Ostentando seus mantos com a
cruz
um Cavaleiro do Santo Sepulcro,
um Monge-Soldado da Ordem
de Malta, um Templário,
um
combatente da Ordem
da
Espanha, e um Cavaleiro
Teutonico.
Breve
Histórico da Cavalaria
Por volta de 1099 toda
nobreza e a igreja estavam empregnadas pela idéia da Cavalaria.
As fábulas do Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda
eram a grande inspiração (ou aspiração) de
todos. Nesse ano, Jerusalém volta às mãos cristãs
(conseqüência da Primeira Cruzada, ocorrida no final do século
XI e liderada por Godofredo de Bouillon), que desde 1071* estava nas mãos
dos turcos seldjúcidas. Porem, esse domínio era frágil!
Além disso, havia o perigo de assaltos e obstáculos naturais
durante peregrinação. Com os turcos no caminho, e a extrema
instalbilidade de Jerusalém nas mãos cristãs naquele
momento, sob o papado de Urbano II, que nutria o sonho da união
dos cristãos ocidentais com os orientais - e claro, comandar
todos -, em nome dos valores do cristianismo surgem, então,
as Ordens de Cavalaria, da qual a mais notável e controversa foi
sem duvida a dos Templários!
*Desde
fins do século VII, Jerusalém não pertencia mais à
cristandade. Os muçumanos detinham o domínio.
Curiosamente, os cristão europeus tinham livre acesso
a Jerusalém, quando essa estava sob o comando do Islam.
Cavaleiros
Pobres do Templo de Salomão
Em plena enfervecencia
das Guerras Santas (cada um defendendo o "ponto" de vista de seu
deus), em Jerusalém, foi fundada uma Ordem em 1118, liderada por
Hugues de Payens, um homen provido da região de Champagne,
com mais oito cavalerios, que vieram da Grande Cruzada e eram chamados
de: Os Cavaleiros Pobres de Cristo. Adotaram a regra de Santo Agostinho
e comprometeram-se a policiar a terra santa. Bauduino II, então
rei de Jerusalém, instalou os cavaleiros nas proximidades,
e segundo alguns, no próprio Templo de Salomão*. Seu nome
veio a ser então, Cavaleiros Pobres do Templo de Salomão,
depois abreviando apenas para Cavaleiros Templários ou Ordem do
Templo, o que convenhamos, era o mais sensato devido aos fatos dos anos
vindouros.
* Dizem
que é o Templo de El-Aqsâ
Payens retornou
a França com a intenção de consolidar e expadir
sua Ordem de Cavalaria. Encontrou no Moge de Clairvaux, um grande entusiasta,
um incentiavador e quem mais entercedia em relação
à igreja. Futuramente canonizado, Clairvaux se tornaria
São Bernado. São Bernardo pode ser considerado
o padrinho da Ordem do Templo. Os Cavaleiros tinham um juramento de nunca
fugir de uma batalha e nem se render ao inimigo. A Ordem Templária
expandia-se por toda Europa. Notavelmente - como veremos mais adiante -
na península Ibérica teve um de seus maiores méritos
como guerreiros e, a eterna gratidão da corte espanhola. Os Templários,
geralmente eram dividos em três grandes classes: os Cavaleiros que
constituíam o corpo combatente de eleite, os Serventes de Armas,
que combatiam a pé ou serviam de enfermeiros, os Clérigos
que desempenhavam funções de capelão, e o superior
a todos, o Grão Mestre, eleito por toda vida e subordinado somente
ao papa. Nem nobres e nem reis podiam dar ordens aos Templários.
O Orgulho
Templário e a Desvinculação do Lado Espiritual
Os Templários
rapidamente cresceram, conquistando posses (templos, terras,
palácios, etc...) e solidificando-se politicamente. Se tornaram
os banqueiros, onde os peregrinos - incluindo reis -, depositavam seus
bens em um templo para resgatar em outros, tamanho era o poderio econômico
dos Templários nos ainda poucos anos de existência da
Ordem. Também em pouco tempo, os ideais implantados por Hugues de
Payens e São Bernardo se evaporaram. Onde deveria haver "o romantismo
da defesa à fé cristã contra os profanos" (leia-se
qualquer um não cristão, ou quem iria contra o clérigo
e o Estado), à proteção dos peregrinos, pobreza e
obediência... foi dando espaço à fortuna, ambição,
orgulho e arrogância.
Os
Templários na Ilha de Chipre
Fato interessante ocorreu
na ilha de Chipre, onde a população furiosa com a
arrogância Templaria resolveram linchar a pequena quantidade de Templários
no palácio da ilha. "Fieis" ao juramento de não se renderem
nem abandonar um batalha, saíram bravamente para enfrentar um inimigo
muito superior em números, antes de serem encurralados no
próprio palácio. E saíram vitoriosos e triunfantes
deixando para trás um mar de sangue de suas vitimas.
O Sultão
Saladino
Grande desafazem em
todas Ordens de Cavalaria, mas principalmente na dos Templários
foi atribuída aos turcos (em união com os árabes)
sobre o comando do genial Sultão Saladino. Os Templários
eram o motivo de orgulho dos turcos, quando esses eram derrotados
e mortos, devido aos prodígios de guerreiros dos Templários.
O Fim
da Ordem do Templo
Toda a saga Templaria
durou até o ano de 1314. Felipe, o Belo , rei da França,
talvez de olho na fortuna dos Templários encerrou a Ordem
em 1307, e mandou prender quase todos Cavaleiros Templários
no território francês. Os Templários foram interrogados,
submetidos à torturas, e assim alguns confessaram diversos "crimes".
