Release |
IRANY PÚBLIO DE CASTRO MUNIZ TEIXEIRA: NOSSO MUNDO, NOSSO LAR Pela Acadêmica Emérita da ACL AGNALDA PÚBLIO DE CASTRO |
Academia Caetiteense de Letras - Caetité - Bahia - 2003 |
Irany Públio de Castro Muniz Teixeira era filha de Durval Públio de Castro e da Profª Lia Públio de Castro. Nasceu a 16 de fevereiro de 1913, em Caetité. Foram suas professoras primárias D. Jovina Margarida Trindade Novais e D. Beatriz Rodrigues Lima Hoffmann. Fez o curso de magistério na velha Escola Normal de nossa cidade. |
Teve sua primeira investidura em Ituaçu. Transferida para Caetité como professora de Educação Física, estabeleceu um relacionamento amigo e descontraído entre professor e aluno, do qual nasceu a camaradagem que permitiu a alegre realização de jogos e desfiles cívicos de muita beleza, naqueles tempos, além de razão para um ótimo convívio com seus ex-alunos. Passando a lecionar Português, sua característica de socialização manteve o mesmo convívio amigo entre mestre e alunos, dentro e fora das salas de aula. |
Aposentou-se após 40 anos de trabalho, afirmando que fez o que queria, razão porque o fez bem, com amor ao trabalho e a seus alunos. |
Casou-se com o Sr. Armênio Muniz Teixeira, de cujo consórcio teve dois filhos: Mirabeau, bioquímico, e Byron, bacharel em Direito, ambos radicados em Jequié. |
É Patrona da Cadeira Número 21 da Academia Caetiteense de Letras, homenagem que coroa uma vida dedicada ao magistério. |
"Nosso Mundo, Nosso Lar" retrata um pouco da alma e do coração de sua autora, Profª Irany de Castro Muniz Teixeira. Marca um período vivido no seio da família Durval Públio de Castro. Era ele a figura central em torno da qual, pai, filhos, netos e parentes, viviam a intimidade da vida afetiva da família, saudável laço que nos faz comunidade e sociedade, à qual estamos vinculados. |
São versos que marcam tempos e festas singelas, que tanto rebuliço causavam à meninada daquela geração que vai longe! ... |
O Natal, o São João, os festejos do Dia das Mães e dos Pais, aniversários, tudo festejado em meio a folguedos e aplausos na residência de "Vovô Durval". |
Do que esparso ficou e foi encontrado, enfeixado está nessa memória que se faz tão gratificante para quantos participaram daqueles dias. Seu lançamento foi uma rica e bonita cerimônia acontecida no Salão Nobre da nossa velha Escola Normal, sob a direção de Terezinha Guanais, Presidente do Clube da Amizade, que soube dar a tudo um toque e requinte muito especiais, naquela homenagem presatada a "Lana", como carinhosamente tratavam à Profª Irany, seus ex-alunos e colegas de trabalho. |
Os livros foram autografados e oferecidos aos presentes e amigos, como reminiscências gratificantes, numa cerimônia em que prevaleceu o afeto, numa inesquecível noite. |
IMAGENS - O livro da Profª Irany foi lançado no ano de 1996, no Salão Nobre da Antiga Escola Normal, atual prédio da Câmara de Vereadores de Caetité: |
INFÂNCIA E SÃO JOÃO (1948) |
"Oh, que saudades eu tenho" Daquele velho São João Quando eu soltava traques E me queimava c'o vulcão. |
Do vestidinho de chita Todo cheio de babado, Que dava mais graça ainda, Ao samba bem rebolado. |
Daquele céu estrelado "Pintadinho de balão" Que recebia mensagens Em louvor a São João. |
Saudade do capotinho De flanela quentinha Enfeitado de soutache, Arranjos da mamãezinha |
Daquele bolo de arroz De gostosura sem par Que se comia na rua À fogueira e ao luar! |
De chuviscos prateados A lua caiava o chão E eu cantava cantigas Bendizendo o São João. |
Ai, tempos doces, ditosos Tempos bons que se passaram Quando surgiam alegrias, Que depois despetalaram. |
"Oh! que saudades eu tenho" Do São João que passou; Passou matando ilusões E só a saudade ficou. |
FLAMBOYANT |
Flamboyant, querido! |
Tu estendias teus ramos fortes |
Sobre o gramado esmeraldino, |
Onde salpicavas o vermelho |
De teus rubis em flor! |
Acalentastes meus sonhos |
De criança |
E as esperanças da mocidade, |
Alegrando minha alma. |
Pura, serena. |
Hoje, tão distante, |
Ainda ouço da cigarra |
O canto alegre, |
Anunciando as férias escolares. |
Vejo ainda nos vales |
Do meu subconsciente |
Tua copa, |
Esmeralda, pontilhada |
De vivas flores escalartes, |
Balançando à suave brisa |
Como se sorrisses para o mundo. |
Eu te vejo, ainda, agora, |
Meu flamboyant florido, |
Como te amava e queria |
Naquelas tardes de inocência |
E amor contidos! |
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