ACADEMIA   CAETITEENSE   DE   LETRAS
REVISTA  Selecta Acadêmica - Vol. 1
Zélia Marques*
POR QUE UMA ACADEMIA?
  Porque desejamos formar um mutirão de entusiasmos somados.

   Num milênio que exige operários incansáveis, já que muitos se fazem demolidores, enfrentar desafios torna-se a tarefa daqueles que acreditam que o amanhã não é distante.
  
   Seremos um grupo a valorizar os poetas como também precisamos ter a pretensão de sermos poetas, para escrever a vida, defendê-la, salvá-la...
 
   Qual seria, então, o lugar do poeta hoje? Não poderia ser outro, deve ser mesmo o mundo, ainda que esteja marcado por tantos problemas. Não são só os novos instrumentos e processos da escrita que mudaram. Da pureza da folha de papel em branco para a tela do vídeo, vemos gerar outras imagens que revelam a vida; vida humana e desumana; vida!

   Como não atendê-la? A confraria dos braços cruzados não leva a lugar algum. Criticar também não é tudo. Há pessoas que criticam demais e não fazem nada, revelando-se assim ótimos juízes e péssimos operários.

   O mal triunfa, porque estamos massacrando o poeta e sua poesia, na omissão, na displicência, no medo, na acomodação do mais fácil e do menos comprometedor.

   É preciso ecoar a voz do poeta como diz Thiago de Mello: "
As vezes faz escuro, mas eu canto. Porque um novo dia vai nascer".

   Pois é, a vida todos os dias nos convida a sermos obreiros na construção de um mundo melhor, fazendo do dia-a-dia uma canção viva, dando um sentido profundo ao próprio existir.

   Que a nossa poética, portanto, venha nos aproximar dos reais desafios da vida e que unidos possamos somar nossos esforços na tentativa de construirmos uma pátria melhor.

   Somos uma equipe privilegiada e privilégio para o poeta moderno significa permissão especial para comprometer-se com a vida.

   É para pensarmos com o poeta Fernando Pessoa: "
Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir passar o vento, vale a pena ter nascido".
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*ZÉLIA MALHEIRO MARQUES, professora, nasceu em Tanque Novo, Bahia, aos 20.11.63, ocupa a cadeira nº 34, Prof. Marcelino José das Neves.
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