PRIMA DONNA
PARTE 9
Petrouska olhou para um dos vários quadros
expostos na Place du Tetre, em Montmartre, onde os artistas plásticos
desconhecidos expunham suas obras para vender. Adorava andar por ali, sentia-se
em seu elemento, junto daqueles pintores. Em vários notava um talento especial
e se surpreendia com o fato desses talentos serem anônimos. Isso também a
amedrontava. Era uma indicação que para se tornar conhecido e se destacar na
pintura não era tão fácil como imaginava. Não bastava ter talento, tinha que
ter a sorte de possuir um bom marchand para comercializar as obras e ter a
sorte de ser notado pela mídia. Vencer em Paris ou em qualquer outro grande
centro de cultura dependia de uma série de fatores.
Ela havia deixado Gina em casa,
ensaiando. Gina estava se preparando para gravar um novo cd com árias de várias
óperas e estava selecionando as que colocaria no cd com o produtor musical. Ela
havia achado melhor não estar presente, porque nessas horas Gina era apenas a profissional concentrada
com o seu trabalho.
Estava com ela em Paris morando juntas
há mais de um mês e estavam vivendo uma tórrida paixão. O conde não tornara a
aparecer e tudo transcorria maravilhosamente. Elas se amavam todas as noites, tinham seus trabalhos, tinham seus
espaços para se dedicarem aos seus trabalhos. Petrouska já havia pintado dois
quadros, muito elogiados por Gina. Ao cair da tarde, costumavam sair para
compras ou passeios, e à noite jantavam no terraço romanticamente olhando as
luzes da torre Eiffel e dos Champs Elisèes. E Petrouska terminava sempre no quarto de Gina, onde dormia depois
de horas de sexo intenso.
Gina havia prometido que quando ela
juntasse uma boa quantidade de quadros,
falaria com um amigo para organizar uma exposição em uma galeria de renome.
Petrouska não queria ser ajudada por Gina,
mas agora via que sem a ajuda dela, nunca passaria de uma pintora anônima, como
os pintores da Place Du Tetre.
Um quadro chamou sua atenção. Diferente
da maioria, que geralmente eram impressionistas, cubistas ou acadêmicos, esse
quadro era de estilo surrealista, mostrando uma mulher nua flutuando no espaço,
em um sono tranquilo, com o planeta Terra ao longe.
Petrouska parou, analisando-o. A
técnica não era tão boa quanto a criatividade. As sombras no corpo estavam
imperfeitas nas pinceladas, mas a idéia do quadro era muito boa.
-Quer comprá-lo? O preço é cem dólares,
mas posso fazer um desconto.
Petrouska voltou-se para olhar a dona
daquela voz suave. Viu diante dela uma moça de mais ou menos sua idade, com uma
jaqueta de preta sobre uma blusa de lã vermelha, calça de couro negro, botas e
um chapéu gracioso sobre os bastos cabelos acobreados e anelados. Os olhos
verdes escuros a fitavam com curiosidade, enquanto sorria gentilmente.
Petrouska sorriu desajeitada.
-Merci, mas não posso comprá-lo –
Declarou – Não tenho todo esse dinheiro comigo e nem teria onde colocá-lo.
A jovem pareceu decepcionada.
-Achou caro? Está bem, eu posso baixar
o preço...oitenta dólares está bom?
-Não é apenas o preço que me impede de
comprá-lo – reiterou Petrouska – Não teria onde colocá-lo, não tenho uma casa
para isso.
O olhar da jovem percorreu suas roupas
caras e a fitou com incredulidade.
-Está dizendo que não tem onde morar?
Petrouska riu.
-Não, não é isso! É que estou hospedada
na casa de uma amiga e a casa já é repleta de quadros de pintores famosos. Não
há lugar para mais um.
A moça sorriu com amargor, baixando o
olhar.
-Entendo...sua amiga jamais colocaria o
quadro de uma desconhecida perto dos seus, de pintores famosos...
-Oh! Não quis dizer isso! – Disse
Petrouska, enrubescendo de vergonha por sua falta de tato – É que a casa não é
minha...a dona tem um gosto diferente do meu...
A moça ergueu os olhos, fitando-a com
um sorriso triste.
