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ERA DIFERENTE

Antonio Dimas Bussadori

 

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Era o ano de 1965 ou 1966, mais ou menos.

Eu tinha meus 17 pra 18 anos e meus amigos tamb�m. �ramos todos jovens, com um mundo misterioso pela frente.

Tudo era novo. Cada dia uma nova descoberta.

�amos ao "gin�sio" � noite onde nos v�amos todo dia.

Era um tal de conta isso, conta aquilo, pra esse, pr'aquele;

N�o havia tempo pra tristeza, mesmo com nossos pais n�o entendendo nada do que est�vamos vivendo.

A gente sonhava acordado.

E de vez em quando nos pegavam sorrindo l� e c�, sem entender exatamente o que estava acontecendo.

�amos ao trabalho e l� tamb�m, s� jovens.

Jovens puros, diria at� inocentes, e isso fazia  com que aquelas horas  eram fant�sticas, pois eram brincadeiras o dia todo, fazendo o tempo urgir...

Tabus pra cima, pra baixo, proibindo isso, aquilo......

Quase todo s�bado, aqueles bailinhos da comiss�o de formatura na casa de uma das meninas da classe pra arrecadar fundos.... Que arrecadar fundos que nada; quer�amos � estar todos juntos l�, tomando um ponche, ou uma cuba-libre, olhando as meninas e se esfor�ando para tamb�m ser visto

Os meninos vestiam suas camisas de �volta ao mundo"  ou de  �fio de esc�cia� com umas cal�as de �nycron� e iam pro bailinho encontrar com as meninas que estavam de blusinhas de "ban-lon", saias �plissadas�  e meias  soquete.....

Rolava um rock-and-roll agitado e nem todos dan�avam pois alguns n�o sabiam direito dan�ar soltinho, mas quando tocava um Ray Conniff, um Peppino di Capri, um Platters, uma lenta dos Beatles ou um Started a Joke, dos Bee Gees, voc� olhava no sal�o e n�o via ningu�m parado.

 Tava todo mundo dan�ando coladinho, � meia luz;

At� aqueles que n�o sabiam dan�ar procuravam rapidinho e arrumavam um par pois n�o dava para ficar parado.

Uns dan�avam mais rapidinhos, outros paradinhos, olhos brilhando,  at� terminar aquela �sele��o�.

Ningu�m ficava sem par.

E quantas confid�ncias trocadas, quantos amores surgiram, quantos pares se acharam e seguiram juntos pela vida afora, enfrentando os desafios e dificuldades que surgem na vida de todos n�s......

� s� uma curta fase de nossa vida, que todos tivemos.

Uns curtiram e aproveitaram mais que outros, mas todos vivemos intensamente.

E hoje, ap�s algum tempo, quando juntos escutamos alguma daquelas can��es, um olha pro outro, mesmo de longe, dando uma piscada.

Um sinal, de que  tudo aquilo que cercava aquele clima, continua vivo.

Nem sempre com a mesma intensidade, mas com o mesmo prop�sito.

E quando algu�m que pela m�o  do destino n�o mais est� junto ouve as mesmas can��es, bate pesado uma saudade, e brota l� do fundo um sorrisinho maroto mostrando que elas fizeram parte e marcaram pra sempre uma vida, uma �poca que quem a  viveu, viveu, quem n�o a viveu nunca entender�,  pois n�o se consegue contar com palavras, n�o se consegue reproduzir o clima...era diferente.

Gra�as a Deus por ter nos escolhido pra viver essa �poca...

 Cria��o e formata��o: Alexandra Sokolowski

 

 

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