Cotidianamente somos atuados por uma personalidade definida pela certidão de nascimento: O Ego, que age como imperador sobre o ser e cujos caprichos sujeitam nossa existência. Contudo, outras personalidades existem no universo psíquico que precisam aflorar.
Para que elas se revelem, é necessário que a consciência mude de nível de realidade, o que significa uma modificação psicointelectiva. Ocorre, assim, uma ruptura de níveis de realidade, uma desidentificação do homem com o seu Ego. Essa ruptura permite o ensaio no manuseio do mecanismo psíquico por outras modalidades do ser.
Essas modalidades são oníricas e míticas e, quando afloram no transe do Espiritismo e da Umbanda, são chamadas de Entidades.
Quando irrompe a intimidade do ser, uma nova personalidade se apossa do corpo e da consciência, afastando o ego temporariamente de suas funções, damos o nome de transe.
Na medida em que o transe equivale a um mergulho no tempo, compreende-se que as Entidades que surgem estejam revestidas de um formalismo arquivado no inconsciente coletivo na forma de tipos históricos.
Não é a parte racional do homem nem seu ego que fornecem as características das Entidades baixadas, das modalidades de personalidade assumidas durante o transe.
A maneira cotidiana de ser é uma opção que se deve regular pela vontade da consciência livre.