-Très
bien... desculpe minha insistência...é que estou aqui a semana toda e
ainda não consegui vender um quadro sequer. E preciso de dinheiro para comer e
pagar o maldito aluguel do meu quarto. Mas, ces’t la vie.
Petrouska
comoveu-se. Aquela moça devia estar tão acostumada a passar privações, que
estava conformada com sua situação. Teve vontade de ajudá-la. Não conhecia o
lado duro da vida, mas podia imaginar como era horrível. Aquela garota podia
ser ela, se não fosse a ajuda de Gina. Sentiu uma profunda identificação com a
garota.
-Ecoute moi...se não se ofender, posso
pagar um almoço para você em um restaurante que não seja muito caro...aceita
almoçar comigo?
A garota a fitou surpresa e
desconfiada.
-Pagar-me um almoço? Por que?
-Porque também sou uma pintora e quero ajudar à uma colega de profissão.
Além de admirar seu quadro, simpatizei com você. Então, aceita?
Ela a fitou admirada, sorrindo. Tinha
um belo sorriso, os dentes perfeitos e brancos.
-Você não é desse mundo! Oferecer um
almoço à uma estranha! Mas, aceito! Não posso me dar ao luxo de recusar um
convite desse! Espere um momento...
Rapidamente, a moça desarmou o tripé
que sustentava o quadro, fechou-o, colocou o quadro sob o braço e acenou com o
tripé na mão, sorrindo.
-Vamos? Estou pronta.
-Vamos – Respondeu Petrouska – Onde
gostaria de comer?
-Oh, no Maxin’s, de preferência!
Petrouska riu.
-Terá de contentar-se com bem menos.
Estou apenas com cinquenta euros no bolso.
A moça começou a andar ao seu lado,
fitando-a atentamente. Eram da mesma altura.
-Estava brincando. Conheço um
restaurante perto daqui, La Mére Catherine, que a comida é muito boa e barata.
Com menos de cinquenta euros comeremos bem.
-Ótimo, vamos lá.
Petrouska a fitou disfarçadamente. Era
bonita. Um perfil gracioso, de nariz ligeiramente arrebitado, uns lábios cheios
e bem torneados, os olhos expressivos. Como uma moça tão bonita estava passando
dificuldades para pagar o aluguel e sua comida? Porque devia ser honesta, senão
ganharia dinheiro se prostituindo.
A moça apontou o restaurante do outro
lado da rua.
-É ali.
Petrouska olhou. Era um pequeno
restaurante com paredes e toalhas vermelhas nas mesas que ficavam sob um toldo
na calçada. O interior parecia escuro, mas era simpático o local.
A moça a pegou pela mão e a puxou,
atravessando a rua. Petrouska sentiu um arrepio à aquele contato e
preocupou-se. Como podia sentir isso por uma desconhecida, se amava Gina?
Pararam diante do restaurante e a moça
largou sua mão, sorrindo.
-Prefere ficar aqui fora, ou lá dentro?
– Perguntou a moça.
-Lá dentro deve estar menos frio.
-Então, venha – Disse a moça,
avançando.
Se sentaram em uma mesa no canto. Eram
onze horas da manhã e o restaurante ainda estava quase vazio, o que permitiu que
fossem logo atendidas. O garçon trouxe o menu e sorriu para a moça.
-Bom Jour, Cris. Vejo que já vendeu um
quadro hoje – O garçon disse, sorrindo.
A moça sorriu para o homem alto e
magro, de cabelos grisalhos rareando nas têmporas.
-Que nada, Pierre! Não tive essa
sorte. Mademoiselle quem vai pagar meu
almoço – Disse, indicando Petrouska com a mão.
Ele fitou Petrouska com curiosidade.
-Uma nova amiga, Cris? Meus
cumprimentos, mademoiselle. O que vão escolher?
Cris olhou para Petrouska.
-Pode escolher, eu gosto de qualquer
prato daqui.
Petrouska sorriu, timidamente.
-Escolha você, que conhece a comida
desse restaurante. Confio em seu bom gosto.
Cris sorriu e falou com confiança ao
garçon:
-Pierre, dois casoulet e uma garrafa de
vinho.
O garçon assentiu e foi tratar dos
pedidos. Cris olhou para Petrouska com um sorriso divertido.
-Ele pensou que você é uma amiga minha.
