PARA CHEGARMOS À VISÃO DA ALMA

Os Ioga Sutras ou Aforismos sobre o Ioga, de Patanjall*, visam conduzir-nos à visão interna da alma. Djwall Kull, o Mestre Tibetano, passou-os a Alice A. Bayle, que então os publicou comentados. A versão brasileira dessa obra foi organizada pela Fundação Cultural Avatar, sob o título A Luz da Alma; e dela adaptamos os trechos que se seguem.

Os empecilhos à visão da alma são a ignorância, o senso de personalidade, o desejo, o ódio e o apego. A ignorância é a causa de todos os outros obstáculos, quer latentes, quer em processo de eliminação, quer superados, quer em plena atuação. O senso da personalidade é devido à identificação do conhecedor com os instrumentos do conhecimento; o desejo é o apego aos objetos do prazer; o ódio é a aversão por qualquer objeto dos sentidos; o apego é o intenso desejo pela existência sensorial.

O apego é inerente a todas as formas. Perpetua-se a si próprio e é conhecido até mesmo pelos muito sábios.

Segundo os Aforismos, de Patanjall, esses cinco sentidos podem ser transpostos se tivermos uma atitude mental de oposição à eles. Acabar com a ignorância pela não associação do ser com as coisas percebidas é a grande libertação.

O estado de escravidão aos sentidos pode ser transcendido quando uma perfeita discriminação é mantida. A inofensibilidade, a prática da verdade para com todos os seres, a abstenção ao roubo, à incontinência e a avareza são mandamentos básicos para esse processo de transcendência. A purificação interna e externa, o contentamento, a aspiração ardente, a leitura espiritual e a devoção constituem outras cinco regras para se chegar à visão da Alma.

Segundo, ainda, os Aforismos:
Quando pensamentos contrários a esse trabalho estão presentes, devem-se cultivar seus opostos. Pensamentos contrários são a nocividade, a falsidade, o roubo, a incontinência e a avareza. Resultam sempre em grande dor e ignorância.

Naquele que aperfeiçoou a inofensibilidade, toda inimizade cessa.

Quando aperfeiçoa a verdade para com todos os seres, a eficácia de seus atos e palavras é imediatamente vista.

Quando consegue abster-se do roubo, o ser pode obter o que desejar.

Pela continência, adquire energia.

Quando aperfeiçoa a abstenção da avareza, obtém a compreensão da lei do renascimento.

A purificação interna e externa produz desapego, tanto pela própria forma, como por todas as demais. Pela purificação obtém-se também espírito calmo, concentração, domínio dos órgãos, dos sentidos e capacidade de ver a alma.

Como resultado do contentamento, conquista-se a bem-aventurança.

Pela aspiração ardente e remoção de toda impureza, obtém-se o aperfeiçoamento dos poderes e das percepções do corpo.

A leitura espiritual traz como resultado o contato com a alma, e a devoção ardente leva à perfeita concentração.

É por meio de fidelidade a esse princípios que tudo o que obscurece a luz é gradualmente removido, e os órgãos sensoriais são completamente subjugados. Tal fidelidade é conquistada por um leve e persistente esforço e pela concentração da mente no Infinito.

(*) O sábio Pantajall veio ao mundo em data desconhecida, mas estudiosos ocidentais, situam seu nascimento entre 820 e 300 a.C. Ele compilou ensinamentos espirituais que haviam sido transmitidos por muitos séculos, oralmente. Foi o primeiro a fornecê-lo por escrito e, por isso, é considerado o fundado da filosofia Ioga.

Pesquisado e transcrito do
Boletim PRANA - Informação para uma nova consciência.

Anterior Próximo

Hosted by www.Geocities.ws

1