MANTRAS

A Quarta Raça, a dos Atlantes, incluia entre as suas artes e ciências a manifestação fenomenal dos Quatro Elementos, que assumia assim um caráter científico, sendo com razão atribuida à intervenção inteligente dos deuses cósmicos. A Magia dos antigos sacerdotes, consistia, naqueles tempos, em invocar os deuses na própria linguagem destes.

A linguagem dos homens da Terra, não pode alcançar os Senhores. A cada um destes, é preciso falar na linguagem do respectivo Elemento.

Assim diz o Livro da Leis, em uma sentença que, como se verá, encerra um sentido profundo; e acrescenta a seguinte explicação quanto à natureza da linguagem dos elementos:

Ela se compõe de SONS, não de palavras; de sons, números e formas. Aquele que souber combinar os três, atrairá a resposta do Poder dirigente (o deus-regente, Orixá, do Elemento específico a que se recorre).

Essa linguagem é, portanto, a dos encantamentos ou dos mantras, como se chama na Índia, sendo o som o agente mágico mais poderoso e eficaz, e a primeira das chaves que abrem as portas de comunicação entre os Mortais e Imortais.

Os Mantras são todos extraídos de livros especiais, mantidos em segredo pelos sacerdotes; e se diz que cada um deles produz um efeito mágico: aquele que os recitar ou lê, da origem. Só em cantá-los (tal qual os pontos na Umbanda) à causas secretas que se traduzem em efeitos imediatos. A palavra articulada tem o poder que os sábios modernos não só desconhecem, mas nem sequer suspeitam, e por isso não acreditam.

Tanto as palavras pronunciadas pelos indivíduos como os nomes de que são portadores têm grande influência em seu destino futuro.

Quando a nossa Alma (Mente) cria ou evoca um pensamento, um signo representativo desse pensamento fica automaticamente gravado no fluído Astral, que é o receptáculo e, por assim dizer, o espelho de todas as manifestações da existência.

Esse signo expressa a coisa; a coisa é a virtude (latente ou oculta) desse signo.

Pronunciar uma palavra, é evocar um pensamento e fazê-lo presente; o poder magnético da palavra humana é o começo de todas as manifestações no Mundo Oculto. Pronunciar um nome é não somente definir um Ser (uma Entidade), mas submetê-lo à influência desse nome e condená-lo, por força da emissão da palavra (Verbum), a sofrer a ação de um ou mais poderes ocultos. As coisas são, para cada um de nós, o que a palavra determina quando a nomeamos.

A palavra (Verbum) ou a linguagem de cada homem é, sem que ele disso tenha consciência, uma bendição ou uma maldição; e é por isso que a nossa atual ignorância acerca das propriedades ou atributos da idéia, assim como sobre os atributos ou propriedades da matéria, nos é tantas vezes fatal.

Sim; os nomes (e as palavras) são benéficos ou maléficos; em certo sentido, são nocivos ou salutares, conforme as influências ocultas que a Sabedoria Suprema associou a seus elementos, isto é, às letras que os compõem e aos números que correspondem à estas letras.

É esse o ensinamento esotérico aceito por todas as escolas orientais de Ocultismo. No sânscrito, como no hebraico e em todos demais alfabetos, cada letra tem sua significação oculta e sua razão de ser; é uma causa, e também o efeito de uma coisa precedente, e a combinação de letras produz muitas vezes efeitos mágicos. As vogais, sobretudo, encerram tremendos poderes ocultos. Os Mantras (esotericamente, mais invocações mágicas que religiosas) são cantados pelos brâmanes, como nos Vedas e outras Escrituras.

A ciência esotérica ensina que todo o som do mundo visível desperta seu correspondente som nos reinos invisíveis e põe em ação alguma força oculta da Natureza. Além disso, cada som se corresponde com uma cor, um número e uma sensação num e noutro plano. Todo som tem o seu eco nos elementos superiores e, ainda, no plano físico, e põe em ação as vidas que formigam na atmosfera terrestre.