E na verdade, nem nos apresentamos. Meu nome é Christienne Sardu, mas prefiro ser
chamada de Cris, simplesmente.
-O meu é Petrouska Vonsky.
Ela a fitou com admiração.
-Petrouska Vonsky! É um nome russo.
Você é russa?
-Sim.
-Existe um balé de Stravinsky com esse
nome.
-Exato. Minha mãe deu-me esse nome porque era o seu balé predileto.
-Logo que a vi, achei que era
estrangeira. Seus traços são eslavos.
Em poucos instantes, a comida chegou,
em uma tijela fumegante, pão e uma garrafa de vinho. O garçon encheu as taças e
Cris ergueu-a, fitando Petrouska sorridente.
-Ao nosso conhecimento, Petrouska!
Salut!
-Salut! – Respondeu Petrouska, sorrindo
também.
Cris tomou um gole e estalou os lábios
de prazer.
-Ah, um vinho com esse frio é muito
bom!Há tanto tempo não tomava vinho! Obrigada, Petrouska!
Petrouska sorriu timidamente.
-É um prazer poder proporcionar à você
esse pequeno prazer, Cris.
Cris se serviu do casoulet e começou a
comer com apetite, acompanhando com
fatias de pão. Petrouska percebeu que ela estava faminta e se comoveu. Pegou
uma porção mínima, apenas para acompanhá-la. Não estava com fome.
Cris esvaziou o prato rapidamente e
olhou para ela.
-Não vai repetir? –Perguntou, olhando
para a tijela, que ainda tinha comida.
-Não, pode comer . Estou sem fome -
Disse, mostrando seu prato quase intocado.
Cris despejou o resto da comida em seu
prato e comeu rapidamente. Petrouska desviou o olhar, constrangida, fingindo
prestar atenção na entrada do restaurante. Cris acabou de comer e passou o
gardanapo nos lábios, fitando-a parecendo envergonhada por sua gula.
-Você disse que está hospedada na casa
de uma amiga...então, não reside em Paris, não é?
-Certo. Eu residia em Gèneve. Mas agora
vou fixar residência aqui.
-Vai ficar lá provisoriamente, ou em
definitivo?
Petrouska a encarou pensativa. Ela era
uma estranha. Não tinha porque falar de sua vida ou planos à ela. Mas isso também a deixava à
vontade para desabafar. Era uma pessoa
que a ouviria, mas depois não se veriam mais. Uma ouvinte que não tinha nada
com sua vida e a opinião dela não a afetaria. Olhou aquele rosto que a fitava
confiantemente, como só os jovens confiam, e respondeu:
-Não sei se vou ficar lá por muito ou pouco tempo. Nós estamos
iniciando um relacionamento, mas temos problemas de confiança.
O olhar de Cris brilhou com uma chama
de entendimento.
-A sua amiga... vocês são amantes?
A pergunta franca de Cris não a abalou.
Na verdade, sentiu-se aliviada por finalmente ter alguém com quem falar seu
problema íntimo.
-Sim. Há mais de um mês.
O olhar de Cris a percorreu
especulativo.
-Eu imaginava algo assim, quando a vi.
Você me olhou de uma forma que uma mulher normalmente não olha outra. E
ofereceu para pagar meu almoço. Olha, se está pensando que vou pagar essa comida
com sexo, está enganada!Não gosto de mulher, tenho um namorado que amo e...
Petrouska ficou vermelha e contestou,
em tom ofendido:
-Eu não quero nada de você! Está
enganada, eu amo a mulher que tenho! Eu apenas quis ajudar você, mas se está
com pensamentos errados sobre mim, au revoir!
Petrouska se ergueu, pegou todo seu
dinheiro e jogou sobre a mesa e saiu com passadas furiosas.
Ela ouviu Cris gritando para esperar,
mas não parou. Estava andando há uns cinco minutos quando foi agarrada pelo braço
e puxada. Ela se voltou, vendo Cris a fitando respirando em longos austos.
-Pour Dieu! Você anda rápida,
Petrouska! – Disse, cansada.
Petrouska a fitou friamente.
-O que deseja?
Cris respirou fundo, soltando seu
braço. Olhou-a encabulada.
