Concha das descobertas



Num oceano de desejos mal contidos,

Depois de muitos jogos, fugas e risos,

Veredas que marcam percursos tortuosos,

L�bios que se procuram,

H�midos e ternamente vorazes,

Como uma concha que se fecha devagarinho,

Ao sabor das aguas que ondulam,

E trazem promessas de abund�ncia,

Part�culas suspensas no azul infinito do amor.



Com o alvoro�o de quem experimentou muita sofreguid�o,

Concha de duas partes que se encaixam,

Agarrada aos tempos m�gicos que se anunciam,

Fecha e abre ao ritmo das oscila��es dos sentidos,

Prende, entra e transforma,

Fantasia de todos os dias projectada em horizontes sem fim,

� descoberta das sensa��es das pequenas coisas.



Num oceano em que o amor sabe a fruto maduro,

� espera de ser colhido ao nascer do dia,

Ou quando a hora for propicia a todos os abandonos,

O fechar da concha faz o sangue correr mais r�pido em todas as veias,

Quente, �gil e liberto de todas as pris�es,

Pronto para as explos�es que furam todos os preconceitos,

Segredo que se quer bem resguardado e tratado com carinho.



Surpresa gulosa da do�ura que se revela, lenta e profunda,

Com a vol�pia das m�os que tacteiam terrenos desconhecidos,

A cabe�a diz que n�o, os sentidos dizem que sim,

Desvario de quem explora as crateras dos vulc�es intempestivos,

A concha ajusta-se vagarosamente,

Como quem sabe que dar tempo ao tempo

� o segredo de todos os prazeres,

Das descobertas que estilha�am todas as conchas que se fecham devagarinho.


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mares do sul




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