GUERREIRAS   ESPACIAIS

 

 

PARTE   7

 

 

 

         Quando chegaram à nave Titã, Marla ordenou pelo comunicador de pulso que Soogh abrisse a porta da cabine e eles entraram. Soogh foi apresentado à Pantera Negra e Marla explicou ao amigo que havia aderido à causa da Pantera. Ele a fitou com confiança e respondeu:

        -Se você acha essa decisão certa, estou de seu lado, Marla. Eu confio em seu julgamento.

        Marla comoveu-se com a fidelidade do amigo. A Pantera Negra apertou a mão do piloto e afirmou:

        -Eu agradeço sua adesão, piloto. Agora iremos nos reunir na sala de conferência da nave e vou falar com toda tripulação. Venha também, vou explicar o que iremos fazer.

        O general Thor tomou a palavra na sala de conferência, tendo ao seu lado a Pantera Negra. Marla fez questão de ficar bem longe do odiado general, atrás.

        -Senhores! Esta reunião tem a finalidade de comunicar a vocês a mudança de planos da nave Titã. Eu decidi apoiar a causa da Pantera Negra e agora vocês vão terão que se juntar à nossa causa, ou serão considerados inimigos, arcando com as consequências disso!

        A tripulação o fitou atônita. Marla teve vontade de agredir o general, pelas suas palavras brutais, mas a Pantera Negra se antecipou, tomando a palavra com uma expressão aborrecida:

        -O coronel Blue não se expressou corretamente e vou corrigí-lo. Vocês não são obrigados a aderir à minha causa. Se não concordarem com a nossa decisão, serão afastados dos seus postos e uma nova equipe assumirá a nave. Tenho pessoas capacitadas para fazer o trabalho de vocês. Vocês serão colocados em uma nave que os deixarão na estação orbital do seu planeta, que é neutra. Dali vocês poderão seguir de volta para Worldsea.

        A Pantera Negra esperou a tripulação assimilar a notícia. Um burburinho de vozes agitadas começou. A Pantera ergueu a mão, pedindo silêncio.

        -Ouçam! Quero que saibam que entendo o dilema de vocês, principalmente quem tem família em Worldsea! O que posso prometer é que vou incluir em minhas negociações com Worldsea a anistia a quem ajudar-me. Ou se quiserem ficar em Marte, terão uma vida digna, após a nossa vitória . O plano é tomar o governo de Pólux e decretar nossa independência de Worldsea, depois negociar com seu país uma paz justa. Quem concorda em aderir à nossa causa, permaneça sentado. Quem não concorda, levante-se e forme um grupo à esquerda do salão. Serão levados hoje mesmo para a estação orbital.

        De um total de trinta pessoas, dez permaneceram sentados. Marla os fitou. Eram os mais jovens, que provavelmente não eram casados. Noelle, a médica geneticista, estava entre eles.

        -Muito bem - Disse a Pantera - Quem escolheu voltar para seu país, recolha seus pertences pessoais e deixe a nave dentro de meia hora. Uma escolta os levará aos seus aposentos e depois à nave que os aguarda. Quem resolveu aderir à nossa causa, pode voltar para seus trabalhos.

        Rapidamente a sala se esvaziou, os dois grupos saindo em ordem. O general Thor voltou-se para a Pantera Negra furioso.

        -Você contradisse minhas palavras diante da tripulação, humilhando-me! A sua decisão foi errada, quem não aderiu à causa tinha de ser eliminado!

        A Pantera o fitou friamente.

        -General, você havia concordado em acatar minhas decisões! E eu já havia explicado à você o que achava melhor!

        -Mas eu pensei que você tomaria a decisão certa, depois de saber minha opinião! Foi humilhante ter minha palavra corrigida!

        -Contenha o seu ego, general! - Disse a Pantera, irritada -  Você é meu aliado, mas as   decisões são minhas! Isso ficou bastante claro em nosso acordo!

        O general Thor abriu a boca para falar, mas pensou melhor e apenas voltou-se e saiu. A Pantera olhou para Marla,  não parecendo abalada com o desentedimento.

        -Vamos ver as armas?

