Comecei a acariciar seu ventre e deslizei por sua virilha... Ela
estremeceu inteira e se abriu para mim... Desabotoei sua calça e
pude sentir o calor vindo de seu sexo, que pulsava por meus toques... Parei
de beijá-la e olhei em seus olhos, fechados de prazer, eles se abriram
e então pude notar que ela era toda minha, estava entregue... Eu
não precisava de palavras, ela me dizia o que fazer com seu olhar...
Tirei sua calça a ponto de poder abri-la, me pus em cima dela novamente
e nos beijamos... Eu sentia ela ir ao êxtase a cada vez que nós
roçávamos, ela estava deliciosa, me abraçava e prendia
seu rosto em meu pescoço, ora me beijando, ora sem forças
para isso... Em meio a um beijo, coloquei meus dedos entre nossas bocas,
fazendo com que ela o beijasse também, ofereci meu dedo a ela e ela
o mordeu, beijou, o deixou suficientemente molhado, delicioso... Coloquei
meu dedo em minha boca e fiz o mesmo, tirando ele e comecei a beijá-la
novamente... Foi quando a abri com minhas pernas e comecei a tocar seu grelinho
com meu dedo úmido... Ela estava deliciosamente molhada para mim,
quase me engoliu quando me sentiu tocar seu clitólis, ela sugava
minha língua com uma voracidade igual à que queria que eu
a tocasse... Comecei por fora, brincando por entre as curvinhas de seu sexo,
quando ela não agüentava mais e pediu para que eu a comesse,
meti dois de meus dedos dentro dela e comecei a mexer, no começo
devagar, depois mais intensamente, ela não agüentava mais de
tesão, quando tirei meus dedos dela e comecei a tocar seu grelinho
inchado e ela explodiu em um gozo maravilhoso, puxando meu cabelo e fincando
suas unhas em minhas costas... Ela estava sem fôlego, quase desfalecida
em meus braços, quando recomecei a beijá-la... Desci meus
lábios até seu ventre, percorri com minha língua por
sua barriga, virilha, até que encontrei o mais saboroso de todos
os néctares que eu havia provado até então... Nossa,
nunca pude imaginar que ela teria um gosto tão delicioso assim...
Era demais... Quanto mais eu a chupava, mais sedenta daquele néctar
eu ficava... Comecei a chupá-la e a comê-la ao mesmo tempo,
vi que ela estava próxima do gozo e aumentei meus movimentos, ela
não suportou mais e gozou em minha boca... Um gozo delicioso, com
um gosto de prazer em meus lábios que eu não sabia explicar...
Era tudo mágico ali... Nós estávamos entregues uma
à outra, realizando tudo o que mais queríamos desde que nos
conhecemos... Era demais... Era tão maravilhoso que nos parecia sonho...
Amantes...
Era demais pra mim. Eu tinha acabado de fazer amor com a pessoa
que eu mais temia, eu tinha medo de mim mesma até então...
Medo do que eu poderia me tornar se me entregasse a esse sentimento devastador,
no entanto, estava ali, entregue, com o gosto dela em meus lábios,
sedenta por seu prazer... Eu nunca havia pensado no prazer de outra pessoa,
senão o meu próprio até então, mas ali, o meu
prazer era ver ela gozar pra mim. E como ela era linda gozando... Sua face
ficava rubra feito o mais lindo botão de rosa, suas expressões
de prazer me entorpeciam, me faziam esquecer todas as minhas preocupações,
todos os meus medos...
Ela se entregou por completo para mim. Depois do gozo, me abraçou
sem força, quase desfalecida, olhou profundamente em meus olhos,
sorriu... Jamais havia visto aquele sorriso dela. Ela sempre desviara o
olhar quando sorria pra mim, nunca pude ver os olhos dela diretamente nos
meus, ate mesmo porque eu também sempre desviei meus olhos, mas ali
ela me olhava e eu lia em seu olhar todo o amor que ela tinha... Deus! Se
eu tivesse visto aquele olhar em outro momento, não teria acumulado
tanto medo dentro de mim. Tanto medo de amar aquela mulher, aquela menina
que eu transformara em uma mulher maravilhosa.
Ela me olhava, decorava meu rosto com a ponta de seus dedos e
num suspiro, me abraçando forte, me disse: "Nunca mais me deixa
ficar com medo dos seus olhos, Rapha.". A abracei forte, beijei sua
testa e falei "Não, Iza, você nunca mais terá medo
deles, assim como eu nunca mais terei medo de me perder no verde dos seus...".
E nos beijamos... Seu beijo era macio, sugava meus lábios de uma
maneira tão pura, tão apaixonada que eu poderia ficar eternamente
ali, deitada na grama, sobre uma jaqueta de couro, com capacetes e mochila
jogados em volta, sem ter medo de nada. Izabela era minha. Seu corpo e sua
alma pertenciam a mim.
Quando demos conta do horário, já estávamos
ali há quase duas horas e só nos demos conta que havia um
mundo ao nosso redor, quando o celular da Iza tocou e era minha mãe.
Iza, que era sempre muito simpática com minha mãe, disse que
havia me raptado, que tínhamos ido passear de moto e acabamos ficando
pra ver o início da noite em uma praça, perguntou a minha
mãe se ela se importaria que eu passasse a noite com ela, visto que
já estava noite para ficar rodando sozinha de moto, minha mãe
consentiu, Iza ligou para sua casa e avisou que passaríamos a noite
fora.
A noite de amor
Iza se vestiu novamente, seu corpo era lindo. Ela se arrumava
e me olhava com um olhar terno, a cada minuto me dava um beijo, minha vontade
era de recomeçar o amor novamente, mas não podíamos,
já era tarde e precisávamos ir... Teríamos a noite
inteira para conversarmos. E tínhamos muito a conversar, só
não sei se conseguiríamos...
Iza me perguntou se eu me importava em passar a noite na casa
de umas amigas dela, que ela vivia escondendo de mim, disse que não
tinha problema, que eu queria apenas poder estar com ela sem medo... Subimos
na moto e fomos para o outro lado da cidade. Dessa vez eu não tinha
mais medo de abraçá-la, passávamos pelo meio dos carros,
brincávamos, eu abraçava seu ventre, sentia seu perfume, passava
minhas mãos pelas suas pernas, era tudo delicioso. Quando parávamos
a moto nos sinais, Iza segurava minha mão, ora as acariciava com
as mãos, ora levava até seus lábios e as beijava...
