a) Outra fonte reveladora
da existência da etnia guaranítica no componente formador
das tropas sul-rio-grandense se encontra em História das Missões
Orientais do Uruguai
de Aurélio Porto (Livraria Selbach, vol.
lV - POA - l954). Aí o autor registra a seguinte formação
do "Regimento dos Naturais", formado por D. Diogo de Souza, Conde de Rio
Pardo, anotando inclusive o nome de seus comandantes, sendo a maioria autóctone,
conforme a descrição: 1ª Companhia no Povo de São
Borja: Capitão Vicente Tiraparé* (mais tarde aderindo a Andresito,
com toda a sua companhia, um dos mais temíveis e valentes guerreiros
contra os portugueses); Tenente Ismael Baré e Alferes Paqual Chucui;
2ª Companhia no Povo de São Borja: Capitão João
da Cruz XX, Tenente Antonio Prepi e alferes Felipe Santiago XX, 3ª
Companhia no Povo de São Nicolau: Capitão Francisco Bairupá,
Tenente Lourenço Curapá e alferes Domingos Barijú;
4ª Companhia no Povo de São Luis: Capitão Estevão
Aramani, Tenente Pedro Crissóstomo Aramani e alferes Salvador Cabuçu;
5ª Companhia nos Povos de São Nicolau, São Luis e São
Lourenço: Capitão Evaristo Jaguari (natural de São
Nicolau), Tenente João José XX (natural de São Luis)
e alferes João da Cruz Jangói (natural de São Lourenço);
6ª Companhia no Povo de São Miguel: Capitão José
Limaco Boron é, Tenente Pedro Arassage e alferes Miguel Ibari; 7ª
Companhia no Povo de São João: Capitão Miguel XX Repara-se
a adoção de sobrenomes lusos em substituição
aos do idioma guarani (miscigenação cultural) Antonio, Tenente
Isidro Tanhumá e alferes João Francisco Ibagé;8ª
Companhia no Povo de Santo Angelo: Capitão José Guarupuí,
Tenente João Boti e alferes Francisco Xavier Barajá; Quartel
Mestre: Ventura Cabuçu. (As companhias de Cavalaria Miliciana, eram
compostas de 64 praças cada uma)".
Emiliano Limberger