A palavra MANTRA é sânscrita e praticamente equivale à nossa palavra Magia, Encantamento. A maioria dos mantras usados na Índia para bons propósitos são versos extraídos dos Vedas, intencionalmente pronunciados de conformidade com os métodos tradicionais, que são o resultado do conhecimento do ocultismo prático. Existem também muitos mantras empregados por indivíduos que seguem os Tantras, os quais, são freqüentemente usados tanto para o mal como para o bem; e encontramos em voga na Índia, um grande número deles, tanto desejáveis como indesejáveis. Se temos de classificá-los do ponto de vista ocidental, diremos que existem cinco tipos principais de tais Mantras:

  1. Os que operam simplesmente pela fé.
  2. Os que operam pela associação.
  3. Os que operam por ajuste ou conveniência.
  4. Os que operam pelo seu significado.
  5. Os que operam pelo seu som, sem referência ao seu significado.

O Efeito da Fé
A primeira classe de mantras que produz o seu efeito simplesmente por causa da forte convicção do operador que deve produzir resultado, e por causa da fé da pessoa sobre quem está operando. Se ambos estão plenamente seguros de que algo acontecerá - digamos a cura de uma ferida ou de uma moléstia -, então isso acontece, e em alguns casos parece bastar a fé de apenas um deles. Entre os camponeses de todos os países, grande número de tais encantamentos são usados em lugares campestres. A população tem pequenas formas de palavras, geralmente de caráter semi-religioso, que herdaram de seus antepassados, que se supõem produzir resultados definidos. Amiúde parecem completamente absurdas; o fraseado freqüentemente nem mesmo é coerente. São provavelmente corruptelas de certas formas de palavras. Não atuam pelo som, pois não possuem nenhuma sonoridade indispensável ao verdadeiro Mantra; mas quando recitadas sobre pacientes, sob certas condições, são às vezes incontestavelmente eficazes. Em tais casos é a fé na antiga formula que produz o resultado.

Associação de Pensamentos
Existem mantras que operam por meio de associação. Certas formas de palavras trazem consigo idéias definidas, e mudam completamente a corrente de nossos pensamentos e sentimentos. Exemplo disto é o Hino Nacional de um país. Tão logo ouvimos seus acordes, nos indireitamos instintivamente e emitimos nossa lealdade e boa vontade para com o país. E isto evoca uma resposta definida, pois, de acordo com a Lei Oculta, a energia assim vertida ingosisticamente deve atrair uma correspondente energia do alto. Esta resposta vem através de certos tipos de Anjos ligados à obra do Primeiro Raio, cuja atenção é atraída toda vez que se canta o Hino Nacional, e eles vertem sua benção sobre e através das pessoas cuja lealdade foi assim estimulada.

Vários hinos e cantos de Natal também invocam em nossas mentes uma corrente muito definida de pensamentos. Os gritos de guerra, que desempenham papel tão proeminente nas batalhas dos tempos medievais, eram mantras desse tipo. Há grande número de tais formas, que instantaneamente despertam idéias correspondentes e produzem resultados por causa de suas associações e não por causa de algo que lhes seja inerente.

Cooperação Angélica
Há certos mantras que operam por ajuste ou convenção.

A maioria das religiões parecem exemplos desse tipo.

A grande invocação maometana oriunda do minarete participa deste caráter, conquanto também tenha em si algo do tipo que acabamos de considerar. É uma declaração de fé: Não há nenhum deus, senão Deus, (ou como alguns o têm traduzido, Nada existe senão Deus que é a verdade eterna), Maomé é o profeta de Deus e ainda Tudo são forças, mas só Deus é o poder absoluto. É interessante observar o efeito produzido no povo por estas palavras. É muito mais que o mero pensamento do significado dessas palavras, pois suscita naqueles que o ouvem uma ardente fé, uma explosão de devoção, muito bela em sua forma e muito característica das várias religiões. Este poderia ser um simples exemplo de associação, não fosse o fato de que os Anjos de certo tipo que são invocados pelo chamado, e é sua ação que provoca muito entusiasmo exibido.

