fizeram-no com os outros
asiáticos neste século (Targa, 1998: 9).
4. Nas
palavras de Júlio Mesquita Filho (O Estado de São Paulo):
“Vencidos pelas armas, sabíamos perfeitamente que só pela
ciência e pela perseverança no esforço voltaríamos
a exercer a hegemonia que durante longas décadas desfrutávamos
no seio da Federação.” (Cunha, 1980: 236).
5. Em
maio de 1933, alguns líderes paulistas fundaram a Escola Livre de
Sociologia e Política e no manifesto dos fundadores aparece a ligação
entre a derrota político-militar e a criação da Escola
(Cunha, 1980: 235).
6. Finalmente,
nós mesmos já produzimos muitos textos dentro desta perspectiva
de centro-periferia. No entanto, alteramos nossa posição
pelo fato de haver encontrado, ao longo de várias investigações,
evidências que negavam a caracterização de periférica
tanto para a economia quanto para a sociedade sul-rio-grandense. Sentimo-nos,
então, confortáveis para criticar manifestações
deste tipo de conduta intelectual, pois que a partilhamos durante muito
tempo e sabemos das dificuldades que enfrentamos para deslocar o ponto
de vista.
7. Mesmo
quando se trata de um dos melhores estudos jamais realizados sobre a história
do RGS.
8. O
charque era ítem importante da alimentação dos escravos
e das classes urbanas pobres.
9. In:
Targa, 1998A : 63-85.
10. Durante
quase todo o período da chamada Primeira República no Brasil,
o poder público sul-rio-grandense esteve ocupado pelo Partido Republicano
Rio-grandense (o PRR); ele ocupou o poder do Estado ininterruptamente entre
1893 e 1930. Era composto por uma elite política jacobinamente intolerante
e professava uma ideologia conservadora: o positivismo.
11. Os
preços internacionais do café estavam caindo. De resto, essas
políticas federais eram muito contestadas pelo PRR no poder do Rio
Grande do Sul, que pregava o equilíbrio orçamentário,
o não-endividamento público e que desaprovava a proteção
pública a interesses de segmentos limitados da sociedade.
12. A
inflação mais que dobrou no período da guerra (Dean,
1989: 281).
13. “Art.
1º - Ficam elevados os salários dos proletários que
se acham ao serviço do Estado, pela forma seguinte: Salários
até 3$000 diários, inclusive - 25% (;) Salários de
mais de 3$000 até 4$000, inclusive - 20% (;) Salários de
mais de 4$000 até 6$000, inclusive - 15% (;) Salários de
mais de 6$000 até 8$000, inclusive - 10% (;) Superiores a 8$000
- 5%”
14.
Dizia o Art. 2º do mesmo Decreto - “Essa exportação
só será limitada ou suspensa provisoriamente quando os preços
da venda a varejo daqueles produtos excederem aos estabelecidos pela pauta
mensal organizada”.
15. Diga-se,
no entanto, em favor de Fonseca, que a necessidade de um marco teórico
que incluísse as formas de dominação para analisar
a história do Rio Grande do Sul ainda não existia, de modo
imperativo, antes da realização dos trabalhos de Carvalho
(1996: 181-210) em que a autora examinou as contas públicas de São
Paulo e do Rio Grande do Sul à luz das funções de
legitimação e de acumulação de O’Connor. Ela
encontrou o predomínio da função de legitimação
na política fiscal gaúcha e a de acumulação
na paulista. Este resultado, de fundamental importância analítica,
forçou a entrada da teoria das formas de dominação
na análise da história do Rio Grande do Sul.
16. Porque,
por um lado, o nacionalismo é uma ideologia que inclui um projeto
de futuro comum e um (pretendido) comportamento responsável dos
governantes face aos governados na implementação deste projeto.
Por outro lado, o anti-imperialismo é uma das manifestações
do nacionalismo, uma vez que o anti-imperialismo só ocupa todo o
espaço ideológico do nacionalismo quando as forças
econômicas ou militares, ditas imperialistas, sufocam as pretensões
de auto-determinação política ou de desenvolvimento
social e econômico dos países submetidos a uma agressão
imperialista qualquer. O que precisa ficar claro é que o nacionalismo
convive com a presença de capital estrangeiro quando (presume-se)
este não represente ameaça ao projeto de desenvolvimento
ou de auto-determinação nacional.
17. Neste
sentido, na história política do Rio Grande do Sul,
é
o passado que critica o presente
18. Muito
diverso do projeto político do PRR e de sua conduta nacionalista
foi o caso da elite política de São Paulo. A par da dominação
tradicional ela constituiu a elite regional que possuía mais laços
econômicos internacionais entre as brasileiras do período
(Love, 1982: 234). Entre 1889 e 1930 ela foi composta por 263 pessoas,
entre as quais 97 possuíam relação de parentesco entre
si (Love, 1982: 216) e onde a cada onze membros, um era acionista ou gerente
de firma estrangeira (resultado do cruzamento da elite política
com a empresarial). É quase a mesma proporção de 1:11
a de membros da elite política paulista condecorados por governos
estrangeiros, e, segundo a hipótese de Love, este era um fato que
decorria de serviços prestados (Love, 1982: 222). Esta, seguramente,
não é uma elite que possa conceber um projeto nacional, a
população sob seu domínio é meramente uma população
a tosquear. Ela foi, no bem dizer insuspeito de um historiador conservador
como Joseph Love, o verdadeiro comitê executivo da classe dominante
paulista (Love,1982: 216). Esta elite política só possuiu
uma responsabilidade, se é que teve alguma, aquela de legitimar-se
face aos seus parceiros da oligarquia cafeeira e às frações
da classe dominante instaladas nas outras regiões do Brasil .
19. E
isso não pode ser reduzido a uma eventual “aliança para baixo”,
pois é um fato que se amarra a uma estrutura de relação
entre dominantes e dominados.
20. Diga-se,
me favor da autora, que ela realizou um inventário maravilhosamente
rico e minucioso dos casos que se distribuem tanto no tempo (entre 1880
e 1940) quanto no espaço sul-rio-grandense (os exemplos contemplam
quase todas as sub-regiões econômicas do Estado). Estão
em Pesavento (1988: 19 a 87)
21. Um
bom exemplo disso é o sumário da seguinte dissertação
de mestrado Rio Grande do Sul: Tributação e Economia (1699-1945)
:
1. A
economia periférica colonial: 1699-1834 (1.1. A economia periférica
do Continente de São Pedro; ...); 2. A economia periférica
rio-grandense no Estado Nacional brasileiro (1835-1892) (2.1. A economia
pecuária periférica; ...); ... (Miranda, 1998)
Luiz Roberto
Pecoits Targa (FEE, Brasil)