Como era bom sentir o calor dos lábios de Iza em meus dedos...
Chegamos na casa de Carol tarde, conversamos um pouco, ainda sem
dar muita pinta, apesar de Carol também ser entendida e saber que
Iza tinha neuras a respeito de sua sexualidade e supria um amor platônico
por uma amiga da faculdade, conversamos e Iza me apresentou como a amiga
de faculdade, Carol a olhou com um olhar de espanto, mas disfarçou,
Iza perguntou se podíamos passar a noite ali, pois precisávamos
conversar um pouco, Carol ficou meio perdida, disse que só havia
um quarto com cama de casal, Iza disse que não teria problemas, que
iríamos conversar a maior parte do tempo, não teríamos
tempo de dormir. Carol estava preocupada, chamou Iza em um canto pra aconselhá-la
a ter calma, mas Iza apenas riu e disse que estava tudo sobre controle,
que estava apenas precisando conversar comigo.
Fomos para o quarto, sentei na cama enquanto Carol falava com
Iza, quando Carol foi dormir, Iza fechou a porta com a chave, ligou o rádio
baixinho, tocava Ana Carolina baixinho, ela pulou em cima da cama e disse
que sempre lembrava de mim quando ouvia aquela música e eu por outro
lado já havia passado madrugada conversando com Iza na Internet ao
som de Ana Carolina, muitas vezes chorando ao ouvi-la falar do menino que
ela gostava... Quando falei isso pra ela, ela disse que não existia
menino nenhum, que tudo o que ela falava era de mim, que ela sentia tudo
aquilo por mim, mas não tinha coragem de falar...
Ficamos mudas, nossos olhos conversavam sozinhos, sem depender
de nossos corpos, nossas mãos se tocaram, nossos braços nos
envolveram, as mãos começaram a percorrer nossos corpos com
uma fúria incontrolável, nossas bocas pareciam dois animais
com vontade própria, parecendo que íamos nos engolir de desejo.
Arranquei sua jaqueta, coloquei minha mão pela sua blusa
e desabotoei seu sutian, tendo seus seios todos em minhas mãos, ela
começava a suspirar, a respirar de uma forma tão ofegante
que me enlouquecia. Paramos de nos beijar, ela me olhou nos olhos com um
sorriso malicioso que eu nunca tinha visto antes, tirou sua camiseta sem
desviar seus olhos dos meus. Fiquei paralisada, ela era linda, uma alvura
maravilhosa, os seios durinhos, lindos, aqueles biquinhos rosados, durinhos
de tesão, me deixava louca... Ela tirou seus tênis, abriu sua
calça e começou a abaixá-la bem de frente pra mim,
como se oferecesse seu corpo inteiro para eu a possuir. Não agüentei,
tirei minha camiseta e meu sutian, arremessei longe meu tênis, puxei-a
para cima de mim na cama, e rolei por cima dela. Comecei a beijar cada pedaço
de seu corpo, ora beijava, ora lambia, seus seios era deliciosos e seus
gemidos, faziam eu ficar mais excitada a cada momento.
Eu não agüentava mais, precisava dela, precisava tê-la,
precisava de seu prazer, de seu gosto em mim, de seu gemido, de seus gritos,
de sua respiração, de seus arranhões, mordidas, precisava
dela naquele momento...
Entrei com minha mão por sua calcinha, ela estava deliciosamente
molhada, meus dedos escorregavam quase sem alcançar sua pele, tamanho
era seu tesão, tirei sua calcinha, deixei-a nua pra mim, ela ali,
deitada nua só pra mim, tirei minha calça, fiquei apenas de
calcinha sobre ela, roçando meu sexo no dela, ela me molhava com
seu líquido, aquilo me excitava muito, era delicioso sentir minha
coxa inteira molhada pelo tesão dela, ela começou a me puxar
mais para perto de si, arranhava minhas costas a cada movimento que eu fazia,
mordia meu ombro, ora com força, ora sem força alguma, ela
dizia coisas sem sentido, que me deixavam louca, beijava minha orelha com
um beijo molhado, que me fazia sentir meu líquido jorrando de mim.
Senti que ela estava no auge da excitação, que poderia
gozar em minha coxa até, mas eu queria vê-la gozar forte, me
afastei, recomeçando a beijar seus seios, dessa vez mais intensamente,
em certo momento, mordi com força e ela deu um gemido delicioso,
implorando que eu a comesse...
Desci até sua bocetinha e estava molhada, tomei aquele
líquido com uma sede insaciável, mas antes de penetrá-la,
a coloquei de quatro para mim, primeiro beijei suas costas e bumbum, então
comecei a roçar meu sexo contra ela. Quando ela não agüentava
mais, a penetrei com dois de meus dedos molhados por ela mesma. Comecei
a movimentar meus dedos e me esfregar nela, com uma mão eu a comia,
com a outra, segurava seus cabelos, a ponto que eu pudesse ver cada expressão
de prazer e como ela gemia, gemia e rebolava em minha mão, como se
fosse enlouquecer de prazer.
Estávamos entregues ao nosso prazer. Os movimentos dela
pareciam saber cada ponto do meu corpo para me dar prazer, me vi próxima
ao gozo quando ela começou a gemer mais forte e mexer mais enlouquecida
em mim, foi nesse momento que explodimos juntas em um gozo delicioso...
Eu e ela gozamos, um gozo forte, intenso, delicioso!
Ficamos exaustas, fora tudo muito intenso. Deitei ao seu lado
e ela deitou sua cabeça em meu braço, me abraçou forte
e pude sentir seu coração bater rápido, ainda se recompondo
do gozo. Ficamos assim por alguns momentos, quando ela levantou sua cabeça,
me olhou no fundo dos olhos e disse: "Eu te amo, Rapha. Nunca pensei
que sentiria algo tão maravilhoso assim com alguém. Você
me fez ir ao céu, me fez sair de mim, me entregar inteira a você.
Só com você eu sou assim. Eu sou tua, meu amor. Eu te amo!".