 

*******************

 

        O resto do dia passou rápido. Marla ensinou a Pantera Negra a manejar a arma do raio da morte,  ajudou na distribuição das armas e ensinou como manejá-las aos oficiais da Pantera Negra. No final, fez uma visita individual aos membros da tripulação e explicou sua posição pessoal , também ouvindo o que achavam.

        Noelle Sky a olhou de modo insinuante e declarou que havia aderido ao movimento porque gostava de aventura. Marla a fitou séria.

        -Isso não é uma brincadeira, tenente Sky. Vamos participar de uma guerra.

        -Oh, perto de uma companhia como a sua, qualquer perigo vale à pena, capitã. Pena que você está sendo monopolizada pela Pantera Negra e mal nos vemos. Não quer jantar comigo em minha cabine?

        Marla enrubesceu com a investida da mulher. Riu, sem uma resposta pronta.

        -Ela vai jantar comigo, tenente Sky - uma voz disse, com firmeza. Marla voltou-se e viu a Pantera aproximar-se. Ela olhava para Noelle com um rictus irritado nos lábios.

        Noelle olhou para Marla com decepção no olhar.

        -Bem, com licença... tenho um trabalho a fazer.

        Ela afastou-se e Marla olhou para a Pantera, sorrindo.

        -Obrigada. Fui salva por sua chegada.

        A Pantera a fitou nos olhos atentamente, parando diante dela.

        -Essa mulher é irritante! Será que não percebe como é ridícula?

        Marla sorriu maliciosamente.

        -Está com ciúmes dela?

        -Não, estou com ciúmes de você! - Ela afirmou, fitando-a nos olhos.

        Marla desviou o olhar, perturbada.

        -Meu coração não está livre, Pantera. Eu amo Jana, sabe disso.

        -Oh, eu sei disso, mas sei também que você se sente atraída por mim, não é verdade?

        Marla a fitou angustiada.  Ela estava certa. Havia sido uma tortura ficar ao lado dela ensinando a manejar a arma. O desejo de tocá-la era insuportável. Mas não podia fazer isso com Jana. Ela quem era sua verdadeira paixão.

        -Por favor, Pantera...  vamos mudar de assunto.

        A Pantera Negra olhou em volta. Estavam a sós no laboratório. Noelle havia se retirado para outra sala. A Pantera Negra abraçou-a pela cintura, pousando a cabeça em seu peito. Marla estremeceu ao contato e afastou-se. A Pantera a fitou sorrindo.

        -Você não gosta disso?

        Marla a olhou desesperada. Era muito duro resistir à atração incrível que sentia pela mulher. Mas amava Jana e não queria traí-la.

        -Pantera, você está sendo cruel.

        -Sei, você ama Jana e não quer traí-la. Mas o que tem demais trocar alguns beijos comigo? Jana não vai saber.

        -E eu não seria leal com Jana.

        -Só uma vez, Marla... beije-me... estou louca por isso...

        E ela ofereceu os lábios, erguendo o rosto. Marla quase não resistiu, mas lembrou de Jana e recuou com olhar decidido.

        -Não! Chega, Pantera! Estou cansada, com fome, quero descansar.

        A Pantera sorriu, fitando-a com certa admiração.

        -Está bem, chega de jogos. Jana é uma mulher de sorte!  Vamos.

        -Antes preciso conversar com Soogh. Tenho que deixar instruções com ele.

        -Eu a esperarei na nave de transporte. Preciso também falar com os oficiais.

**********************

 

        Marla conversou com Soogh. Contou tudo que havia acontecido, até o seu amor por Jana. Ele a ouviu em silêncio e quando ela acabou, ele reafirmou sua lealdade à ela, dizendo:

        -Pobre Marla... está em uma situação difícil. Mas talvez tudo dê certo, no final, já que Jana a ama também. Quanto à Pantera Negra, acho melhor você afastar-se dela. Sabemos que ela é uma idealista, mas sua vida amorosa ninguém sabe. Aderi à causa dela, mas tenho minhas reservas.