As posses da Ordem do Templo, foram doadas pare a Ordem do Hospital. O
processo se estendeu até 1314. O Papa Clemente V, entregou os Templários
ao Rei, uns foram torturados e mortos e outros queimados na fogueira.
Jacques de Molay,
ultimo Grão Mestre da Ordem, foi queimado sob acusações
de heresias, todas familiares às vitimas das fogueiras: adorar
o demônio, renegar cristo, homossexualismo, etc..
Voltemos um pouco
no tempo... Conta-se que Felipe não foi aceito na Ordem do Templo,
e prometeu a um arcebispo medíocre e ganancioso que o ajudaria
a se tornar papa em troca de favores. E então, o Arcebispo Beltrão
de Got, subia ao Trono de São Pedro no ano de 1305, como Papa Clemente
V.
Reza a lenda que,
com o corpo já em chamas, ouviu-se a forte voz de Jacques de Molay,
amaldiçoando o papa, o Rei e sua família: que se os Templários
tivessem sido injustamente condenados, que o papa Clemente fosse convocado
em quarenta dias, e o Rei Felipe dentro de no máximo um ano, para
o julgamento final de Deus.
Se isso é
ou não verdade, não se pode afirmar. Contudo, Clemente morreu
trinta e três dias depois e o Rei Felipe, o Belo, o seguiu em pouco
mais de seis meses.
Os Templários
ainda foram fundamentais na península Ibérica! Sem
a ajuda deles, os mouros não seriam expulsos da Espanha.
Conclusão
Talvez eles (Clemente
V e Felipe, o Belo) estivessem certos! Os Templários podiam estar
representando uma ameaça ao Estado ditador e a igreja hipócrita.
Jacques de Molay talvez tenha errado em não batalhar, como o juramento
pedia. Ou talvez, ainda confiasse na impunidade aplicada aos Templários
(que abraçou em suas filas homens louváveis e outros
opostos à isso) em todos esses anos. Talvez, se lutam-se, o mundo
teria uma história diferente, não sei se melhor ou pior,
depende do ponto de vista e depende de quem venceria.
Várias Ordens
e ocultistas em geral reivindicam o conhecimento Templário. Nem
vale a pena citar, mas em quase todas as Ordens pós inquisição,
seja estas ditas "lojas brancas" ou "seitas negras", usam o nome
Templário e explicam seus posicionamentos atribuindo a herança
de Jacques de Molay e seus companheiros de Cavalaria.
Acentuado por palavras
de ocultistas de renome como Eliphas Levi e Anton Szandor LaVey, essa mística
fortalece ainda mais. Por outro lado, digamos, mais cético, pura
e simplesmente poderíamos dizer que os Templários eram guerreiros
dos mais bravos e bem preparados, provindo daí seus méritos
e glorias nos combates. Sua riqueza além dos saques aos "profanos",
também resultava do não retorno de nobres que seguindo na
perigrinação à terra santa, confiavam suas riquezas
aos Templários.
Talvez todo homem
que busca a magia e, em toda divergência que há entres
uns e os outros, se identifiquem com o [quase] sucesso da Ordem do
Templo, com o status, com a coragem e perseverança
de seus Cavaleiros.
A bandeira Templaria
ainda trêmula gloriosa, o selo Templário está claramente
estampado na história, mas principalmente no coração,
mente e sonhos dos homens de hoje, e ao que parece, assim será
por toda eternidade, de uma forma ou de outra.
-
Luiz Marques © 2000 -
Palavras
Para Reflexão...
"...Queres ver agora
algo menos fantástico, mais real e verdadeiramente terrível?
Pois te farei assistir ao suplicio de Jacques de Molay e de seus cúmplices,
ou de seus irmãos de martírio... Mas não te enganes
e não confunda o culpado com inocente. Os Templários adoraram
realmente Baphomet ou terão dado humilde abraço à
face traseira do Bode de Mendes? O que era, pois, a associação
secreta e poderosa que pôs em perigo a Igreja e o Estado e que exterminaram
sem ser ouvida? Não julgues nada superficialmente; são culpados
de um crime, permitiram que os profanos vissem o santuário da antiga
iniciação; recolheram para repartir entre si, e se fazer
donos do mundo, os frutos da ciência do bem e do mal. O decreto que
os condena remota além do próprio tribunal do papa ou de
Felipe, o Belo. "No dia que comerdes deste fruto morrerás", dissera
o próprio Deus, conforme vemos o Gênese."
O que ocorreu no
mundo e por que os sacerdotes e os reis tremeram? que poder ameaça
as terras e as corroas ?...."
- Eliphas
Lévi Zahed (Dogma e Ritual da Alta Magia) -
"Sim, nossa convicção
profunda é que, os Grãos Mestres da Ordem dos Templários
adoravam Baphomet e o faziam adorar por seus iniciados;..."
- Eliphas
Lévi Zahed (Dogma e Ritual da Alta Magia) -
"O símbolo
de Baphomet foi usado pelos Cavaleiros Templários para representar
Satã. Através das épocas este símbolo tem sido
chamado por muitos nomes diferentes. Entre eles estão: The
Goat of Mendes, The Goat of a Thousand Young, The Black Goat, The Judas
Goat, e talvez mais apropriadamente, o bode expiatório."
- Anton
Szandor LaVey (The Satanic Bible) -
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