Com os olhos marejados, sorri e respondi apenas: "Nada vai nos separar,
meu amor. Eu amo você e agora somos uma pessoa apenas.". E nos
beijamos em um beijo apaixonado. Um beijo onde podíamos sentir nossas
almas se tocarem, se unirem em uma apenas. Não precisávamos
mais de palavras. Sabíamos que tudo entre nós era recíproco,
nossas vontades, sonhos, desejos... Eu não precisava dizer o que
sentia desde nosso primeiro encontro, pois agora sabia que o mesmo acontecera
com ela. Não precisávamos de palavras, nossas almas conversavam
através de nossos olhos e do encontro dos nossos lábios.
Eram quase quatro da manhã e ainda estávamos ali,
nuas sobre a cama, abraçadas, trocando olhares e beijos, quando resolvemos
tomar um banho, o calor era quase insuportável, não sabíamos
se suávamos de amor, ou se realmente estava calor... Entramos no
chuveiro abraçadas, tomamos banho juntas, ela era linda e eu percorria
com minha mão por todo o seu corpo alvo, beijava cada pedacinho dela
sobre a água... Como desejava aquela mulher, mas era um desejo diferente
de todos, era como se de fato, ela fizesse parte de mim...
Tomamos banho e voltamos para a cama, onde adormecemos nuas, abraçadas,
entrelaçadas e apaixonadas, uma sentindo a respiração
da outra, com os lábios quase colados...
O amanhecer...
Acordei com o brilho do sol que entrava pelas frestas da cortina,
Izabela ainda dormia em meus braços, feito um anjo, linda com os
lábios semi-abertos. Era a visão mais angelical que eu já
tinha visto em minha vida. Passei minha mão pela sua cintura e a
abracei, dei um delicado beijo em seu lábio e voltei a repousar minha
testa junto dela, seu perfume era delicioso, era inacreditável ver
como ela era minha naquele momento, ela estava toda entregue a mim, éramos
apenas uma naquele instante.
Fiquei admirando seu rosto até que o vi se contraindo,
ela despertava de uma maneira linda, que me fazia ficar mais apaixonada
a cada movimento. Antes mesmo de ela abrir os olhos, ela se mexeu, colou
seu corpo em mim, me abraçou mais forte e continuou dormindo, em
alguns segundos, a vi abrir seus olhos, mas não olhou para meu rosto,
apenas olhou para meu seio, suspirou como se respirasse mais forte, sorriu,
me abraçou forte, olhou em meus olhos sorrindo e me beijou, um beijo
delicioso, ainda com sono, a abracei e começamos a nos beijar silenciosamente,
sem palavras.
Quanto mais nos beijávamos, mais algo dentro de nós
aumentava, era uma necessidade de amar, uma necessidade de sentirmos que
éramos apenas uma. Sem pronunciarmos palavra alguma, sentíamos
nossos corpos começarem a queimar de paixão e nosso beijo
se intensificar a cada movimento. Nossas línguas se entrelaçavam
e ela começava a sugá-la de uma forma que me chamava para
possuí-la. Ela estava deitada sobre mim, começando aqueles
movimentos que me enlouqueciam cada vez mais, eu podia senti-la molhada,
quente sobre minha coxa e o mesmo ela sentia quando encostava em mim. O
primeiro barulho que ouvimos aquela manhã foi o de nossas respirações
começando a ficarem ofegantes com a dança de nossos corpos,
as primeiras palavras pronunciadas, foram em meio a gemidos, enquanto ela
puxava meus cabelos, apertando mais seu corpo contra o meu e gemia dizendo
que me amava. Nosso olhar mais demorado foi o que trocamos quando gozávamos
juntas, um olhar apaixonado que dizia tudo o que não tínhamos
fôlego para falar. Depois de fazermos amor, Iza continuou deitada
sobre mim, beijando meu pescoço, seios e deitando sobre eles. Era
maravilhoso sentir o peso dela sobre mim. Parecia que só ali eu estava
completa, antes parecia que havia um vazio em mim, mas Iza completou esse
vazio.
Já era hora de levantarmos, ouvíamos Carol pela
casa... Tomamos banho juntas, fizemos amor embaixo d�água, nos amamos
sem pressa, sentíamos a água tentar entrar no meio de nosso
beijo, era delicioso. Como eu estava feliz!
Saímos do quarto tão felizes, que Carol só
conseguiu dizer: "Bom dia meninas. Conseguiram conversar?", nosso
sorriso e nosso olhar respondeu todas as perguntas que ela não tinha
feito. Iza passou a mão em minha perna, sorriu me olhando no fundo
dos meus olhos e disse: "Conversamos, sim Ca. Tivemos a conversa mais
linda de nossas vidas...". Carol sorriu e disse que estava estampada
em nossos olhos a felicidade que estávamos sentindo. E meu coração
concordava com isso, não deixava eu tentar disfarçar toda
a paixão que eu sentia por Iza e eu não queria disfarçar,
queria gritar para o mundo que amava aquela mulher.
A declaração
Enquanto tomávamos café, Iza começou a rir
do jeito de Carol, ela estava inquieta, curiosa, mas não conseguia
perguntar as coisas... Então Iza começou a contar tudo o que
aconteceu desde a noite anterior. Carol não acreditava que tínhamos
feito tanta loucura, que começamos algo sem ao menos sabermos uma
da outra, mas disse ter ficado feliz por termos encontrado um sentimento
recíproco.
Não conseguíamos esconder o sorriso, estávamos,
sem dúvida, vivendo o maior e melhor momento de felicidade de nossas
vidas...
Eu e Iza tínhamos aula e resolvemos ir para a faculdade.
Sabíamos que seria praticamente impossível prestarmos atenção
nas aulas depois dos acontecimentos das últimas horas, mas mesmo
assim precisávamos ir para a aula.
Subimos na moto e fomos pra faculdade. Chegando lá já
fomos abordadas por algumas meninas, que estavam atrás de nós
para terminarmos um trabalho, havíamos nos esquecido totalmente do
trabalho, nos perguntaram onde passamos a noite, pois ligaram para nossas
casas e as respostas foram: "A Rapha está com a Iza..."
a "A Iza está com a Rapha..." e os celulares estavam desligados...
