Ó Deus escondido na prisão
do tabernáculo! é feliz que volto para perto de vós
todas as noites, para vos agradecer as graças que me concedestes
e implorar o perdão das faltas que cometi durante o dia que acaba
de passar como um sonho...
Ó Jesus!
como eu ficaria feliz se tivesse sido bem fiel, mas pobre de mim! muitas
vezes fico triste, à noite, pois sinto que poderia ter correspondido
melhor às vossas graças... Se eu fosse mais unida a vós,
mais caridosa com minhas irmãs,
mais humilde e me
mortificasse mais, teria menor dificuldade para conversar convosco na
oração. No entanto, ó meu Deus! bem longe de desanimar
vendo minhas misérias, venho a vós confiante, lembrando-me
de que: "Não são os que têm saúde que
precisam de médico, mas sim os doentes". Eu vos suplico,
pois, a cura, o perdão, e me lembrarei, Senhor, "que a alma
à qual perdoastes mais deve também amar-vos mais que as
outras!..."Ofereço-vos todas as batidas de meu coração
como outros tantos atos de amor e de reparação, e os uno
a vossos méritos infinitos. Suplico-vos, ó meu Divino
Esposo, que sejais vós mesmo o Reparador de minha alma, que opereis
em mim sem levar em conta minhas resistências, enfim, já
não quero ter outra vontade senão a vossa; e amanhã,
com o auxílio de vossa graça, recomeçarei uma nova
vida da qual cada instante será um ato de amor e de renúncia.
Depois de vir, assim,
todas as noites ao pé do vosso Altar, chegarei finalmente à
última noite de minha vida; então, começará
para mim o dia sem ocaso da eternidade em que repousarei, sobre vosso
Divino Coração, das lutas do exílio.
Assim seja.
Sta. Teresinha
(Obras Completas,
Loyola, p.1039-1040)
(Formatação
Iraci)
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