        -Tenho que ir, Soogh. A Pantera Negra está esperando-me. Qualquer ordem que o general Thor lhe dê, confirme comigo antes de executá-la. Ele já demonstrou que não está aceitando bem as decisões da Pantera.

        -Tudo bem, Marla. Tenha cuidado. Qualquer novidade, falarei com você pelo comunicador de pulso.

        Marla saiu da nave e foi à procura da Pantera  Negra. Um oficial a informou que ela já se encontrava dentro da nave de transporte e Marla subiu a bordo da nave.

        A Pantera estava sentada numa poltrona, estudando um mapa. Ela a viu chegar e sorriu.

        -Só estava esperando você para ir.

        Marla sentou na poltrona ao lado dela.

        -E o general? Eu não o vi por aí depois que vocês discutiram.

        -Ele já foi para o palácio. Me informaram que ele está discutindo problemas estratégicos.

        Marla não pôde evitar de comentar:

        -Ele deve estar ansioso para a vitória e obter o seu prêmio: o poder e você.

        A Pantera ficou calada e Marla sentiu o ciúme dominá-la. Reconheceu que amava Jana, mas não podia suportar a idéia da Pantera se entregando ao general. Isso a deixava perplexa. Como podia sentir isso e amar Jana? Será que amava as duas? Era possível isso? Fitou-a. Ela era uma mulher especial. Como Jana. Mesmo com aquele capacete ocultando parcialmente o rosto, podia perceber que era linda.

        -Vai procurar o general, quando chegar?

        Ela a fitou surpresa. Ela estava falando no comunicador, distraída, dando ordem para a nave alçar vôo.

        -Claro... tenho que saber o que ele conversou com meus oficiais. O general está querendo mudar minha estratégia de ataque, mas eu não concordo.

        -Não me referi a isso. Perguntei se vai jantar e dormir com ele essa noite.

        A Pantera a encarou com um sorriso malicioso.

        -Posso jantar com você, se quiser.

        -Como o conheceu? São amantes desde quando?

        Ela a encarou séria.

        -Por que quer saber isso?

        -Curiosidade.

        -Pois fique curiosa, que não vou responder.

        Marla mordeu o lábio inferior para não retrucar com raiva. Não tinha esse direito.

        -Você ama Jana, e os atos dela que devem ser importantes para você - Declarou a Pantera, fitando-a atenta.

        -E são! - Respondeu Marla, bruscamente.

        A Pantera sorriu.

        -Ela é a mulher do general. Já pensou sobre isso? Ele a possui também.

        Marla apertou os punhos, com ódio no olhar.

        -Se ele fizer isso novamente, eu o mato! Jana é minha! E ela não faria isso comigo! Não depois de ter-me dito que me ama!

        A Pantera sorriu , pousando a mão sobre a de Marla.

        -Pobre Marla... está confusa, não é? Ama Jana, mas estremece ao meu contato.

        Marla a fitou angustiada. Retirou sua mão do contato da Pantera.

        -Eu estou mais que confusa, estou sentindo-me como uma marionete, sem vontade própria - Confessou, com voz trêmula - Pantera, isso não é uma loucura? Como posso sentir-me assim, desejando você e amando Jana? Acho que estou enlouquecendo! Naõ me reconheço mais, sempre fui segura de meus sentimentos! Essa dualidade de emoções está desesperando-me!

        -Não se preocupe tanto. Isso é mais comum do que pensa.

        -Não para mim! Eu nunca fui assim, dividida!

        -Então, fique com nós duas. Eu aceito - Sorriu a Pantera.

        -Não, isso seria uma falta de caráter, eu continuaria dividida e infeliz. Nem se Jana aceitasse isso, eu concordaria.

        -Pare de torturar-se, Marla. Seu problema é mais simples do que pensa.

        Simples! Ela pensava que seu problema era simples! Marla recolheu-se a um silêncio ressentido.

        A nave chegou ao seu destino e dirigiram-se para o palácio. Já no andar dos aposentos da Pantera, ela despediu-se .

        -Vou reunir-me com meus oficiais e depois tomar um banho. Quer jantar comigo?

        -Não, eu quero jantar com Jana, se ela puder.