Enquanto Iza tirava o capacete e eu me arrumava pra descer da moto, Iza
apenas disse:
- Ora, meninas, eu e a Rapha resolvemos dar uma volta ontem à
noite pra espairecer, ficamos fazendo o trabalho em minha casa a tarde inteira,
no final da tarde resolvemos andar de moto e acabamos por esquecer da vida...
Quando nos demos conta, estava tarde e dormimos na casa de uma amiga nossa.
- E desde quando vocês têm amigas em comum? � Perguntou
Vanessa, querendo pescar alguma coisa.
- Desde ontem, Nessa. � Iza deu um sorriso maroto. � Apresentei
a Rapha pra minha amiga ontem e acabamos dormindo lá mesmo. Tomamos
cerveja e capotamos por lá mesmo.
Nossa! Iza dava cada resposta rápida que me surpreendia.
Eu evitava olhar pra Iza, olhava apenas rindo pra Vanessa, que ficara desconfiada
de tudo, mas enfim, não tinha como argumentar diante de tantas respostas
de Iza... E também não tinha motivos para isso. Mas percebi
que ela ficara com uma certa desconfiança de nós duas...
Fomos para a aula, Iza sentou ao meu lado como de costume, mas
parecia que tinha algo que nos denunciava... Era como se meu olhar agora
fosse diferente, meu sorriso me denunciava demais, eu sentia meu rosto enrubescer
quando sentia Iza olhando para mim, quando nossos olhos se cruzavam, então,
era como se estampasse em nossos rostos tudo o que havia acontecido naquela
noite.
E eu podia sentir os olhares de guarda de Vanessa atrás
de nós... Era como se ela prestasse atenção em cada
movimento pra ver se denunciava algo.
Quando Iza se levantou para ir ao banheiro, vi que Vanessa ficou
inquieta, me fitando pra ver o que eu faria, apenas segui Iza com os olhos,
mas permaneci onde estava, alguns minutos depois, vi Vanessa se levantar
e ir em direção à porta da sala.
Vanessa abordou Izabela na saída do banheiro dizendo que
precisava conversar com ela. Iza ficou curiosa, pois Nessa nunca tinha falado
de uma forma tão apreensiva antes e disse que poderiam conversar
depois, pois estavam em aula. Ela disse que precisava conversar agora, que
era algo que ela não podia mais segurar, ela precisava desabafar
com alguém, mas Iza insistiu, disse que no intervalo conversariam
sozinhas, sem que ninguém interrompesse e voltou para a sala. Vanessa
ainda pediu que Iza não comentasse nada com ninguém, pois
não queria que ninguém a entupisse de perguntas, que ela queria
conversar apenas com Iza, ela concordou e entrou para a sala.
Logo atrás entrou Vanessa, que me fitava de uma maneira
estranha, não entendia o que estava acontecendo, pela primeira vez
naquela manhã, consegui dirigir a palavra a Izabela... Quando a professora
virou para o quadro, falei baixinho com ela:
- Aconteceu alguma coisa com a Vanessa, amor?
- Aconteceu, gatinha. Ela me abordou na saída do banheiro,
dizendo que precisava desabafar comigo naquele momento, mas disse que falaria
com ela no intervalo. Achei estranho que ela me disse que não quer
que eu comente nada com ninguém, senão as pessoas vão
ficar enchendo ela de perguntas e ela quer desabafar comigo apenas...
- Xi... Sei não, hein?!... To sentindo ela encarar nós
duas de uma forma diferente desde que chegamos no estacionamento. Ela não
para de olhar pra cá e não disfarça.
- Pois é. Também notei isso, achei estranho o jeito
que ela nos perguntou as coisas, afirmando que você não conhecia
minhas amigas e fechou a cara quando eu disse que você conheceu minhas
amigas ontem...
- Bem, eu sempre soube que ela não vai com a minha cara,
amor. Sempre comentei isso com você... Ela sempre fazia questão
de se colocar na minha frente quando ia falar com você, como se quisesse
sua atenção toda pra ela...
- Bem, não adianta tentarmos adivinhar o que ela quer conversar.
Vamos esperar até o intervalo, eu converso com ela e descobrimos
o que ela quer comigo. Você vai pro refeitório sem me esperar,
quando eu terminar a conversa, vou pra biblioteca e você me espera
lá, ok?...
- Ta certo. Vou morrer de saudade, sabia?
- Nem me fale nisso, estou morrendo de vontade de beijar sua boca.
� Disse isso mordendo os lábios, olhando para meus lábios
demonstrando uma luta interna para se conter.
- Calma meu amor. Depois a gente conversa mais de pertinho, ta
bom?
O intervalo chegou e Iza foi com Vanessa em direção
à saída da faculdade. Se dirigiram ao shopping que ficava
há alguns metros e escolheram uma mesa afastada para se sentarem.
Iza comprou um shake e sentou-se de frente para Vanessa, que tudo o que
fazia, era decorar os movimentos de Iza.
- Então dona Vanessa, qual é o problema? � Iza tentava
quebrar o silêncio que se formara entre as duas.
- Estou com um problema na faculdade e não sei que caminho
eu tomo para resolvê-lo, Izabela.
- Certo. Primeiro de tudo eu preciso saber de uma coisa.
- O quê? � Vanessa perguntou um tanto aflita.
- Por que você me escolheu para ser sua ouvinte, privando
suas amigas mais próximas de saberem de seu problema?
- Por vários motivos, primeiro porque desde que te conheci,
notei que você tinha algo diferente das outras meninas. Seu modo de
pensar é igual ao meu. Por isso de várias atitudes minhas,
inclusive a de não conseguir ser tão espontânea com
você.
- Espera, Nessa. Eu não estou entendendo o que você
está dizendo. Você está me deixando confusa.
- Não, Iza. Não te quero confusa. Eu preciso de
uma pessoa lúcida para me ouvir. Você precisa entender tudo
o que eu disser para me dar uma saída.
- Nessa, você está me confundindo mais. Para de enrolar
e diz logo o que você tem pra dizer.
- Não é tão fácil de ser dito. Preciso
que você entenda que não tenho domínio total sobre mim
mesma. Apesar de fazer psicologia, muitas vezes eu perco a força
de me manter calma e não consigo agir da maneira ética.
