Toda a História
dos computadores desde aparelhos primitivos até a mais avançada
tecnologia de informação está aqui, em duas páginas.
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2000 a.C. - O Ábaco |
Há cerca de quatro mil anos (2000
a.C.), povos primitivos desenvolveram sistemas de cálculo e numeração
mais poderosos do que os até então existentes, mas sem usar
nenhum "aparelho" para isso. Por volta de quinhentos anos mais
tarde, surgia o primeiro instrumento capaz de calcular com precisão
e rapidez. Composto de varetas (pedaços de madeira dispostos paralelamente)
e pequenas bolas, nascia o primeiro modelo de Ábaco conhecido.
Todavia, somente muito tempo depois surgia um modelo mais evoluído
e que é usado até hoje no oriente: o ábaco chinês.
Existem diversos modelos de ábaco, como o russo ou o japonês,
mas a versão chinesa tornou-se a mais conhecida mundialmente. O
ábaco mostrou-se tão eficiente e simples de usar que nada
melhor que ele surgiu até o século XVII.
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1622 d.C. - A régua de cálculo |
Por volta do século XVII, pensadores
do mundo todo se empenhavam em desenvolver sistemas cada vez mais complexos
e eficientes de calcular. Um dos métodos mais eficazes descobertos
na época foi criado pelo escocês John Napier, que introduziu
à comunidade científica o cálculo logarítmico
em 1614. A própria palavras logaritmo foi escrita pela primeira
vez por Napier a partir do grego "logos" (que significa razão)
e "aritmos" (que quer dizer números). A junção
das duas, em português, seria algo como "razão dos
números". Os cálculos e tabelas criadas por Napier
após exaustivas horas de cálculo foram usados por William
Oughtred por volta de 1620 para desenvolver a régua de cálculo. |
1642 - A máquina de Pascal |
O próximo passo no desenvolvimento
de máquinas de calcular foi a invenção da primeira
"engenhoca" capaz de somar ou diminuir números muito
rapidamente. A Pascalina, como foi apelidada a primeira calculadora
mecânica, foi criada quando Pascal tinha apenas dezoito anos.
O modelo desenvolvido pelo jovem inventor consistia em uma caixa contendo
rodas dentadas e engrenagens, que conforme se encaixavam, produziam
os cálculos visados. O operador girava as rodas dentadas de modo
que os números a serem somadao ficassem expostos no mostrador.
Cada casa decimal era representada por uma roda diferente, isto é,
uma era a unidade, outra a dezena, a seguinte a centena e assim por
diante. Comercialmente, a Pascalina foi um fracasso pois não
foram produzidas mais de cinqüenta unidades e seu preço
era excessivamente alto. |
1672 - A Calculadora de Leibniz |
A Máquina de Pascal era boa, mas
as operações mais complicadas e trabalhosas (multiplicação
e divisão) ficavam de fora de seu círculo operacional.
Como uma evolução da Pascalina, o alemão Gottfried
Leibnitz, na ânsia de agilizar os intermináveis cálculos
astronômicos (conhecidos por ele durante uma visita, em Paris,
ao astrônomo Christian Huygens), se empenhou em aprimorar o modelo
de Pascal. No ano seguinte à visita, Leibniz finalizava sua calculadora
mecânica capaz de fazer facilmente cálculos envolvendo
as quatro operações fundamentais e ainda extrair a raiz
quadrada. O modelo era muito parecido com o de Pascal, mas com componentes
extras que agilizavam os cálculos e se moviam dentro da máquina,
otimizando os cálculos repetitivos. |
1822 - A Máquina que "ficou no papel" |
Charles Babbage era um matemático
inglês que sempre buscou a precisão matemática até
os limites da perfeição. Numa publicação
científica do ano de 1822, Babbage escreveu sobre uma novíssima
máquina capaz de calcular e imprimir longas tabelas científicas.
A máquina que construiu, portanto, se empenhava em calcular funções
(logarítmicas, trigonométricas, etc) sem o auxílio
de um operador. Esse modelo ficou conhecido como Máquina de Diferenças.