        -Então, vou falar com ela. Espere-a em seus aposentos.

        E sem mais, a Pantera retirou-se.  Marla foi para os aposentos destinados à ela e foi para a câmara de banho. Despiu-se e se banhou na ducha pensativa. A Pantera não parecia se importar em saber que ia encontrar-se com Jana. Então, apenas devia sentir por ela uma atração sem muita profundidade. Ela devia ser para a Pantera apenas um divertimento que a distraía de seus problemas.

        Esse pensamento a entristeceu. Mas ao mesmo tempo, estava ansiosa para ver Jana. Estava mesmo enlouquecendo!

        As horas passaram lentamente. Marla esperava Jana, na sala de descanso, impaciente. Será que a Pantera havia mentido, dizendo que não faria nada contra Jana? Não a vira desde  o dia anterior. E se Jana estivesse na verdade presa?

        Acabou adormecendo deitada no sofá enorme.

        E acordou com lábios quentes e macios pressionando os seus. Abriu os olhos e viu a Pantera sorrindo, com o rosto debruçado para o seu.

        -Olá, querida capitã...não resisti, ao vê-la adormecida. Estava tão linda...

        Marla pestanejou, surpresa, e se sentou. A Pantera recuou. Estava com uma roupa colante, de malha azul marinho, com um largo cinto de prata  marcando a cintura estreita. Um capacete cobria a metade de seu rosto, como sempre. Estava linda, mas Marla a fitou com frieza.

        -Onde está Jana? Você disse que ela viria jantar comigo.

        Ela sorriu, olhando em volta.

        -Oh, eu pensei que a encontraria aqui com você, na maior paixão. Ela não veio?

        Marla ergueu-se, encarando a Pantera.

        -Não, ela não veio. O que fez com ela, Pantera? Por que ela não pôde vir?

        -Oh, como está ansiosa para vê-la! Está com tanta saudade assim?

        Marla aproximou-se e a tomou pelos ombros, sacudindo-a.

        -Não brinque comigo! - Gritou, exigindo uma resposta - Eu quero ver Jana imediatamente! Você a prendeu? O que fez com ela? Responda!

        O olhar da Pantera a fitou magoado.

        -Como me julga mal! É isso que pensa de mim? Que sou uma mulher capaz de prejudicar outra apenas porque é minha rival?

        Marla respirou fundo, tentando acalmar-se.

        -Pantera, eu a admiro muito, então não estrague essa imagem boa que eu tenho de você! Não queira me ter como inimiga!

        A Pantera recuou, encarando-a com irritação no olhar.

        -Como você é cega, Marla! Não vê o que está diante de seus olhos! Estou cansada desse jogo. Vou tirar a venda de seus olhos!

        Ela levou as mãos ao capacete. Marla a fitou surpresa.

        -O que vai fazer?

        -Vou mostrar a verdade a você! - Respondeu ela, abruptamente, retirando o capacete.

        Os louros e fartos cabelos, que estavam presos no capacete, caíram em seus ombros. Ela a fitou   com seu  belo rosto com uma expressão de desafio. Marla a fitou incrédula, com a boca aberta de espanto.

        -Pronto, acabou o mistério - Disse a Pantera.

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        Marla recuperou a voz e falou com voz trêmula:

        -Jana!  Jana, é você! Você é a Pantera Negra!

        -Sim, somos a mesma pessoa! E você não é nada perspicaz! Como pôde sentir o toque de minhas mãos, o meu beijo, o cheiro do meu corpo, e não me reconhecer? Não conhece a mulher que diz amar? - Disse Jana, com tom de reprovação.

        Marla a encarou enrubescida, sentindo-se uma completa idiota.

        -Mas a cor de seus olhos não é a mesma! Eles são verdes! E estão azuis! E você falando no idioma marciano, sua voz muda!

        -Bem, você sabe que podemos mudar a cor de nossos olhos por um mês, fazendo aplicação de corante na pupila. Depois eles voltam à cor normal. Tudo bem, minha voz soa diferente no idioma marciano. Mas, e meu cheiro, meu toque, minha boca? Reconheça, você não é nada perceptiva, Marla!

