ENIGMAS DOS LABIRINTOS E GRUTAS

Um ciclo narrativo no país basco, nos apresenta um misterioso personagem chamado Basa Yaun, que em língua basca quer dizer Senhor Selvagem.

Basa Yaun é uma espécie de gênio maligno, cujo reino são as obscuras cavernas da terra. Seria certo encará-lo como uma variação do diabo ou das forças desconhecidas da natureza? Poderíamos também reconhecer nesse personagem mítico, a lembrança inconsciente do tempo em que o homem ia ao encontro de seus deuses no fundo das cavernas, seus primitivos santuários? A gruta de Isturiz, uma das muitas da região, era, segundo as narrativas, habitadas por duendes. Mais tarde, descobriu-se que ela era inteiramente decorada com gravuras paleolíticas. Mas a relíquia mais enigmática e angustiante desses tempos antigos é, sem dúvida, a do bailarino mascarado, meio homem, meio bicho, pintada na gruta Tróis-Fréres. O caso não explica tudo.

Mais curioso ainda é que no norte da Grécia, algumas aldeias, excluídas da modernização e da industrialização do país, continuem a celebrar todos os anos, na época das colheitas, uma festa bem primitiva, em que cristianismo e paganismo se misturam. O sacerdote benze o arado enfeitado de flores, que servirá para traçar em volta da igreja, o sulco simbólico das próximas semeaduras. Repentinamente, como se surgissem da noite dos tempos, aparecem personagens mascarados, com um enorme sexo postiço e vestidos com peles de urso e de lobos, com os rostos cobertos com máscaras recortadas dos próprios despojos do lobo. O efeito é surpreendente. Mas quem são eles? Gênios da Natureza? Eles surgem como os faunos que acompanham Dionísio (filho de Zeus, mais conhecido como Baco, deus dos campos e do vinho, do êxtase e do mistério) nas festas agrárias da Grécia arcaica. Mas eles parecem vir de um tempo ainda mais remoto. E outra vez pensamos no Senhor Selvagem e no ser híbrido da gruta Tróis-Freres.

Algumas cavernas pré-históricas foram exploradas na Grécia e na Beócia. O culto das pedras sobreviventes, sem dúvida, à sua utilização pelo homem: Delfos é testemunha, com sua caverna sagrada onde se ia ouvir roncar a terra; a caverna de Trophonos, ao pé do Helikon, também. O labirinto crescente, cujas origens são ainda desconhecidas, parece ter sido o lugar do culto etónico (culto agrário simbolizando a fertilidade da terra e a fecundidade da mulher). O labirinto apresenta grande semelhança com as cavernas Vezere e dos Pirineus; o monstro que as assombra é simultaneamente homem e bicho.
Eis ai, alguns enigmas da natureza para a nossa reflexão.

Bibliografia:
Pesquisado e extraído do
Jornal NOVO TEMPO
Por Xangô das Pedrinhas

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