-Eu...quero pedir desculpas...eu fui
ingrata e preconceituosa. Você foi legal comigo, e retribuí cuspindo no prato
que comi. Perdoe-me... é que já recebi a “cantada ” de uma lésbica metida a conquistadora, que me convidou
para jantar.E por isso, achei que você era como ela.
Petrouska a encarou, ofendida.
-Meu Deus, Cris! Eu não sou nenhuma
conquistadora de mulheres! Eu até bem pouco tempo era virgem! A mulher com quem
estou foi a primeira pessoa com quem tive sexo!Jamais iria cantar você apenas
porque paguei um almoço para você! Apenas quis fazer uma gentileza!
-Eu sei! Agora eu sei! Peço mil
desculpas! Petrouska, queria tanto que me desculpasse e esquecesse o que eu
disse!
Petrouska olhou pensativa para a moça.
Ela parecia sincera, o olhar implorando. Sorriu.
-Está bem. Vou esquecer.
Cris sorriu, os olhos
brilhando.Estendeu a mão.
-Então, amigas?
Petrouska apertou a mão dela.
-Amigas.
Sentaram na mureta que ladeava o rio Seine
e conversaram sobre arte e sobre suas vidas. Cris contou que havia fugido de casa aos doze anos, a mãe
tinha um amante que queria abusar dela. E confessou que já havia ido para a
cama com uma mulher, mas não havia sentido nada.A mulher era bem masculinizada e havia sido bem violenta,
querendo usar contra a vontade de Cris um membro artificial e ela saíra do
hotel correndo.
Petrouska a fitou de cenho franzido.
-Puxa! Deve ter sido mesmo horrível, eu
nunca me submeteria a uma coisa dessa. Sexo tem de ser feito com muita paixão e
amor, e deve ser consensual. Não é à toa que não gostou.
Petrouska olhou para seu relógio de
pulso e se assustou. Três da tarde! Gina já devia ter acabado o ensaio e estava
esperando-a . Olhou para Cris, descendo da mureta.
-Tenho que ir. Gina deve estar
esperando-me.
Cris sorriu, a imitando.
-Ah, o nome da sua amante é Gina? Belo
nome. Ela faz o que na vida?
Petrouska hesitou. Não havia falado
quem era sua amante, nem o que fazia na vida. Não achava certo falar sobre
Gina, ela era conhecida e tinha de ser preservada. Só falara sobre sua vida na
orquestra de seu pai à Cris, seu desejo de ser pintora, mas sem muitos
detalhes.
-Prefiro não falar, Cris. Não posso
expor a vida dela, não é certo.
-Tudo
bem, Petrouska. Entendo. Eu a verei de novo?
-Claro, sempre virei aqui ver os
quadros. Você expõe aqui todos os dias?
-Todos os dias que a feira abrir,
estarei aqui.
Petrouska estendeu a mão. Cris a ignorou
e deu dois beijos rápidos no seu rosto, no cumprimento francês.
-Até outro dia, Petrouska. Adorei
conhecer você – Disse ela, se afastando.
Petrouska a ficou olhando afastar-se.
Ela parou, se voltou e veio correndo.Colocou nas mãos de Petrouska o quadro
dela, fitando-a com um sorriso.
-É para você. Se não tiver onde
colocar, jogue fora.
-Cris! – Tentou protestar Petrouska .
Ela acenou e saiu correndo.
Petrouska sacudiu a cabeça sorrindo e
fitou o quadro. A assinatura era simples, apenas Sardu.
LLLLLLLLLLLLLLLL
Quando chegou ao apartamento de Gina, a
encontrou discutindo com o produtor musical e o maestro Luca Pierangeli, em sua
sala de música. Ela sorriu e disse para o produtor:
-Chega, por hoje. Amanhã encontro com
vocês no estúdio, para o início das gravações.
O maestro e o produtor se despediram de
Gina e saíram, depois de combinarem a hora. Ela foi levá-los até a saída e
Petrouska foi à copa, pegar um suco de
frutas.
Gina veio ao seu encontro e beijou Petrouska levemente nos lábios, em
seguida pegando seu copo e dando um
largo gole.
-Hummm...delícia! – Disse, sorrindo.
-Meus lábios ou o suco de pêssego? –
Perguntou Petrouska, sorrindo.
-Os dois. Aproveitou bem o passeio, Pet?