        Marla encarou-a envergonhada de sua estupidez.

        -Tem razão. Você o tempo todo perto de mim, tocando-me, e eu não a reconheci. Mas devo dizer que você foi uma excelente atriz! Como eu podia associar a meiga Jana à uma mulher forte e cínica como a pantera? Eu achava vocês tão diferentes como água e vinho! Ainda estou boquiaberta com a revelação!

        O olhar de Marla encheu-se de rancor, repentinamente.

        -Você enganou-me, fez-me de idiota! Viu meu sofrimento, minha sensação de culpa, e tripudiou sobre isso!  Como deve ter rido de meu engano!

        Ela a encarou séria.

        -Não, Marla, não ri de você. Eu a enganei sim, mas o que esperava? Você veio para Marte com a intenção de trair-me! Não podia confiar totalmente em você. E dei-lhe a chance de abrir-se comigo, mas você só fez isso quando o general Thor revelou seu verdadeiro plano. Você não confiou em mim, como queria que eu o fizesse?

        Marla baixou a cabeça, reconhecendo as razões de Jana. Mas logo a ergueu e a fitou com um olhar honrado.

        -Eu tinha um compromisso com o meu país. Eu prestei o juramento de fidelidade. Mas nunca teria a frieza de cumprir essa missão até o fim. E quando a conheci, passei a admirá-la. Resolvi seguir minha consciência, que me dizia que sua causa era justa. Apenas necessitava de tempo para comunicar minha decisão ao general. Mas você torturou-me, provocando-me. Por que fez isso, Jana?

        -Acostume-se a chamar-me de Pantera Negra, Marla. Jana não existe. Ela só existia em Worldsea, foi lá que usei essa identidade para esconder minha identidade real. Mas, respondendo à sua pergunta, provoquei-a para testar  seus sentimentos por mim. Se me amasse mesmo, resistiria à tentação. E confesso que esse jogo agradava-me, era um meio de eu tocá-la com carinho sem revelar-me. Mas resolvi acabar o jogo porque agora confio totalmente em seu amor e sei que não vai trair-me. Está aliviada com a revelação?

O olhar da Pantera brilhava com amor e carinho. Marla sentiu seu peito encher-se de alegria e amor. A Pantera apertou-se contra ela, pousando a cabeça em seu peito.

        Ficaram assim por certo tempo, até que Marla afastou-se para fitá-la, sorrindo docemente.

        -Estou aliviada em saber que somente você desperta em mim essa atração louca, esse amor - Disse Marla, fitando-a apaixonadamente - Minha razão não a reconhecia, mas o meu corpo, meus sentimentos, sabiam que Jana e a Pantera eram a mesma pessoa. E reagiam sempre igual, com você na personalidade de Jana ou na da Pantera Negra. E agora gosto mais ainda de você, que reúne a meiguice e inteligência de Jana com a coragem e sensualidade da Pantera em uma só pessoa.

        A Pantera sorriu, acariciando seu rosto com a mão.

        -Eu sou tudo isso, amor. Você só conhecia uma faceta de minha personalidade. Posso ser doce com quem amo e um demônio com meus inimigos.

        -Jana ou Pantera, não importa o nome... eu a amo!

        A Pantera a fitou com paixão nos olhos.

        -E eu a amo tanto, Marla... beije-me.

        Suas bocas se uniram em um beijo cheio de desejo e Marla estremeceu. Afinal, possuir a Pantera era uma coisa nova. Suas línguas se buscaram, se tocando, se sugando, aumentando o desejo. Marla afastou-se um pouco e suas mãos impacientes começaram a despir a Pantera febrilmente. A Pantera também começou a tirar sua roupa entre beijos ardentes, e logo ambas estavam completamente nuas.

Elas se olharam embevecidas, admirando a beleza dos corpos . A Pantera estendeu a maõ e puxou-a para a câmara de dormir. Logo que entraram, se agarraram frenéticas, caindo na cama redonda .