- Todas nós temos um ponto fraco, minha querida. Por isso
precisamos de amigos, para que possamos desabafar. Só ouvir não
faz bem, assim como ouvimos, precisamos falar, desabafar e estou aqui. Você
precisa desabafar e estou aqui para te ouvir e te ajudar, se estiver ao
meu alcance e se houver ajuda para o que você irá falar. Então
fica tranqüila, ok? Pode falar o que está aí dentro.
- Obrigada pela força, minha amiga. Fico até sem
jeito de falar isso, mas é necessário. Desde quando entrei
na faculdade, notei que você tinha algo diferente das outras meninas,
era mais decidida que o normal para as meninas da sua idade. Com o tempo,
pude notar que você era muito mais reservada que as outras meninas
da sala. Quando se tratava de vida particular, você não entrava
em detalhes com quem andava, nem o que fazia nos horários fora da
faculdade. Tudo era mistério...
- Pois é, Nessa. Eu sempre fui uma pessoa muito reservada.
Não gosto de abrir a outras pessoas o que eu sinto, o que eu faço,
com quem eu falo. Não acho necessário.
- Eu sei, mas eu tentei de todas as formas me aproximar de você
e a cada fora que você me dava quando eu cogitava a possibilidade
de nos vermos fora da faculdade, mais eu me desesperava.
- Desculpa, Nessa. De fato eu sei que muitas vezes sou grossa
com as pessoas que tentam se aproximar de minha vida pessoal. Minha família
é muito rígida, então a forma que sou na faculdade
não se aproxima em nada como sou em casa, por isso optei em nunca
levar ninguém, de qualquer círculo de amizade que eu tenha,
lá em casa.
- Pois é, Iza. Eu entendo muito bem o que te faz agir dessa
maneira. Me entenda: Eu sou como você. Mas nunca tive como te dizer
isso com essas palavras. Eu sempre analisava suas atitudes e a respeitei
sempre por elas, mas não consigo mais. Hoje pela manhã, me
dei conta que abaixei a guarda. Me dei conta de que eu esqueci dos meus
sentimentos a ponto de desistir de entrar para sua vida por completo.
- O que você está querendo dizer, Vanessa?
- Estou dizendo que eu sempre tentei ser sua amiga, mas nunca
consegui me aproximar por respeito à sua maneira de pensar, de querer
manter sua privacidade. Estou dizendo que nunca consegui conversar com você
sobre o que eu sinto por medo de você sumir ou me ignorar. Estou querendo
dizer que hoje, quando ouvi você dizendo que a Raphaela havia conhecido
suas amigas eu me dei conta de que você não é a muralha
que me parecia, que você se permite ser explorada.
- Calma, você está me dizendo que seu problema maior
é a vontade de conhecer minha vida particular e só porque
a Rapha conheceu uma amiga minha, você acha que vai conseguir o mesmo?
- Mais ou menos. O que eu quero mesmo dizer, é que eu sei
sobre sua maneira de pensar e amar. Sei que a descoberta de um amor que
você não ousa dizer o nome fez com que você amadurecesse
antes de seu tempo. Sei de tudo isso, passei todo o meu tempo decorando
seus movimentos e hoje me dei conta de que vivi um amor platônico
em vão. Vi que eu poderia ter lutado e estar hoje no lugar da Raphaela.
- Espera, Vanessa. Você está fazendo as coisas parecerem
uma luta. Que se você tivesse lutado, estaria no lugar da Rapha. Mas
onde estão os meus sentimentos nisso tudo? Minha vida não
é um teatro. Se Raphaela dormiu comigo esta noite, não foi
porque ela lutou. Foi porque ela foi ela mesma e me cativou e cativa mais
a cada dia. Não quero pessoas lutando para fazerem parte da minha
vida. As coisas acontecem naturalmente. A Rapha freqüenta a minha casa.
Desde o começo de nossa amizade, eu freqüento a casa dela e
só há pouco tempo ela conheceu minha família. Mas isso
não é nada. Não era porque ela tinha ido lá
em casa que ela se deu ao direito de entrar em minha vida da maneira que
você está fazendo. A Rapha é a pessoa mais ligada à
minha vida dessa faculdade e não é por ter lutado, mas por
ter me deixado à vontade de eu fazer isso. Quanto ao meu amadurecimento,
pode ser até pelo fato de eu ter descoberto um amor que eu não
ouso dizer seu nome, sim, mas foi também porque eu quero ter minha
vida, sem me sujeitar à rigidez da minha casa. Foi por ter aprendido
que amigos é a família que escolhemos.
- Iza, eu só quero que você saiba que eu amo você.
Que eu sempre estarei aqui te esperando. Não quero que você
me diga mais nada. Eu só quero poder dormir sabendo que você
sabe que eu te amo. Só isso.
- Nessa, você sabe que eu não vou poder corresponder
ao teu sentimento. Nunca gostei de falar de sentimentos com quem não
tenho intimidade, principalmente falar sobre os meus sentimentos.
- Não quero que você comente o que eu sinto.
- Respeito seu sentimento. Jamais vou te culpar por ele e você
sabe disso. Apenas não posso trair meus próprios conceitos
tentando retribuí-lo.
- Tudo bem, Iza. Só o fato de poder desabafar com você,
já me aliviou muito. Ter o seu respeito, então, foi uma vitória!
Não precisa dizer mais nada. Vamos voltar pra faculdade...
Passaram em uma loja para Iza comprar chocolate e foram para a
faculdade. Como o combinado, Raphaela se dirigiu à biblioteca quando
viu Izabela voltar de sua conversa.
Vanessa
Sentei de frente para Izabela e pude ver seu olhar meio aflito.
Eu já conhecia aquele olhar e hoje eu podia ter certeza do que se
tratava, pois não precisava mais privar minhas intuições
de Izabela...
- Iza, você quer falar sobre a conversa que teve?
- Quero, Rapha... Mas nem sei por onde começar... É
muito complicado.
- Bem, então me deixa começar por você...
� Peguei em sua mão delicada, olhei em seus olhos e sorri tentando
passar uma certa calma para Iza. Suas mãos estavam frias.
- Como assim começar por mim, Rapha?
- Amor, eu percebo desde o primeiro dia que ela chegou na faculdade
a forma que ela te olha. O amor escondido em cada olhar que ela tem por
você. E hoje ficou estampado nos olhos dela os ciúmes quando
meu viu abraçada a você...