Em todas as ramificações da Igreja Cristã que celebram a Santa Eucaristia, em qualquer circunstância, na forma que foi estabelecida por Cristo, usam-se certas palavras como parte de sua Liturgia e em todas elas se produz um resultado maravilhoso.

Todas as ramificações da Igreja também invocam as Hostes angélicas para assistirem no Serviço, e isso é feito não somente por uma forma particular de palavras, mas igualmente (quando o Serviço é cantado), como na Umbanda, por uma forma particular de música, por uma disposição de sons, que têm persistido com apenas leves variações desde os primórdios da civilização. Os Anjos de um tipo especial recebem estas palavras como um chamado, e imediatamente atendem para executar sua parte no Serviço que se está realizando.

O Efeito da Repetição
Chegamos agora a uma classe de mantras que atuam em virtude do significado das palavras repetidas. Um homem recita uma certa ordem de palavras com firme confiança e repetidamente, de sorte que seu significado bate muito fortemente em seu cérebro e em seu corpo mental (é o caso dos pedidos ao nosso Anjo de Guarda, nas horas prescritas). No que concerne ao homem, eles produzem um dos dois efeitos: ou lhe fortalecem a vontade de realizar o que está tentando realizar, ou lhe imprimem a absoluta convicção de que está realizado.

Mantras desse tipo aparecem nas meditações diárias prescritas para os Hindus, Cristãos Umbandistas, etc., e na maioria das Escolas ocultas. Esse tipo de Mantra é por certo tão eficaz quando pensado como quando dito em voz alta.

O Poder do Som
Podemos agora considerar o tipo de mantra que opera só pelo som. A vibração que o som põe em movimento, percute nos vários corpos do homem, e tende a pô-los em harmonia no ar, e cada som musical tem um número de modulações (freqüências harmônicas) que ele também põe em movimento. Quatro, cinco ou mais modulações são detectadas e reconhecidas na música, mas as oscilações se estendem muito além do que o ouvido pode acompanhar. Num plano muito superior e mais sutil se erguem ondas correspondentes, e por isso o canto de uma nota ou série de notas produz efeitos sobre os planos superiores.

Há sons (supondo que devemos chamá-los de sons), modulações, freqüências, que são demasiado sutis para afetar o ar; não obstante, põem a matéria etérica em movimento, e essa matéria etérica comunica as suas oscilações ao homem que recita o mantra, como também à outras pessoas ao seu redor, e se ele dirige sua vontade para uma pessoa em particular, a vibração seguirá seguramente até essa pessoa. Assim os mantras que operam pelo som podem decididamente produzir resultados materiais no plano físico, embora haja outras ondas mais sutis, emitidas ao mesmo tempo, as quais podem afetar s veículos superiores.

Um tal mantra usualmente consiste de diversos sons ordenados, de caráter muito ressoante e sonoro. Às vezes se emprega uma única sílaba, como a Palavra Sagrada OM; mas há diversas maneiras de proferi-la, que produzem resultados semelhantes, de acordo com as notas em que as sílabas são cantadas e o modo como são pronunciadas. Também podem ser empregadas muitas notas diferentes em sucessão, numa espécie de arpejo. Supõe-se haver cerca de cento e setenta maneiras de pronunciar a Palavra Sagrada hindu, que corresponde à egípcia Aivum. Dessa palavra também se derivou a Aion dos gregos e a Amém do latim, Assim Seja do espiritismo e Saravá da Umbanda; é a palavra que representa o nome do Logos, Nome Inefável, em nossa Quinta raça-raiz, e que a palavra usada de maneira similar na Quarta raça-raiz (da Atlântida foi TAU); estas palavras foram substituídas e são dadas em cada raça-raiz, são todas sílabas de uma Grande Palavra que será completada na sétima raça-raiz.

Bibliografia:
Compiladas e transcritas de
A Doutrina Secreta e Os Mestres e a Senda

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