– Perguntou Gina, espremendo seu corpo contra o de Petrouska, enfiando sua coxa
entre as coxas da loura e beijando-a no pescoço.
-Sim. Fui até a Montmatre ver a feira
de quadros – Respondeu Petrouska, percebendo que Gina estava desejando ter sexo
com ela. Já conhecia o jeito dela demonstrar isso. E seu corpo foi tomado de
excitação só em pensar em ter Gina em seus braços. Gina gostava de possuir, mas
quando se entregava, era uma coisa louca!
A mão de Gina acariciou seu seio por
cima da blusa.
-Vi um quadro no hall de entrada. Por
que comprou o quadro de uma pintora desconhecida? – perguntou Gina, mordiscando
o lóbulo de sua orelha.
-Não comprei. Ganhei de presente –
Respondeu Petrouska, envolvendo os braços no pescoço de Gina, movendo os
quadris sensualmente.
Gina afastou-se bruscamente e Petrouska
quase caiu, estando apoiada nela. Gina a fitou com os olhos congelados.
-Ganhou?! De quem?
Petrousaka ingenuamente contou tudo,
como conheceu Cris, que a havia convidado para almoçar, o que haviam
conversado. Gina a ouvia com aquele olhar que tanto detestava nela, enigmático.
Mas quando terminou, os olhos se estreitaram, como um olhar felino. Ela
contraiu os lábios numa espressão de desgosto e Petrouska a fitou surpresa.
-O que há? Fiz algo errado?
Ela cruzou os braços e a fitou
acusadoramente.
-Quer dizer que você conheceu uma
garota na rua e pagou um almoço para ela? E depois de revelar que é gay, ela
lhe deu um quadro de presente? Oh, você não fez nada demais! – Comentou,
ferina.
Petrouska a fitou surpresa, não sabendo
se ficava ofendida ou feliz, ao perceber que Gina estava com ciúmes dela.
-Gina, está com ciúmes? Ouça, se eu
estivesse com alguma maldade nesse conhecimento, não teria contado tudo à você!
Teria inventado que comprei o quadro!
-Você contou porque é cínica!Como teve
coragem de expor sua vida para uma estranha? Queria mostrar o que gostava, para
adiantar logo as coisas? Para ver se ela aprovava esse tipo de relação?
-Gina! Nem pensei nisso!Só tive pena dela!
Ela disse que estava sem dinheiro para comer e pagar o aluguel do quarto e
eu...
-Chega! Não quero ouvir mais nada! E
aquele quadro, não o quero em minha casa! Dê a alguém, venda, jogue fora, mas
não o quero aqui!
Gina, está exagerando! Não vou desfazer-me
do quadro porque você está com idéias erradas! Vou guardá-lo em meu quarto.
Você não disse que temos de preservar nossa individualidade? Que tem o direito
de ter seus amigos e eu, os meus? Pois arranjei uma amiga também! Nossos
direitos são iguais!
Gina empalideceu e a fitou com um olhar
furioso.
-Muito bem, Petrouska, você quis assim!
– Disse, saindo da sala com passadas largas.
Petrouska sentou no sofá, sentindo-se
arrasada. Como podia imaginar que Gina iria ficar com ciúmes de um simples
conhecimento que fizera? Realmente, havia sido ingênua. Estava aprendendo a
viver, a ver que nem sempre devia ser totalmente sincera, as pessoas preferiam
ouvir mentiras, palavras que fossem de acordo com o que desejavam. Nem tudo que
lhe falassem devia dizer para uma ciumenta parceira, para evitar atritos como o
que havia acontecido.
Pegou o quadro no hall e o levou para
seu quarto. O colocou numa prateleira alta do closet, para Gina não ver. Não
tinha coragem de jogá-lo fora, nem de vender. Havia sido um presente de uma
garota que o fizera com dificuldade.
Pensou em ir procurar Gina e tentar
fazer as pazes. Mas achou melhor esperar ela se acalmar. Foi para o banheiro e
tirou sua roupa. Entrou no box e abriu as torneiras, deixando a água tépida
cair sobre seu corpo, relaxando-a.
Acabou seu banho meia hora depois e
vestiu um roupão de banho, indo até a cozinha para tomar água. Abriu a
geladeira e olhou indecisa para uma jarra de suco, quando sentiu duas mãos
pousar em seus ombros. Voltou-se assustada, vendo Gina vestida com um robe de
seda negro, fitando-a com evidente desejo.