- Você percebeu isso?
- Claro que percebi. Todos os dias que eu passei ao teu lado,
eu aprendi cada detalhe sobre você... Você era o meu ar e tudo
o que estava a sua volta me interessava. Percebi os olhares dela, a empolgação
cada vez que você falava alguma coisa sobre você... E a raiva
que ela sentia de mim, quando sabia que eu faria alguma coisa com você...
Percebia que cada conversa que tínhamos e que marcaríamos
algo extraclasse, ela se oferecia para ir ate sua casa, ou sair com você.
E a partir do momento que eu era a pessoa que estava ao seu lado, ela ficava
mais indignada. A raiva dela por mim ficava estampada.
- Rapha, eu nunca havia percebido isso. Quando ela começou
a falar sobre isso comigo agora, achei ate que fosse invenção
da cabeça dela... Nunca me passou pela cabeça que ela supria
algum tipo de sentimento por mim. Nunca mesmo.
- Eu sei. Minha sorte é que você é avoada
desse jeito, eu amor. Senão eu acho que teria te afastado de mim
quando comecei a dar pintas do quanto eu te amo.
Izabela sorriu aliviada. Um sorriso que estampava em seus olhos
quão grande era o amor entre nos duas.
Voltamos para a sala. Teríamos apenas mais uma aula e a
tarde toda nos pertencia...
Chegamos tarde para o inicio da aula e tivemos que sentar na ultima
fileira de cadeiras, ali não havia ninguém atrás de
nos para nos olhar. Izabela passou a aula inteira com a mão sobre
minha perna, acariciava minha coxa levemente, pegava em minha mão
e brincava com meus dedos. Nossos olhares falavam, trocavam juras de amor,
a paixão era tanta que parecia saltar de cada olhar que trocávamos.
Ao terminar da aula, eu arrumava meu material e Izabela me esperava em pe
ao meu lado quando percebi Vanessa me olhar. Ela me fitava de uma maneira
ameaçadora, de quem tem raiva, ódio, ciúmes... Desviei
meu olhar e levantei, olhando nos olhos de Izabela, ela sorria... Como não
havia mais pessoas na sala alem de Vanessa, Izabela pegou por um de meus
dedos e me puxou pra fora da sala. Senti Vanessa nos encarar ate sairmos
da sala. Subimos na moto e saímos, ainda passamos por Vanessa, que
não disfarçava mais seu ciúme de Izabela...
Iza me levou em casa, chegamos lá e minha mãe já
nos esperava, disse que tomaria uma ducha rápida para só então
almoçarmos, Izabela, como de costume, ficou conversando comigo enquanto
eu tomava banho, a diferença agora era que ela não ficava
sem graça ao ver eu me despir... Ela me encarava de um jeito malicioso,
que me deixava louca de tesão, quando dei por mim, Izabela havia
me colado junto a parede do banheiro, me beijava e se esfregava em mim feito
um animal... O chuveiro tentava abafar o nosso gemido, mas não conseguiam
muito êxito tamanho era nossa fúria.
Nos afastamos, temendo que minha mãe ouvisse algo e então
tomei banho. Me vesti e fomos para a mesa almoçar.
Eu e Iza tínhamos que fazer um trabalho aquela tarde sem
falta, pois o ultimo prazo era no outro dia. Estávamos dispostas
a passar a tarde e a noite fazendo o trabalho... Depois do almoço
Izabela me ajudou com a louça e depois fomos para meu quarto iniciar
o trabalho de psicanálise.
Nas pausas do estudo, ficávamos em minha cama, agarradas,
trocando beijos e caricias. Era tudo delicioso. No final da tarde, minha
mãe pediu que fossemos fazer algumas compras para ela. Iza disse
que teria que passar em casa para trocar de roupa e deixar a moto em casa,
visto que o tempo estava esfriando.
Saímos de casa, fomos ate a casa de Iza, ela pegou uma
mochila com duas peças de roupa, alguns livros que faltavam para
o nosso trabalho, avisou sua mãe que não dormiria em casa,
pegou o carro e fomos embora... Passamos no mercado, precisávamos
comprar os ingredientes para a janta, o lanche que faríamos no intervalo
de nossos estudos e nosso café da manha...
Fazíamos as compras brincando, sorrindo muito, a felicidade
estava estampada em nossos olhos, quando levamos um susto: Ao olharmos par
ao outro lado da fileira de produtos, vimos Vanessa. Ela também se
assustou quando nos viu ali e veio falar conosco:
- Ola meninas, - disse com um sorriso forçado � o que fazem
por aqui?
- Estamos fazendo umas comprinhas pra casa da Rapha, Nessa. E
você? O que faz perdida nesse mundo domestico? � Iza realmente sabia
quebrar o gelo de certas situações...
- Pois é, Iza, estou aqui tentando gastar o que eu recebi...
� risos � Mas pelo que vejo vocês duas estão mais grudadas
do que eu imaginava, não é?
- É que passaremos a noite terminando o trabalho de psicanálise,
então a mãe da Rapha pediu que viéssemos comprar algumas
coisas. Como fomos ate minha casa pra eu pegar umas roupas, passamos por
aqui antes de voltarmos ao batente...
- Ah, então vão passar a noite juntas? Sei...
- Pois é, Vanessa � me enfiei no assunto tentando disfarçar
a vontade de ser cínica � estou falando pra Bela que daqui uns dias
a gente vai morar juntas de uma vez... Ela não sai da minha casa,
nem eu da dela... � E enquanto falava isso, coloquei minha mão sobre
a mão de Iza que segurava o carrinho de compras.
- Bem... Pois então... � Vanessa estava desconcertada �
Amanha nos vemos na facul... Preciso terminar logo minhas compras e vocês
tem uma longa noite pela frente, não é mesmo? Ate amanha meninas...
- Ate amanha, Nessa...
Apenas balancei a cabeça quando ela passou...
- Rapha!!! Que resposta foi aquela?
- Ah, meu amor! Se ela quer dizer alguma coisa, ela que fale claramente,
não com parábolas! Ela soltou um veneno e eu respondi a indireta
com todas as letras, o problema é que ela parecia não estar
preparada para aquilo...
