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Pastor se recusa a celebrar cerimônia porque a noiva não é virgem
FÁBIA PRATES

Publicado no Jornal Folha de São Paulo em 23/12/98

Juiz determina que Assembléia de Deus realize casamento em MG

da Agência Folha, em Belo Horizonte

O juiz da 9ª Vara Cível de Uberlândia (MG), Luiz de Oliveira, concedeu liminar favorável ao casal evangélico que havia sido proibido de se casar na Igreja Assembléia de Deus porque a noiva não era mais virgem.

O casamento está marcado para hoje às 20h, mas mesmo com a determinação judicial, o casal teme que a cerimônia não aconteça.

A noiva Cleuza Marques, 23, disse ontem que o pastor-presidente da igreja, Álvaro Além Sanches, disse para membros da igreja, durante culto na última quarta-feira, que não faria a celebração. Em caso de descumprimento da liminar, o juiz estabeleceu o pagamento de uma multa de 100% dos gastos da noiva _estimados em R$ 2.000.

O advogado Jesus Garcia, que representa o casal, orientou os dois a irem à igreja no horário marcado. Caso o pastor não compareça, eles devem chamar a polícia para registrar ocorrência. O casamento civil foi realizado anteontem.

A Agência Folha tentou falar com o pastor ontem. Uma funcionária da igreja, que se identificou como Márcia, disse que ele não daria entrevistas.

A família da noiva informou que haveria ontem à noite uma reunião entre o pastor e membros da igreja para discutir o caso. Cleuza está decidida a se desligar da igreja, mesmo que o pastor mude de idéia. "Ele falou para membros da igreja que fazer o meu casamento era a mesma coisa que deixar uma prostituta entrar num templo sagrado", disse. A noiva vai entrar com ação de danos morais.

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