-Você assustou-me – Disse, Petrouska, quase sem voz.
Gina a fitou com um um olhar de raiva
contida e mágoa.
-Oh...agora eu assusto você... até
conhecer essa garota, eu não provocava isso.
Petrouska estendeu a mão e acariciou o
rosto de Gina, fitando-a com amor.
-Eu a amo, Gina. Como pode duvidar
disso? Eu fui sincera com você, porque não tive nenhuma maldade com esse
conhecimento. Mas se não acredita em mim, não vejo outra solução a não ser ir
embora dessa casa. É isso que quer?
Gina a fitou em silêncio por um
instante e então a abraçou com força, estreitando-a contra os braços fortes.
-Não! Você não pode fazer isso, Pet,
porque eu a amo! Você é minha! Só minha!
Petrouska se apertou contra ela, numa
entrega total.
-Sim, eu sou sua, Gina... não duvide
disso, eu a amo demais!Eu só quero você! Acredite, por favor!
Gina a beijou com paixão, um beijo que
exigia, que mostrava que era sua dona. Petrouska retribuiu entusiasticamente,
sentindo as mãos de Gina pegar suas coxas e a levantar do chão. Petrouska
rodeou a cintura dela com as pernas e seu pescoço com os braços, suas bocas se
sugando, as línguas se acariciando, em um beijo profundo.
Gina deu alguns passos e a colocou
sentada sobre a mesa da cozinha, empurrando-a suavemente para trás com seu
corpo, sem deixar de beijá-la. Com suas coxas entre as de Petrouska, o robe
abriu, desnudando coxas e sexo da loura.A mão de Gina desceu e tocou o sexo
úmido de excitação de Petrouska com as pontas dos dedos. Gina gemeu quando
Petrouska ergueu os quadris, buscando mais contato. Ela afastou-se para fitar o
rosto da loura, que estava vermelho de excitação.
-Quero possuir você agora,
Pet...penetrar em você até o fundo... – Disse, com voz rouca de desejo – Prove
que é minha...
Petrouska a fitou com fogo no olhar.
-Venha... penetre em mim...com
força...até onde puder...
-Dio mio! Oh, Pet! Você me deixa
louca!
Gina abriu seu robe e expôs o dildo que
trazia preso ao seu corpo. Ela o pegou na mão, dirigindo-o para a vulva molhada
de Petrouska, esfregando-o até o objeto ficar molhado com a doce umidade do sexo. Petrouska gemia,
movendo o corpo em desespero, os olhos nos olhos de Gina.
-Oh, Gina! Não demore...venha...ou eu
mesma vou me satisfazer!
-Então, toque-se... para eu ver...
Petrouka pousou a mão em seu sexo,
tocando seu clitóris com os dedos, massageando em movimentos circulares,
ofegando:
-Depressa...penetre-me, Gina!
-Oh, Pet! – Disse Gina, segurando o
dildo e o dirigindo para a entrada da vagina de Petrouska. Ela empurrou em um
movimento dos quadris e apertou-se o máximo que pôde, com Petrouska dando um
grito de prazer. Ela ficou imóvel, apertando-se, até Petrouska se acostumar com
a invasão.
Então, começou a se mover com movimentos
firmes, em um entra-e-sai que fazia Petrouska tremer, as pernas envoltas em sua
cintura, erguendo ao quadris para satisfazer cada estocada. Ela fechou os olhos
e começou a estremecer, gemendo enlouquecida. Suas mãos apertaram os braços de
Gina e ela soltou um grito, paralizando o corpo com os quadris erguidos em um orgasmo violento, que a arremessou nas
nuvens.
Gina
deitou a cabeça sobre seu seio, respirando fundo.
-Pet,
você é minha...só eu posso amar você assim...
Petrouska
acariciou os cabelos de Gina, espalhados em seu tórax.
-Eu
sei, meu amor...e agora, eu também quero retribuir o prazer imenso que me
deu...
Gina
ergueu o rosto, fitando-a sorridente.
-Ainda
bem que disse isso, porque estou quase pegando fogo!
-Venha
cá, minha amazona fogosa...
E lá se foi a tarde e a noite...
Continua na parte 10
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