        A Pantera montou nas coxas de Marla, fitando-a sensualmente. As mãos pousaram nos seios de Marla, burilando os bicos rosados, tornando-os duros de excitação. Marla gemeu, pegando-a pelos ombros e a puxando para baixo, para o encontro das bocas em um beijo profundo. Mas a Pantera logo afastou-se, voltando a sentar-se nas coxas de Marla. Ela apertou suavemente os seios de Marla e novamente burilou os bicos duros, olhando-os com desejo.

        -Vou possuí-la, Marla... quero seu prazer na minha boca...

        -Depressa, Pantera... não me faça esperar muito... - Sussurrou Marla, excitadíssima. A Pantera sorriu sensualmente.

        -Paciência é uma virtude, querida... espere...

        E a Pantera debruçou-se e tomou um seio na boca, passando a língua cariciosamente, os dentes mordiscando com cuidado, as mãos apertando suavemente os seios. Foi para o outro e fez o mesmo, estendendo o corpo sobre o de Marla.

        Marla estremeceu de desejo. Aquela boca quente em seus seios, aquele corpo macio e perfumado sobre o seu, a estava deixando louca. Abriu as pernas e envolveu uma das coxas da Pantera entre as suas, apertando-a.

        A Pantera ergueu o torso fitando-a nos olhos,  vendo seu desejo impresso neles.

        -Oh, você já está tão molhada, querida...

        -Jana - ofegou Marla - Estou louca por você, eu a amo...

        -Jana não, meu amor... Pantera... chame-me Pantera.

        -Oh, Pantera... por favor, eu quero mais de você...não posso esperar muito...

        A Pantera desceu pelo seu corpo dando beijos ardentes e tomou seu sexo na boca, sugando o seu ponto de prazer com maestria. Marla gemeu alto e seus quadris se ergueram da cama, numa dança apaixonada. As mãos da Pantera acariciaram suas coxas e quando ela a penetrou, Marla gritou de prazer. Moveu-se alucinada e quando alcançou o êxtase, apertou os ombros da Pantera convulsivamente, gritando:

        -Pantera! Amor! Amo-a!

        Ela subiu pelo seu corpo, depois que as contrações cessaram, e a beijou profundamente. Olhou para os olhos semi-cerrados de Marla com paixão.

        -Eu a possui, amor... sorvi seu gozo para tê-la dentro de mim, correndo em minhas veias...eu a amo... só você pode dar-me esse prazer infinito...

        Marla a abraçou e girou o corpo, colocando-a deitada e subindo sobre ela. Fitou-a nos olhos, apaixonadamente.

        -Agora, eu quem vou possuí-la...

        -Tome-me, Marla... - sussurrou a Pantera - Faça tudo que quiser... quero que me possua com loucura...

        Marla enlouqueceu com aquele apelo. Possuiu a Pantera como ela queria. Possuiu-a em posições que nunca havia praticado antes, arrancando gritos de prazer e gemidos da fogosa mulher que mais a excitavam ainda. A Pantera se contorcia, sacudia-se frenética, dando-se inteiramente a Marla, gemendo fora de si, entregue à poderosa paixão que a dominava.

        -Marla! Amor... isso... possua-me toda... me use... quero que sinta como estou... sinta, Marla...  - Gemia ela, louca de prazer. Ela atingiu o orgasmo com as pernas tremendo, firmemente seguras por Marla. Então caiu na cama, respirando pesadamente, ainda sentindo contrações de prazer cursando seu corpo.

        Marla deitou ao lado dela, envolvendo-a nos braços e beijando a testa suada. A Pantera deitou a cabeça em seu ombro, suspirando.

        -Querida... estou esgotada... como você sabe dar prazer a uma mulher!

        Marla a beijou no topo da cabeça, carinhosamente.

        -Só a você, meu amor... só a você - Sussurrou.

        Ficaram abraçadas trocando ternos carinhos, em um casulo de felicidade. Marla sabia que ainda havia muito a saber sobre a Pantera. Mas por hora, contentava-se em tê-la em seus braços, finalmente encontrando a paz em seu coração por saber que ela e Jana eram a mesma pessoa. Um sono reparador as dominou e adormeceram entre carícias suaves, depois do intenso prazer que provaram.

 

 

 

     Continua na parte 8

 

 

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