OS C�TAROS

Carles Cevera

tradu��o de Carlos A. F. Guimar�es

Quem eram?
Como viviam?
Por que t�o pouca coisas deles nos restaram?


Castelo de Foix

O �nico testemunho concreto de sua exist�ncia, al�m dos documentos eclesi�sticos, s�o os castelos em que habitavam.


� comum suceder com freq��ncia que todas as culturas que mais nos atraem s�o aquelas das quais n�o h� ficado quase nenhum rastro e das quais n�o dispomos de demasiadas refer�ncias para conhece-las, como � o caso dos c�taros, de onde quase que o �nico testemunho mais concreto de sua exist�ncia adv�m dos castelos onde habitavam. � por isso que todas estas culturas e religi�es despertam grande curiosidade e interesse, e as envolvem um alento de mist�rio.
O chamado "Pays Cathare" (Pa�s C�taro) se extendia pela zona chamada Occitania , atual Languedoc, em uma extens�o fronteiri�a com Toulouse at� o oeste, nos Pirineus at� o sul, e no Mediterr�neo at� o leste. Em definitivo, uma �rea pol�tica que, durante o s�culo XIII e em plena �poca medieval, limitava-se com a Coroa de Arag�o, Fran�a e condados independentes como o de Foix e Toulouse.
A IDADE M�DIA, UMA ETAPA MARCADA PELA VIOL�NCIA RELIGIOSA, COORDENADA PELA SEDE DE PODER DA IGREJA CAT�LICA ROMANA A Idade M�dia � uma etapa da hist�ria muito marcada pela press�o religiosa, imposta desde Roma e materializada atrav�s da t�o temida Inquisi��o e nas Cruzadas, tanto na Tierra Santa como pela Reconquista da Pen�nsula Ib�rica dos mouros.
O CATARISMO CHOCOU-SE FRONTALMENTE COM O DOGMATISMO DA IGREJA DE ROMA A religi�o c�tara propunha, como aspectos b�sicos, a reencarna��o do esp�rito, a concep��o da terra como materializa��o do Mal, por encher a alma de desejos e prende-la �s coisas ef�meras do mundo, e do c�u como a do Bem, numa concep��o dualista do mundo. Mas o principal ponto dediscord�ncia, e talvez o mais original, tenha sido a de que os c�taros n�o admitiam qualquer tipo de intemedia��o entre o homem e Deus. Eles insistiam em que todos podiam e tinham o direito de vivenciarem diretamente a dimens�o do transcendente, atrav�s de estados alterados de consci�ncia. Esta cren�a chocou-se frontalmente com a religi�o romana, hegem�nica em toda Europa, e base da estrutura social, cultural econ�mica e religiosa do Feudalismo. Durante muito tempo os c�taros foram tolerantes e eram relativamente poucos. Sem embargo o catarismo, com o tempo, se foi fazendo forte e comen�ou a extender-se pela Occitania, at� chegar a um ponto em que resultava demasiado inc�modo tanto para Roma como para a Fran�a.
UMA ONDA HEREGE NA EUROPA FOI O DETONANTE DAS CRUZADAS

Puilarens
Um basti�o religioso no centro da Europa n�o fazia mais que estorvar a cristaliza��o do cristianismo de Roma no continente, e um territ�rio n�o cat�lico era um pretexto ideal da Coroa da Fran�a para anexar as terras do Languedoc e expandir-se. Por esta raz�o, e tamb�m pela for�a que assumiu o catarismo em 1209, o Papa Inoc�ncio III estimulou os fi�is a ir para as cruzadas contra os que, hoje, conhecemos como hereges, sendo esta a primeira cruzada feita contra crist�os e em territ�rio franco. O presente que o santo Papa prometeu em compensa��o para aqueles que participaram da campanha era a partilha e doa��o das terras aos bar�es que as conquistassem, ou seja, converter-se-iam em senhores feudais.


O mais curioso nesta cultura � a cautela por construir seus castelos e abadias em cima de precip�cios e inacessiveis colinas, as mais elevadas poss�veis, raz�o pela qual, na atualidade, os fazem muito atrativos por suas inabarcaveis vistas sobre o horizonte e pela observa��o de paisagens impresionantes.

A CRUZADA ALBIGESA Nesta cruzada, que teve lugar sob o nome de Albigense devido � cidade de Albi, se recorreu a Simon de Montfort (1209 - 1224) e ao Rei Luis VIII (1226-1229), mas eles n�o conseguiram erradicar o catarismo de forma definitiva. Foi a Inquisi��o (1233 -1321), a institui��o que realmente o conseguio. N�o obstante foram os bar�es provenientes da coroa de Fran�a os que fundamentalmente fizeram a expans�o dos francos at� os Pirineus e amenizaram a retaguarda da Coroa de Arag�o, mais preocupada com a Reconquista contra os �rabes das terras do sul, com a expans�o marinha at� as ilhas Baleares, C�rcega e N�poles.
POL�TICA E RELIGI�O, DUAS CLARAS DESVANTAGENSA resist�ncia c�tara teve que enfrentar-se com duas desventagens muito importantes: o poder militar do Rei de Fran�a e o poder espiritual da Igreja Cat�lica. Militarmente, a pesar de terem o ap�io de pequenos condados, como o de Foix, e o da Coroa de Arag�o contra a da Fran�a, n�o se ienvolveram de forma aberta ja que haveria significado o enfrentamento entre Roma e Fran�a. Se isto era assim, como se explica ent�o o ap�io que davam aos c�taros? Est� claro que a anex�o das terras c�taras � Coroa Francesa havia dado unm poder enorme, respeito de outros condados, a aquele que as possuiram. Estes feitos nos fazem expor algumas perguntas dignas de hist�ria de ficc�o:

  • A n�o ser pelas barreiras naturais dos Pirineus, a expans�o francesa haveria continuado at� o sul?

  • Se os c�taros n�o haviam apresentado uma resist�ncia t�o forte, como o catarismo se tinha extendido at� � Coroa de Arag�o e outras partes da Europa?

    Espiritualismo Ocidental A Ordem dos Templ�rios Os Druidas O Orfismo O idealizador destas p�ginas

    Jo�o Pessoa, Pb, 01/01/1997

    Hosted by www.Geocities.ws

    1