Após vários anos de trabalho, Babbage não conseguiu
construir a máquina que ambicionava, ficando o protótipo
muito abaixo do esperado pelo matemático. Babbage ainda construiu
a menos conhecida Máquina Analítica. |
1801 - O Tear Programável |
Em 1801, Joseph Marie Jacquard desenvolveu
uma maneira rápida e eficiente de padronizar os desenhos nos
tecidos de sua fábrica. Ele introduziu nos teares um sistema
de cartões perfurados que representavam justamente os desenhos
pretendidos. Jacquard ficou tão satisfeito com os resultados
obtidos que se viu tentado a despedir vários funcionários
logo depois da implementação do sistema - coisa que fez
tempos depois. |
1847 - A teoria de Boole |
Por mais estranho que possa parecer,
uma das maiores revoluções para o "mundo dos cálculos",
não foi nenhuma máquina milagrosa ou a evolução
das já existentes - mas sim uma teoria. A publicação
de dois livros, A Análise Matemática da Lógica
e Uma Investigação das Leis do Pensamento, em 1847 e 1854
respectivamente, deram a George Boole o título de inventor da
lógica matemática. Os dois livros formam a base da atual
Ciência da Computação e da Cibernética. O
que Boole propôs era que qualquer coisa (sejam números,
letras ou mesmo objetos) poderia ser representado por símbolos
e regras. Ele também introduziu o conceito dos códigos
binários, ou seja, apenas dois tipos de entidades - sim ou não,
verdadeiro ou falso, um ou zero, ligado ou desligado, passa corrente
ou não passa corrente, em cima ou embaixo, etc. Boole achava
que eliminando elementos subjetivos e mantendo restritas as opções,
o sistema se manteria menos suscetível a falhas. |
1890 - Hollerith |
Visando acelerar o imenso trabalho dispensado ao censo nos Estados Unidos, Hermann Hollerith, desenvolveu um equipamento que usava os mesmos cartões perfurados idealizados por Jacquard. Incentivado por John Shaw Billings (seu futuro sogro e funcionário do governo americano, que havia dito a ele que o sistema de tabulação usado no censo poderia ser feito usando cartões perfurados), Hollerith aperfeiçoou o modelo predecessor: o tear programável. A máquina de Hollerith venceu várias outras num concurso realizado no mesmo ano que foi construída e ganhou a concorrência, ficando responsável pelo censo americano. Desta vez, cada cartão perfurado era dividido em zonas correspondentes ao sexo, idade, moradia, data de nascimento, raça, nacionalidade e demais dados interessantes à um censo. Depois de perfurados no lugar correspondente a determinada característica da pessoa, o cartão era levado até a máquina propriamente dita. Os cartões eram então pressionados por dezenas de pinos que procuravam passar pelos buracos do cartão, sendo que os pinos que atravessavam eram somente aqueles dos lugares previamente perfurados. Uma vez transpassado o cartão, os pinos mergulhavam em um recipiente de mercúrio, fechando um circuito e indicando sua posição. Esse sistema trabalhou de forma tão veloz que os resultados do censo saíram em um terço do tempo gasto usando métodos antigos. O sucesso de Hollerith foi tanto que ele fundou, em 1896, a Tabulation Machine Company, empresa especializada em operar e fabricar as máquinas. A TMC veio a fundir-se com mais duas empresas formando a Computing Tabulation Recording Company. A mesma CTRC, anos depois da morte de Hollerith, mudava de nome nascia a mundialmente famosa IBM - Internacional Business Machine.
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1948 - Teoria da Informação |
Inspirado na lógica booleana de
1847, Claude Shannon, um estudante do MIT (Instituto de Tecnologia de
Massachusetts), estudava meios mais simples que não fossem através
de grandes e complicadas engrenagens de calcular. Ele percebeu quão
semelhante era o princípio booleano de números binários
com um circuito elétrico - e que esse circuito poderia ser usado
em um computador. Prosseguindo em seus estudos e experiências
sobre códigos binários, o estudante publicou em sua tese
de mestrado as conclusões que havia chegado. A sua teoria foi
tão bem recebida que dentro de meses já estava sendo adaptada
aos sistema telefônicos americanos. Shannon foi o responsável
pela expansão do conceito de numeração binário
e introduzindo nos meios acadêmicos o bit como é conhecido
atualmente: binary digit. |
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