- Meu Deus, Raphaela! Você não presta!...
Iza acariciou levemente minha mão e continuou a frase...
- Mas eu continuo te amando...
Fizemos as compras e fomos para minha casa...
Cozinhando
Chegamos em casa rindo da reação de Vanessa no mercado.
Minha mãe veio ao nosso encontro sorrindo e perguntou por que estávamos
rindo daquela maneira, disse a ela que foi porque encontramos uma colega
da faculdade que adora um veneno e quando ela foi falar conosco cheia de
malícia, demos um fora e ela saiu sem rumo... Minha mãe riu
junto e entramos com as compras. Minha mãe precisava sair e pediu
que fizéssemos o jantar, ela demoraria para voltar, cerca de 2 a
3 horas. Quando ela saiu, não demorou muito e Iza começou
a me provocar, seu perfume me enlouquecia e o calor de seu corpo encostando
ao meu me deixava sem controle de meus atos...
Em um certo momento, que Iza passava por trás de mim e
encostava-se em meu corpo, virei-me bruscamente, encurralando-a contra o
balcão. Ela me olhava com um olhar de medo, como uma presa sem saída,
frente a frente com seu predador. Eu não a tocava, apenas a encarava
e me dirigia mais em direção a ela, e ela indo de costas,
em direção ao balcão...
Minhas mãos estavam sujas com açúcar, farinha
e margarina e ela me olhava com medo de eu a sujar...
- Rapha, o que você vai fazer?
- Você não imagina, não?
- Tua mão...
- Que tem?
- Você vai sujar minha blusa...
- Você tem outra.
- Mas sua mãe vai estranhar eu trocar de blusa...
- Eu não vou lavar as mãos, Izabela. Jamais viraria
num momento desses e te deixaria fugir.
- Quem disse que eu vou fugir de você?
- E quem disse que eu vou correr esse risco?
Nesse momento eu a agarrei, ela estava quase sentada sobre o balcão
e não teve tempo de tentar alguma reação. A abracei
pela cintura, já colando meu sexo no dela e arrancando sua blusa,
ela tentava ter alguma reação contrária, mas seus olhos
não conseguiam deixar ela mentir. Comecei a acariciar suas costas
e a puxá-la para meu encontro... A cada movimento que meu corpo fazia,
sentia seu corpo estremecer mais e quase implorar por meus toques...
Iza estava sentada no balcão, me abraçando com suas
pernas, quando a levantei daquela posição e a levei no colo,
até meu quarto. Sem que ela deixasse de me abraçar com as
pernas, a deitei na cama para poder ter mais movimentos sobre ela. Quanto
mais nos esfregávamos, mais ofegante ela ficava. Parei por um minuto
e terminei de tirar sua roupa, deixando-a nua em minha cama. Tirei minha
roupa e quando terminei de me despir, ela me olhou com paixão, com
aquela cara assanhada que me dizia o que fazer com o olhar e se abriu para
mim... Ela era linda. Seus contornos rosados, os lábios carnudos,
seu sexo era delicioso... E como ficava molhado! Exalava um aroma que me
dava água na boca.
Comecei a beijar sua barriga, cada pedacinho dela... Ela possuía
uma pintinha logo acima do umbigo, no seu lado direito, eu não conseguia
deixar de decorar cada milímetro de seu corpo... Quando eu me aproximava
de sua vagina, sentia ela se abrir mais para mim, ela se erguia como se
oferecesse seu corpo inteiro para eu fazer com ele o que quisesse...
Comecei a passar minha língua por ela e podia sentir seus
arrepios como resposta ao meu toque. Ela estava deliciosamente molhada e
excitada. Comecei a lamber e a chupar seu grelinho ao mesmo tempo em que
penetrava meus dedos nela... Ela se contorcia e gemia alto pra mim... Puxava
meus cabelos, me fazendo ir mais de encontro à sua bocetinha...
Na hora do gozo, ela quase enlouqueceu, parecia que ia sair de
seu corpo e entrar no meu... Senti seu gosto ficar mais gostoso, sua pele
estremecer, seus gritos me enlouqueciam. Depois do gozo, Izabela me olhou
com um olhar cansado, mas delicioso... Começamos a nos beijar, ainda
com o gosto do gozo em minha boca...
Descansamos por um tempo e fomos para o banho, Izabela me amou
no banho de uma forma deliciosa, quase desmaio na hora de gozar, mas ela
me sustentava de uma forma deliciosa... Nos vestimos e fomos terminar a
janta...
Logo que terminamos, minha mãe chegou. Estávamos
sentadas no sofá assistindo televisão. Izabela estava sentada
do meu lado, na verdade, ela estava sentada entre minhas pernas, mas nos
ajeitamos quando ouvimos minha mãe.
Ela chegou e disse ter gostado de ver a arrumação
da casa, que já podíamos casar, nos olhamos e rimos... Às
vezes, parecia que minha mãe sabia do que acontecia em nossas vidas...
Enfim... Era delicioso sentir a presença de Izabela. Em todos os
sentidos.
A apresentação
Jantamos as três juntas. Parecia que minha mãe sabia
o que acontecia entre nós, mas não comentava, apenas sorria
e brincava. Ela tinha uma convivência muito boa com Izabela e em outras
épocas, já havia dito que se algo acontecesse na casa dela,
ela viria morar conosco. Minha mãe defendia mais a Izabela que eu
dentro daquela casa.
Passamos a noite toda estudando. Era maravilhoso fazer qualquer
tipo de tarefa ao lado de Iza... Enquanto eu digitava, sentia seus carinhos
em minhas pernas e seus beijos e minha nuca e pescoço. Em vários
momentos eu perdi a concentração e acabei nos braços
de minha doce menina, namorávamos de uma forma tão apaixonada
que era impossível alguém não notar o que sentíamos.
No outro dia seria a apresentação de nosso trabalho...
Acabamos cochilando em minha cama por volta das 5:30h depois de termos feito
amor. Fomos despertadas por minha mãe, batendo na porta de meu quarto,
dizendo que tinha certeza que acabaríamos dormindo. Mas o trabalho
estava concluído. Minha mãe não abriu a porta do quarto
como era de seu costume fazer e ainda bem que não abriu, pois Izabela
dormia em meus braços, nua, com um semblante angelical, lindo e delicioso...
Acordei-a com beijos. Sem dúvida a expressão que
ela tinha ao acordar era a cena mais linda que eu já pude ver em
minha vida. Tomamos um banho rápido e fomos tomar café.
Saímos rápido de casa, pois estávamos em
cima da hora e chegamos na faculdade junto com as outras meninas de nossa
sala, inclusive Vanessa, que vinha um pouco atrás do grupo e ficava
nos fitando com olhares que me incomodavam muito.
As meninas da sala entraram e eu e Izabela ficamos mais um pouco
no carro, a fim de pegarmos os materiais da apresentação.
Vanessa se demorou um pouco e acabou nos abordando ao lado do carro, fiquei
assustada, pois conversávamos sem medo de nos chamarmos de amor e
Vanessa poderia ter escutado... Ela parou ao lado de minha porta enquanto
eu descia e começou a conversar em um tom que não me dava
confiança:
- Bom dia, Raphaela. Como foi a noite de estudos de vocês?
- Bom dia Vanessa. A noite foi super cansativa, mas rendeu. Terminamos
o trabalho a tempo.
- Então não dormiram?
- Ah! Claro que dormimos, Nessa! � Iza entrou na conversa, fechando
a porta do carro. � Dormimos o sono das justas, né Rapha?
- Nossa, então não demoraram no trabalho...
- Na verdade nós capotamos no sono às 5:30h. da
manhã. Acordamos com a mãe da Rapha batendo na porta do quarto,
tirando onda porque sabia que não conseguiríamos passar a
noite toda trabalhando. Mas antes de dormirmos, terminamos tudo né
gata?
Não acreditei quando ouvi Izabela me chamar assim em frente
à Vanessa, mas disfarcei e agi com naturalidade.
- Claro! Na verdade até estávamos sem sono, mas
realmente capotamos quando caímos na cama e só acordamos com
minha mãe rindo...
- Eu imagino eu tenham capotado mesmo. � disse Vanessa em um tom
cínico, ainda me fitando, esperando alguma reação temerosa
de minha parte por Iza ter me chamado de uma forma tão diferente.
� Pelo jeito a noite foi boa mesmo. Pra quem não dormiu mais que
uma hora, vocês estão com umas caras ótimas...
- Pois é, Vanessa. Que bom que você acha que estamos
com a cara boa. O humor, então está melhor ainda, sabe?...
Digamos que são efeitos colaterais que a endorfina traz ao organismo,
entende? � Disse isso alterando o tom, já não estava mais
suportando as indiretas dela.
- Rapha! � Izabela me cortou antes que eu pudesse prosseguir.
- Bem, eu vou indo para a sala, vocês vem junto?
- Vamos, sim, Nessa. Já estamos indo, né Rapha?
� Iza me pegou pela mão e veio me puxando.
Vanessa ficava um pouco mais a nossa frente. Eu tentava ganhar
espaço para poder falar com Izabela. E falava:
- Iza, você sabe que eu não gosto de indiretas pra
cima de mim.
- Calma Rapha.
- Se quer saber o que acontece entre nós, que pergunte.
Do que ela tem medo, amor?... De ouvir que passamos a noite trepando?
- Raphaela!
- O que?
- Você quer que ela ouça?... Olha a pinta, gatinha!
- Quero que se foda a pinta. Pelo menos perante essa aí!
Já não basta vir cheia de agressões pro meu lado? Agora
vai ficar dando indiretas?... Qual o problema? Não gosta de mim porque
eu comi antes? Pois comi mesmo e me lambuzei! E me lambuzo! Quer merda!
Izabela me empurrou pra dentro do banheiro com uma violência
que eu nunca tinha visto. Estávamos subindo a escada e ela não
sabia mais o que fazer para me fazer ficar quieta...
- O que você quer, hein Raphaela? � Disse isso olhando de
frente pra mim, me fazendo recuar cada vez mais para dentro... � Eu sei
que você tem raiva dela, percebo como ela te trata, mas o que você
quer tendo essa crise de ciúme? Tem medo de que eu goste dela? �
Ela não me deixava responder, falava me olhando nos olhos e fechando
a porta do banheiro... � Tem medo de que os venenos da Vanessa me façam
te deixar? Ou você só está fazendo essa crise pra me
deixar assim?
Izabela pegou minha mão e colocou dentro de sua calça
em um movimento tão rápido que me deixou sem tempo de alguma
reação. Ela estava quente e totalmente molhada, deliciosa
e ao meu toque, começou a se esfregar de uma maneira que eu nunca
tinha visto antes. Parecia um animal no cio.
Fiquei quase sem reação, mas o calor do corpo de
Izabela no meu, me ascendia de uma maneira deliciosa. Em pouco tempo, eu
sentia ela gozar ali em pé pra mim, pendurada em meu pescoço,
me enchendo de beijos.
- Você fica linda brava, sabia? Me deixou morrendo de tesão.
- Nossa, eu percebi. Nunca te vi tão assanhada assim.
- Desculpa, acho que me excedi um pouco.
- Eu adorei te comer assim. Teu fogo é delicioso, sabia?
Você me mata de tesão.
- Eu te amo, Rapha...
- Também te amo, Belinha... Mas que tal irmos pra sala?
Nos arrumamos, lavamos nossos rostos e fomos pra sala mais felizes
do que já estávamos. Chegamos lá e Vanessa não
parava de nos encarar com um sorriso malicioso. Izabela iria apresentar
o trabalho e fiquei sentada na primeira fileira. Vanessa resolveu mudar
de lugar e sentar-se exatamente atrás de mim. Quando me virei e a
vi debruçada sobre a mesa, levei um susto, mas disfarcei. Ela sorriu
e começou a falar baixinho atrás de mim:
- Nossa, Rapha, como vocês demoraram pra vir pra sala...
Voltaram no carro?
Aquilo me ferveu o sangue, virei pra trás com um sorriso
malicioso e respondi:
- Não, Nessa. É que a Iza me arrastou pro banheiro
pra termos uma conversinha séria. Ela não gostou muito do
jeito que eu tava te tratando e muito menos de como eu fiquei depois que
você saiu de lá... Aí quando vi, já estava no
banheiro tendo uma conversa bem séria com a dona Izabela.